Mostrando postagens com marcador depoimento. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador depoimento. Mostrar todas as postagens

quinta-feira, 27 de dezembro de 2018

OS INIMIGOS DO POVO — ONDE ESTÁ FABRÍCIO - WALLY - QUEIROZ?



Coisa que não falta no Brasil é ministro supremo dando piti sempre que alguém critica abertamente a Corte, seus membros e o Judiciário como um todo. Não faz muito tempo, Ricardo Lewandowski, o impoluto, mandou a PF deter um passageiro que, durante um voo de São Paulo para Brasília, ousou externar sua opinião sobre o STF. Aí, às vésperas do Natal, vem a notícia de que Suzane Von Richthofen e Anna Carolina Jatobá — a primeira, condenada a 29 anos de prisão por matar os pais, e a segunda, a 26 anos e oito meses por participar do assassinato da enteada — foram beneficiadas pela saída temporária de Natal e Ano Novo e ficarão em liberdade por 10 dias! Sem comentários!

Mudando de pato para ganso, corrupção deve ser mesmo uma doença séria, que demanda cuidados médicos intensivos. Prova disso é o fato de o ex-assessor dos Bolsonaro, Fabrício Queiroz, não ter se comparecido (pela segunda vez; primeiro na quarta, 19, depois na sexta, 21) à oitiva convocada pelo Ministério Público do Rio de Janeiro, a pretexto de uma “inesperada crise de saúde”.

Observação: Em atenção a quem chegou de Marte recentemente cumpre esclarecer que Queiroz foi assessor de gabinete e motorista do deputado/senador eleito Flávio Bolsonaro e está sumido desde que o COAF identificou movimentações financeiras atípicas em sua conta bancária. Isso fez crescerem as suspeitas da prática de pedágio (também conhecida como mensalinho ou rachid, mediante a qual os políticos engordam os próprios salários garfando parte da remuneração dos assessores parlamentares) no gabinete do filho do capitão na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro.  

Segundo seu advogado, "Queiroz precisou ser internado para realização de um procedimento invasivo com anestesia, o que será devidamente comprovado, posteriormente, através dos respectivos laudos médicos" (que serão apresentados até o próximo dia 28). Outras diligências da investigação serão realizadas, incluindo a oitiva dos familiares do fujão, no dia 8 de janeiro, e de outros funcionários de Flávio Bolsonaro na ALERJ, em data a ser designada. O MPRJ informou ainda que outros parlamentares citados no relatório do COAF procuraram espontaneamente a instituição para apresentar seus esclarecimentos. A investigação, que é sigilosa, está sendo conduzida pelo Grupo de Atribuição Originária em Matéria Criminal.

De acordo com Flávio Bolsonaro, quem tem de esclarecer os fatos é Queiroz: "Pela enésima vez, não posso ser responsabilizado por atos de terceiros e não cometi nenhuma ilegalidade. O ex-assessor é quem deve dar explicações. Todos da minha equipe trabalham e a prova de que o gabinete funciona bem são minhas crescentes votações", postou o deputado numa rede social. A questão é que o sujeito tomou chá de sumiço, e o MP-RJ convidou o deputado a prestar esclarecimentos sobre o caso no dia 10 de janeiro. 

Quando há justificativa, os fatos falam. Quando não há, as versões sussurram e as suspeitas prosperam. Queiroz — que, segundo seu ex-chefe, teria uma “história plausível” — está internado em hospital incerto e não sabido, o que sugere muita coisa, menos uma “história plausível”. Ainda que as movimentações em si não representem necessariamente atos ilícitos, o fulano tem muito a explicar.

Segundo matéria publicada na Veja desta semana, tudo conspira para uma suspeita: o deputado Flavio Bolsonaro cobrava pedágio dos servidores do seu gabinete e a intermediação era operada por Queiroz. É apenas uma suspeita, mas que ganha vulto devido ao silêncio tumular do ex-assessor e pelas declarações claudicantes dadas pelos Bolsonaro. Se for comprovada a cobrança de pedágio, diz a reportagem, a bandeira da ética da família presidencial ficará rota mais cedo do que se pensava.

ATUALIZAÇÃO:

No dia seguinte ao do Natal, Queiroz reapareceu tão misteriosamente quanto havia sumido e falou em público pela primeira vez. Em entrevista ao SBT, ele negou ser laranja e atribuiu o dinheiro a negócios com venda de carros, mas não explicou os depósitos feitos em sua conta por funcionários do gabinete e familiares empregados por Flávio Bolsonaro e pelo presidente eleito. A esse respeito, afirmou que só falará ao MP, mas, mesmo sem entrar em detalhes, adiantou que a movimentação financeira suspeita era proveniente de negócios paralelos que fazia, como compra e venda de automóveis. “Sou um cara de negócios. Eu faço dinheiro, compro carro, revendo carro... Sempre fui assim, gosto muito de comprar carro de seguradora. Na minha época, lá atrás, comprava um carrinho, mandava arrumar e revendia”. 

Perguntado sobre os depósitos feitos em favor da futura primeira-dama, o ex-assessor disse que "o presidente já esclareceu; tinha um empréstimo de R$ 40 mil, foram 10 cheques de R$ 4 mil, nunca depositei R$ 24 mil". Disse ainda que "jamais fugiu", mas que chegou a achar que seria preso. E que pediu exoneração para cuidar de sua reforma (ele é suboficial da Polícia Militar) e tratar de seu problema de saúde (supostamente um câncer no intestino).

O silêncio de Queiroz pode ser eficaz para quem olha para o tempo político”, diz Elio Gaspari em artigo publicado na Folha. “É suicídio porque esse tempo nada tem a ver com o do Ministério Público. Os procuradores não têm pressa, têm perguntas. Se ele movia tanto dinheiro porque transacionava com mercadorias, deverá dizer de quem as comprava e para quem as vendia”. 

A esperança de que Queiroz passe pelo Ministério Público administrando um silêncio seletivo é suicida. E o problema é ele “suicidar” alguém mais que ele próprio.

quinta-feira, 15 de novembro de 2018

AINDA SOBRE O AUMENTO DO JUDICIÁRIO E O DEPOIMENTO DE LULA À JUÍZA SUBSTITUTA GABRIELA HARDT.



