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terça-feira, 12 de março de 2024

SÃO AS ÁGUAS DE MARÇO FECHANDO O VERÃO...

É A PROMESSA DE VIDA NO TEU CORAÇÃO.

Tarcísio de Freitas é mineiro de Três Corações, mas foi eleito governador de São Paulo pela extrema-direita bolsonarista. No último dia 25, ao discursar na mais paulista das avenidas ao lado do padrinho inelegível e prestes a ver o Sol nascer quadrado, o afilhado se uniu a uma boçalidade. Semanas depois, ao enviar ao legislativo estadual um projeto que cria uma centena de escolas cívico-militares, bateu continência para uma temeridade. As tais escolas serão tocadas pelas secretarias da Educação e de Segurança Pública, comandadas, respectivamente, por Renato Feder, cuja iniciativa mais relevante foi desistir da ideia de tirar São Paulo do programa de livros didáticos do MEC, e pelo capitão Guilherme Derrite, ideólogo da estratégia da matança implementada pela PM na Baixada Santista. Ao afirmar que escolas militares agregam ao ensino "civismo, brasilidade e disciplina", o governador finge não notar que foi justamente esse tipo de pedagogia que resultou na intentona do 8 de janeiro. Ao ecoar no Palácio dos Bandeirantes os mesmos ruídos que Bolsonaro produzia no Planalto, Tarcísio parece não perceber que o tambor faz muito barulho, mas é vazio por dentro, e que esse "vazio" resultou na derrota do "mito" em 2022.

A canção "Águas de Março", composta por Tom Jobim em 1972, fala que a chegada do outono traz a promessa de renovação e esperança, talvez porque as consequências trágicas das tempestades de verão se repetem ano após ano. Os telejornais exibem cenas surreais (e alguns parecem se comprazer em exibi-las, diga-se), com botes atravessando ruas e avenidas, carros submersos ou sendo arrastados pela correnteza, árvores caídas, imóveis inundados, moradores reclamando da falta de energia elétrica, e por aí vai. Embora as "tempestades de verão" sejam chamadas assim porque são comuns na estação mais quente do ano, temporais precedidos ou acompanhadas de relâmpagos, rajadas de vento e granizo podem ocorrer em qualquer estação. 

O Brasil é o pais com maior incidência de raios no mundo. O "raio" é uma descarga elétrica atmosférica caracterizada pela emissão de luz e calor. Já o "trovão" (que pode alcançar 120 dB) é o som resultante do aquecimento do ar pela corrente elétrica, e o "relâmpago", a luz emitida quando o raio flui entre nuvens, entre uma nuvem e o solo ou entre o solo e uma nuvem. A tensão varia de 100 mil volts a 1 milhão de volts, a amperagem vai de 20 mil a 200 mil ampères, e a temperatura pode superar em 5 vezes a temperatura da superfície do Sol. O potencial energético de uma tempestade elétrica equivale ao de uma bomba atômica; a diferença é que o artefato libera tudo numa fração de segundo e o corisco a distribui por vários minutos a algumas horas.

 

Observação: É mito que os raios não caem duas vezes no mesmo lugar. O Cristo Redentor, por exemplo, que fica no alto do Corcovado (RJ), é atingido seis vezes ao ano, em média.

 

Quando atingem a rede elétrica, os raios causam sobretensões que podem torrar (literalmente) a fiação dos imóveis e danificar aparelhos elétricos e eletroeletrônicos num raio (sem trocadilho) de muitos quarteirões (daí a importância do aterramento e do uso de tomadas de três pontos). Em caso de falta de energia, recomenda-se desconectar os aparelhos das tomadas e tornar a ligar somente quando o fornecimento for estabilizado. Quando a energia volta, podem ocorrer picos de tensão que chegam facilmente a 500V. Apagões intermitentes (quando a luz acaba, volta e torna a acabar) podem causar quedas de fase (situação em que as lâmpadas acendem, mas ficam fraquinhas) e danos a eletroeletrônicos sensíveis (como modem, roteador, decoder de TV etc.). 

 

Algumas regiões do país vêm sendo castigadas por chuvas bem acima da média para esta época do ano. Num mundo ideal, bastaria consultar a previsão do tempo para evitar compromissos nos horários críticos, mas não vivemos num mundo ideal, e a despeito do avanço da tecnologia nas últimas décadas, continua chovendo em piquenique de meteorologista (Narciso Vernizzi, o "Homem do Tempo" da Jovem Pan, tornava quase infalíveis seus boletins estimando em 50% as possibilidades de "chuvas em pontos isolados"). 


Observação: Se você mora num dos 645 municípios paulistas, envie um SMS com CEP da sua rua para o número 40199 e a Defesa Civil lhe enviará um alerta (também por SMS) sempre que houver previsão de temporais para sua região. 

