A libertação do delinquente José Dirceu, condenado em segunda instância a 30 anos e 9 meses de
prisão, escancarou a verdade inverossímil: a sala ocupada pela 2ª Turma do Supremo transformou-se numa
gigantesca porta de saída da cadeia. Essa bofetada na cara do país que presta
foi desferida a seis mãos por Gilmar
Mendes, Ricardo Lewandowski e Dias Toffoli. Nenhuma surpresa. Gilmar inaugurou e comanda a primeira
usina de habeas corpus do planeta. Lewandowski
ganhou uma toga por ser filho de uma vizinha de Marisa Letícia. Toffoli
é uma alma subalterna a serviço de Dirceu.
Disfarçados de juízes, os três agem como cúmplices de bandidos de estimação — e enxergam no povo brasileiro
um bando de otários que
só explodem de
indignação quando a seleção vai mal numa Copa do Mundo.
Falando em seleção, no mesmo dia em que o escrete canarinho
venceu a Sérvia por 2 a zero, a defesa de Lula
ingressou com nova ação no STF,
desta vez para questionar a decisão de Fachin
de remeter pedido de liberdade do “paciente” ao plenário, em vez submetê-lo à 2ª Turma. Mais uma vez, o
propósito é obter uma liminar que suspenda a execução provisória da pena e
permita que o criminoso de Garanhuns
aguarde em liberdade a decisão final sobre sua condenação no caso do tríplex do
Guarujá. A justificativa é que, como Fachin
não demonstrou motivos para tirar da 2ª
Turma o pedido de efeito suspensivo da condenação — ou seja, suspensão da
prisão e inelegibilidade até análise de recursos contra condenação nas
instâncias superiores —, restou ferido o princípio constitucional do juiz
natural, porque caberia à turma avaliar a questão.
O colunista J. R. Guzzo, da revista Veja, alerta para os perigos de ministros do Supremo assumirem poderes irrestritos. Ele pondera que, indicados por políticos, suas excelências têm o poder de aplicar ou não as leis e ainda de decidir quais leis são válidas: "Podem ignorar qualquer lei em vigor, recusar-se a aplicar normas legais, não aceitar decisões do Congresso e suprimir procedimentos judiciais. Dizem, é claro, que todas as suas sentenças estão de acordo com as leis — mas são eles, e só eles, que decidem o que a lei quer dizer". E faz um alerta: "Não existe em lugar nenhum do mundo, e nunca existiu, uma democracia em que o tribunal mais alto do Poder Judiciário faz uso da lei para impedir a prestação de justiça. Se as atuais leis brasileiras, como garantem os ministros a cada vez que soltam um ladrão de dinheiro público, os obrigam a transformar o direito de defesa em impunidade, então todo o sistema de justiça está em colapso; nesse caso, o que existe é um Estado de exceção, onde as pessoas que mandam valem mais que todas as outras".
Observação: Diante da artimanha da defesa de Lula, o ministro Fachin desistiu de esperar manifestação da PGR (que teria prazo de 15 dias para se pronunciar) e jogou no colo da
presidente, ministra Cármen Lúcia, a
decisão quanto à data em que a reclamação do molusco será apreciada. Embora
seja improvável, não é impossível que isso ocorra na tarde de hoje, durante a última sessão plenária da Corte neste semestre (devido ao recesso de meio de
ano do Judiciário).
O colunista J. R. Guzzo, da revista Veja, alerta para os perigos de ministros do Supremo assumirem poderes irrestritos. Ele pondera que, indicados por políticos, suas excelências têm o poder de aplicar ou não as leis e ainda de decidir quais leis são válidas: "Podem ignorar qualquer lei em vigor, recusar-se a aplicar normas legais, não aceitar decisões do Congresso e suprimir procedimentos judiciais. Dizem, é claro, que todas as suas sentenças estão de acordo com as leis — mas são eles, e só eles, que decidem o que a lei quer dizer". E faz um alerta: "Não existe em lugar nenhum do mundo, e nunca existiu, uma democracia em que o tribunal mais alto do Poder Judiciário faz uso da lei para impedir a prestação de justiça. Se as atuais leis brasileiras, como garantem os ministros a cada vez que soltam um ladrão de dinheiro público, os obrigam a transformar o direito de defesa em impunidade, então todo o sistema de justiça está em colapso; nesse caso, o que existe é um Estado de exceção, onde as pessoas que mandam valem mais que todas as outras".
Prossegue o jornalista: “Esqueça
por um momento, se for possível, as ordens do STF que mais uma vez mandaram soltar José Dirceu, o príncipe do PT
condenado a 30 anos e nove meses de cadeia por corrupção, além de outros dois
colossos da vida pública nacional — um, do PSDB,
é acusado de roubar merenda escolar e o outro é tesoureiro do PP. (Só isso: tesoureiro do PP. Não é preciso dizer mais nada.) Faz
sentido um negócio desses? Claro que não. Não existe na história do Judiciário
brasileiro nenhum réu condenado a mais de 30 anos de prisão por engano, ou só
de sacanagem; dos outros dois nem vale a pena falar mais do que já se vem
falando há anos. Mas a questão, à esta altura, já não é o que cada um deles fez
ou é acusado de ter feito no mundo do crime — a questão é o que estão fazendo
os ministros supremos que abriram a porta da cadeia para os três, e
virtualmente para todo o sujeito que hoje em dia é condenado por roubar o
erário neste país. Os ministros, pelo que escrevem nas suas sentenças,
decidiram na prática que ninguém mais pode ser preso no Brasil por cometer
crimes de corrupção. Tudo bem, mas há uma pergunta que terá de ser respondida
uma hora qualquer: é possível existir democracia num país onde Gilmar Mendes, Antonio Dias Toffoli, Ricardo
Lewandowski e Marco Aurélio Mello,
com a ajuda de algumas nulidades assustadas e capazes de tudo para remar a
favor da corrente, decidem o que é permitido e o que é proibido para 200
milhões de pessoas?”
É hora de mostrar aos semideuses de araque que a paciência
dos honestos acabou.
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