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terça-feira, 31 de maio de 2016

MAIS SOBRE LULA E A DELAÇÃO DE PEDRO CORRÊA
MAIS SOBRE LULA E A DELAÇÃO DE PEDRO CORRÊA
O ex-presidente petralha pediu ao STF acesso aos termos da delação premiada que Pedro Corrêa negocia com a Lava-Jato. Em seus depoimentos, conforme revelou VEJA, o ex-deputado afirma que Lula gerenciou pessoalmente o esquema de corrupção na Petrobras, da indicação dos diretores corruptos da estatal à divisão do dinheiro desviado entre os políticos e os partidos, além de citar nominalmente deputados, senadores, ministros, ex-ministros e um governador ― todos, segundo ele, atolados até os beiços no lamaçal do petrolão.
Num depoimento explosivo, em que confessa ter usado a política para negociar propina por mais de três décadas e desviado dinheiro de quase 20 órgãos do governo, Corrêa ― que foi condenado também no escândalo do mensalão ― dá conta de que Lula negociou com caciques do PP a distribuição de propina em contratos na Diretoria de Abastecimento da Petrobras, comandada por Paulo Roberto Costa (que, segundo o petista, “era muito grande e que tinha que atender aos outros aliados, pois o orçamento era muito grande e a diretoria era capaz de atender todo mundo”). Demais disso, o delator teria se reunido com a cúpula do PMDB (leia-se Renan CalheirosAníbal GomesEduardo Cunha e Romero Jucá, dentre outros líderes) para buscar o melhor entendimento na arrecadação da propina, e que, uma vez acertados os termos com os peemedebistas, os negócios a partir de 2006 começaram a fluir (no encontro, os caciques do PMDB pediram US$18 milhões em propinas para apoiar a permanência de Costa e Cerveró na Petrobras, que deveriam ser pagos a tempo de financiar a campanha eleitoral de 2006, mas acabaram recebendo “apenas”US$6 milhões.
Trechos da delação envolvem também o atual ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves ― que ficava com parte de tudo o que era arrecadado pelo esquema do PMDB ―Eduardo Cunha ― que recebeu parte do US$6 milhões ―, Edison Lobão ― que tinha participação nos contratos com as grandes empreiteiras ―, Geddel Vieira Lima ― responsável pela indicação de Delcídio do Amaral, que era do PT, para uma diretoria da Petrobras no governo FHC ―, e o próprio Delcídio ― que cobrava propina junto às empresas que tinham negócios na diretoria e depois repassava uma parte para o PMDBe outra parte para o PP.
Nas 132 páginas e 72 anexos da delação, aparecem ainda José Dirceu e Alexandre Padilha ― que, segundo o delator, receberam propina do Laboratório SEM ―, o senador Aécio Neves ― que teria negociado pagamentos para seu partido numa obra de Furnas ―, além de Aldo RebeloAlfredo NascimentoAloízio Mercadante e Augusto Nardes. Afirma também o delator que propinas eram cobradas de empresas participantes do programa Minha Casa Minha Vida ― uma das marcas do governoDilma ―, que a presidanta teria pedido apoio financeiro a Paulo Roberto Costa durante sua campanha à reeleição; que o então ministro Jaques Wagner teria recebido dinheiro de empresas ligadas ao petrolão; que o deputado José Guimarães teria recebido propina por contratos com o Banco do Nordeste; que o deputado Paulo Maluf (surpresa!!!) teria recebido R$20 milhões do petrolão para atrapalhar as eleições municipais de Sampaem 2004; que Roseana Sarney teria recebido dinheiro sujo para suas campanhas, e que o senador peemedebista Valdir Raupp teria um esquema de arrecadação de propina com o Banco do Brasil.
Dentre os citados, houve quem negasse os atos espúrios ― e só a Velhinha de Taubaté acreditou ― e os que preferiram não se manifestar. No que concerne à “alma viva mais honesta do Brasil”, o Instituto Lula afirmou que o delator apresentou uma "narrativa falsa" para não cumprir sua pena na Lava-Jato. Believe it or not.
A delação de Pedro Corrêa aguarda homologação pelo STF, e o juiz Moro já tem uma cela prontinha para... Bom, deixa pra lá.

domingo, 29 de maio de 2016

EM CALHAMAÇO DE 132 PÁGINAS COM 72 ANEXOS, PEDRO CORRÊA DETALHA DE MANEIRA CONTUNDENTE O ENVOLVIMENTO DE LULA NO PETROLÃO


