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sexta-feira, 13 de dezembro de 2019

MALDITO CORRETOR


SOMOS LIVRES PARA FAZER ESCOLHAS, MAS, AO FAZÊ-LAS, TORNAMO-NOS PRISIONEIROS DAS CONSEQUÊNCIAS.

Muita gente debocha de estrangeiros que, mesmo radicados no Brasil há décadas, continuam falando muito mal o português. Se você integra essa seleta confraria (dos que debocham) é bom lembrar que eles conseguem se comunicar em Português e falar seu próprio idioma fluentemente, enquanto a gente mal domina o nosso. 

Não se espera que um aluno do segundo grau tenha com a Flor do Lácio a desenvoltura que tinham Drummond e Vinicius de Moraes, mas espera-se ao menos que ele não seja um analfabeto funcional.

Considerando a qualidade do ensino público (que já teve seu tempo de glória), o fato de muita gente falar mal e escrever ainda pior não chega a espantar, mas é de se lamentar. E é injusto crucificar somente o corpo docente, já que o discente, noves fora as postagens em redes sociais e assemelhados, não cultiva o saudável hábito de ler. Nem gibi. Para piorar, postagens e comentários no Insta, Face, Twitter, WhatsApp são feitos em linguagem própria, eivada de abreviações, o que não seria um problema se esse mesmo modo de se expressar não transbordasse para a redação do ENEM, por exemplo. Mas isso é outra conversa.

Os corretores ortográficos que integram processadores de texto, navegadores de Internet e aplicativos de mensagens ajudam um bocado, mas podem facilmente passar de benção a maldição. Dependendo da configuração, o algoritmo opera em tempo real e tenta adivinhar, a partir das primeiras letras que o usuário digita, aquilo que ele pretende escrever. Correção indevidas ou inadequadas podem mudar totalmente o sentido das frases, e como a correria do dia a dia desestimula revisar o texto antes de publicá-lo, a conclusão é óbvia. 

Se você usa o Word 365, abra um documento qualquer, clique na aba Arquivo e em Conta > Opções de atualização > Atualizar agora para se certificar de que dispõe da edição mais recente do aplicativo. Feito isso, ainda na aba Arquivo, clique em Opções. Na coluna à direita da tela, selecione Revisão de texto e examine as possibilidades de configuração (pressione a tecla F1 a qualquer momento para acessar a Ajuda). Em seguida, clique na aba Avançado para ter acesso a outras opções.

Manter assinaladas as opções Verificar ortografia ao digitar e Verificar erros de gramática ao digitar instrui a ferramenta a atuar em tempo real. E o mesmo vale para opção Usar as sugestões do verificador ortográfico automaticamente, presente na janelinha que se abre quando você clica em Opões de Autocorreção...  Sinta-se à vontade para desmarcar essa opção e caixas de verificação retrocitadas, mas não deixe de fazer uma revisão geral quando terminar de escrever seu texto (basta pressionar a tecla F7). Isso previne substituições indevidas que podem passar despercebidas (e não "desapercebidas"; a palavra despercebido significa algo ou alguém que não chamou atenção, que não foi visto, que não foi sentido nem notado, ao passo que desapercebido significa que algo ou alguém não está prevenido, provido ou preparado para alguma coisa).

Note que a palavra final é sempre do usuário, a quem cabe aceitar ou rejeitar as sugestões da ferramenta. Em casos de falso positivo, ou seja, quando o corretor assinala sobrenomes estrangeiros e outros termos que sabemos estarem corretos, mas que não constam de seu banco de dados, podemos adicioná-los, para que não voltem a ser reprovados se e quando tornarmos a escrevê-los. Ainda usando o Word como exemplo, clicamos com o botão direito sobre o termo sublinhado em vermelho e, no menu suspenso que se abre em seguida, clicamos em Adicionar ao dicionário. No Chrome (e na maioria dos demais navegadores), o procedimento é basicamente o mesmo, mas devemos tomar cuidado com o que adicionamos, pois a remoção é um pouco mais complicada.