Como se não bastasse a síndrome do macaco (se você não sabe do que se trata, siga este link e confira a foto que eu publiquei no final do texto), um feriadão que se estende de quinta-feira até a terça da semana seguinte é um prato cheio para a galera que quer (e pode) viajar, deixando às moscas minhas postagens sobre política, políticos e outros temas indigestos que tais. Então, para não gastar boa vela com mau defunto, limito-me a comentar alguns fatos que reputo importantes.

Ainda há chances de o presidente Michel Temer vetar o vergonhoso aumento salarial autoconcedido pelos ministros do Supremo e aprovado a toque de caixa por um Senado apinhado de corruptos (38 são réus ou investigados pela Justiça) e/ou em fim de mandato (dos 54 senadores eleitos em 2010, 32 tentaram se reeleger e só 8 conseguiram). Devido ao efeito cascata desse atentado contra o Erário, o déficit público deve aumentar entre 4 e 6 bilhões de reais já no ano que vem. Mas a “boa notícia” é que Temer tem prazo até o próximo dia 28 para decidir se veta ou não, de modo que ainda há tempo de você fazer suas apostas.

Volto a frisar que o “reajuste” de R$ 33,7 mil para R$ 39,3 mil — imprescindível, na opinião sempre isenta do ministro Lewandowski, para pôr fim à “situação de penúria” em que vivem juízes aposentados e pensionistas com o com o salário atual — foi aprovado por folgada maioria na sessão convocada pelo (ainda presidente do Senado) Eunício Oliveira — que os eleitores cearenses desobrigaram de cumprir mais um mandato de oito anos na Casa —, e que foi de Lewandowski a iniciativa de pleitear o aumento — que a ministra Cármen Lúcia se recusou a pautar enquanto presidiu a Corte, mas que Toffoli não só se apressou em encaminhar ao plenário, mas também se empenhou pessoalmente em garantir a aprovação no Senado, como dá conta esta matéria do jornal Valor

Toffoli, que a exemplo de Lewandowski ascendeu ao STF com as bênçãos de Lula (mas sem jamais ter sido aprovado num concurso para juiz de primeira instância), tentou amenizar a dureza da medida impopular que exigia de políticos cuja liberdade depende de sua penada autocrática com uma compensação: em troca, o ministro e seus colegas de regabofe negariam a si mesmos, aos demais magistrados e a outros membros da casta dos marajás do serviço público, o benefício do auxílio-moradia.

Portanto, é importante anotar os nomes dos senadores que legalizaram essa vergonha — a começar pelo autor da tramoia, Eunício Oliveira — e se lembrar de esquecê-los nas próximas eleições que eles porventura venham a disputar.

Observação: Como o depoimento de Lula à juíza substituta Gabriela Hardt terminou quando já eram quase 18h00 e eu já etava concluindo este texto, vou publicar o link para o vídeo link para o vídeo e deixar para comentar o assunto oportunamente. 

Bom feriado a todos.

quinta-feira, 14 de setembro de 2017

O DONO DA VERDADE


O primeiro depoimento de Lula ao juiz Moro, em maio passado, durou quase 5 horas; o de ontem, pouco mais de duas horas. Da primeira vez, centenas de ônibus fretados pelo PT despejaram dezenas de milhares de “militantes” em Curitiba; ontem, havia mais policiais do que manifestantes no entorno da 13ª Vara Federal. Talvez por já ter sido condenado a 9 anos e 6 meses de prisão, Lula estava bem mais irritadiço na tarde de ontem, e Moro, com menos paciência para aturar o proselitismo arrogante do petista (para assistir ao vídeo, clique aqui). Questionado sobre sua sentença no processo que trata do tríplex no Guarujá, Moro interrompeu o discurso midiático do petralha e recomendo-lhe que levasse seus questionamentos ao TRF4, onde os recursos interpostos pelas partes aguardam julgamento.

Depois de deixar o prédio da Justiça Federal, o demiurgo de Garanhuns participou de um ato público na região central da capital paranaense, onde uma claque composta majoritariamente por integrantes do MTST estava a postos para aplaudir seu ramerrão. Num discurso de pouco mais de 15 minutos, repetiu a mesma retórica de sempre, alegando ser inocente e alvo de uma manobra das “elites” para não ser candidato em 2018 ― como se os seis processos, três denúncias e já-nem-sei-mais-quantos inquéritos não representassem absolutamente nada. Chegou mesmo a dizer que “prefere a morte a mentir para o povo brasileiro”, e foi ovacionado pelos pouco mais de 1000 “apoiadores” ― entre os quais se encontrava gente da melhor qualidade, como João Pedro Stédile, que chamou Sérgio Moro de “merdinha” e de “bundão”.

Lula depôs mais para as câmeras do que para o Juízo. Quando tentou desviar o foco para o comportamento da Lava-Jato, da imprensa, do MPF e de Rodrigo Janot, foi advertido de que nada daquilo tinha relação com o processo. Sem outra saída, procurou jogar a culpa na finada ex-primeira-dama e desacreditar o depoimento de seu ex-ministro e comparsa de crimes Antonio Palocci. Até porque sua narrativa de perseguido político já não convence mais ninguém (com a possível exceção da patuleia incorrigível, que um dia ainda vai pedir a canonização de seu amado líder).

Sobre “o melhor ministro da Fazenda que o Brasil já teve” ― e a quem teria escolhido para concorrer à sua sucessão se [Palocci] não tivesse sido forçado a deixar o governo pela porta dos fundos, assim se pronunciou o ex-presidente parlapatão: Eu ouvi atentamente o depoimento do Palocci. Uma coisa quase que cinematográfica, quase que feita por um roteirista da Globo. Você vai dizer tal coisa, os lides (sic) são esses. Prepararam alguns lides (sic) pra ele dizer e ele foi dizendo habitualmente, lendo alguma coisa. Eu conheço o Palocci bem. O Palocci se ele não fosse um ser humano ele seria um simulador. Ele é tão esperto que é capaz de simular uma mentira mais verdadeira que a verdade. Palocci é médico, é calculista, é frio”.

Observação: Palocci assumiu a coordenação da campanha de Lula à presidência, em 2002, depois do (misterioso) assassinato de Celso Daniel. Foi Palocci quem teve a ideia de lançar um manifesto público assegurando o compromisso de Lula com a estabilidade econômica (que ficou conhecido como “Carta ao povo brasileiro”), quem coordenou a equipe de transição e angariou o respeito do empresariado ao longo da campanha. Em 2006, depois que veio a público o escândalo do Mensalão, Palocci deixou o governo e evitou durante anos as luzes da ribalta, mas foi convocado por Lula para ajudar a eleger Dilma sua sucessora. Como um dos coordenadores da campanha, Palocci operou para angariar fundos junto às empresas que se beneficiara do governo do petista.