 

Via de regra, os temporais desabam do meio para o final da tarde, após a temperatura atingir a máxima do dia. Céu escuro, nuvens negras, formigamento na pele e pelos eriçados nos braços são indícios de tempestade elétrica. Se você estiver andando pela rua quando São Pedro abrir as comportas do céu, procure abrigo numa padaria, farmácia, mercado ou outro estabelecimento qualquer. Se estiver de moto ou bicicleta, pare num posto de combustíveis e espere a chuva passar. Ne carro, reduza a velocidade, aumente a distância do veículo da frente, acenda os faróis baixos, acione o limpador de para-brisa e o desembaçador traseiro, ligue o ar-condicionado, regule a ventilação forçada para a velocidade máxima e direcione os defletores para o para-brisa. 


Observação: Se seu carro não tem ar-condicionado nem ventilação forçada, Sr. Flintstone, não há como não se molhar, pois será preciso deixar uma fresta de dois dedos nas janelas para minimizar o embaçamento. Se necessário (e costuma ser necessário), limpe o para-brisas de tempos em tempos com um pano seco  jamais passe a mão no vidro, ou a gordura da pele irá agravar o problema). Substitua as palhetas dos limpadores regularmente e mantenha-as sempre limpas. Verifique se os orifícios do lavador estão desobstruídos e se há água no reservatório.

 

Caso a visibilidade fique muito prejudicada, pare num estacionamento (coberto) de shopping ou supermercado e espere a chuva amainar. Se o local costuma alagar, suba a primeira ladeira e só retome o trajeto original depois que o nível da água baixar. Na estrada, pare num posto; na impossibilidade, pare no acostamento, ligue o pisca-alerta, feche os vidros e permaneça dentro do carro (ele é um abrigo seguro contra raios não por estar isolado pelos pneus, mas porque as descargas são dissipadas pela superfície metálica e absorvidas pelo solo sem causar danos aos ocupantes). 

 

Alagamentos são sempre perigosos. A enxurrada pode arrastar veículos de grande porte, e a lâmina de água pode encobrir pedras, buracos, bueiros sem tampa e que tais. Se for inevitável passar por um trecho alagado, observe o comportamento do veículo à sua frente — mas não se baseie em ônibus ou caminhões, que, por serem mais altos, atravessam alagamentos que carros de passeio não conseguem transpor. Costuma-se dizer que um trecho inundado é "atravessável" quando o nível da água não ultrapassa o meio das rodas, mas não convém arriscar.


Se realmente não houver alternativa, procure seguir pelo meio da rua — onde o acúmulo de água costuma ser menor do que próximo ao meio-fio. Inicie sua travessia depois que o carro da frente concluir a dele e somente se não vier outro veículo no sentido contrário, já que as "marolas" elevam temporária, mas significativamente o nível da água. Engrene a primeira marcha, use a embreagem para manter o giro do motor em aproximadamente 2.000 RPM, mantenha a velocidade constante e não mude de marcha até alcançar o outro lado. Se o carro tiver câmbio automático ou automatizado, coloque a alavanca seletora na posição 1 (para impedir mudanças de marcha) e dose a aceleração cuidadosamente  sem o auxílio da embreagem, elevar o giro do motor faz as rodas motrizes responderem na mesma medida.

 

Evite parar durante o trajeto. Se isso acontecer e o motor "morrer", tentar religá-lo pode resultar em dados por calço hidráulico. Coloque a transmissão em ponto morto (ou na posição N) e empurre o carro para fora da água. Se tiver um mínimo de habilidade manual e as ferramentas necessárias, retire as velas de ignição e dê a partida (o movimento dos pistões expulsará a água do interior dos cilindros). A menos que os componentes do sistema eletrônico de injeção (como a sonda lambda) tenham sido afetados, basta recolocar as velas, religar os cabos e dar a partida para o motor voltar a funcionar. Mas o procedimento recomendável é chamar um guincho para rebocar o carro até uma oficina confiável, onde o mecânico fará um exame mais detalhado.

 

Aquaplanagem é o nome que se dá à perda de contato dos pneus com o solo quando o veículo trafega sobre uma lâmina de água. Se o volante lhe parecer "muito leve", evite virá-lo bruscamente — se os pneus recuperarem a tração repentinamente, pode não haver tempo de corrigir a trajetória. Se sentir o carro "flutuar", tire o pé do acelerador, mas só pise no pedal do freio (levemente) se houver ABS. Quando os pneus retomarem o contato com o asfalto e você recuperar o controle da direção, siga o "rastro" do carro da frente, mas mantenha distância e esteja preparado para tirar o pé do acelerador e segurar firmemente o volante ao primeiro sinal de aquaplanagem.

 

Ainda que seja mais comum em altas velocidades e/ou com pneus carecas, a aquaplanagem pode ocorrer com pneus em ordem e velocidades inferiores a 60 km/h. E o perigo aumenta em vias sinuosas (dependendo da velocidade e do traçado da pista, pode não haver tempo para recuperar o controle da direção e fazer a curva). Ao menor sinal de água na pista, diminua a velocidade e use uma marcha inferior àquela que você usaria com tempo seco, pois manter o giro do motor mais elevado aumenta a tração das rodas motrizes e favorece a aderência dos pneus.