O Word permite editar o dicionário personalizado, mas, por algum motivo incerto e não sabido, alguns termos que adicionamos não aparecem listados e, portanto, não podem ser excluídos. O jeito, nesse caso, é clicar em Arquivo > Opções > Revisão de Texto > Opções de AutoCorreção e, no campo Substituir texto ao digitar, inserir a palavra acrescentada por engano no campo Substituir e a palavra correta no campo Por. No Google Chrome, clicar com o botão direito sobre o termo assinalado como incorreto permite fazer com que a ferramenta o memorize. No caso de adições indevidas, basta digitar chrome://settings/editDictionary na caixa de endereços do navegador, teclar Enter, localizar na lista a palavra que deve ser excluída e clicar no X que aparece ao lado dela, no canto direito. Falando no Chrome, uma extensão que pode ajudar é a After Deadline, que é gratuita e funciona como um complemento do corretor nativo. Mas tenha em mente que ela não identifica os erros automaticamente; ao concluir o texto, você deverá clicar no ícone respectivo para que as palavras tidas como incorretas sejam sublinhadas em vermelho.

Adicionalmente, procure fugir do pleonasmo vicioso (como em entrar para dentro, subir para cima etc.); atente para a conjugação do verbo FAZER (que fica no infinitivo quando expressa ideia de TEMPO, como em FAZ cinco anosFAZ dois séculosFEZ 15 dias) e do verbo HAVER no sentido de EXISTIR (o certo é HOUVE muitos acidentesDEVE HAVER muitos casos iguais, e por aí vai). Falando no verbo HAVER, nunca diga HÁ dez anos ATRÁS, já que, nesse contexto, tanto "há" quanto "atrás" indicam o tempo passado (o correto é dizer HÁ DEZ ANOS ou DEZ ANOS ATRÁS, uma coisa ou outra). A propósito, sugiro dedicar alguns minutos à leitura desta postagem, que oferece 100 dicas preciosas para fugir desses e outros erros comuns. E para testar seus conhecimentos, não deixe de visitar este site, onde você pode jogar o Jogo dos 100 Erros de Português.

terça-feira, 12 de novembro de 2019

ÁREA DE TRANSFERÊNCIA DO WINDOWS


CIRO GOMES CHAMOU ZERO TRÊS DE TOLETE DE ESTERCO E CULPOU LULA PELAS MAZELAS QUE ASSOLAM O BRASIL. COMO SE VÊ, ATÉ UM BURRO CEGO CONSEGUE ÀS VEZES ENCONTRAR A CENOURA.

Torno a publicar esta postagem por 4 motivos: 1) a audiência do Blog é rotativa; 2) o que abunda não excede; 3) nosso mecanismo de busca não é lá um primor de eficiência; 4) localizar um tema específico entre as quase 4.400 postagens já publicadas é muita areia para qualquer caminhãozinho. Dito isso, vamos ao que interessa.

Quando usamos o computador, é comum é copiarmos e colarmos textos, imagens e outros elementos, para depois salvá-los num documento de texto ou num arquivo do MS-Paint, por exemplo.

Todos sabem como fazer isso, mas não custa relembrar: basta selecionar o item desejado, clicar sobre ele com o botão direito e, nas opções do menu suspenso, selecionar Copiar ou Recortar, conforme o caso (dá no mesmo pressionar as teclas Ctrl+C para copiar e CTRL+X para colar). Feito isso, o elemento em questão é armazenado na Área de Transferência do Windows, e a partir dela é possível transferi-lo para o arquivo de destino usando a opção Colar do menu suspenso (ou o atalho de teclado Ctrl+V).

O problema é que cada item copiado para a Área de Transferência sobrescreve o anterior. Em outras palavras: se copiarmos uma imagem de determinada webpage e, em seguida, copiarmos também um trecho do texto, a última cópia "ocupará o lugar da anterior" na Área de Transferência, e se a gente ainda não a tiver colado no local de destino, babau.

