Por volta das 16h00 de ontem, a ministra Rosa Weber concluiu sua sempre confusa exposição de motivos e, num voto imenso, mal lido e com citações que nada tinham a ver com o objeto da discussão,
incluindo um belo poema de Kaváfis, posicionou-se contrária ao comprimento antecipado da pena. Assim, com o placar em 3 a 2 a favor da mantença da jurisprudência atual, claudicante mas ainda vigente, o mestre de cerimônias do cirquinho supremo suspendeu a sessão por 15 minutos.
O intervalo foi mais longo que o previsto, mas sobrou tempo para o ministro Luiz Fux alinhar seu voto aos de Moraes, Fachin e Barroso, e para Lewandowski acompanhar o do relator, a exemplo do que fizera pouco antes a ministra Rosa — que sequer ficou vermelha ao cravar mais um prego no esquife em que jaz a esperança do povo brasileiro no combate efetivo à corrupção e aos corruptos.
Tenho comigo que os motivos que levaram Rosa a decidir como decidiu não são espúrios como os que movem outros togados supremos nessa mesma mesma direção. A magistrada, que a exemplo de Luiz Fux é juíza de carreira (diferentemente de todos os demais supremos togados que atualmente compõem nossa mais alta corte de injustiça), parece ter votado com base em suas convicções, e se estas são retrógradas e totalmente divorciadas da realidade atual e dos anseios da sociedade civil, paciência.
Nunca é demais lembrar que boas intenções pavimentam o caminho que leva ao Inferno — ou ao paraíso, dependendo do lado do balcão em que se está. A decisão da ministra foi como il culo e il cazzo para empresários e políticos corruptos — e para os criminalistas chicaneiros que ganham rios de dinheiro procrastinando o trânsito em julgado das condenações impostas a criminosos abonados.
Resumo da ópera: O placar ainda está a nosso favor, mas, a menos que ocorra uma guinada de 180º, sinais claros de derrota já se delineiam no horizonte. Como o termino do julgamento deve se dar somente na primeira semana de novembro, restam pouco mais de 10 dias para se tentar reverter esse quadro. A bola está com o povo; se ele sabe o que fazer com ela, porém, já é outra conversa.
Há muita revolta de gente boa, decente e bem intencionada em relação aos grupos de caminhoneiros que rogam pragas contra o STF. Cidadãos que defendem sinceramente a paz na vida pública estão alarmados com a escalada da violência verbal, nas redes sociais e fora delas, contra políticos, partidos e magistrados supremos. Aumenta o medo de muitos diante das “milícias virtuais” — como são chamados hoje os que atacam com agressividade as autoridades constituídas. Tudo isso é muito ruim. Mas também é inútil o esforço das mentes equilibradas para ignorar a realidade que todos estão vendo.
O intervalo foi mais longo que o previsto, mas sobrou tempo para o ministro Luiz Fux alinhar seu voto aos de Moraes, Fachin e Barroso, e para Lewandowski acompanhar o do relator, a exemplo do que fizera pouco antes a ministra Rosa — que sequer ficou vermelha ao cravar mais um prego no esquife em que jaz a esperança do povo brasileiro no combate efetivo à corrupção e aos corruptos.
Tenho comigo que os motivos que levaram Rosa a decidir como decidiu não são espúrios como os que movem outros togados supremos nessa mesma mesma direção. A magistrada, que a exemplo de Luiz Fux é juíza de carreira (diferentemente de todos os demais supremos togados que atualmente compõem nossa mais alta corte de injustiça), parece ter votado com base em suas convicções, e se estas são retrógradas e totalmente divorciadas da realidade atual e dos anseios da sociedade civil, paciência.
Nunca é demais lembrar que boas intenções pavimentam o caminho que leva ao Inferno — ou ao paraíso, dependendo do lado do balcão em que se está. A decisão da ministra foi como il culo e il cazzo para empresários e políticos corruptos — e para os criminalistas chicaneiros que ganham rios de dinheiro procrastinando o trânsito em julgado das condenações impostas a criminosos abonados.
Resumo da ópera: O placar ainda está a nosso favor, mas, a menos que ocorra uma guinada de 180º, sinais claros de derrota já se delineiam no horizonte. Como o termino do julgamento deve se dar somente na primeira semana de novembro, restam pouco mais de 10 dias para se tentar reverter esse quadro. A bola está com o povo; se ele sabe o que fazer com ela, porém, já é outra conversa.
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Há muita revolta de gente boa, decente e bem intencionada em relação aos grupos de caminhoneiros que rogam pragas contra o STF. Cidadãos que defendem sinceramente a paz na vida pública estão alarmados com a escalada da violência verbal, nas redes sociais e fora delas, contra políticos, partidos e magistrados supremos. Aumenta o medo de muitos diante das “milícias virtuais” — como são chamados hoje os que atacam com agressividade as autoridades constituídas. Tudo isso é muito ruim. Mas também é inútil o esforço das mentes equilibradas para ignorar a realidade que todos estão vendo.
Uma parte cada vez maior da população não acredita mais que
o Congresso e o Supremo operem com um mínimo de honestidade — está convencida, ao
contrário, que são organizações de proteção ao crime. Nesses momentos, fica
formada uma coisa que a ciência política chamada de “ilegitimidade
institucional” — ou seja, as instituições passam a ser vistas como algo que faz
mal ao bem comum. Não são mais a proteção das pessoas. São as suas inimigas.
A verdade que ninguém fala em voz alta é a seguinte: são as
Forças Armadas, e só elas, que mantém abertos hoje em dia o Congresso e o Supremo. Se dependesse da vontade da maioria dos brasileiros, ambos
já teriam ido para o espaço, pois muito pouca gente está disposta a defender instituições
que se transformaram em lixo, devido à conduta diária de seus membros. Ou
alguém acha que deputados, senadores e ministros do STF são um modelo de virtude?
(Texto de J.R. Guzzo)
Sobrando tempo, assista ao vídeo abaixo (são pouco mais de 2 minutos).
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