 

Boa sorte.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2022

AINDA SOBRE BATERIAS, REDE ELÉTRICA E QUE TAIS...

O ÓTIMO É INIMIGO DO BOM.

Complementando o que vimos na sequência sobre baterias, conectar um carregador bivolt numa tomada de 110V ou 220V não aumenta nem reduz o tempo de recarga. Isso porque a tensão de saída independe da tensão de entrada, e a função do dispositivo em questão é basicamente transformar em corrente contínua (de aproximadamente 5V) a corrente alternada fornecida pela tomada.

Na corrente alternada, o valor máximo oscila em torno de um referencial (neutro). O potencial elétrico ao longo do ciclo parte de zero, cresce até o valor máximo, decresce até zero, e então o ciclo se reinicia (50 ou 60 vezes por segundo). Na parte negativa, não há necessariamente valores negativos, e sim a inversão do sentido da corrente. Sempre haverá um momento em que o valor será zero — quando então, se fôssemos rápidos o bastante, poderíamos colocar o dedo numa fase sem levar choque (sugiro não tentar). 

A instalação elétrica da maioria dos imóveis é “aterrada”, daí a importância de usarmos plugues e tomadas de três pontos. O aterramento é feito durante a construção do imóvel (embora também possa ser feito a qualquer tempo). Geralmente, isso consiste em introduzir no solo um conjunto de hastes metálicas que são ligadas fisicamente ao terceiro ponto (terra) das tomadas.

Em linhas gerais, as tomadas têm dois polos (fase + neutro nas monofásicas e fase + fase nas bifásicas). Se observarmos esses componentes com atenção, veremos que, para orientar a conexão dos fios, os orifícios são identificados como fase, neutro e terra. Segundo a norma ABNT 14136, o polo à esquerda é “neutro”, o polo à direita é “fase” e o central, “terra” (mais detalhes neste vídeo)

ObservaçãoO terceiro pino da tomada, conhecido como “terra”, é responsável por levar a energia excedente para o solo, desmagnetizando o aparelho e evitando acidentes ou problemas maiores. Como a rede elétrica não é estabilizada, fugas de tensão são comuns e a energia que escapa da tomada fica armazenada na carcaça metálica do dispositivo. Assim, alguém que encostar na geladeira ou no gabinete metálico do PC, p. ex., pode tomar um leve choque — sem mencionar que durante tempestades com raios os aparelhos podem ser submetidos a uma sobretensão e queimar. Com o terceiro pino, a energia extra é descarregada no solo, evitando danos aos componentes eletrônicos dos dispositivos. 

Embora fosse mais lógico adotar o padrão norte-americano, o Brasil pariu uma jabuticaba. Embora seja recomendável substituir todas as tomadas do imóvel, a maioria de nós recorre aos indefectíveis "adaptadores" — melhor isso do que remover o terceiro pino do plugue (como muita gente faz) ou recorrer a gambiarras como ligar polo terra da tomada a um cano metálico da rede hidráulica ou ao próprio polo neutro da rede elétrica, que é aterrado na estação geradora de energia.

A maioria dos aparelhos elétricos/eletroeletrônicos funcionam normalmente com a tomada invertida, conquanto isso implique o risco de choque elétrico. Mas é bom ter em mente que, numa rede devidamente aterrada, o terceiro pino não só protege os dispositivos como impede que o plugue seja conectado invertido. Demais disso, a corrente pode “escapar” dos condutores (fenômeno conhecido como "fuga de corrente"). Em não havendo aterramento (que funciona como uma "saída de emergência"), esse fenômeno pode causar danos aos aparelhos e/ou dar choque nos usuários, como era comum acontecer quanto a gente abria as geladeiras de antigamente.

Continua...  

quinta-feira, 21 de outubro de 2021

AINDA SOBRE COMO PROTEGER ELETROELETRÔNICOS DE DISTÚRBIOS DA REDE ELÉTRICA

QUANDO DISSE "SÓ SEI QUE NADA SEI", SÓCRATES NÃO ESTAVA AFIRMANDO UMA CERTEZA, MAS SIM TRANSPARECENDO TODAS AS SUAS DÚVIDAS.

Tempestades de verão — assim chamadas por serem frequentes na estação mais quente do ano — causam alagamentos, prejudicam o trânsito e, quando acompanhadas de raios e rajadas de vento, produzem distúrbios na rede elétrica, seja porque os raios a atingem diretamente, seja porque o vento derruba árvores sobre o respectivo cabeamento.

