Como se não bastasse a síndrome
do macaco (se você não sabe do que se trata, siga este
link e confira a foto que eu publiquei no final do texto), um feriadão
que se estende de quinta-feira até a terça da semana seguinte é um prato
cheio para a galera que quer (e pode) viajar, deixando às moscas minhas
postagens sobre política, políticos e outros temas indigestos que tais. Então,
para não gastar boa vela com mau defunto, limito-me a comentar alguns fatos que
reputo importantes.
Ainda há chances de o presidente Michel Temer vetar o vergonhoso aumento salarial autoconcedido pelos
ministros do Supremo e aprovado a
toque de caixa por um Senado apinhado de corruptos (38 são réus ou investigados
pela Justiça) e/ou em fim de mandato (dos 54 senadores eleitos em 2010, 32 tentaram
se reeleger e só 8 conseguiram). Devido ao efeito cascata desse atentado contra
o Erário, o déficit público deve aumentar entre 4 e 6 bilhões de reais já no
ano que vem. Mas a “boa notícia” é que Temer
tem prazo até o próximo dia 28 para decidir se veta ou não, de modo que ainda
há tempo de você fazer suas apostas.
Volto a frisar que o “reajuste” de R$ 33,7 mil para R$ 39,3
mil — imprescindível, na opinião sempre isenta do ministro Lewandowski, para pôr fim à “situação
de penúria” em que vivem juízes
aposentados e pensionistas com o com o salário atual — foi aprovado por
folgada maioria na sessão convocada pelo (ainda presidente do Senado) Eunício Oliveira — que os eleitores
cearenses desobrigaram de cumprir mais um mandato de oito anos na Casa —, e que
foi de Lewandowski a iniciativa de
pleitear o aumento — que a ministra Cármen
Lúcia se recusou a pautar enquanto presidiu a Corte, mas que Toffoli não só se apressou em
encaminhar ao plenário, mas também se empenhou pessoalmente em garantir a
aprovação no Senado, como dá conta esta matéria do jornal Valor.
Toffoli, que a exemplo de Lewandowski ascendeu ao STF com as bênçãos de Lula (mas sem jamais ter sido aprovado
num concurso para juiz de primeira instância), tentou amenizar a dureza da
medida impopular que exigia de políticos cuja liberdade depende de sua penada
autocrática com uma compensação: em troca, o ministro e seus colegas de regabofe
negariam a si mesmos, aos demais magistrados e a outros membros da casta dos
marajás do serviço público, o benefício do auxílio-moradia.
Portanto, é importante anotar os nomes dos senadores que legalizaram
essa vergonha — a começar pelo autor da tramoia, Eunício Oliveira — e se lembrar de esquecê-los nas próximas
eleições que eles porventura venham a disputar.
Observação: Como o depoimento de Lula à juíza substituta Gabriela Hardt terminou quando já eram quase 18h00 e eu já etava concluindo este texto, vou publicar o link para o vídeo link para o vídeo e deixar para comentar o assunto oportunamente.
Bom feriado
a todos.