Ainda não se sabe quando ou se serviço será lançado, nem se será gratuito ou pago.
UM BATE-PAPO INFORMAL SOBRE INFORMÁTICA, POLÍTICA E OUTROS ASSUNTOS.
Falando para o microfone domesticado de sua live semanal, Lula defendeu que o Supremo passe a tomar decisões por meio de votações secretas. A sorte é que, numa democracia, o direito do presidente da República de ser ouvido não pressupõe o direito de ser levado a sério. "Daqui a pouco um ministro do STF não pode mais sair na rua, passear com sua família", disse ele. O raciocínio é cínico, anticonstitucional e instigante. É cínico porque a opção pelo breu chega depois que o criminalista de estimação de Lula atiçou a ira da esquerda ao encostar seus votos inaugurais na ala bolsonarista do Supremo. É anticonstitucional porque a Carta privilegia no setor público a publicidade, não o sigilo. É instigante porque conduz a uma interrogação inevitável: E se Bolsonaro defendesse numa live de presidente o apagão no Judiciário e propusesse um Supremo com voto secreto e sem TV Justiça depois de enviar para a Corte o ministro tubaína e o terrivelmente vassalo? O ministro Flávio Dino (Justiça) tratou a fórmula do chefe como "possível". Enxergou transparência na opacidade. A diferença, disse ele, é que o modelo de Lula "valoriza mais a posição transparente do colegiado", enquanto que o modelo atual "privilegia a ideia de cada um votando separadamente." Se o autor da maluquice fosse Bolsonaro, Dino decerto economizaria o latim. Diria apenas que voto secreto em Corte suprema é coisa de ditadura.
Navegar na Dark Web potencializa o risco de malware — no melhor estilo "foi comprar lã e voltou tosquiado". Softwares maliciosos oferecidos como ferramentas para ataques cibernéticos podem infectar os incautos com keylogger, botnet, ransomware e até golpes de phishing — mas isso também acontece com quem, por exemplo, baixa apps craqueados de sites hospedados na Surface Web.
Uma simples visita à Dark Web pode resultar na inclusão do internauta em listas de monitoramento. Dados pessoais — como números de documentos, senhas, endereços físicos, informações bancárias e de cartões de crédito — circulam nessas profundezas o tempo todo, e a oferta de serviços como assassinatos pagos, tráfico sexual, comércio de armas etc. costuma ser um engodo projetado para tirar dinheiro dos contratantes. (Para mais informações e sugestões sites hospedados na porção submersa da Web, clique aqui ou abra o TOR e acesse este link).
Se você for dar um passeio pela Dark Web, desvencilhe sua identidade online (nome, endereço, telefone, número de documentos, email etc.) do mundo real; use cartões de crédito virtuais ou pré-pagos em suas compras; jamais baixe arquivos da Dark Web; desative o Active X e o Java em todas as configurações de rede possíveis; não use seu email pessoal para login ou seja lá o que for; use o Windows logado numa conta com poderes limitados e restrinja o acesso ao seu dispositivocom Tor.
Continua...
POLÍTICA SE FAZ UM DIA DEPOIS DO OUTRO
Diferenciar websites “legítimos” dos potencialmente perigosos está mais difícil a cada dia, donde a palavra de ordem é confiar desconfiando e redobrar os cuidados nas compras online.
Recomenda-se evitar o uso cartões de débito e, no que diz respeito aos cartões de crédito, utilizar sempre que possível cartões pré-pagos ou versões “virtuais” do cartão atrelado a sua conta bancária. Igualmente importante é informar somente os dados indispensáveis à transação. Diferentemente de um relógio, um par de tênis ou outro produto a ser entregue em sua casa, um software shareware é obtido via download e a licença (chave de ativação), enviada para o endereço de email cadastrado no ato da compra. Portanto, não há motivo para informar seu endereço físico e outros dados que não os do cartão.
Com relação aos aplicativos que você instala no smartphone ou no tablet, faça o download a partir da loja do fabricante do aparelho ou do Google Play (ou da App Store, no caso do iPhone e do iPad). Isso não garante que você não levará gato por lebre, mas reduz significativamente os riscos. E fique atento às permissões que os programinhas solicitam — uma lanterna, por exemplo, não precisa ler seus emails ou acessar sua lista de contatos, também por exemplo.