Aqui cabe abrir um parêntese: a cúpula petista não se refere a Palocci como “mentiroso”, mas como como um “traidor” que deve ser expulso do partido. Tire o leitor suas próprias conclusões. Fecho o parêntese.

Durante o depoimento, Lula teve a pachorra de acusar os procuradores do MPF de inventar que ele é o dono do triplex no Guarujá, e de dizer que Moro “sabe bem disso” ― a despeito de a ocultação de patrimônio envolvendo esse imóvel tenha sido justamente um dos crimes pelos quais o magistrado o sentenciou a nove anos e meio de prisão. Em outro momento, Lula acusou Delcídio do Amaral de “mentiroso descarado”, embora tenha apoiado sua campanha ao governo de Mato Grosso ― e é bem provável que venha a dispensar igual tratamento a Dirceu, Vaccari e outros “cumpanhêros” e comparsas, se e quando eles resolverem “abrir o bico”.

Resumo da ópera: Todos mentem; só Lula fala a verdade. Tanto é que ele “prefere a morte a mentir para o povo brasileiro”. No que depender de mim, pode encomendar o seu caixão.

Visite minhas comunidades na Rede .Link:

http://informatica.link.blog.br/

http://cenario-politico-tupiniquim.link.blog.br/

http://acepipes-guloseimas-e-companhia.link.blog.br/

quarta-feira, 13 de setembro de 2017

SOBRE GEDDEL, TEMER E LULA


A honestidade e a lisura no trato da coisa pública ― virtudes esperadas de presidentes, ministros, parlamentares, governadores e políticos em geral ― há muito fizeram as malas e partiram do Brasil. Para onde? Ninguém sabe, ninguém viu. Prova disso é a sucessão de escândalos-nossos-de-cada-dia, de fazer corar santo de pedra, mas que a população transforma em anedota porque lágrimas não pagam dívidas e a vida precisa continuar. 

Um bom exemplo é o caso de Rodrigo Rocha Loures ― homem da mais estrita confiança do presidente segundo o próprio presidente. Flagrado arrastando uma mala com R$ 500 mil, ficou conhecido como o “homem da mala” de Temer, mas foi rebaixado a “homem do nécessaire” quando a PF encontrou oito malas e seis caixas de papelão com R$ 42.643.000 e US$ 2.688.000. Dinheiro pra dedéu ― ou pra Geddel, melhor dizendo, já que a bufunfa estava guardada num apartamento emprestado ao amigão do peito e ex-ministro-chefe da Secretaria de Governo de Michel Temer, ex-ministro da Integração no governo de Lula, vice-presidente da CEF na gestão de Dilma, além de cinco vezes deputado federal pelo PMDB da Bahia.

Observação: Digitais de Geddel foram encontradas aos montes, tanto no apartamento quanto nas cédulas. A PF precisou de duas camionetes para transportar a dinheirama, que 11 funcionárias levaram 14 horas para contar, mesmo com a ajuda de 7 máquinas de contar dinheiro.
O cara-de-suíno foi reconduzido ao presídio da Papuda ― onde já havia sido hospedado durante alguns dias, em julho, até que alguém mexeu os pauzinhos e ele passou a cumprir prisão domiciliar no conforto de seu luxuoso apartamento ― e sem tornozeleira eletrônica, que esse dispositivo está em falta na Bahia. O leitor quer saber quem teria mexido os pauzinhos? Ora, quem tinha mais a temer diante da possibilidade de, se mantido preso, Geddel abrir o bico. Deu para entender ou quer que eu desenhe?

Observação: Para que o leitor tenha uma ideia do que representam R$ 51 milhões, um brasileiro que ganhasse salário mínimo precisaria trabalhar durante 35 anos por 129 vidas para acumular essa bufunfa, e isso se não gastasse um único centavo. Com essa quantia é possível comprar, por exemplo, 12.442 smartphones top de linha. Ou dois apartamentos no edifício L’Essence, no bairro paulistano dos Jardins. Ou 1.105 veículos Onix, da GM. Ou 22 helicópteros Robinson R44.

Temer, fleumático como um lorde inglês, faz cara de paisagem, trombeteia as conquistas do seu governo e se diz empenhado na aprovação das urgentes reformas de que o país tanto precisa, enquanto seu advogado pede ao ministro Fachin a suspensão de “qualquer nova medida de Rodrigo Janot” ― o plenário do Supremo deve decidir nesta tarde sobre o pedido.

Também na tarde desta quarta-feira, 13, o molusco abjeto deverá depor pela segunda vez ao juiz Sergio Moro, desta feita nos autos do processo que envolve a compra de um terreno para abrigar o “Instituto Lula” e do apartamento vizinho àquele onde o petralha reside em São Bernardo do Campo, além de outros benefícios espúrios ― como uma série de “palestras” a R$ 200 mil cada ― tudo bancado pelo Grupo Odebrecht em troca benesses nas gestões petistas.

Nunca é demais lembrar que o Demiurgo de Garanhuns já foi condenado a 9 anos e 6 meses de prisão e regime fechado, responde a mais cinco processos, é alvo de pelo menos mais duas denúncias e de inúmeras outras investigações. Mesmo assim, o sacripanta tem viajado pelo Nordeste em campanha antecipada à presidência ― sem que o TSE mova uma palha para impedir.

Depois do depoimento bombástico do cumpanhêro Palocci ― coordenador da campanha de Lula em 2002, ministro de Estado em nos governos de Lula e de Dilma ― e do conteúdo de sua delação premiada (que ainda está em fase de negociação), falta pouco para as aspirações políticas do molusco eneadáctilo naufragarem no mar de corrupção criado pelo projeto de poder do próprio Lula e de seu espúrio partido. E quanto antes, melhor.

Volto com mais detalhes amanhã ou a qualquer momento, em edição extraordinária. Enquanto isso, assista ao clipe de vídeo abaixo:   



Um ótimo dia a todos.

Visite minhas comunidades na Rede .Link:

terça-feira, 12 de setembro de 2017

LULA, DILMA E COMPANHIA LIMITADA

Às vésperas de deixar o comando da PGR, Janot dispara as derradeiras flechas ― como disse que faria enquanto houvesse bambu. Desta feita, além de Temer e alguns rançosos caciques peemedebistas, os alvos são Lula e Dilma, denunciados por formação de quadrilha e prática de crimes contra a Petrobras entre 2002 e 2016.