Esse inconveniente foi atenuado com a atualização do Windows 10 para a build 1809, após a qual basta pressionar o atalho Win+V para convocar uma lista de todos os itens copiados ou recortados durante a sessão.

Observação: Para que esse aprimoramento recurso funcione, clique em Iniciar > Configurações > Sistema > Área de transferência e ative a opção Histórico da área de transferência. E se quiser ou precisar acessar os arquivos a partir de outro computador, ative também a opção Sincronizar nos dispositivos.

A questão é que o conteúdo da área de transferência "evapora" toda vez que o Windows é encerrado ou reiniciado, a menos que tomemos o cuidado de pinar os itens que desejamos preservar. Para contornar esse problema, eu uso e recomendo o freeware CopyQ, que pode armazenar um sem-número de itens no clipboard e permite gerenciá-los posteriormente, inclusive numa próxima sessão do Windows.

Para fazer o download da versão atual (3.92, que é compatível com o Windows 10), clique aqui. Durante a instalação, você pode criar um atalho no desktop, mas eu acho desnecessário, até porque a ferramenta pode ser acessada a partir da Área de Notificação (a porção direita da Barra de Tarefas que antecede o relógio do sistema).

Concluída a instalação e iniciado o app, tudo que você recortar estará disponível na janelinha do CopyQ. Para gerenciar esse conteúdo, clique no ícone da tesoura, localize o item desejado, dê um clique direito sobre ele e selecione a opção “mover para a área de transferência”. Feito isso, abra o arquivo de destino, aponte o mouse para o ponto de inserção desejado e pressione as teclas Ctrl+V (ou dê um clique direito no ponto de inserção e selecione a opção Colar no menu suspenso).

O CopyQ não conflita com o recurso nativo do Windows, ou seja, você pode usar os dois sem problema algum. Aliás, o programinha oferece alguns recursos adicionais, mas detalhá-los foge ao escopo desta postagem; para mais informações, clique no menu Ajuda, com a janela do CopyQ visível, pressione a tecla F1.

segunda-feira, 4 de novembro de 2019

WORD — FORMATAÇÃO — FERRAMENTA PINCEL


MELHOR A ILUSÃO DE UMA COMPANHIA QUE A CERTEZA DE UMA CAMA VAZIA.

Às vezes, colamos num arquivo do Word porções de texto copiadas de websites ou arquivos PDF, entre outros, e a formatação original é preservada mesmo que selecionemos na colagem a opção "mesclar formatação". 

Em situações como essa, a primeira coisa a fazer é selecionar o texto rebelde e clicar no botão "Limpar Toda a Formação" (figura acima e à esquerda). Se não resolver, vale tentar o Pincel de Formatação, uma ferramenta que permite aplicar rapidamente a mesma formatação — cor, estilo e tamanho da fonte e estilo de borda — a várias partes do texto ou de elementos gráficos. Para defini-la em poucas palavras, podemos dizer que funciona como nosso velho conhecido Copiar e Colar (Ctrl+C e Ctrl+V), só que atua sobre a formatação do texto, e não sobre o texto em si. Utilizá-la é muito simples:

1) Na barra de menus do arquivo do Word em que você está trabalhando, clique em Página Inicial.

2) Selecione uma porção do texto cuja formatação deseja copiar (para copiar a formatação de texto, selecione um trecho do parágrafo; para copiar o texto e a formatação de parágrafo, selecione todo o parágrafo, inclusive a marca de parágrafo).

3) Ainda na Página Inicial, localize a ferramenta Pincel de Formatação (oriente-se pela figura à direita) e clique sobre ela. Repare que o cursor do mouse se transforma num pequeno pincel.

4) Use esse pincel para "pintar" o texto cuja formatação você quer mudar, e pronto. Mas note que isso funciona só uma vez. Para alterar a formatação de várias seleções no documento, você deve clicar duas vezes em Pincel de Formatação.  

5) Para interromper a formatação, basta pressionar a tecla Esc.

