LIFE IS SHORT,
GO NUTS!
WhatsApp e Telegram são ambos aplicativos
mensageiros, mas cada qual funcionam à sua maneira. O Telegram é mais parecido com o Facebook
Messenger e com o Skype do que
com o Zap, mas isso já é outra
conversa. Para ficar num rápido comparativo, temos que:
— O código-fonte do WhatsApp
é fechado (ou proprietário), ao passo que o do Telegram é aberto (embora seja protegido por forte criptografia nos
servidores).
No Zap, as
mensagens são encriptadas e salvas no telefone do usuário; no Telegram, elas seguem abertas e são
armazenadas na “nuvem” de servidores online que a empresa mantém espalhados
pelo mundo. Esse histórico só é excluído sob demanda ou quando o usuário deixa
de acessar o aplicativo por 6 meses (ou outro período definido pelo próprio
usuário).
O WhatsApp não
permite ativar a conta em mais de um aparelho com o mesmo número, e ainda que o
modo WhatsApp Web possa ser acessado
pelo computador, ele só funciona se o smartphone estiver ligado e conectado à Internet.
Já o Telegram não limita o uso a um
dispositivo que atue como central — ou seja, a mesma conta pode ativada
simultaneamente em vários aparelhos —, e o modo Telegram Web funciona mesmo
com o celular desligado ou ligado, mas não conectado à Internet. Isso é cômodo,
pois permite ao usuário que esquecer o telefone em casa ou ficar sem bateria,
por exemplo, dar sequência às conversas a partir de outro dispositivo
(smartphone, tablet ou PC), mas a questão é que comodidade e segurança não andam de mãos dadas.
No WhatsApp,
também é possível salvar o histórico das conversas “em nuvem”. No entanto, ao
contrário do que ocorre não Telegram,
isso não é feito por padrão — ou seja, o usuário precisa ativar o recurso —, e
histórico não é armazenado nos servidores do Zap, mas sim salvos num arquivo criado no Google Drive, no caso do sistema operacional do smartphone ser o Android, ou no iCloud, caso seja o iOS.
Demais disso, para aceder a esse histórico é preciso ter acesso à conta no
aplicativo e fornecer a senha que protege o arquivo no Google Drive ou no iCloud,
conforme o caso. Assim, se sua conta no WhatsApp
for sequestrada, o criminoso pode até se passar por você, mas só botará as
patas no seu histórico de conversas se conseguir descobrir a senha que você
criou.
No Telegram, se
não tiver acesso físico a um smartphone desbloqueado e conectado ao serviço, o
invasor pode tentar se passar pelo dono da linha e pedir a transferência para
outro chip com o mesmo número (clonagem).
Pode também recorrer ao "phishing"
(mais detalhes nesta postagem) para infectar o
dispositivo-alvo com algum tipo de software malicioso (trojan, spyware etc.),
mas a maneira mais simples é se aproveitar de um descuido do dono do aparelho —
que precisa estar ligado e com o programa aberto — para obter um código de
ativação e autenticar o acesso em seu próprio dispositivo. Se conseguir, ele
terá acesso total à conta, podendo visualizar o histórico armazenado em nuvem a
partir de qualquer dispositivo — e causar um problemão danado ao legítimo usuário
do aplicativo.
Observação: Já perdi a conta de quantas postagens publiquei
sobre como criar senhas fortes e fáceis de memorizar, mas não custa lembrar que
de nada adianta uma senha complexa, que um cracker levaria meses ou anos para
quebrar, se você a anotar num post-it e grudá-lo na moldura da tela do seu
monitor.
No WhatsApp, a
maneira mais fácil de obter acesso às mensagens antigas de outra pessoa é
iniciando uma sessão no WhatsApp Web,
mas, como já foi dito, além de acesso completo ao celular, é preciso saber a
senha do arquivo criado nos servidores do Google
ou da Apple, conforme a plataforma. E
isso no caso de esse backup existir, pois, também como já foi dito, o usuário
só o cria se quiser. Já no Telegram,
quem obtiver acesso à linha do telefone e conseguir ativar a conta poderá
visualizar o histórico de mensagens.
Observação: Claro que tanto num caso como no outro há
maneiras mais sofisticadas de se obter acesso não autorizado às conversas, mas
elas envolvem um grau de expertise que foge aos usuários comuns e ao escopo
desta despretensiosa abordagem.
Continua na próxima postagem.