Janot atirou também contra os ex-ministros PalocciMantegaEdinho Silva e Paulo Bernardo, a senadora Gleisi Hoffman ― ré no STF, mas cuja “capivara” não a impediu (acho que até ajudou) sua promoção à presidência do PT ― e o folclórico mochileiro petralha João Vaccari, já condenado na Lava-Jato em outros processos e hóspede do sistema penal tupiniquim desde meados de 2015. Apenas Gleisi tem direito a foro privilegiado, mas o PGR recomendou que as denúncias contra os demais tramitem no STF ― por estarem ligadas às irregularidades envolvendo a senadora vermelha, ou pelo menos essa é a justificativa oficial, pois comenta-se que a verdadeira intenção do procurador-geral do PT é facilitar as coisas para os petralhas. 

Quanto a tão esperada segunda denúncia contra Temer, há que se aguardar a decisão do STF, já que a defesa do presidente pediu a Edson Fachin “a suspensão de qualquer nova medida de Janot”, e o ministro preferiu submeter o recurso ao plenário da Corte. A decisão deve sair amanhã ― mesmo dia em que, paralelamente, Lula prestará depoimento ao juiz Moro pela segunda vez, desta feita na ação que apura a compra de um terreno para a construção da nova sede do Instituto Lula e de um apartamento vizinho ao do deus pai da petelândia ― foi nesse processo que Palocci concedeu “uma prévia” da sua delação premiada (clique aqui para assistir aos trechos mais importantes do depoimento) que tirou o sono da petralhada; se realmente fechar o acordo, o ex-ministro deverá detalhar e comprovar a movimentação financeira de campanhas eleitorais petistas e indicar quando e onde valores foram entregues ao partido e quem foi o responsável pela operação.

A situação do Demiurgo de Garanhuns ― já condenado em primeira instância a 9 anos e 6 meses de reclusão, réu em mais cinco processos penais, alvo de mais duas denúncias e de outras tantas investigações ― deve se agravar ainda mais se Guida Mantega, que sucedeu Palocci no ministério da Fazenda e também negocia um acordo de colaboração, ratificar as declarações de seu antecessor. Nos bastidores petistas, já se fala em Fernando Haddad substituir Lula no pleito de 2018, mas não se sabe se o ex-prefeito de Sampa fechará os olhos para o envolvimento do PT no maior escândalo de corrupção da história deste país e defenderá o partido.

Quando questionado sobre o assunto, Haddad diz que “não existe essa história de plano B e que o foco do PT deve ser lutar pela revisão da sentença que o condenou Lula injustamente e descaracterizar o depoimento de Palocci”. Nesse entretempo, a caterva vermelha mantém sua estratégia de embalar a pré-campanha de Lula com a narrativa de que o bandido é vítima de “perseguição política”, e que, se ele for afastado da disputa, a eleição não terá legitimidade. Para essa corja, Palocci não teve a mesma “estatura moral” de DirceuDelúbio e Vaccari ― que não “entregaram” seus comparsas de crime ―, e construiu um discurso que agradasse ao Ministério Público e o juiz Moro para facilitar as negociações de seu acordo de delação.

Por ora, a estratégia da facção criminosa travestida de partido político é manter a mobilização de apoio a Lula nas ruas e mobilizar a militância na audiência de amanhã. A julgar pelo que se viu em maio, isso pode não ajudar muito.

Visite minhas comunidades na Rede .Link:



segunda-feira, 15 de maio de 2017

ATAQUE CIBERNÉTICO EM ESCALA MUNDIAL

CERTAS PESSOAS SÃO COMO NUVENS: BASTA QUE ELAS SUMAM PARA O DIA FICAR LINDO.

Devido à importância do tema em assunto, resolvi interromper a sequência sobre o desempenho do computado para publicar o texto a seguir. Amanhã volto com mais uma capítulo daquela novela.

Na última sexta-feira, 12, um “ataque hacker” de proporções preocupantes atingiu diversas companhias de infraestrutura da Europa, com destaque para a Espanha, mas também afetou empresas em uma centena países, ainda que em menor grau. No Brasil, um bom exemplo é Telefónica-Vivo, que depende da infraestrutura holding espanhola ― a qual teve 85% de seus computadores afetados no país sede. Também foram afetados os Bancos Santander e BBVA.

Em essência, trata-se de um mega ataque ransomware ― modalidade de ataque digital na qual os cibercriminosos pedem resgate (neste caso específico, o valor é de 300 bitcoins por máquina) para liberar os sistemas bloqueados, sob pena de apagar definitivamente os dados criptografados (o pagamento deve ser feito até o próximo dia 19).

O software usado no ataque ― uma versão do ransomware WannaCrypt ― se aproveita de vulnerabilidades no Windows e é executado remotamente. A Microsoft liberou uma correção de emergência no Microsoft Security Advisory e recomenda aos usuários a pronta atualização de seus sistemas.

O ataque assumiu proporções tamanhas que a Intel publicou uma página onde se pode acompanhar em tempo real a disseminação da praga. Ainda não se sabe que são os autores do ataque, mas a imprensa internacional já divulgou que eles teriam relacionamentos com a China.

Fonte: Canaltech 


SOBRE LULA E A SUPOSTA FALTA DE PROVAS 

O que a mídia e as redes sociais chamaram de “embate do século” ― algo como um Fla-Flu em decisão de campeonato ― foi apenas uma audiência, um rito processual normal. Por outro lado, não se nega a indiscutível projeção que o evento adquiriu, até porque envolve uma figura emblemática (ou duas, se considerarmos como tal o juiz Sergio Moro).

Lula, em sua megalomania patológica, se acha um semideus, alguém acima do bem e do mal, idolatrado pela patuleia ignara e visto como o salvador da pátria por uma parcela expressiva da população. Mas alguns o veem como ele realmente é: um corrupto cínico, mentiroso e parlapatão, cuja única esperança de escapar da Justiça Penal consiste em tornar a se eleger presidente da Banânia. Nem mesmo sua admirável consegue atenuar o fato de que ele é réu em cinco ações penais (três delas no âmbito da Lava-jato) e acusado de crimes como corrupção (17 vezes), lavagem de dinheiro (211 vezes), tráfico de influência (4 vezes), organização criminosa (3 vezes) e obstrução da Justiça (1 vez) ― se condenado por todos esses crimes, Lula precisaria reencarnar diversas vezes cumprir integralmente as penas.

