JAMAIS PROMETA O QUE VOCÊ NÃO PODERÁ CUMPRIR E JAMAIS DEIXE DE
CUMPRIR O QUE VOCÊ PROMETER.
Há no Brasil 207,6 milhões de
habitantes e 220 milhões de celulares. Se considerarmos também os tablets e
notebooks, termos 306 milhões de aparelhos, o que dá uma média de 1,5 gadget por
habitante. Eu, particularmente, não me lembro de um único gato pingado, entre
meus familiares, amigos e conhecidos, que não tenha um smartphone e que não seja
usuário do WhatsApp.
O que muita gente não sabe é que
toda essa popularidade faz com que os diligentes telefoninhos e o festejado app
mensageiro se tornem um prato cheio para os cibervigaristas — vale lembrar que
o WhatsApp é controlado pelo Facebook, e que, como Mark Zuckerberg deixou claro ao longo
dos últimos anos, proteger a privacidade dos usuários não é prioridade da
empresa.
Qualquer arquivo digital compartilhado por email, pelo Zap, pelo Face, pelo Messenger — e até mesmo por SMS
— pode ser malicioso, e o fato de ter sido enviado por um parente, amigo ou
conhecido do destinatário não garante sua lisura. Além da possibilidade de a
conta do remetente ter sido sequestrada, há o fato de que o conteúdo que “bomba”
nas redes é fruto de compartilhamentos feitos em progressão geométrica. Demais
disso, a bandidagem é mestre em se valer da engenharia social para induzir as
vítimas potenciais a clicar em links, abrir anexos, baixar e instalar aplicativos,
enfim...
Uma maneira de minimizar esses
riscos é optar pela dupla proteção do WhatsApp
— com ela, o aplicativo solicita uma senha de seis dígitos periodicamente; se
alguém “sequestrar” o telefone, precisará desse código para ter acesso às
informações do aparelho. E para verificar se o aplicativo está sendo utilizado
concomitantemente em outros dispositivos, basta você acessar Ajustes > WhatsApp Web/Desktop.
Fique atento às mudanças de código:
se você ativar a exibição de notificações de segurança no WhatsApp, ele vai alertar quando o código de segurança de um
contato mudar — isso ocorre quando o dispositivo é trocado ou formatado, ou
quando o WhatsApp é reinstalado,
ainda que no mesmo aparelho. Se você visualizar um alerta amarelo, ponha suas
barbichas de molho.
Desconfie se alguém lhe pedir
dinheiro, mesmo que seja um parente ou amigo muito próximo, pois é possível que
um cibervigarista tenha invadido o WhatsApp
desse usuário e esteja tentando obter vantagens ilícitas. Não faça nada antes
de se certificar por telefone de que foi realmente o seu parente ou amigo quem fez
o pedido.
Evite emprestar seu telefone a
terceiros. Inúmeros aplicativos têm por função espionar tudo o se passa no seu
celular, como se houvesse uma câmera filmando e enviando para outra pessoa, em
tempo real, tudo o que você faz. Há aplicativos espiões que salvam o histórico
de ligações e gravam as suas conversas, mensagens SMS, localização, e até mesmo o que se passa no ambiente em tempo
real, tantos em áudio quanto em vídeo, sem dar qualquer sinal de que a câmera
e/ou microfone do aparelho estejam sendo usados. E como é fácil e rápido
instalar esses programinhas maliciosos, basta que o aparelho fique alguns minutos
na mão de alguém mal intencionado para que a sua privacidade e segurança sejam seriamente
comprometidas.
Observação: Há diversos
tutoriais na internet ensinando como acessar a webcam de alguém sem que esse
alguém perceba, e não é preciso ser um Einstein
para seguir essas dicas. Embora existam no mercado dezenas de aplicativos que prometem
bloquear o acesso à câmera, o dono do Facebook
prefere “cegar” o sensor, no seu computador pessoal, com fita adesiva. Mesmo
que haja uma luz indicativa, é possível fazer com que a câmera grave vídeos e os
enviem para outra pessoa sem que a luzinha indique que ela esteja em operação.
Via de regra, antivírus não alertam
sobre esses apps, já que quem os instala (os aplicativos, não o antivírus) pode
criar uma passagem de informações que a ferramenta de segurança não consegue
acessar sem intervenção manual. Vídeos no YouTube
que ensinam como operar remotamente câmeras de terceiros contabilizam milhões
de visualizações, deixando claro que há muita gente interessada em usá-los,
seja para espionar o cônjuge ou os filhos, por exemplo, seja para fins
criminosos.
Desconfie quando e se seu plano de dados for consumido mais
rapidamente do que o normal — esses programinhas precisam de acesso à Internet
para enviar as informações ao espião — ou quando a carga da bateria se esgotar
antes do previsto. Cheque sua lista de aplicativos e desinstale qualquer coisa
que lhe desperte suspeitas ou que você não se lembre de ter adicionado
pessoalmente. Se não localizar o aplicativo espião e continuar cismado de que
algo está errado, reverta o telefoninho às configurações de fábrica (isso removerá
todos os aplicativos instalados e anulará quaisquer configurações implementadas
por você ou por terceiros.