O MEDO DE PERDER NOS EMBOTA A VONTADE DE GANHAR.
Muita
gente debocha de estrangeiros que, mesmo radicados no Brasil há décadas, falam
mal o português, mas se esquecer de que esses “gringos” conseguem se comunicar no
idioma alheio e falar o próprio com desenvoltura, enquanto os nativos tupiniquins,
em sua esmagadora maioria, mal dominam a língua-pátria.
Antigamente,
quem se arriscava a escrever (profissional ou amadoristicamente) precisava
levar o Pai-dos-Burros à tiracolo. Com o advento dos processadores de
texto e seus corretores ortográfico-gramaticais, a coisa ficou mais
simples, sem falar que basta ter à mão um smartphone ou outro dispositivo
capaz de acessar a internet para obter, em poucos segundos, definições e
traduções de verbetes em centenas de idiomas.
Os corretores
ortográficos não são perfeitos, mas isso não os torna menos indispensáveis. Todavia, os mais sofisticados — que, além de revisar a ortografia, palpitam sobre
gramática e alteram em tempo real as frases que digitamos — podem
promover mudanças inapropriadas e distorcer o sentido daquilo que escrevemos (especialmente nas mensagens que enviamos pelo smartphone,
que a gente quase nunca se dá ao trabalho de revisar depois de escrever).
Se você usa o Word 365, abra um documento qualquer, clique na aba Arquivo e em Conta > Opções de
atualização > Atualizar agora para se certificar de que dispõe da edição mais
recente do programa. Ainda na aba Arquivo, clique em Opções e, na coluna à direita da tela, selecione Revisão de texto e escarafunche as diversas possibilidades de configuração (pressione a tecla F1 a qualquer momento para acessar a Ajuda). Feito isso, clique na aba Revisão para acessar uma porção de outras opções.
Observação: Não deixe de reservar algum tempo para vasculhar toda a gama de recursos e ajustes disponíveis, que são uma mão na roda para aprimorar sua experiência com o programa.
Aqui
eu encerro o preâmbulo e passo ao mote deste post, começando por dizer que a
palavra final deve ser sempre do usuário, não da ferramenta. Todavia, isso requer que o usuário saiba mais que o assistente. Se a pessoa for daquelas que usam e abusam do pleonasmo vicioso (como em entrar para
dentro, subir para cima etc.); “escorregam” na conjugação
do verbo FAZER (que fica no infinitivo sempre que expressa ideia de TEMPO,
como em FAZ cinco anos, FAZ dois séculos, FEZ 15 dias) ou
do verbo HAVER no sentido de EXISTIR (o certo é HOUVE muitos
acidentes, DEVE HAVER muitos casos iguais, e por aí vai), será melhor deixar as correções por conta do programinha.
Falando
no verbo HAVER, nunca diga HÁ dez anos ATRÁS, já que tanto HÁ
quanto ATRÁS remetem, nesse contexto, ao tempo passado (o correto é
dizer HÁ DEZ ANOS ou DEZ ANOS ATRÁS, uma coisa ou outra). A
propósito, sugiro dedicar alguns minutos à leitura desta
postagem, que oferece 100 dicas preciosas para fugir desses e de outros
erros comuns. E para testar seus conhecimentos, não deixe de visitar este
site, onde você poderá jogar o Jogo dos 100 Erros de Português.
Para
não espichar demais esta postagem, continuaremos na próxima. Até lá.
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