Enquanto os apoiadores atávicos reverenciam os discursos populistas do petista como fossem uma epifania, o juiz Moro ― que na analogia criada pela mídia e pelas redes sociais ocupa o campo adversário ou o corner oposto do ringue, conforme o caso ― segue o princípio socrático segundo o qual um juiz deve ouvir cortesmente, responder sabiamente, considerar sobriamente e decidir imparcialmente. Logo no início da audiência, o magistrado procurou tranquilizar o réu ― que mal conseguia disfarçar seu nervosismo ― prova disso foi ele abrir e fechar sistematicamente as hastes dos óculos ao longo das quase 5 horas de depoimento, mesmo depois de Moro deixar claro que nada tinha de pessoal contra ele, que iria julgá-lo com a devida isenção e à luz dos elementos probatórios ― além de descartar a hipótese de pedir sua prisão ao final da audiência (possibilidade que ganhou vulto nas redes sociais e foi largamente especulada por jornalistas e blogueiros mal informados).

Curiosamente, Lula se comportava como se sofresse de transtorno dissociativo de identidade (não confundir com esquizofrenia), alternando entre diversas personalidades ao responder perguntas do magistrado e dos membros do ministério público. E ainda que tenha aberto mão do direito de permanecer calado, o petista usou e abusou de evasivas e mentiras (vale frisar que, na condição de réu, o depoente não pode ser acusado de perjúrio se faltar com a verdade, até porque ninguém está obrigado a produzir prova contra si mesmo). A frase “eu não sei” foi repetida 82 vezes, e respostas como “me parece”, “quem sabe”, “talvez”, “não me lembro” se sucederam com irritante regularidade. Aliás, ele disse não se lembrar de uma porção de fatos, mas sua memória de elefante aflorava sempre que a pergunta remetia a situações que não o comprometiam diretamente. Outro expediente de que se valeu largamente foi atribuir a terceiros as acusações que lhe são imputadas ― ao culpar a finada esposa pela compra e reformas do tríplex, Lula demonstrou absoluta falta de sensibilidade e um oportunismo que só não chegou a espantar porque, meses atrás, ele já havia transformado o caixão da mulher em palanque e seu funeral em comício.

Sem argumentos para contestar as acusações (afinal, os fatos não mentem, e é praticamente impossível defender o indefensável), sua insolência adotou como estratégia de defesa negar sempre e nunca se explicaratacar o ministério público, encenar o papel de vítima, reclamar de uma suposta perseguição por parte da mídia e tentar desacreditar todos que não seguem sua cartilha. Mesmo assim, caiu em contradições primárias, chegando a dizer que as reformas da cozinha pagas pela OAS não se referiam ao tríplex, mas ao sítio de Atibaia (cuja propriedade ele sempre negou). À turba de admiradores, o petralha se dizia pronto a comparecer sempre que a Justiça o chamasse a depor, já que nada tinha a esconder. Entretanto, nos bastidores, seus advogados trabalhavam febrilmente para tentar adiar a audiência e retardar o andamento do processo com recorrentes pedidos de habeas corpus protelatórios ― que foram todos devidamente barrados pelo TRF-4 e pelo STJ.

Mesmo após a divulgação dos depoimentos de Renato Duque e, mais recentemente, do casal de marqueteiros João Santana e Mônica Moura, o molusco eneadáctilo insiste em não reconhecer a existência de provas contra si. Afirma que seus acusadores são mentirosos e que tudo não passa de um complô para impedi-lo de concorrer novamente à presidência. E a patuleia vassala se curva reverencialmente a essa inominável aleivosia, como se estivesse diante de uma epifania ― o que também não chega a espantar, já que militantes incorrigíveis, seguidores e compinchas de rolo do petralha não veriam provas contra seu amado líder nem que elas desfilassem diante de seus olhos como um bloco carnavalesco.

Mas provam não faltam, e o conjunto probatório deverá ser robustecido pela delação de Palocci, que, em depoimento ao juiz Moro, disse ter conhecimento de fatos e dispor de recibos, extratos bancários, emails e outros documentos que dariam à Lava-Jato mais um ano de trabalho. Ele até havia contratado um escritório de advocacia especializado em negociar acordos de colaboração com a Justiça, mas recuou quando o trio assombro do STF soltou José Dirceu, a pretexto de uma pretensa cruzada contra as prisões preventivas excessivamente longas da Lava-Jato ― que vêm se mostrando fundamentais para estimular as delações e sem as quais o ministério público ainda estaria engatinhando no esclarecimento do maior escândalo de corrupção da nossa história. Aliás, antes de Dirceu, o mesmo trio calafrio havia despachado para casa o pecuarista José Carlos Bumlai, ex-consiglieri do Clã Lula da Silva, e o empresário Eike Batista, tido por Lula e Dilma como “a cara do Brasil”, mas que deverá pagar fiança de R$ 52 milhões se quiser continuar respondendo aos processos em liberdade.

ObservaçãoConforme eu já disse em outras oportunidades, colocar o guerrilheiro de araque em liberdade provisória foi uma afronta à sociedade. Primeiro, porque a presunção de inocência fica fragilizada pela sentença condenatória (Dirceu já foi condenado em primeira instância a penas que, somadas, passam de 30 anos de prisão); segundo, porque representa um grave risco, tanto pela gravidade quanto pela reiteração dos crimes praticados, sem mencionar a influência que o “cumpanhêro” tem no sistema político-partidário.

Fato é que Palocci parece ter repensado o assunto depois que o ministro Fachin negou liminarmente seu pedido de habeas corpus e encaminhou o assunto ao plenário do STF (em vez de submetê-lo à segunda turma). Consta que o escritório de Adriano Brettas, em Curitiba, está encarregado de negociar o acordo de colaboração, que para o PT é uma “pá de cal”, pois pode confirmar informações da Odebrecht e, principalmente, do casal João Santana e Mônica Moura. A própria agremiação acredita que Palocci irá colaborar, já que ele é tido como um “homem de negócios”, diferentemente de Mantega e Vaccari, que são considerados “homens do partido”.

Volto a dizer que provas contra Lula existem aos montes, como veremos em detalhes numa próxima postagem. Se você acha que não, uma extensa matéria publicada na semana passada pela revista Época pode fazê-lo rever seus conceitos ― a não ser que você faça parte daquela seleta confraria que bebe as palavras de sua insolência; aí não há o que fazer, é caso perdido e ponto final.