Raios (ou relâmpagos, ou coriscos) não decorrem da “colisão” entre nuvens, mas de perda da capacidade do ar de isolar as cargas elétricas opostas que se acumulam no interior dos cúmulos nimbos (que são formados por gotículas de água, granizo e partículas de gelo e podem ter mais de 20 km de altura e outros tantos de extensão). As descargas ocorrem tanto dentro das nuvens quanto de uma para outra ou delas para o solo e vice-versa, sendo as descendentes as mais comuns, embora as maiores são as que passam de uma nuvem para outra (elas podem chegar a dezenas de quilômetros de extensão).

O raio é formado por várias descargas com voltagem de 100.000.000 V a 1.000.000.000 V, amperagem de 20.000 A a 200.000 A e temperatura cinco vezes maior que a da superfície do Sol. Já o trovão decorre do aquecimento do ar pela corrente elétrica produzida pelo raio, e seu ribombar pode alcançar 120 decibéis.

ObservaçãoA quantidade de energia descarregada por uma tempestade chega a ser superior à de uma bomba atômica; a diferença é que a bomba libera tudo de uma só vez, ao passo que a tempestade o faz durante um período que pode ir de vários minutos a algumas horas.

Quando atingem a rede elétrica (direta ou indiretamente), os raios provocam aumentos de tensão com potencial para torrar (literalmente) a instalação dos imóveis e danificar eletrodomésticos e eletroeletrônicos no raio (sem trocadilho) de muitos quarteirões. Daí a importância do aterramento e do uso da tomada de três pontos — que se tornaram obrigatórias no Brasil, mas, curiosamente, num formato incompatível com qualquer dos modelos utilizados mundo afora.

Chamamos subtensão transitória a uma redução inferior a 10% da tensão nominal da rede e com duração igual ou inferior a 4 ciclos. Ela pode ocorrer tanto por culpa da concessionária de energia quanto por problemas na instalação elétrica do imóvel. Lâmpadas que “enfraquecem” no momento em que o compressor da geladeira entra em funcionamento, por exemplo, denunciam falta de aterramento ou fiação de bitola inadequada à demanda energética. Já as subtensões não transitórias (superiores a quatro ciclos e com duração de alguns minutos a muitas horas) costumam ter as mesmas causas e apresentar os mesmas — se você notar um enfraquecimento "persistente" das lâmpadas (sobretudo em horários de pico), consulte um eletricista; caso ele não identifique problemas na fiação do imóvel, acione a concessionária de energia.

Entende-se por sobretensão a elevação em 10% ou mais, por tempo igual ou superior a três ciclos, da tensão máxima permitida pela rede. Ao contrário do que ocorre nas subtensões, neste caso a luminescência das lâmpadas aumenta de intensidade. Se a instalação e o quadro de força estiverem dentro dos padrões, o problema deve ser externo, e cabe à concessionária de energia solucioná-lo. Mas não deixe de checar periodicamente o estado dos fusíveis (ou dos disjuntores, conforme o caso) e verificar a fixação dos cabos de energia no quadro de força (o afrouxamento dos parafusos é um problema bastante comum). Quanto a sobretensões que ocorrem durante tempestades elétricas, não há muito a fazer senão desligar a chave-geral ou desconectar das tomadas os aparelhos mais sensíveis.

Um aterramento comme il faut deve ser procedido durante a construção do imóvel, mediante a introdução de um conjunto de hastes metálicas no solo e ligação das ditas-cujas ao polo terra das tomadas (aquele que recebe o terceiro pino). Instalações elétricas antigos nem sempre são aterradas, e ligar o polo terra da tomada de três pontos a um cano metálico da rede hidráulica ou ao próprio neutro da rede elétrica — que é aterrado na estação geradora de energia — é gambiarra e, portanto, esse procedimento não é recomendável.

Disjuntores fusíveis desarmam ou se fundem por efeito de uma sobretensão para proteger a fiação do imóvel e os aparelhos a ela conectados. Computadores, modems, roteadores, decodificadores de TV por assinatura, secretárias eletrônicas e telefones sem fio são mais "sensíveis" do que lavadoras de roupa, refrigeradores e que tais. Em tese, quanto mais circuitos eletrônicos o aparelho tiver, maior será o risco de danos, daí ser importante desligar a chave-geral da caixa de força ou desconectar os cabos de força das tomadas (puxando-os pelos plugues, nunca pelos cabos).

Se a tempestade provocar um apagão, só religue os aparelhos quando a energia for restabelecida e estabilizada. Apagões intermitentes, nos quais a luz acaba, volta e torna a acabar sucessivas vezes, potencializam o risco de danos, pois é justamente quando a energia retorna que ocorrem quedas de fase (situação em que as lâmpadas acendem, mas ficam fraquinhas) e sobretensões (estas são mais frequentes e duram alguns milésimos de segundo, mas podem atingir facilmente a marca dos 500V).

Como nem sempre estamos em casa durante o temporal, é importante dispormos de um estabilizador de tensão ou, melhor ainda, de um nobreak. Convém evitar os Filtros de linha, que custam mais barato, mas não filtram coisa nenhuma, pois não passam de extensões providas de um led ou fusível que funciona como varistor e interrompe a passagem de energia quando a sobrecarga já atingiu os aparelhos que o tal "filtro" deveria proteger. Convém também evitar sempre que possível ligar dois ou mais aparelhos na mesma tomada.

