NÃO IGNORE O VÍRUS, IGNORE O IGNORANTE.
Voltando à questão dos aplicativos, adicionar programas ao computador e extensões ao navegador é necessário, já que, como vimos, nenhum sistema operacional supre todas as necessidades do usuário em seu dia a dia.
Por outro lado, é preciso ter em mente que vírus,
spywares, adwares e outros códigos nocivos costumam pegar carona com
programas legítimos (sobretudo os freewares). Portanto, instale
somente aquilo que for realmente necessário e dê preferência, sempre que
possível, a serviços online, que são executados a partir do navegador e, portanto, dispensam instalação.
Caso seja inevitável recorrer a um software “residente”, baixe-o do site do fabricante ou de um repositório de boa reputação (mais detalhes no posts publicados nos dias 26 e 27 deste mês). Acompanhe atentamente o processo de instalação ― durante o qual costuma ser possível inibir a instalação de penduricalhos que “fazem parte do pacote” (removê-los a posteriori pode ser trabalhoso ou mesmo exigir a desinstalação do aplicativo). Mas note que nem todas as “instalações casadas” podem ser evitadas; muitas deles acontecem sem que você se dê conta e outras são compulsórias ― ou seja, se você não as aceitar, a instalação não seguirá adiante.
O EULA (sigla de acordo de licença do usuário
final), também conhecido como “licença de software”) visa resguardar
os direitos de propriedade intelectual do desenvolvedor do programa e oferecer informações importantes para o usuário, inclusive sobre questões que envolvem privacidade. Seja devido à grande quantidade de cláusulas, seja porque o contrato nem sempre é
disponibilizado em português, a maioria de nós não se dá ao trabalho de
lê-lo, mas a prudência recomenda não clicar em I agree, Submit, Concordo,
etc. antes de saber com o quê, efetivamente, se está concordando.
Para minimizar os riscos de levar gato por lebre, uma boa ideia é recorrer ao EULAlyzer, que apresenta um relatório rápido e conciso do conteúdo potencialmente perigoso da licença de uso do aplicativo.
O Unchecky
também é uma mão na roda, pois previne “instalações casadas” — como as que
alteram a homepage ou o mecanismo de busca de navegador, adicionam barras de
ferramentas indesejadas e por aí afora. A ferramenta checa cada instalação e exibe uma
lista a partir da qual se pode desmarcar os itens desnecessários, além de emitir um alerta caso o instalador embuta códigos maliciosos ou
potencialmente indesejáveis.
Outra recurso que eu reputo interessante é o NINITE ― um serviço baseado na Web e totalmente gratuito para uso pessoal. Ele é particularmente útil após a reinstalação dos sistema ou a compra de um PC novo. Utilizá-lo é muito simples: basta acessar o site da plataforma, esquadrinhar lista de aplicativos disponíveis (navegadores de Internet, editores de imagens, antivírus, players e compactadores, entre uma miríade de programinhas gratuitos), selecionar aqueles que se deseja instalar, clicar em “Get Installer” e executar o arquivo que será descarregado no computador.
A instalação acontece automaticamente, sem que seja preciso clicar em Next, Avançar, etc. As versões são as mais recentes e, sempre que possível, no mesmo idioma do sistema operacional. E se algum programa da lista já existir no PC e estiver desatualizado, o NINITE se encarrega de fazer o update para a versão mais recente.
Continua no próximo capítulo.