Fuja de promessas mirabolantes e de ofertas imperdíveis. Na política, o candidato que mais promete costuma ser o que menos cumpre. Nas compras online, sites com anúncios de mais e conteúdo de menos, ou que o induzam a instalar seja lá o que for para ter pleno acesso ao conteúdo da página, têm tudo para ser arapucas.
Se o link para o site vier a bordo de email de procedência duvidosa (o fato de o remetente da mensagem ser conhecido não garante que foi ele quem a enviou), clique no endereço com o botão direito, selecione “copiar link” ou “copiar o endereço da página”) e faça uma busca no Google. No caso de links “encurtados”, recorra a um serviço que os reconverta em links convencionais, como o CheckShortURL.
O URLVoid não só indica qual site é responsável pelo URL como também informa quando o domínio foi registrado, sua posição no ranking do Google e quantos avisos de reputação maliciosa foram registrados por sites de varredura. O VirusTotal usa mais de 50 ferramentas diferentes para checar arquivos e links suspeitos, e apresenta os resultados em poucos segundos (ou minutos, dependendo do tamanho do arquivo).
Outra opção interessante é o Zulu URL Risk Analyzer. Basta digitar (ou copiar e colar) o endereço do site e clicar em Submit URL — quanto maior o número de barrinhas verdes, menor a chance de você ter problemas.
A DESCONFIANÇA É A MÃE DA SEGURANÇA.
Quando eu comecei a me entender por gente, as crianças perdiam os dentes de leite bem antes de deixarem de acreditar em Papai Noel, e o “Espírito do Natal” dava ar da graça lá pelo final de novembro — a princípio timidamente, depois num crescendo, como o do apito de um trem que aproxima da estação.
Naqueles tempos, os “votos de boas festas” pareciam mais sinceros. As pessoas desejavam um feliz Natal — e um feliz Ano Novo — a torto e a direito, inclusive a desconhecidos com quem simplesmente cruzavam na rua. E enfeitar a árvore, armar o presépio e pendurar a guirlanda na porta de casa fazia parte da festa.
De uns anos para cá, o "Espírito do Natal" resolveu frequentar exclusivamente hipermercados, shopping centers e assemelhados. No afã de fazer a clientela "entrar no clima", os lojistas removem a decoração do Halloween e, ato contínuo, penduram os ornamentos natalinos. Mas a coisa se tornou impessoal, sem graça, e com a pandemia, então, nem se fala.
Ainda que as pessoas armem árvores de Natal e pendurem redes de lampadinhas pisca-pisca nas janelas e varandas, o clima é artificial e os votos carecem de calor humano. Em época de vacas magras, presente virou lembrancinha e lembrancinha virou cartão virtual (para economizar o selo postal).
Nem sempre dá para escapar de comprar um presentinho cá, outro acolá, seja porque algumas pessoas realmente merecem, seja porque... enfim, o fato é que é impossível evitar. Mas dá para evitar os tradicionais engarrafamentos, transporte público lotado, lojas apinhadas e aborrecimentos que tais recorrendo às compras online.
Em quase dois anos de convívio com a Covid, a maioria dos brasileiros comprou pelo menos um produto pela Internet. Até quem era avesso ao comércio virtual acabou se rendendo. Cerca de 13 milhões de pessoas fizeram compras online pela primeira vez em 2020 no Brasil (número equivalente à população do Estado da Bahia), e o pagamento com cartão de crédito é a opção preferida, tanto por consumidores quanto por lojistas — o boleto bancário e o Pix disputam o segundo lugar, e as demais opções não vêm ao caso para efeito desta abordagem.
Observação: Para saber mais sobre como surgiu o "dinheiro de plástico", esta postagem dá início a uma sequência que eu publiquei há alguns anos.
O Brasil fechou 2020 com 134 milhões de cartões de crédito (um aumento de 12% na comparação com o ano anterior). Por outro lado, a proporção das famílias que se encalacraram com o uso do dinheiro de plástico alcançou um recorde de 81,8% em junho deste ano — maior patamar desde o início da pesquisa, em 2010. Mas isso é outra conversa.
Importa dizer que a segurança no pagamento com cartão será maior se você não usar a função débito e, em vez de informar os dados do cartão de crédito "físico", utilizar uma "versão virtual" do instrumento de crédito convencional.