Observações:

1) Para copiar e colar formatações, você poder usar os atalhos Ctrl+Shift+C e Ctrl+Shift+V;

2) Em elementos gráficos, o Pincel de Formatação funciona melhor com objetos de desenho, como as AutoFormas, mas é possível copiar a formatação de uma imagem (sua a borda, por exemplo);

3) Às vezes o pincel não funciona ou só funciona depois de várias tentativas. Para tentar contornar esse problema, antes de colar o texto copiado da Web ou de outra fonte qualquer, experimente colá-lo num arquivo criado com um editor básico de textos e depois transferi-lo para arquivo do Word.

A diferença entre um editor de textos e um processador de textos consiste basicamente na gama de recursos que cada qual oferece. O Windows dispõe desde sempre do Bloco de Notas, que é um editor básico, mais indicado para lidar com determinadas linguagens de programação do que para a edição de arquivos de texto propriamente ditos, e do WordPad, mais rebuscado, que oferece opções (rudimentares, é verdade) de formatação e suporta a adição de imagens.

quinta-feira, 19 de julho de 2018

CORRETOR ORTOGRÁFICO — ALIADO OU DESAFETO? (CONCLUSÃO)


É MAIS CERTO IR DEVAGAR, E PERGUNTAR EM VEZ DE REVELAR.

Conferir aquilo que se escreveu antes de publicar uma postagem, enviar um email ou disparar uma mensagem pelo WhatsApp é fundamental, mas nem todo mundo se dá a esse trabalho.

Para piorar, erros de digitação, concordância verbal, nominal, de gênero e outros que tais costumam passar despercebidos aos olhos do autor, sobretudo quando a revisão é feita logo após o texto ser redigido. Daí a importância de usar um corretor ortográfico-gramatical, como o do Word e da maioria dos navegadores de internet atuais.

No Word, a revisão em tempo real pode parecer mais interessante, mas o problema é que, dependendo da configuração, a ferramenta procura corrigir os erros automaticamente. E correções inapropriadas podem comprometer o sentido do texto (como bem sabe quem já pagou mico devido a alterações indevidas, feitas pelo corretor do smartphone, por exemplo).

Ainda falando no Word, se abrirmos um documento qualquer, clicarmos na aba Arquivo, depois em Opções e Revisão de Texto, poderemos desmarcar, no campo “Ao corrigir a ortografia e a gramática no Word, as caixinhas ao lado de Verificar ortografia ao digitar e Verificar erros de gramática ao digitar. Mas não podemos nos esquecer de pressionar a tecla F7 quando terminarmos de compor o texto, para que o corretor confira o que escrevemos, localize os possíveis erros e ofereça sugestões (que podemos aceitar não).

Os corretores comparam as palavras que digitamos com o conteúdo de seu banco de dados (dicionário). Na maioria deles, basta dar um clique direito sobre um termo assinalado como incorreto para incluí-lo no dicionário, evitando, assim, que ele venha a ser marcado futuramente. Por outro lado, quando estamos com pressa, é comum adicionarmos palavras grafadas incorretamente, e a partir daí o assistente deixará de assinalá-las. Para piorar, reverter esse quadro não é uma tarefa nem um pouco intuitiva.

No Word, podemos contornar esse inconveniente recorrendo à autocorreção. Com o documento aberto, clicamos no menu Arquivo, selecionamos Opções > Revisão de Texto e clicamos no botão Opções de autocorreção. Na janelinha que se abre em seguida, com a aba Autocorreção selecionada, corrigimos o erro inserindo, sob a opção Substituir texto ao digitar, a palavra grafada incorretamente no campo Substituir e a palavra correta no campo Por.   

No corretor ortográfico do Chrome, digitamos chrome://settings/editDictionary na caixa de endereços do navegado e tecle Enter. Na lista que será exibida a seguir, localizamos a palavra que desejamos excluir e clicamos no X que aparece no canto direito.

Falando no navegador do Google, uma extensão que também pode ajudar é a After Deadline, que é gratuita e complementa o corretor nativo. Note, porém, que ela não identifica os erros automaticamente; ao concluirmos o texto, devemos clicar no ícone respectivo para que a ferramenta sublinhe em vermelho o conteúdo que ela entender incorreto.

