sexta-feira, 14 de junho de 2019

HORA DE DIZER ADEUS AO WINDOWS 7


PEDRA QUE ROLA NÃO CRIA LIMO.

O Windows foi lançado em 1985 como uma interface gráfica que rodava no MS-DOS (o sistema operacional propriamente dito), e assim continuou até as versões 3.x. Em 1995, a Microsoft lançou o Win95 — já como um sistema operacional autônomo —, e após seis edições e outras tantas atualizações, deixou de oferecer MS-DOS na modalidade stand alone, embora o tenha mantido nos bastidores do Windows 9.x/Millennium.

O WinXP, lançado em 2001, foi baseado no kernel do Windows NT e já não dependia mais do velho DOS, embora contasse com um interpretador de linha de comando — que foi mantido também nas edições subsequentes e substituído, a partir do Windows 8, pelo PowerShell (note que continua sendo possível convocar o prompt de comando tradicional via menu Executar, bem como devolvê-lo à lista de apps do menu Iniciar (mais detalhes na sequência de postagens iniciada por esta aqui).

O Win 95 foi “o pulo do gato” da Microsoft e o Win98/Se, considerado “o melhor Windows de todos os tempos” até a chegada do XP, já que a edição Millennium, lançada a toque de caixa para aproveitar o apelo mercadológico da virada do século, foi um fiasco de crítica e de público. O Windows Vista, lançado em 2005 com uma pompa digna do nascimento de um príncipe, também não emplacou, o que contribuiu para que o XP ter se tornasse a edição mais longeva do festejado sistema operacional da Microsoft.

O XP reinou absoluto até que o Windows 7, lançado em 2009, mostrasse a que veio. O Windows 8 , lançado em 2012, jamais decolou — nem depois que a Microsoft lhe devolveu, na versão 8.1, o menu Iniciar e outros itens cuja supressão gerou uma avalanche de reclamações. Em meados de 2015, o Windows 10 trouxe duas importantes inovações: a primeira foi sua “promoção a serviço”, e a segunda, o upgrade gratuito para usuários de cópias oficiais do Seven e do Eight. A estratégia funcionou, ainda que a ambiciosa meta de 1 bilhão de usuários não tenha sido atingida até hoje (estimativas recentes da própria Microsoft dão conta de que o Ten já foi adotado por 800 milhões de usuários. A despeito do começo difícil, ele ultrapassou o Seven em fevereiro de 2018, e segue firme e forte rumo a seu quarto aniversário.

Observação: Somadas todas as versões que ainda estão em uso (inclusive XP e Vista, que não são mais suportadas), o Windows detém 79,45% do mercado de sistemas operacionais para PCs, bem à frente da Apple com o OS X, cuja participação é de 14,05%. Segundo dados da Net Market Share, o Win 10 operar em 39,22% dos computadores com Windows, seguido pelo Seven, com 36,90% (o Win 8.1 é o lanterninha, com 4,45%).

O Win 7 completa dez anos daqui a um mês, e deixará de ser suportado pela Microsoft em janeiro do ano que vem, a partir de quando os usuários recalcitrantes voltarão a ser “encorajados” a migrar para o Ten. Em tese, pode-se continuar usando o Seven indefinidamente, mas é bom ter em mente que ele deixará de receber updates de qualidade e correções críticas e de segurança. Para quem não quer ficar desprotegido e não tem planos de bandear para a turma da Maçã (leia-se Apple) ou de adotar uma distribuição Linux, o Win 8.1 pode parecer uma alternativa interessante, sobretudo porque seu suporte estendido vai até 2023, mas eu acho que o Win 10 não só é uma escolha melhor, mas também a melhor escolha.

Mesmo que o período de upgrade gratuito já tenha terminado e que a Microsoft não pretenda reabrir essa janela de oportunidade, basta uma rápida busca na Web para encontrar licenças oficiais do Ten por valores até 80% inferiores ao preço sugerido no site oficial do fabricante. Quanto à adaptação, o design é o que mais diferencia a edição atual do Seven, já que tudo se tornou plano, colorido e quadrado. Os ícones foram simplificados, mas não a ponto de comprometer seu reconhecimento.

Toda mudança provoca um estranhamento inicial, mas bastam algumas horas para o usuário se familiarizar com as alterações mais importantes, sobretudo depois que se acostumar com a assistente virtual Cortana, que faz muito mais do que simplesmente facilitar a localização de conteúdo no computador. O tradicional menu Iniciar não só continua a existir (afinal, errar é humano, mas persistir é burrice, e a Microsoft não tem nada de burra) como ficou mais interativo, a exemplo da Central de Ações, que dá acesso a um sem-número de opções que não existiam nas versões anteriores. O ultrapassado Internet Explorer também se faz presente, embora o Microsoft Edge seja o navegador padrão do sistema.

Observação: Visando estimular a adoção do Edge, a Microsoft dificultou, num primeiro momento, a configuração do Chrome ou outro navegador qualquer como programa padrão, mas a restrição provocou reclamações e a alteração passou a ser possível mediante uns poucos cliques do mouse.

Outra diferença digna de nota é a Windows Store — loja oficial da Microsoft, a partir da qual o usuário pode baixar uma grande variedade apps (pagos e gratuitos) para a plataforma Windows —, que funciona basicamente como a Play Store e a App Store nas plataformas móveis Android e iOS.

Por último, mas não menos importante: computadores que trouxeram o Windows 7 pré instalado pelo fabricante podem estar defasados em termos de hardware, o que dificultará ou inviabilizará a instalação do Windows 10. Portanto, se seu PC já tem anos e anos de estrada, talvez seja o momento de você considerar uma operação casada, ou seja, combinar a adoção do Ten com a aquisição de uma máquina nova, compatível com as exigências dos softwares atuais. Também nesse caso vale a pena pesquisar preços, mas disso o leitor certamente já está careca de saber.