CERTAS PESSOAS
SÃO COMO NUVENS: BASTA QUE ELAS SUMAM PARA O DIA FICAR LINDO.
Devido à importância do tema em assunto, resolvi interromper a sequência sobre o desempenho do computado para publicar o texto a seguir. Amanhã volto com mais uma capítulo daquela novela.
Na última sexta-feira, 12, um “ataque hacker” de proporções preocupantes atingiu diversas companhias de infraestrutura da Europa, com destaque para a Espanha, mas também afetou empresas em uma centena países, ainda que em menor grau. No Brasil, um bom exemplo é Telefónica-Vivo, que depende da infraestrutura holding espanhola ― a qual teve 85% de seus computadores afetados no país sede. Também foram afetados os Bancos Santander e BBVA.
Em essência,
trata-se de um mega ataque ransomware ― modalidade de ataque
digital na qual os cibercriminosos pedem resgate (neste caso específico, o
valor é de 300 bitcoins por máquina)
para liberar os sistemas bloqueados, sob pena de apagar definitivamente os
dados criptografados (o pagamento deve ser feito até o próximo dia 19).
O software
usado no ataque ― uma versão do ransomware WannaCrypt
― se aproveita de vulnerabilidades no Windows
e é executado remotamente. A Microsoft
liberou uma correção de emergência no Microsoft Security Advisory e
recomenda aos usuários a pronta atualização de seus sistemas.
O ataque
assumiu proporções tamanhas que a Intel
publicou uma página onde se pode acompanhar em tempo real a disseminação da praga. Ainda não se
sabe que são os autores do ataque, mas a imprensa internacional já divulgou que
eles teriam relacionamentos com a China.
Fonte: Canaltech
SOBRE LULA E A SUPOSTA FALTA DE PROVAS
O que a mídia e as
redes sociais chamaram de “embate do século” ― algo como um Fla-Flu em
decisão de campeonato ― foi apenas uma audiência, um rito processual normal.
Por outro lado, não se nega a indiscutível projeção que o evento adquiriu, até
porque envolve uma figura emblemática (ou duas, se considerarmos como tal o
juiz Sergio Moro).
Lula, em sua
megalomania patológica, se acha um semideus, alguém acima do bem e do mal,
idolatrado pela patuleia ignara e visto como o salvador da pátria por uma
parcela expressiva da população. Mas alguns o veem como ele realmente é: um
corrupto cínico, mentiroso e parlapatão, cuja única esperança de escapar da
Justiça Penal consiste em tornar a se eleger presidente da Banânia. Nem mesmo
sua admirável consegue atenuar o fato de que ele é réu em cinco ações penais
(três delas no âmbito da Lava-jato) e acusado de crimes como corrupção (17
vezes), lavagem de dinheiro (211 vezes), tráfico de
influência (4 vezes), organização criminosa (3 vezes)
e obstrução da Justiça (1 vez) ― se condenado por todos esses crimes,
Lula precisaria reencarnar diversas vezes cumprir integralmente as
penas.
Enquanto os
apoiadores atávicos reverenciam os discursos populistas do petista como fossem
uma epifania, o juiz Moro ― que na analogia criada pela mídia
e pelas redes sociais ocupa o campo adversário ou o corner oposto do ringue,
conforme o caso ― segue o princípio socrático segundo o qual um
juiz deve ouvir cortesmente, responder sabiamente, considerar sobriamente
e decidir imparcialmente. Logo no início da audiência, o magistrado
procurou tranquilizar o réu ― que mal conseguia disfarçar seu nervosismo ―
prova disso foi ele abrir e fechar sistematicamente as hastes dos óculos ao
longo das quase 5 horas de depoimento, mesmo depois de Moro deixar
claro que nada tinha de pessoal contra ele, que iria julgá-lo com a devida
isenção e à luz dos elementos probatórios ― além de descartar a hipótese de
pedir sua prisão ao final da audiência (possibilidade que ganhou vulto nas
redes sociais e foi largamente especulada por jornalistas e blogueiros mal
informados).
Curiosamente, Lula
se comportava como se sofresse de transtorno dissociativo de identidade (não
confundir com esquizofrenia), alternando entre diversas personalidades ao responder
perguntas do magistrado e dos membros do ministério público. E ainda que tenha
aberto mão do direito de permanecer calado, o petista usou e abusou de evasivas
e mentiras (vale frisar que, na condição de réu, o depoente não pode
ser acusado de perjúrio se faltar com a verdade, até porque ninguém está
obrigado a produzir prova contra si mesmo). A frase “eu não sei” foi repetida
82 vezes, e respostas como “me parece”, “quem sabe”, “talvez”, “não me lembro”
se sucederam com irritante regularidade. Aliás, ele disse não se lembrar de uma
porção de fatos, mas sua memória de elefante aflorava sempre que a pergunta
remetia a situações que não o comprometiam diretamente. Outro expediente de que
se valeu largamente foi atribuir a terceiros as acusações que lhe são imputadas
― ao culpar a finada esposa pela compra e reformas do tríplex, Lula
demonstrou absoluta falta de sensibilidade e um oportunismo que só não chegou a
espantar porque, meses atrás, ele já havia transformado o caixão da mulher em
palanque e seu funeral em comício.