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quarta-feira, 18 de julho de 2018

CORRETOR ORTOGRÁFICO — ALIADO OU DESAFETO? (CONTINUAÇÃO)


HÁ QUEM PASSE POR UM BOSQUE E SÓ VEJA LENHA PARA FOGUEIRA.

Se você não leu a postagem anterior, sugiro que o faça antes de prosseguir na leitura desta. Isto posto, vamos em frente.

Quem se preocupa em passar uma boa impressão com o que escreve deve, no mínimo, reler o texto antes de publicá-lo. 

O problema é que ler aquilo que nós mesmo escrevemos, sobretudo quando o fazemos assim que terminarmos de escrever, leva-nos a “passar por cima” de uma porção de coisas, como vírgulas mal colocadas, concordâncias inadequadas (verbais, nominais, de número, etc.) e os inevitáveis erros de digitação. 

A boa notícia é que o corretor ortográfico-gramatical do Word revisa tudo isso e pode fazê-lo tanto em tempo real, enquanto escrevemos o texto, quanto a posteriori, quando pressionamos a tecla F7.

A correção automática pode parecer mais interessante, mas o problema é que, nessa configuração, em vez de simplesmente assinalar os erros, a ferramenta procura corrigi-los automaticamente, o que pode comprometer o sentido do que escrevemos. 

Para contornar esse inconveniente, abra um documento do Word, clique na aba Arquivo, depois em Opções e Revisão de Texto. No campo “Ao corrigir a ortografia e a gramática no Word, desmarque as caixinhas ao lado de Verificar ortografia ao digitar e Verificar erros de gramática ao digitar e confirme em OK.

Só não se esqueça de pressionar a tecla F7 quando tiver concluído o texto, para que o assistente aponte eventuais erros e apresente sugestões (que você pode aceitar não). Se você preferir realizar a verificação ao final de cada parágrafo, selecione a porção de texto desejada e então pressione a tecla F7.

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terça-feira, 17 de julho de 2018

CORRETOR ORTOGRÁFICO — ALIADO OU DESAFETO?


O MEDO DE PERDER NOS EMBOTA A VONTADE DE GANHAR.

Muita gente debocha de estrangeiros que, mesmo radicados no Brasil há décadas, falam mal o português, mas se esquecer de que esses “gringos” conseguem se comunicar no idioma alheio e falar o próprio com desenvoltura, enquanto os nativos tupiniquins, em sua esmagadora maioria, mal dominam a língua-pátria. 

Antigamente, quem se arriscava a escrever (profissional ou amadoristicamente) precisava levar o Pai-dos-Burros à tiracolo. Com o advento dos processadores de texto e seus corretores ortográfico-gramaticais, a coisa ficou mais simples, sem falar que basta ter à mão um smartphone ou outro dispositivo capaz de acessar a internet para obter, em poucos segundos, definições e traduções de verbetes em centenas de idiomas.

Os corretores ortográficos não são perfeitos, mas isso não os torna menos indispensáveis. Todavia, os mais sofisticados — que, além de revisar a ortografia, palpitam sobre gramática e alteram em tempo real as frases que digitamos — podem promover mudanças inapropriadas e distorcer o sentido daquilo que  escrevemos (especialmente nas mensagens que enviamos pelo smartphone, que a gente quase nunca se dá ao trabalho de revisar depois de escrever).

Se você usa o Word 365, abra um documento qualquer, clique na aba Arquivo e em Conta > Opções de atualização > Atualizar agora para se certificar de que dispõe da edição mais recente do programa. Ainda na aba Arquivo, clique em Opções e, na coluna à direita da tela, selecione Revisão de texto e escarafunche as diversas possibilidades de configuração (pressione a tecla F1 a qualquer momento para acessar a Ajuda). Feito isso, clique na aba Revisão para acessar uma porção de outras opções.

