A honestidade e a lisura no trato da coisa pública ―
virtudes esperadas de presidentes, ministros, parlamentares, governadores e
políticos em geral ― há muito fizeram as malas e partiram do Brasil. Para onde?
Ninguém sabe, ninguém viu. Prova disso é a sucessão de
escândalos-nossos-de-cada-dia, de fazer corar santo de pedra, mas que a população
transforma em anedota porque lágrimas não pagam dívidas e a vida precisa
continuar.
Um bom exemplo é o caso de Rodrigo Rocha
Loures ― homem da mais estrita confiança do presidente segundo o
próprio presidente. Flagrado arrastando uma mala com R$ 500 mil,
ficou conhecido como o “homem da mala”
de Temer, mas foi rebaixado a “homem do nécessaire” quando a PF encontrou oito malas e seis
caixas de papelão com R$ 42.643.000 e US$ 2.688.000. Dinheiro pra dedéu ― ou pra Geddel, melhor dizendo, já que a
bufunfa estava guardada num apartamento emprestado ao amigão do peito e
ex-ministro-chefe da Secretaria de Governo de Michel Temer, ex-ministro
da Integração no governo de Lula, vice-presidente da CEF na
gestão de Dilma, além de cinco vezes deputado federal pelo PMDB da Bahia.
Observação: Digitais de Geddel foram encontradas
aos montes, tanto no apartamento quanto nas cédulas. A PF precisou de duas
camionetes para transportar a dinheirama, que 11 funcionárias levaram 14 horas
para contar, mesmo com a ajuda de 7 máquinas de contar dinheiro.
O cara-de-suíno foi
reconduzido ao presídio da Papuda ―
onde já havia sido hospedado durante alguns dias, em julho, até que alguém mexeu
os pauzinhos e ele passou a cumprir prisão domiciliar no conforto de seu
luxuoso apartamento ― e sem tornozeleira eletrônica, que esse dispositivo está
em falta na Bahia. O leitor quer saber quem
teria mexido os pauzinhos? Ora, quem tinha mais a temer diante da possibilidade de, se
mantido preso, Geddel abrir o bico.
Deu para entender ou quer que eu desenhe?
Observação: Para que o leitor
tenha uma ideia do que representam R$ 51 milhões, um brasileiro que
ganhasse salário mínimo precisaria trabalhar durante 35 anos por 129 vidas para
acumular essa bufunfa, e isso se não
gastasse um único centavo. Com essa quantia é possível comprar, por
exemplo, 12.442 smartphones top de linha. Ou dois apartamentos no edifício L’Essence, no bairro paulistano
dos Jardins. Ou 1.105 veículos Onix, da GM. Ou 22 helicópteros
Robinson R44.
Temer,
fleumático como um lorde inglês, faz cara de paisagem, trombeteia as
conquistas do seu governo e se diz empenhado na aprovação das urgentes reformas
de que o país tanto precisa, enquanto seu advogado pede ao ministro Fachin a
suspensão de “qualquer nova medida de Rodrigo Janot” ― o plenário
do Supremo deve decidir nesta tarde sobre o pedido.
Também na tarde desta quarta-feira, 13, o molusco abjeto
deverá depor pela segunda vez ao juiz Sergio Moro, desta feita nos
autos do processo que envolve a compra de um terreno para abrigar o “Instituto
Lula” e do apartamento vizinho àquele onde o petralha reside em São
Bernardo do Campo, além de outros benefícios espúrios ― como uma série de “palestras” a R$ 200 mil cada ― tudo bancado pelo Grupo Odebrecht em troca
benesses nas gestões petistas.
Nunca é demais lembrar que o Demiurgo de Garanhuns
já foi condenado a 9 anos e 6 meses de prisão e regime fechado, responde a mais
cinco processos, é alvo de pelo menos mais duas denúncias e de inúmeras outras
investigações. Mesmo assim, o sacripanta tem viajado pelo Nordeste em campanha
antecipada à presidência ― sem que o TSE mova uma palha para
impedir.
Depois do depoimento bombástico do cumpanhêro
Palocci ― coordenador da campanha de Lula em 2002,
ministro de Estado em nos governos de Lula
e de Dilma ― e do conteúdo de sua delação premiada (que ainda está
em fase de negociação), falta pouco para as aspirações políticas do molusco eneadáctilo
naufragarem no mar de corrupção criado pelo projeto de poder do próprio Lula e de seu espúrio partido. E quanto
antes, melhor.
Um ótimo dia a todos.
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