Confira minhas atualizações diárias sobre política em www.cenario-politico-tupiniquim.link.blog.br/

Atualização (10h15)

O juiz Sérgio Moro negou o pedido de oitiva de novas testemunhas no processo em que Lula foi ouvido na última quarta-feira. Assim, depois que as partes interessadas ― MPF, Petrobras e advogados de defesa ― apresentarem suas alegações finais, os autos ficarão conclusos para sentença (ou seja, a decisão pode sair antes ainda do que se previa. Diferentemente do que esbravejou para a plateia de apoiadores ao final da audiência em Curitiba, o molusco asqueroso confidenciou a aliados estar convicto de que será condenado. Quando lhe convém, sua insolência sabe das coisas. 

sexta-feira, 12 de maio de 2017

GOOGLE EARTH

A CORRUPÇÃO POLÍTICA É APENAS UMA CONSEQUÊNCIA DAS ESCOLHAS DO POVO.

Graças a uma monstruosa coleção de imagens capturadas por satélite, o Google Earth permite visitar virtualmente qualquer lugar do planeta e, com o concurso do Street View (recurso que permite andar por ruas) e do Google Maps, rever a casa onde você nasceu, a pracinha onde beijou sua primeira namorada e por aí afora (algumas imagens têm mais de dez anos, mas até aí morreu Neves).

Até recentemente, “viajar” pelo mundo com o Google Earth exigia a instalação do respectivo aplicativo, mas isso deixou de ser necessário, ao menos para quem utiliza um browser compatível com a tecnologia WebGL (requisito que, por enquanto, só é atendido pelo Google Chrome).

Sendo esse o seu caso ― o que é bem provável, já que o navegador do Google é utilizado por quase 82% dos internautas tupiniquins ― acesse earth.google.com/web a partir do Chrome e repare que, no menu do canto superior esquerdo da página do Google Earth, você pode acessar a busca, usar o modo Voyager, ver os seus locais salvos, mudar o estilo do mapa e mais.

Com o Voyager, veja sugestões de locais e pontos turísticos para explorar. Logo abaixo, escolha um tipo de local que você quer visitar ― natureza, cultura, viagens ou monumentos históricos, por exemplo ― ou use a opção Estou com sorte para visitar um local aleatório. Para salvar um local, clique sobre dele no mapa. As informações serão carregadas em um card, na lateral direita da tela. Nele, basta clicar sobre o ícone do marcador. Em Meus lugares, você pode ver a lista de localidades salvas, bem como visualizá-los ou apagar da sua biblioteca.

No canto inferior direito, estão as opções de visualização. Você pode acessar a sua posição, entrar no modo Street View, alternar entre modo 3D e 2D, redefinir a posição do mapa e ajustar o zoom. Para compartilhar um local, basta clicar sobre o último ícone do painel lateral e escolher em seguida se deseja copiar o link, enviar no Facebook, Twitter ou G+.

Com TechTudo.

O BRASIL NÃO SUPORTA MAIS TANTA CORRUPÇÃO ― NEM TANTA MENTIRA!

Confesso a vocês que já estou “por aqui” de ouvir o depoimento de Lula, e mais ainda de ver a patuleia comemorando o “desempenho” de seu ídolo ― e defendendo caninamente sua candidatura a um terceiro mandato. Pior mesmo é ver “Janete” discursar de improviso, especialmente quando ela arrisca um pavoroso francês de puteiro nordestino do século passado. Mas o que é de “Iolanda” ― um nome tão bonito para uma criatura tão desprezível (*) ― está guardado. Agora, com a retirada do sigilo das delações de João Santana e Mônica Moura, a petralha não perde por esperar.

(*) Um dos endereços de email usados para vazar dados sigilosos sobre a Lava-Jato ao casal de marqueteiros era iolanda2606@gmail.com, que teria sido criado na biblioteca do Palácio da Alvorada. Leia trecho do relato de Dona Xepa, publicado em O GLOBO e reproduzido no site O ANTAGONISTA:  

Mônica Moura combinou com Dilma Rousseff um meio seguro de ser avisada sobre o andamento da Operação Lava Jato, em especial no que se referia a ela e João Santana. Mônica Moura, então, criou ali mesmo, no computador da presidente (notebook), na biblioteca do Palácio da Alvorada, um e-mail do Google (Gmail), com nome e dados fictícios, cuja senha era de conhecimento de Mônica Moura, da presidente Dilma e de seu assessor Giles Azevedo, que acompanhou essa parte da conversa (criação do e-mail).

Voltando a Lula, sua candidatura ao ambicionado terceiro mandato deve ir esgoto abaixo juntamente com o que resta de sua reputação ― coisa que a militância cega e de sinapses estreitas parece ser incapaz perceber. Mesmo que sejam ouvidas mais testemunhas no processo que trata do tríplex (3 pela acusação e mais uma porção pela defesa), espera-se que Moro dê a sentença até o final do mês que vem. Em advindo a esperada condenação, o recurso do petista ao TRF-4 deve ser apreciado até junho do ano que vem, a julgar pelo tempo médio que aquela corte tem levado para julgar os apelos impetrados contra decisões em ações no âmbito da Lava-Jato. Pelo andar da carruagem e à luz da lei da ficha-limpa, Lula pode não conseguir se candidatar ao pleito de 2018, já que o prazo para os partidos indicarem oficialmente seus candidatos se inicia daqui a 14 meses.

Lula é réu em cinco ações penais ― três pela Lava-Jato, uma pela Operação Janus e outra pela Zelotes ―, além de investigado em diversos inquéritos em andamento. Além do processo que tramita na 13ª Vara Federal de Curitiba ― no qual o petista prestou depoimento na última quarta-feira ―, a ação que versa sobre obstrução da Justiça e corre na 10ª Vara Federal do DF também pode ser decidida há qualquer momento, já que os autos estão conclusos para sentença desde março passado.  

Vale lembrar também que, conforme entendimento do STF, réus em ações penais devem ser afastados da linha sucessória presidencial. Em dezembro do ano passado, o ministro Marco Aurélio concedeu liminar para afastar Renan Calheiros da presidência do Senado ― terceiro posto na sucessão presidencial e segundo no contexto atual, já que estamos sem vice-presidente da República. Para minimizar a crise entre os Poderes, o Supremo pariu uma jabuticaba que criou a figura do “meio-senador”, ao preservar o mandato do cangaceiro das Alagoas e mantê-lo na presidência do Senado e do Congresso Nacional.