ObservaçãoNão deixe de reservar algum tempo para vasculhar toda a gama de recursos e ajustes disponíveis, que são uma mão na roda para aprimorar sua experiência com o programa.

Aqui eu encerro o preâmbulo e passo ao mote deste post, começando por dizer que a palavra final deve ser sempre do usuário, não da ferramenta. Todavia, isso requer que o usuário saiba mais que o assistente. Se a pessoa for daquelas que usam e abusam do pleonasmo vicioso (como em entrar para dentro, subir para cima etc.); “escorregam” na conjugação do verbo FAZER (que fica no infinitivo sempre que expressa ideia de TEMPO, como em FAZ cinco anos, FAZ dois séculos, FEZ 15 dias) ou do verbo HAVER no sentido de EXISTIR (o certo é HOUVE muitos acidentes, DEVE HAVER muitos casos iguais, e por aí vai), será melhor deixar as correções por conta do programinha.

Falando no verbo HAVER, nunca diga HÁ dez anos ATRÁS, já que tanto quanto ATRÁS remetem, nesse contexto, ao tempo passado (o correto é dizer HÁ DEZ ANOS ou DEZ ANOS ATRÁS, uma coisa ou outra). A propósito, sugiro dedicar alguns minutos à leitura desta postagem, que oferece 100 dicas preciosas para fugir desses e de outros erros comuns. E para testar seus conhecimentos, não deixe de visitar este site, onde você poderá jogar o Jogo dos 100 Erros de Português.

Para não espichar demais esta postagem, continuaremos na próxima. Até lá.

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quarta-feira, 27 de abril de 2016

DE VOLTA À CONVERSÃO DE ARQUIVOS .PDF EM FORMATOS EDITÁVEIS



O TOLO QUE APRENDE A SEGURAR A LÍNGUA TEM TUDO PARA SE TORNAR UM SÁBIO



Há coisa de um mês eu publiquei a avaliação de um programinha muito útil para quem precisa converter arquivos do formato .PDF para formatos como DOCX, XLSX, PPTX, TXT, RTF e HTML, que podem ser editados com o festejado MS Word e outros processadores de texto afins.

A despeito de sua inegável versatilidade, o formato PDF gera arquivos quase impossíveis de editar ― até porque são “imagens” do documento origina ―, sendo essa justamente a limitação que o AISEESOFT PDF CONVERTER ULTIMATE se propõe a contornar, convertendo arquivos monolíticos em editáveis, bem como no formato EPUB, que é usado por padrão pela maioria dos e-readers.

Observação: Existem arquivos PDF nativos e digitalizados. Um PDF nativo é um arquivo gerado a partir de um documento que foi processado eletronicamente, ao passo que um PDF digitalizado é criado a partir da digitalização de um documento físico em papel, mediante um dispositivo de digitalização. O app em questão pode manipular as duas modalidades, e, no caso dos arquivos digitalizados, oferece uma avançada tecnologia OCR (reconhecimento óptico de caracteres) que permite reconhecer mais de 190 idiomas entre línguas naturais, auxiliares e linguagem de programação.


A má notícia, por assim dizer, é que o APCU é oferecido somente em versão shareware ― ou seja, quem quiser mantê-lo e mantê-lo ativo e operante ao final do prazo de avaliação gratuita precisa desembolsar R$189,90. Outro aspecto a ser levado em conta é que, muito embora os PCs atuais integrem HDs pródigos em espaço, processadores poderosos e fartura de memória RAM, não é boa política instalar apps desnecessários quando existirem serviços online capazes de substituí-los. Até porque, conforme eu já comentei em diversas oportunidades, todo programa instalável ocupa espaço no disco e disputa recursos do computador com os demais softwares, além do que uma eventual desinstalação sempre acaba deixando resíduos indesejáveis (pastas vazias, entradas inválidas no Registro do Windows, e assim por diante), que, com o passar do tempo, vão minando o desempenho do sistema como um todo.