Observação: O cartão de débito é vinculado à conta corrente e utilizá-lo é o mesmo que fazer um pagamento à vista com dinheiro, pois o valor da transação é debitado no ato. Se o saldo não for suficiente, mas o portador do cartão dispuser de um limite de crédito pré-aprovado (o famoso "cheque especial"), a compra será autorizada, mas serão cobrados juros escorchantes sobre o limite e o tempo utilizados. A maior inconveniência, por assim dizer, de pagar compras online "no débito" é que fica muito mais difícil cancelar uma transação fraudulenta ou reclamar se o produto não for entregue ou tiver um defeito qualquer. E o mesmo se aplica ao pagamento via Pix.
O cartão de crédito funciona como qualquer transação financeira. No caso, a empresa emissora e o portador do cartão fazem um acordo: a instituição concede ao cliente um limite de crédito para ser usado no pagamento de compras e serviços, e o cliente se compromete a quitar a fatura na data de vencimento. Quando a fatura mensal é paga, o limite contratual torna a ficar disponível — em havendo compras parceladas, a liberação do limite total se dá somente quando a última parcela for quitada.
Resista estoicamente à tentação de pagar a parcela mínima e rolar o restante da dívida, pois os juros e demais encargos são escorchantes. Só parcele o pagamento se o financiamento for feito pela loja (preço à vista em "x" vezes "sem juros", p. ex.), e fique atento para a "melhor data": compras efetuadas 10 dias antes do vencimento da fatura são lançadas no mês subsequente, de modo que você só desembolsará o dinheiro dali a 40 dias.
No que concerne à "anuidade", o valor e a forma de cobrança (de uma só vez ou em parcelas mensais) variam de uma instituição pra outra. Como a oferta de cartões sem anuidade é cada vez maior, você pode conseguir um bom desconto (ou mesmo a isenção da anuidade) negociando com a operadora. Via de regra, quanto o cliente usa o cartão, mais chances ele tem de reduzir o valor da anuidade, que, como dito, pode até chegar a zero.
Quando você paga com cartão numa loja física, a leitura dos dados é feita pela "maquininha" e a transação é autorizada depois que você digita sua senha no teclado do dispositivo. Nas compras pela Internet não existe maquinha. Você preenche um formulário online com seu nome, bandeira, número e vencimento do cartão e, ao final, informa o CVV (sigla em inglês para “Card Verification Value” ).
O CVV é um "código de segurança" — geralmente formado por três ou quatro algarismos — que vem impresso no verso do cartão. Nesse caso, para se passar por você, o fraudador não precisa da mídia (o cartão propriamente dito) nem de sua senha, ou por outro, qualquer pessoa que tiver acesso aos dados exigidos pelo formulário poderá fazer compras e pagá-las com o cartão. Em tese, esse código não fica armazenado nos servidores das lojas em texto puro, mas isso não significa que ele não possa ser descoberto. Daí ser mais seguro usar um cartão virtual (ou um cartão pré-pago, caso você não disponha de um cartão de crédito convencional que gere uma versão virtual).
O cartão virtual é atrelado ao cartão "físico", mas seu número é diferente do número da versão de plástico e muda toda vez que ele é gerado. Via de regra, o limite de crédito, as cobranças e a fatura são as mesmas do cartão ao qual ele é vinculado, mas a validade é limitada — ou seja, ele "expira" minutos ou horas depois de ser gerado e só pode ser usado uma única vez (para evitar clonagem e outros tipos de golpes).
Diferentemente dos cartões pré-pagos, que servem tanto para pagamento em lojas físicas quanto em sites, os cartões virtuais só funcionam em compras online. Alguns podem ser usados tanto em sites nacionais como internacionais e permitem parcelar o pagamento das compras normalmente. Os principais bancos comerciais disponibilizam seus próprios cartões virtuais, e utilizá-los costuma ser muito simples. Na maioria dos casos, o próprio cliente gera os dados (através do app do banco ou do serviço de netbanking).
As regras de utilização também podem variar de um banco para outro — se as informações disponibilizadas no site não forem suficientes, esclareça as dúvidas com seu gerente. O Itaú, por exemplo, emite um cartão de crédito virtual para cada transação online, e sua validade é de 48 horas. Findo esse prazo, o serial deixa de funcionar, inibindo a ação de fraudadores e assemelhados.
Em suma, você pode gerar um cartão virtual sempre que precisar e cancelá-lo se desistir de usar, sem pagar nada por isso. Também não há limite quanto ao número de vezes que o recurso pode ser utilizado.
Boas compras e boas festas.