As fontes de alimentação dos PC são do tipo "bivolt", ou seja, são capazes de operar entre 90 V e 240 V e, consequentemente, de suportar sobretensões de até 100% e subtensões de mais de 20% (quando ligadas a uma tomada de 127 V, evidentemente). Assim, a única vantagem do filtro de linha é facilitar a substituição do fusível (ou do próprio filtro), pois a troca dos varistores internos da fonte costuma dar mais trabalho.

Continua...

quarta-feira, 20 de outubro de 2021

DICAS PARA ECONOMIZAR ENERGIA E PROTEGER DISPOSITIVOS ELETROELETRÔNICOS

UM PILOTO SUPERIOR UTILIZA SEU JULGAMENTO SUPERIOR PARA EVITAR SITUAÇÕES QUE REQUEIRAM O USO DE SUA HABILIDADE SUPERIOR.

O ministro das causas perdidas e dos tempos estranhos trocou a suprema toga pelo supremo pijama em julho, mas sua poltrona no STF continua vaga. Davi Alcolumbre, presidente da CCJ do Senado, pretende empurrar com a barriga, até 2023, a sabatina do ex-ministro da Justiça e ex-AGU André Mendonça, indicado por Bolsonaro para o lugar de Marco Aurélio Mello.

"Tempos estranhos", costumava dizer o primo de Collor em suas longas perorações, numa evidente paráfrase ao filósofo grego Platão. Com efeito. Graças a gente como ele (falo de Mello, não de Platão), o criminoso de Garanhuns passou de presidiário de Curitiba a ex-corrupto e pré-candidato a presidente do Brasil das Maravilhas.

No Executivo, se uma moeda fosse cunhada para homenagear o atual presidente, ela teria o valor facial de R$ 3 e exibiria a efígie da Rainha de Copas de um lado e a do Chapeleiro Maluco do outro. No Congresso, a maioria dos 594 parlamentares produz leis como os açougueiros de Bismarck produziam salsichas, o que torna essa caterva tão inútil e ímproba quanto nossa hipotética moeda. 

Fosse o Brasil um país sério e o König der Scheiße que ainda despacha no Planalto já teria sido defenestrado (e internado ou preso). Como o país não passa de uma banânia, o Napoleão de Hospício segue na Presidência, promovendo motociatas e fazendo pouco caso do povo e levando ao delírio a récua de muares que batem os cascos para tudo que ele fala, afirmando que suas opções são a reeleição, a morte ou a prisão (noves fora a primeira, qualquer uma das outras estaria de bom tamanho) e que nada está tão ruim que não possa piorar.

Na última sexta-feira, o capetão disse a apoiadores que o Brasil é um dos países cuja economia menos sofreu efeitos da pandemia. Na Europa, disse ele, há inflação e falta de alimentos. Esquece-se sua alteza que seus governados disputam ossos como cães vira-latas, queimam-se ao usar espiriteiras improvisadas e os que dependem do carro para trabalhar se veem obrigados a escolher entre encher o tanque ou levar comida para casa.

O país das maravilhas descrito por Bolsonaro não encontra fundamentos na realidade. Desmente-o, por exemplo, a inflação galopante, que chegou a 10,16% em setembro — conforme informou o IBGE horas antes das afirmações feitas no cercadinho do Alvorada — e a alta dos preços, que é recorde no Brasil desde 1994. A fome também voltou a ser parte da vida de 19 milhões de pessoas no país sob Bolsonaro, segundo relatório da Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional.

Aos apoiadores, o presidente diz que a situação é reflexo do lockdown, relativizando sua responsabilidade na crise que o país vivencia. Nosso país está em franca recuperação, afirma ele, como se não houvesse mais de 14 milhões de desempregados. Para os que ainda têm empregos, o salário médio mensal encolheu 8,8% em apenas um ano, passando de R$ 2.750 em 2020 para R$ 2.508 em 2021. 

remuneração do presidente da Petrobras, general Luana e Silva, é de absurdos R$ 260.400,00, e o preço da gasolina no Brasil, 71,12% maior do que na Virgínia (EUA), onde o salário-mínimo é 11 vezes maior. Segundo a FGV, o percentual de famílias endividadas chega a 72,9%. Diante desse quadro, é um escárnio a Petrobras distribuir R$ 31,6 bilhões em dividendos a seus acionistas — dividendos esses originários dos lucros fabulosos gerados pela inescrupulosa isenção de tributos, principalmente na exportação do petróleo bruto.

As crises hídrica e energética que voltam a nos assombrar eram previsíveis e poderiam ter sido evitadas — ou pelo menos minimizadas — com planejamento responsável e investimento adequados. Mas Bolsonaro preferiu irrigar os bolsos dos militares com soldos polpudos, empurrar com a barriga a reforma administrativa e assistir impassível ao aumento do fundo eleitoral aprovado pelos congressistas fisiologistas, que queriam mais de R$ 7 bilhões para se esbaldar a custas dos contribuintes.