Em face do exposto, o FREE ONLINE OCR CONVERTER se revela uma alternativa prática e funcional para quem precisa converter .PDF em formatos editáveis em caráter meramente eventual. Para utilizar o serviço, basta você abrir a página da INVESTINTECH.COM, clicar no botão Select File, fazer o upload do arquivo desejado, informar um endereço de email válido e aguardar. Depois de alguns minutos, você recebe um email dando conta de que a conversão está em andamento, que o link para download do arquivo convertido será enviado dentro de 30 minutos, e que os mais apressados podem fazer as conversões prontamente com o aplicativo ABLE2EXTRACT PROFESSIONAL 10 (instalável), que é oferecido gratuitamente para avaliação (por 7 dias). Para manter o programinha após esse prazo, a licença “full” custa US$129,95 e a subscrição por 30 dias, US$34,95.

Eu testei o serviço gratuito usando o manual de instruções de eletroeletrônico ― que, além do texto, incluía dezenas de imagens ― e achei o resultado plenamente satisfatório.

Era isso, pessoal. Abraços e até a próxima dica.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

RISCAR PALAVRAS COM O EFEITO TACHADO




O tempo é inexorável, mas não devemos tomar sua passagem – e respectivas consequências – como ofensa pessoal. Afinal, ele nos atinge a todos, ainda que em menor ou maior grau conforme nossa capacidade de receber velhice filosoficamente.

Isso me faz lembrar de um texto impagável do cronista Rui Castro, que eu publiquei há pouco mais de dois anos e ora reproduzo como piadinha da vez. Antes, porém, esclareço que decidi criar este post devido a alguns probleminhas de memória que venho experimentado há alguns anos – como agorinha há pouco, quando quis riscar uma palavra aqui no Word e não consegui lembrar como fazê-lo.

Embora um não tenha a menor dificuldade para lembrar o telefone de casa em que eu morava quando criança e de alguns colegas de escola, nem sempre consigo gravar o nome de alguém que acaba de me ser apresentado. Como dizia minha avó, “vecchiaia è bruta”.

Observação: Parece que esse problema se deve – ao menos em parte – à maneira como nossa memória funciona. A 
memória sensorial motora recebe as informações codificadas pelo mecanismo de reconhecimento de padrões e as envia para memória de curto prazo, que as retém (por alguns segundos ou minutos) até o cérebro resolve se elas serão utilizadas, descartadas ou armazenadas na memória de longo prazo, que possui maior capacidade de armazenamento e mantém as lembranças por muito mais tempo.   

Voltando agora ao que eu dizia sobre o Word, para riscar uma palavra qualquer num documento você deve selecioná-la, abrir o menu Formatar, clicar na guia Fonte e marcar a caixa de seleção TACHADO (ou TACHADO DUPLO, a seu critério). Se preferir um caminho mais fácil, selecione palavra desejada e pressione CTRL+T

Passemos agora à crônica de Rui Castro:

Melhor idade é a puta que te pariu - a melhor idade é de 18 aos 40
anos... 


A voz em Congonhas anunciou: "Clientes com necessidades especiais, crianças de colo, melhor idade, gestantes e portadores do cartão tal terão preferência etc." Num rápido exercício intelectual, concluí que, não tendo necessidades especiais nem sendo criança de colo, gestante ou portador do dito cartão, só me restava a "melhor idade" - algo entre os 60 anos e a morte.

Para os que ainda não chegaram a ela, "melhor idade" é quando você pensa duas vezes antes de se abaixar para pegar o lápis que deixou cair e, se ninguém estiver olhando, chuta-o para debaixo da mesa. Ou, tendo atravessado a rua fora da faixa, arrepende-se no meio do caminho porque o sinal abriu e agora terá de correr para salvar a vida. Ou quando o singelo ato de dar o laço no pé esquerdo do sapato equivale, segundo o João Ubaldo Ribeiro, a uma modalidade olímpica.

Privilégios da "melhor idade" são o ressecamento da pele, a osteoporose, as placas de gordura no coração, a pressão subindo como placar de basquete americano, a falência dos neurônios, as baixas de visão e audição, a falta de ar, a queda de cabelo, a tendência à obesidade e as disfunções sexuais. Ou seja, nós, da "melhor idade", estamos com tudo, e os demais podem ir lamber sabão.