Antes disso, em maio de 2016, o ministro Teori Zavascki determinou o afastamento de Eduardo Cunha do mandato de deputado federal e, consequentemente, da presidência da Casa ― decisão mantida pelo plenário da corte. Em seu despacho, o magistrado afirmou que “além de representar risco para as investigações penais sediadas neste Supremo Tribunal Federal, [a permanência de Cunha] é um pejorativo que conspira contra a própria dignidade da instituição por ele liderada”, e que o deputado não tinha “condições pessoais mínimas” para ser presidente da Câmara, pois “não se qualifica” para eventualmente substituir o presidente da República. Se tal entendimento for mantido e a isonomia aplicada, Lula não poderá oficializar sua candidatura, pois será difícil o Supremo definir que réu não pode estar na linha sucessória da presidência, mas pode ser presidente da República.

Por outro lado, estamos no Brasil, e ministros que mantiveram a prisão preventiva de réus condenados somente em primeira instância ― ou seja, sem a confirmação da sentença pela instância superior, que, pela lei, determina o início do cumprimento da pena ― votaram recentemente a favor da soltura de Dirceu, Bumlai e companhia. Então...

Como hoje é sexta-feira, enquanto aguarda o desenrolar dos acontecimentos (e a próxima postagem), não deixe de assistir a este vídeo. (Qualquer semelhança é mera coincidência!).


Confira minhas atualizações diárias sobre política em www.cenario-politico-tupiniquim.link.blog.br/

quinta-feira, 11 de maio de 2017

PHUBBING ― NOVA CONTRIBUIÇÃO DA TECNOLOGIA PARA NOSSA VELHA LISTA DE NEOLOGISMOS

BASTA UM COMPUTADOR E UMA CONEXÃO COM A INTERNET PARA SE TER ACESSO AO CONHECIMENTO DA HUMANIDADE.

Neologismo que poderia ser traduzido por “falta de educação”, o termo PHUBBING combina o “ph” de phone (telefone) com “ubbing” de snubbing (esnobar), e remete a um comportamento cada vez mais comum nos nossos dias: o sujeito (ou a sujeita) dedicando sua total atenção ao que se passa na telinha de seu smartphone e ignorando solenemente quem está e o que acontece no seu entorno ― esteja ele(a) à mesa do restaurante com a(o) namorada(o), assistindo à cerimônia religiosa do casamento de um amigo, acompanhando o funeral de um parente, enfim...

Observação: O termo foi criado pela Macquarie Dictionary para descrever o ato de ignorar alguém usando como desculpa um telefonema ou mensagem recebido através de um smartphone.
Diante desse comportamento, digamos, pouco apropriado, o australiano Alex Haigh alerta para um futuro próximo em que os casais se sentarão em silêncio, as relações serão baseadas em atualizações de status nas redes sociais e a habilidade para falar ou se comunicar face-to-face será completamente erradicada.

Assim, anote o novo verbete no seu caderninho, mas procure evitar participar desse círculo vicioso. Adquirir hobbies e praticar atividades que façam sentido e tragam prazer a você, ou achar um momento individual que não precise ser compartilhado com mais ninguém, seriam, provavelmente, boas opções.

Fonte: Dr. Cristiano Nabuco ― Ciência e Saúde

LULA LÁ ― EM CURITIBA

O depoimento de Lula ao juiz Moro, na tarde de ontem, durou quase cinco horas e foi recheado de evasivas, mentiras e imputação de responsabilidades a terceiros, com destaque para a ex-primeira dama, que faleceu há poucos meses e, portanto, não pode ser chamada para uma acareação (a não que se convocasse uma sessão espírita, mas aí já é outra história).

Lula reafirmou sua falácia de perseguição pela Lava-Jato e pelo Ministério Público (diferentemente do que vem fazendo fora da sala de audiências, ele tomou o cuidado de não mencionar expressamente o magistrado) e defendeu sua trajetória com o ramerrão de sempre, mesmo depois de Moro lhe pedir que não usasse o depoimento para fazer um apanhado do seu governo. Aliás, rebateu enfaticamente que está sendo julgado pelo que fez na presidência, pela construção de um power point mentiroso ― feito por quem não entende de política e se baseia numa tese preconcebida de que o PT é uma organização criminosa e ele, o chefe ― e que as acusações contra ele não passam de pura ilação.

Sobre o tríplex no Guarujá, o petralha negou todas as acusações. Segundo ele, foi sua finada quem decidiu a compra do terreno do Instituto Lula, quem comandou as obras no tríplex, quem queria o apartamento etc. Ela comandava tudo, ele não sabia de nada. E mais: disse o molusco que dona Marisa “nem mesmo gostava de praia” ― o que foi prontamente desmentido por uma enxurrada de fotos publicadas nas redes sociais, nas quais o ex-primeiro-casal aparece em cenas descontraídas à beira-mar.

Quando Moro perguntou sobre a rasura no documento de compra da unidade no prédio (o número 144, da unidade pela qual o casal Lula pagou, aparece escrito sobre o número 174, o do tríplex), disse não saber quem seria o responsável pela rasura, mas que também gostaria de saber.

Ao dizer que prefere ser julgado pelo povo, não pela Justiça, Lula deixou implícito seu propósito de se reeleger presidente pelo voto dos apedeutas desinformados que (espantosamente) ainda o apoiam, para não ser julgado ― nem pelo povo, nem (muito menos) pela Justiça. Leda pretensão.

Como bem destacou o jornalista Augusto Nunes, um trecho particularmente relevante do depoimento de sua insolência parece ter escapado aos redatores de manchete da imprensa brasileira: Ao mentir sobre o pequeno apartamento de três andares no Guarujá, o petralha confessou que é o dono do sítio em Atibaia. Aos 13 minutos do vídeo sete do depoimento, Lula admite que Léo Pinheiro e Paulo Gordilho, os dois bambambãs da OAS, estiveram no seu apartamento em São Bernardo do Campo, mas nega que tenham conversado sobre o tríplex.

― E o que eles discutiram com o senhor nessa oportunidade? ― quis saber o representante do Ministério Público.
― Eu acho que eles tinham ido discutir a questão da cozinha lá do sítio de Atibaia, que também não é assunto para discutir agora.

Tarde demais. Ao tentar esconder a ossada de um crime, Lula tirou do armário o cadáver de outro. 