Bolsonaro culpa o ICMS (leia-se os governadores) pela escalada do preço de combustíveis e GLP, como se a discrepância entre o real e o dólar não fosse patrocinada por seu Posto Ipiranga — que se vendeu como um competente economista liberal, mas, na prática, não passa de um pau mandado a serviço do despirocado despresidente da República.

O que tem isso a ver com informática? Nada. Ou tudo, em considerando que a solução encontrada para contornar a crise energética é aumentar o valor da vergonhosa bandeira tarifária, repassando aos consumidores o ônus da incompetência desse governo de merda. Por conta disso, compartilho com vocês uma lista dos grandes vilões do consumo energético. Se vocês utilizam alguns deles e acham que mantê-los ligados diuturnamente não aumenta a conta de energia, talvez seja a hora de reverem seus conceitos.

1 — Os carregadores de celulares não são vorazes consumidores de energia, mas passam a sê-lo quando mantidos permanentemente plugados na tomada. O consumo médio de um carregador é de 0,26W quando não está sendo usado e de 1W a 5W quando está conectado ao aparelho, mesmo depois de a bateria ter sido totalmente recarregada.

2 — Fornos de micro-ondas costumam permanecer ligados à tomada porque a maioria de nós tem preguiça de acertar o relógio. Mas mantê-los em stand-by permanente 3W/h. Faça as contas.

3 — Desktops e notebooks também integram essa seleta confraria. É certo que os smartphones os substituem com vantagem na maioria das tarefas do dia a dia, mas é igualmente certo que digitar textos longos num tecladinho virtual exibido numa telinha sensível ao toque de pequenas dimensões é uma provação. Isso sem mencionar games, edição de vídeo e outras tarefas que exigem mais poder de processamento e espaço na memória RAM que a maioria dos diligentes telefoninhos costuma oferecer. Assim, ligue o PC somente quando necessário — mantê-lo em stand-by significa acrescer sua conta de energia em cerca de 20W/h se for um modelo de mesa e 15W/h se for um portátil. Caso sua máquina demore a inicializar, utilize a hibernação em vez do desligamento convencional. Isso não só economiza energia como agiliza a reinicialização do sistema, que ressurge com todos os aplicativos e janelas do jeito como se encontravam quando o aparelho foi posto para "dormir".

4 — Telefones fixos se tornaram uma espécie em extinção, mas muita gente ainda os utiliza e não abre mão das facilidades providas pelos modelos sem fio. O problema é que eles consomem cerca de 3W/h quando conectados à tomada, enquanto um aparelho convencional, que custa bem mais barato, não impacta sua conta de luz.

5 — Televisores, DVD Players, decodificadores de TV por assinatura e consoles de videogame consomem entre 1 W/h e 3W/h se mantidos em stand-by, ao passo que aparelhos de som impactam acrescem cerca de 15 W/h à sua conta de energia. Desligados da tomada eles não só reduzem esse custo como ficam protegidos de distúrbios da rede elétrica e sobretensões provocadas por raios durante os tradicionais (e atualmente desejáveis) temporais de fim de tarde.

Falando em tempestades de verão, vale lembrar que a extensão territorial e a localização geográfica fazem do Brasil o país com a maior incidência de raios no mundo, chegando a registrar 70 milhões de descargas elétricas por ano. Em 2020 foram contabilizados mais de 120 milhões de raios, um aumento de 51% em relação a 2019, quando foram observados 62 milhões deles. Apesar de as chances de ser atingido por um raio serem desprezíveis, não se pode dizer o mesmo sobre as consequência desse fenômeno nos aparelhos eletroeletrônicos. O ideal é que cada residência disponha de um sistema de aterramento e de um DPS — equipamento que identifica uma sobretensão na rede e a transfere para o sistema de aterramento.

Observação: Os raios provocam surtos elétricos, ou seja, grandes aumentos de tensão que se propagam pela rede elétrica e podem torrar, literalmente, os frágeis componentes de aparelhos elétricos e eletroeletrônicos. Estabilizadores de tensão e nobreaks podem ajudar, mas o melhor a fazer durante um temporal com raios é desligar a chave geral do imóvel ou, no mínimo, desplugar os aparelhos da tomada puxando-os pela parte isolada (jamais pelo cabo). Convém também evitar tomar banho se o chuveiro for elétrico, usar o celular em vez do telefone fixo e manter distância de janelas e portas metálicas

Amanhã eu conto o resto.

segunda-feira, 13 de janeiro de 2020

DE VOLTA ÀS TEMPESTADES DE VERÃO - CONTINUAÇÃO


SER MAIS ESPERTO QUE O INIMIGO NÃO TORNA O INIMIGO MENOS PERIGOSO.

