Mencionei várias vezes ao longo desta sequência que viajar tempo como nos filmes de ficção científica é matematicamente possível, mas que, como os táquions e os buracos de minhoca, essa possibilidade permanecerá no campo das conjecturas até que surjam evidências concretas — como ocorreu com os buracos negros, com a antimatéria, e com o conceito de tempo negativo, que deixou de ser mera especulação depois que pesquisadores da Universidade de Toronto, no Canadá, demonstraram sua existência física tangível."
No último domingo, a pouco mais de uma semana de virar réu e acossado pela proximidade da cadeia, Bolsonaro discursou para cerca de 18,3 mil apoiadores em Copacabana. Mesmo bem aquém das 500 mil pessoas que os organizadores esperavam reunir, a adesão deixou claro que a liderança política do "mito", mesmo declinante, ainda não desapareceu. Mas nem por isso o Sol brilhará para o bolsonarismo, o centrão se reaproximará ou a prisão sumirá do horizonte.
Em um nível mais avançado, as equações da Relatividade Geral demonstraram como o espaço e o tempo se curvam na presença de massa e energia, e a partir delas os físicos perceberam que certos fenômenos extremos podem existir, mesmo que não tenham sido observados diretamente. Foi assim que os buracos negros foram previstos décadas antes de serem detectados, e o mesmo acontece com os táquions — partículas hipotéticas que se moveriam mais rápido que a luz —, com os buracos de minhoca — atalhos no espaço-tempo — e até com as curvas fechadas do tipo tempo — trajetórias que voltam ao ponto de onde partiram.
Essas soluções matemáticas não são provas experimentais, mas indicam que esses fenômenos são compatíveis com as leis da física. A menos que algum princípio ainda desconhecido pela ciência impeça sua existência no mundo real, comprová-los costuma ser apenas uma questão de tempo
Mesmo que nossa limitada tecnologia não permita viagens no tempo como as que a gente vê nos filmes, as equações matemáticas sugerem que, pelo menos em tese, elas são possíveis dentro das leis físicas conhecidas. Aliás, uma das equações mais conhecidas de Einstein, que se tornou um "sinônimo" da relatividade é E=mc² — onde E = energia; m = massa; e c = velocidade da luz no vácuo —, que descreve a equivalência entre massa e energia.
Antes de Einstein, a física clássica tratava a energia e a massa como grandezas independentes. Na mecânica newtoniana, massa pode ser descrita como a quantidade de matéria que compõe um corpo, e a energia, definida como a capacidade de realizar trabalho ou de provocar mudanças no estado de um sistema.
A equivalência massa-energia descrita por Einstein revolucionou a física, pois unificou duas grandezas que eram consideradas completamente distintas até então. Na prática, a fórmula diz que qualquer objeto que possua uma quantidade finita de massa também contém uma quantidade muito grande de energia, mesmo em repouso, além de relacionar as duas grandezas de forma que a massa pode ser convertida em energia e vice-versa.
No próximo capítulo, retomaremos a sequência do ponto em que paramos no post da última sexta-feira. .