EM CALHAMAÇO DE 132 PÁGINAS COM 72 ANEXOS, PEDRO CORRÊA DETALHA DE MANEIRA CONTUNDENTE O ENVOLVIMENTO DE LULA NO PETROLÃO

Entre todos os corruptos presos na Operação Lava-Jato, o ex-deputado Pedro Corrêa é, de longe, o que mais aproveitou o tempo ocioso para fazer amigos atrás das grades.
Político à moda antiga, expoente de uma família rica e tradicional do Nordeste, Corrêa, conhecido pelo jeito bonachão, conseguiu o impressionante feito de arrancar gargalhadas do sempre sisudo juiz Sergio Moro quando, em uma audiência, se disse um especialista na arte de comprar votos. Falou de maneira tão espontânea que ninguém resistiu.

Confessar crimes é algo que Correa ―  o primeiro político a se apresentar ao Ministério Público para contar o que sabe em troca de redução de pena ― vem fazendo desde que começou a negociar um acordo de delação premiada, há quase um ano. Durante esse tempo, ele prestou centenas de depoimentos. Deu detalhes da primeira vez que embolsou propina por contratos no extinto INAMPS, na década de 70, até ser preso e condenado a vinte anos e sete meses de prisão por envolvimento no petrolão, em 2015; admitiu ter recebido dinheiro desviado de quase vinte órgãos do governo, de bancos a ministérios, de estatais a agências reguladoras, num inventário de quase quarenta anos de corrupção.

VEJA teve acesso aos 72 anexos de sua delação, que resultam num calhamaço de 132 páginas. Ali está resumido o relato do médico pernambucano que usou a política para construir fama e fortuna. Com sete mandatos de deputado federal, Corrêa detalha esquemas de corrupção que remontam aos governos militares e à breve gestão de Fernando Collor, passando por FHC, até chegar à era petista. Ele aponta como beneficiários de propina senadores, deputados, governadores, ex-governadores, ministros e ex-ministros dos mais variados partidos e até integrantes do Tribunal de Contas da União.

Além de novos personagens, Corrêa revela os métodos. Conta como era discutida a partilha de cargos no governo Lula e, com a mesma simplicidade com que confessa ter comprado votos, narra episódios, conversas e combinações sobre pagamentos de propina dentro do Palácio do Planalto, detalha como Lula gerenciou pessoalmente o esquema de corrupção da Petrobras ― da indicação dos diretores corruptos da estatal à divisão do dinheiro desviado entre os políticos e os partidos ― e descreve situações em que o petralha tratou com os caciques do PP sobre a farra nos contratos da Diretoria de Abastecimento da Petrobras, comandada por Paulo Roberto Costa, o Paulinho.

Uma das passagens mais emblemáticas, segundo o delator, se deu quando parlamentares do PP se rebelaram contra o avanço do PMDB nos contratos da diretoria de Paulinho. Um grupo foi ao Palácio do Planalto reclamar da “invasão”, e Lula, de acordo com Corrêa, passou uma descompostura nos deputados dizendo que eles “estavam com as burras cheias de dinheiro” e que a diretoria era “muito grande” e tinha de “atender a outros aliados, pois o orçamento” era “muito grande” e a diretoria era “capaz de atender todo mundo”. Os caciques pepistas só se conformaram quando o “chefe” garantiu que a maior parte das comissões seria do PP, dono da indicação do Paulinho.

Se Corrêa estiver dizendo a verdade, seu testemunho é o mais contundente até aqui sobre a participação direta do sumo sacerdote da Petelândia no propinoduto da Petrobras. Todavia, para a militância asina, Lula é, realmente, a “alma viva mais honesta desse país.

Para concluir, faço aqui um aparte: A VERDADE POSSUI TRÊS ESTÁGIOS: NO PRIMEIRO, ELA É RIDICULARIZADA, NO SEGUNDO, REJEITADA COM VIOLÊNCIA, E NO TERCEIRO, ACEITA COMO SENDO EVIDENTE POR SI MESMA. Pena que a capacidade limitada de raciocínio dos petistas não lhes permita chegar ao terceiro estágio. Felizmente, burrice não dói. Se doesse, os urros desses apedeutas seriam ainda mais insuportáveis do que as asnices que eles não se se cansam de zurrar.

(Clique aqui para acessar o texto de Reinaldo Azevedo que deu origem a esta postagem e leia a íntegra da matéria na edição de Veja desta semana).

Bom domingo a todos.