Como vimos no post anterior, o melhor a fazer quando uma tempestade elétrica se avizinha é desligar a chave geral do quadro de força (ou, no mínimo, desplugar das tomadas os aparelhos mais sensíveis). Mas nem sempre estamos em casa e, quando estamos, nem sempre tomamos essa providência a tempo, daí ser importante dispor de um no-break ou de um estabilizador de tensão de boa qualidade, que oferecem proteção responsável contra os famigerados distúrbios da rede elétrica (os também famigerados filtro de linha custam mais barato e podem ser encontrados em qualquer casa de ferragem ou hipermercado, mas não filtram coisa nenhuma e, portanto, são uma péssima péssima escolha, como veremos melhor mais adiante).

Chamamos subtensão transitória a uma queda de tensão inferior a 10% da tensão nominal da rede e com duração igual ou inferior a 4 ciclos. Esse fenômeno pode ocorrer tanto por culpa da concessionária de energia quanto da instalação elétrica do imóvel. Lâmpadas que “enfraquecem” momentaneamente sempre que o compressor da geladeira entra em funcionamento ou quando um dispositivo elétrico é ligado em cômodo da casa, por exemplo, denunciam falta de aterramento ou fiação de bitola inadequada à demanda de energia (detalhe: ferro de passar roupas, secador de cabelos e outros utensílios vorazes não servem de parâmetro para essa avaliação).

As subtensões não transitórias (superiores a quatro ciclos e com duração de alguns minutos a muitas horas) têm basicamente as mesmas causas e sintomas das transitórias; se você notar um enfraquecimento "persistente" das lâmpadas (sobretudo em horários de pico), chame um eletricista, e caso ele não identifique problemas na fiação do imóvel, acione a concessionária de energia elétrica.

sobretensão, por sua vez, consiste na elevação (em 10% ou mais), por tempo igual ou superior a três ciclos, da tensão máxima permitida pela rede. Situação oposta às anteriores, nesta o brilho das lâmpadas aumentam de intensidade. Se a instalação estiver dentro dos padrões, especialmente o quadro de força, o problema deve ser externo e compete à concessionária de energia solucioná-lo. Mas convém checar periodicamente o estado dos fusíveis (ou disjuntores) e verificar a fixação dos cabos de energia no quadro (o afrouxamento dos parafusos é um problema comum).

Observação: Quanto às sobretensões que costumam ocorrer durante temporais com relâmpagos, vimos no post anterior que não há muito a fazer além de desligar da tomada os equipamentos mais sensíveis. Cautela e canja de galinha não fazem mal a ninguém.

Voltando aos filtros de linha, eles devem ser evitados por várias razões, a começar por não filtrarem coisa alguma. Apesar do nome, eles não passam de simples extensões (também conhecidas como "réguas"), mas é bom ter em mente que ligar dois ou mais aparelhos na mesma tomada da parede, dependendo de quanta energia cada um deles consome, é uma prática nada recomendável. A diferença entre esses "filtros" e as tais réguas está num pequeno fusível (ou um LED, conforme o modelo) que se rompe (ou funde) por efeito de um pico de energia, interrompendo a passagem da corrente elétrica. O problema é que essa interrupção nem sempre acontece com rapidez suficiente para impedir que a sobretensão alcance os aparelhos que o tal filtro deveria proteger, e aí está feita a caca.

Vale lembrar que as fontes de alimentação dos PCs operam entre 90 V e 240 V e suportam sobretensões de até 100% e subtensões de mais de 20% (quando ligadas a uma tomada de 110 V~127 V, evidentemente). Assim, a única vantagem do filtro de linha é facilitar a substituição do fusível (ou o próprio filtro), que nos varistores internos da fonte de alimentação do computador é uma tarefa mais complicada.

Continuamos na próxima postagem.

sexta-feira, 10 de janeiro de 2020

DE VOLTA ÀS TEMPESTADES DE VERÃO



Sai ano, entra ano, a catástrofe anunciada se repete: tempestades de verão castigam impiedosamente diversas regiões do país, produzindo cenas surreais: pessoas atravessando “a nado” ruas e avenidas, carros submersos, boiando ou sendo arrastados pela correnteza, gente tragada pela força das águas, e por aí segue a lamentável procissão.

Passada a borrasca, vêm as cenas do rescaldo: após a volta dos córregos e rios aos respectivos leitos, a água escoa e os alagamentos tornam-se transponíveis, mas árvores derrubadas pela força do temporal, veículos parcial ou totalmente destruídos, imóveis invadidos pelas águas e depoimentos de gente que não tinha nada, reclamando de ter perdido tudo (parece um contrassenso, mas não é), alimentam o apetite pantagruélico da imprensa, que parece se comprazer em divulgar desgraceiras que tais.