Em suma: seu depoimento foi provavelmente a maior sequência de mentiras desfiadas por um réu culpado desde a criação do primeiro tribunal. Para tanto, basta a reprodução de três frases ditas pelo chefão do bando de corruptos do petrolão: Você acha que quando seu filho tira nota baixa na escola ele chega pulando de alegria para contar? Se puder, ele vai esconder até o senhor saber. Você acha que alguém que começou a roubar vai contar para alguém que ele está roubando?

Alguém aí achava que Lula chegaria à sala de Sérgio Moro feliz e ansioso por revelar tudo que fez? Um criminoso que se preze morre jurando que é a alma viva mais pura do mundo. Mesmo que morra na cadeia.

Confira minhas atualizações diárias sobre política em www.cenario-politico-tupiniquim.link.blog.br/

quarta-feira, 10 de maio de 2017

AINDA SOBRE O WINDOWS 10 CREATORS UPDATE

A PRESSA PASSA, MAS A MERDA QUE VOCÊ FEZ COM PRESSA FICA.

Quem acompanha minhas postagens sabe que uma frase da qual eu gosto muito é: “os pioneiros são reconhecidos pela flecha espetada no peito”. Afinal, vagar é pressa, como dizia meu avô. E quem tem pressa come cru, como dizia o avô de alguém.

Então, caro leitor, não se apresse a atualizar seu Windows 10 com o Creators Update. Aliás, essa advertência ― que eu fiz em diversas oportunidades, inclusive no post anterior ― vem sendo feita agora pela própria mãe da criança. Veja detalhes nesta postagem.

Isto posto, o melhor é esperar até que a dona Microsoft disponibilize a evolução através do seu Windows Update ― talvez isso não garanta isenção absoluta de bugs e outros probleminhas, mas é meio caminho andado. Voltaremos ao assunto oportunamente.

EM TEMPO: Recebi a atualização em questão (update para a versão 1703) agora à tarde. Além da demora na instalação, nenhuma diferença me chamou a atenção, a não ser no Edge, que eu uso muito pouco. 
Volto a esse assunto daqui a alguns dias, quando estiver familiarizado com os novos recursos.

MORO X LULA

Já que a frase do dia  fala em merda (confira no caput da postagem), vamos continuar no assunto: O depoimento de Lula, marcado inicialmente para o último dia 3, mas adiado para hoje a pedido da Polícia Federal e da Secretaria de Segurança Pública do Paraná, causou o cancelamento dos prazos processuais e atendimento público na sede da Justiça Federal do Paraná.

O molusco é acusado de crimes como corrupção (17 vezes), lavagem de dinheiro (211 vezes), tráfico de influência (4 vezes), organização criminosa (3 vezes) e obstrução da Justiça (1 vez); se condenado por todos eles, poderá pegar até 118 anos de prisão, mas processo sub-judice na 13ª Vara Federal de Curitiba envolve o recebimento de propina da empreiteira OAS mediante a reserva e reforma de um tríplex no edifício Solaris (no Guarujá, litoral de São Paulo), em 2009, e o custeio do armazenamento de bens pessoais do ex-presidente, entre 2011 e 2016.

Segundo a matéria de capa da revista Época desta semana, as provas contra o petralha sacripanta apontam pagamentos em dinheiro, depósitos bancários e imóveis ― para o capo di tutti i capi e sua família ― que chegam a R$ 80 milhões

Tanto a sede Cabral quanto a sede Centro permanecerão fechadas durante todo o dia, impossibilitando o acesso de magistrados, servidores, estagiários e terceirizados. Só será permitida a entrada de pessoas diretamente envolvidas com a realização e apoio da audiência e desde que devidamente autorizadas pela Direção do Foro.

Por conta da expectativa de protestos ― a favor e contra o petralha ―, foram instalados arames farpados nas grades que cercam o prédio. O juiz Sérgio Moro determinou que as manifestações serão permitidas, “desde que pacíficas”, mas pediu ao povo que as evitasse. Em caso de episódios de violência, as responsabilidades deverão ser “controladas e apuradas, inclusive a de eventuais incitadores”, concluiu o magistrado.

Como se vê, Lula continua dando prejuízo ao Brasil. E isso tendo apenas 9 dedos. Já pensou se ele tivesse todos os 10?

ATUALIZAÇÃO 18h00:

Depoimento de Lula começou às 14h18; portanto, já dura quase 4 horas! 

ATUALIZAÇÃO 14h04min:


O Ministro Felix Fisher, do STJ, negou agora há pouco o último dos 3 recursos de Lula para tentar adiar depoimento. Nesse apelo, a defesa do petralha alegava falta de imparcialidade do juiz Sérgio Moro. A audiência deve ter início a qualquer momento. 
Enquanto isso, assista a este vídeo.


ATUALIZAÇÃO 08h30min

O CIRCO DA FÓRMULA LULA

Na tarde de ontem, o TRF-4 negou o pedido adiamento da audiência em que Lula deve depor ao juiz Sérgio Moro. Irresignada, a defesa do petralha ingressou no STJ com mais três pedidos de habeas corpus, visando ao afastamento do juiz Sérgio Moro (por suspeição), adiamento do depoimento e permissão de gravar a audiência de maneira independente.

Vale lembrar que os 5.000 arquivos fornecidos pela Petrobras ― cuja análise demandaria pelo menos 90 dias, segundo os advogados do molusco ― foram juntados aos autos a pedido da defesa, o que deixa claro o propósito de pavimentar uma futura alegação de cerceamento de defesa. O Tribunal ainda não se manifestou (mas espera-se que o faça a qualquer momento, pois o início da audiência está marcado para as 14 horas).

Em meio ao “circo da fórmula Lula” que está sendo armado por manifestantes favoráveis e contrários ao petralha, dezenas de ônibus chegaram a Curitiba, trazendo apoiadores do próprio Paraná e de outros estados. Já foram disparados rojões contra acampamentos da CUT e MST (vale frisar que, dentre outras medidas de segurança, as autoridades proibiram os manifestantes de acampar nas proximidades do edifício da Justiça Federal).   

Volto a qualquer momento com outras informações sobre esse imbróglio despropositado (afinal, trata-se de uma audiência para oitiva de um réu penal, não do nascimento de um príncipe ou fuzilamento de um Papa).

Confira minhas atualizações diárias sobre política em www.cenario-politico-tupiniquim.link.blog.br/