Sem argumentos para
contestar as acusações (afinal, os fatos não mentem, e é praticamente
impossível defender o indefensável), sua insolência adotou como
estratégia de defesa negar sempre e nunca se explicar, atacar
o ministério público, encenar o papel de vítima, reclamar de uma suposta
perseguição por parte da mídia e tentar desacreditar todos que não seguem sua
cartilha. Mesmo assim, caiu em contradições primárias, chegando a dizer que
as reformas da cozinha pagas pela OAS não se referiam ao tríplex,
mas ao sítio de Atibaia (cuja propriedade ele sempre negou). À turba de
admiradores, o petralha se dizia pronto a comparecer sempre que a Justiça o
chamasse a depor, já que nada tinha a esconder. Entretanto, nos bastidores, seus
advogados trabalhavam febrilmente para tentar adiar a audiência e retardar o
andamento do processo com recorrentes pedidos de habeas corpus protelatórios
― que foram todos devidamente barrados pelo TRF-4 e pelo STJ.
Mesmo após a
divulgação dos depoimentos de Renato Duque e, mais
recentemente, do casal de marqueteiros João Santana e Mônica
Moura, o molusco eneadáctilo insiste em não reconhecer a existência de
provas contra si. Afirma que seus acusadores são mentirosos e que tudo não
passa de um complô para impedi-lo de concorrer novamente à presidência. E a
patuleia vassala se curva reverencialmente a essa inominável aleivosia, como se
estivesse diante de uma epifania ― o que também não chega a espantar, já que
militantes incorrigíveis, seguidores e compinchas de rolo do petralha não
veriam provas contra seu amado líder nem que elas desfilassem diante de seus
olhos como um bloco carnavalesco.
Mas provam não
faltam, e o conjunto probatório deverá ser robustecido pela delação de Palocci,
que, em depoimento ao juiz Moro, disse ter conhecimento de fatos e
dispor de recibos, extratos bancários, emails e outros documentos que dariam à
Lava-Jato mais um ano de trabalho. Ele até havia contratado um
escritório de advocacia especializado em negociar acordos de colaboração com a
Justiça, mas recuou quando o trio assombro do STF soltou José
Dirceu, a pretexto de uma pretensa cruzada contra as prisões preventivas
excessivamente longas da Lava-Jato ― que vêm se mostrando fundamentais para
estimular as delações e sem as quais o ministério público ainda estaria
engatinhando no esclarecimento do maior escândalo de corrupção da nossa
história. Aliás, antes de Dirceu, o mesmo trio calafrio havia
despachado para casa o pecuarista José Carlos Bumlai,
ex-consiglieri do Clã Lula da Silva, e o empresário Eike
Batista, tido por Lula e Dilma como “a
cara do Brasil”, mas que deverá pagar fiança de R$ 52 milhões se quiser
continuar respondendo aos processos em liberdade.
Observação: Conforme
eu já disse em outras oportunidades, colocar o guerrilheiro de araque em
liberdade provisória foi uma afronta à sociedade. Primeiro, porque a
presunção de inocência fica fragilizada pela sentença condenatória (Dirceu já
foi condenado em primeira instância a penas que, somadas, passam de 30 anos de
prisão); segundo, porque representa um grave risco, tanto pela gravidade quanto
pela reiteração dos crimes praticados, sem mencionar a influência que o
“cumpanhêro” tem no sistema político-partidário.
Fato é que Palocci parece
ter repensado o assunto depois que o ministro Fachin negou
liminarmente seu pedido de habeas corpus e encaminhou o
assunto ao plenário do STF (em vez de submetê-lo à segunda
turma). Consta que o escritório de Adriano Brettas, em Curitiba,
está encarregado de negociar o acordo de colaboração, que para o PT é uma
“pá de cal”, pois pode confirmar informações da Odebrecht e,
principalmente, do casal João Santana e Mônica Moura.
A própria agremiação acredita que Palocci irá colaborar,
já que ele é tido como um “homem de negócios”, diferentemente de Mantega e Vaccari,
que são considerados “homens do partido”.
Volto a dizer que
provas contra Lula existem aos montes, como veremos em
detalhes numa próxima postagem. Se você acha que não, uma extensa matéria publicada na semana
passada pela revista Época pode fazê-lo rever seus
conceitos ― a não ser que você faça parte daquela seleta confraria que bebe as
palavras de sua insolência; aí não há o que fazer, é caso perdido e ponto
final.
Confira minhas atualizações diárias sobre
política em www.cenario-politico-tupiniquim.link.blog.br/
Atualização (10h15):
O juiz Sérgio Moro negou o pedido de oitiva de novas testemunhas no processo em que Lula foi ouvido na última quarta-feira. Assim, depois que as partes interessadas ― MPF, Petrobras e advogados de defesa ― apresentarem suas alegações finais, os autos ficarão conclusos para sentença (ou seja, a decisão pode sair antes ainda do que se previa. Diferentemente do que esbravejou para a plateia de apoiadores ao final da audiência em Curitiba, o molusco asqueroso confidenciou a aliados estar convicto de que será condenado. Quando lhe convém, sua insolência sabe das coisas.
Atualização (10h15):
O juiz Sérgio Moro negou o pedido de oitiva de novas testemunhas no processo em que Lula foi ouvido na última quarta-feira. Assim, depois que as partes interessadas ― MPF, Petrobras e advogados de defesa ― apresentarem suas alegações finais, os autos ficarão conclusos para sentença (ou seja, a decisão pode sair antes ainda do que se previa. Diferentemente do que esbravejou para a plateia de apoiadores ao final da audiência em Curitiba, o molusco asqueroso confidenciou a aliados estar convicto de que será condenado. Quando lhe convém, sua insolência sabe das coisas.