Outra característica da "melhor idade" é a disponibilidade de seus membros para tomar as montanhas de Rivotril, Lexotan e Frontal que seus médicos lhes receitam e depois não conseguem retirar. Outro dia, bem cedo, um jovem casal cruzou comigo no Leblon. Talvez vendo em mim um pterodáctilo da clássica boemia carioca, o rapaz perguntou: "Voltando da farra, Ruy?". Respondi, eufórico: "Que nada! Estou voltando da farmácia!". 
E esta é, de fato, uma grande vantagem da "melhor idade": você extrai prazer de qualquer lugar a que ainda consiga ir. 

Primeiro, a aposentadoria é pouca e você tem que continuar a trabalhar para melhorar as coisas. Depois vem a condução. Você fica exposto no ponto do ônibus com o braço levantado esperando que algum motorista de ônibus te dê uns 60 anos. A analise é rápida, leva uns 20 metros. Quando ele para, vem a discussão se você tem mais de 60 ou não.

No outro dia entrei no ônibus e fui dizendo:"Sou deficiente". O motorista me olhou de cima em baixo e perguntou: "Que deficiência você tem"? "Sou broxa"Ele deu uma gargalhada e eu entrei. Logo apareceu alguém para me indicar um remédio. Algumas mulheres curiosas ficaram me olhando e rindo... Eu disse bem baixinho para uma delas: "Uma mentirinha que me economizou R$ 3,00, não fica triste não".

Fui até o Arpoador ver o por do sol. Subi na pedra, mas velho tem mais dificuldade. E tem sempre alguém que quer ajudar a subir: "Dá a mão aqui, senhor!!!" Hum, dá a mão é o cacete, penso, mas o que sai é um risinho meio sem graça. Sento na pedra para olhar a paisagem, mas a pedra é dura e velho já perdeu a bunda; quando senta, sente os ossos em cima da pedra e tem de trocar de posição a toda hora. E para ver a paisagem não pode deixar de levar os óculos, senão nada vê. Resolvo ficar de pé para economizar os ossos da bunda e logo passa um idiota e diz: "O senhor está muito na beira pode ter uma tontura e cair." Resmungo entre dentes: "Só se cair em cima da sua mãe", mas dou um risinho e digo que esta tudo bem. 

A merda do sol esta demorando a descer, então eu é que vou descer, meus pés já estão doendo e o sol nada. Vou pensando - enquanto desço e o sol não:"Voltar de metrô é mais rápido". Já no metrô, me encaminho para a roleta dos idosos, e lá está um puto de um guarda que fez curso sabe Deus em que faculdade, mas tem olho crítico e consegue saber a idade de todo mundo. Ele olha sério para mim, segura a roleta e diz: "O senhor não tem 65 anos, precisa pagar a passagem."A esta altura do campeonato eu já me sinto com 90, mas, quando ele me reconhece mais moço, me irrompe um fio de alegria e vou todo serelepe comprar o ingresso.

Durante o trajeto, não fui suficientemente rápido para me sentar nos lugares que esvaziavam. Com os pés doendo, fico em pé, já nem lembrando se o sol baixou ou não. Só quero chegar em casa e tirar os sapatos. E aliviar a ligeira dor de barriga se prenuncia. 

Lá pelo centro da cidade, eu me segurando, dou de olhos com uma menina de uns 25 anos que me encarava... Me senti o máximo. Me aprumei todo, estufei o peito, fiz força no braço para o bíceps crescer e a pelanca ficar mais rígida, fiquei uns 3 dias mais jovem. Quando ela ameaçou falar alguma coisa, meu coração palpitou. É agora... 

Joguei um olhar 32 (aquele olhar de Zé Bonitinho), e ela pegou na minha mão e disse: "O senhor me parece tão cansado, não quer se sentar"?

Melhor Idade??? Melhor idade é a puta que te pariu!

Bom final de semana a todos.