As autoridades (ir)responsáveis culpam São Pedro, a população incivilizada — que joga na rua, nos córregos, nas linhas férreas e onde mais lhe der na telha todo tipo de lixo, de latinhas de refrigerante a colchões, sofás e refrigeradores — e o governo federal: em São Paulo, gastaram-se míseros 38% da verba destinada a obras de monitoramento e prevenção e irrisórios 35% do montante previsto para drenagem porque, segundo a prefeitura, o governo central não devolveu sua quota-parte dos trilhões de reais e impostos arrecadados no exercício anterior.

Observação: Um levantamento feito em 2010 deu conta de que o Estado de São Paulo repassou, no exercício anterior, mais de R$200 bilhões em impostos federais ao governo central, mas recebeu de volta cerca de 10% desse montante, enquanto estados-parasitas repassaram R$ 200 milhões e receberam mais de R$ 2,5 bilhões (como foi o caso do Acre). Se isso lhe parece justo, eu o congratulo, caríssimo leitor.

Deixando de lado essas lamentáveis questões, prevenir acidentes é dever de todos, e é sempre melhor acender a vela do que amaldiçoar a escuridão. Portanto, vale relembrar que as “tempestades de verão” — assim chamadas por serem frequentes na estação mais quente do ano — costumam vir precedidas ou acompanhadas de raios e rajadas de vento, propiciando a ocorrência de distúrbios na rede elétrica, seja por ação direta dos raios, seja porque o vendaval derruba árvores sobre o cabeamento.

Dentre as poucas coisas em que o Brasil se destaca mundialmente, além da corrupção e das queimadas na Amazônia, naturalmente, está a quantidade de raios — fenômeno atmosférico não é produzido pela “colisão” entre nuvens, como muita gente acredita, mas pela perda da capacidade do ar de isolar as cargas elétricas opostas que se acumulam no interior dos cúmulos nimbos — nuvens formadas por gotículas de água, granizo e partículas de gelo, que alcançam facilmente 20 km de altura e outros tantos de extensão. As descargas podem ocorrer tanto dentro das nuvens quanto de uma para outra ou delas para o ar, sendo as descendentes (da nuvem para o solo) as mais comuns, embora menores que as que passam de uma nuvem para outra (essas podem chegar a dezenas de quilômetros de extensão).

O raio é formado por várias descargas elétricas com voltagens que vão de 100.000V a 1.000.000.000V, amperagens entre 20.000A e 200.000A e temperaturas até cinco vezes maiores que a da superfície do Sol. Já o trovão é causado pelo aquecimento do ar pela corrente elétrica produzida pelo raio, e seu ribombar pode alcançar 120 decibéis. A quantidade de energia descarregada por uma tempestade pode superar a de uma bomba atômica — a diferença é que esta última libera tudo numa fração de segundo, ao passo que o fenômeno atmosférico o faz durante um período que pode ir de vários minutos a algumas horas.

Quando atingem a rede elétrica, os raios causam aumentos de tensão capazes de torrar (literalmente) a instalação dos imóveis e danificar eletrodomésticos e eletroeletrônicos em um raio (sem trocadilho) de muitos quarteirões. Daí a importância do aterramento e do uso da tomada de três pontos — estas se tornaram obrigatórias no Brasil em 2011, mas, curiosamente, o órgão responsável escolheu um formato inusitado, incompatível com os modelos usados no resto do mundo. Um aterramento como manda o figurino é feito durante a construção do imóvel, mediante a introdução de um conjunto de hastes metálicas no solo, que são ligadas ao polo terra das tomadas (aquele que recebe o terceiro pino). A instalação elétrica de imóveis antigos nem sempre é aterrada, levando alguns “eletricistas” a recorrer a ligar o polo terra da tomada de três pontos a um cano metálico da rede hidráulica ou ao próprio neutro da rede elétrica, que é aterrado na estação geradora de energia. Por óbvio, essa “solução” não passa de “gambiarra” e, portanto, deve ser evitada.

Disjuntores e fusíveis desarmam ou se fundem em decorrência de sobretensões na rede, protegendo a fiação do imóvel e os aparelhos elétricos e eletroeletrônicos a ela conectados. Mas é bom ter em mente que computadores, modens, roteadores de Internet, decodificadores de TV por assinatura, telefones sem fio e que tais são mais "sensíveis" do que lavadoras, refrigeradores e eletrodomésticos afins. Via de regra, quanto mais circuitos eletrônicos o aparelho tiver, maior será o risco de ele ser danificado — portanto, ao primeiro sinal de temporal, desconecte tudo da tomada ou deligue a chave-geral da caixa de força.

No caso de falta de energia, só religue os aparelhos depois que o fornecimento for restabelecido e estabilizado. Apagões intermitentes (aqueles em que a luz acaba, volta e torna a acabar sucessivas vezes) potencializam os riscos de danos, pois no instante em que a força retorna ocorrem as famigeradas quedas de fase (situação em que as lâmpadas acendem, mas ficam fraquinhas) e sobretensões — estas são mais frequentes e duram alguns milésimos de segundo, mas chegam facilmente a 500V.

Continua na próxima segunda-feira.