segunda-feira, 5 de maio de 2025

DE VOLTA ÀS VIAGENS NO TEMPO — 24ª PARTE

A GRANDE DIFERENÇA ENTRE A GENIALIDADE E A ESTUPIDEZ É QUE A GENIALIDADE TEM LIMITES.

Para aceitar novas hipóteses sobre a natureza da realidade, precisamos abandonar a visão de que tudo gira em torno de nós. 

Multiverso de Nível 4 propõe que os multiversos de níveis anteriores integrem uma única estrutura matemática infinita, com pelo menos quatro dimensões (três espaciais e uma temporal), geometrias distintas e leis físicas completamente diferentes das que conhecemos. Já a Teoria dos Multiversos nos desloca de qualquer posição central ou privilegiada, deixando claro que nosso universo — e nós mesmos — não somos especiais.

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O Gênesis não conta, mas, ao ser acusado de favorecer a porção de terra que se tornaria o Brasil, Deus respondeu: “Esperem para ver o povinho de merda que eu vou colocar ali.” Essa passagem pouco conhecida fornece pistas valiosas para quem se pergunta se este país tem jeito. Afinal, esperar o quê de um eleitorado que repete a cada dois anos, por ignorância, o que Pandora fez uma única vez por curiosidade? Um povo despreparado até para votar em assembleia de condomínio tende a ser ludibriado por qualquer demagogo — e o demagogo que mente melhor vence as eleições.
Em momentos distintos da ditadura militar, Pelé e o general Figueiredo alertaram para o risco de misturar brasileiros e urnas em pleitos presidenciais. Ambos foram muito criticados, mas como contestá-los, se lutamos tanto por eleições diretas e elegemos Collor, Lula, Dilma e Bolsonaro?
Todo mundo mente, mas o problema é quando o mentiroso acredita nas próprias mentiras. Confrontado com o mensalão e, mais adiante, com o petrolão, Lula disse que “não sabia de nada”. E um presidente que não sabe o que está acontecendo bem debaixo de suas barbas ou é conivente, ou é incompetente.
Em 2022, a cinco dias do segundo turno, Lula prometeu que, se eleito, seria presidente de um mandato só. Mal se aboletou no trono e já deixou claro que pretende disputar a reeleição.
No final do ano passado, com a popularidade em queda e uma hemorragia cerebral, ventilou que dependeria do cenário político e de sua saúde. Passado o susto, prometeu cumprir as promessas que não honrou — e passou a fazer novas, mirando um horizonte que vai muito além do fim do seu mandato. Em fevereiro, produziu a seguinte pérola: “Quando terminar o meu mandato, vocês vão dizer: ‘Lulinha, Lulinha, fica, porque nós precisamos de um presidente que goste de nós’”, disse.
Em abril, o petista capitaneou o evento “O Brasil dando a volta por cima”, orquestrado pelo marqueteiro Sidônio Palmeira para vender a ideia de que, nos primeiros dois anos, foi preciso reconstruir o que Bolsonaro destruiu. Prometeu que, até 2030 (não por acaso o último ano de um eventual quarto mandato), todas as crianças brasileiras estarão alfabetizadas até o segundo ano. Discursando na inauguração de um campus da Universidade Federal Fluminense, disse que “precisou um torneiro mecânico sem diploma universitário governar este país para ser o presidente que mais fez universidades na história”.
Visando conquistar a simpatia da classe média, o mandatário de meio-expediente mascateia medidas populistas como a isenção do IR para quem ganha até R$ 5 mil mensais e a ampliação da faixa de renda do “Minha Casa, Minha Dívida”, além de assumir a paternidade de programas eleitoreiros como o Bolsa Família, Mais Médicos e Samu. Age como candidato, não como presidente. Usa dinheiro público para tentar se reeleger. Nos últimos meses, esteve quatro vezes em Minas Gerais e viajou para São Paulo, Rio de Janeiro, Ceará e Pará — todos estados entre os dez maiores colégios eleitorais do país.
Internamente, os líderes de esquerda não trabalham com outra opção que não seja Lula. Mesmo no PT, onde várias correntes se digladiam pelo comando do partido em julho, o candidato é Lula. Mas querer nem sempre é poder — sobretudo quando o que se quer é o poder. 
Nas pesquisas para o segundo turno, ele aparece atrás de Bolsonaro, da ex-primeira-dama e do governador bolsonarista de São Paulo, além de ostentar a maior rejeição: 51,9% dos entrevistados disseram que não votariam nele de jeito nenhum, e 57,4% desaprovam seu governo.
Lula deve anunciar oficialmente o que todo mundo já sabe em julho, logo após a eleição interna do PT. Até lá, terá de pegar em lanças para mudar o humor do eleitorado. E de nada adianta citar o PIB e outros dados macroeconômicos quando a alta no preço dos alimentos leva o povo à inevitável conclusão de que o país piorou.

Dentro da comunidade científica, alguns defendem que um extraordinário equilíbrio cósmico levou o Big Bang a produzir um universo ajustado às condições necessárias para nossa existência, enquanto outros sustentam que existem inúmeros universos físicos e que nós habitamos aquele cujas leis permitiram o surgimento da vida. Muitos argumentam que não há como comprovar a existência de um número infinito de universos universos-bolha, já que, por definição, eles seriam independentes do nosso. No entanto, a detecção de universos paralelos talvez seja apenas uma questão de tempo; afinal, a ciência já derrubou inúmeras barreiras antes, e não há por que acreditar que essa seja intransponível.

Algumas teorias encontram maior aceitação, mas, como bem disse Carl Sagan sobre a busca por vida extraterrestre, "ausência de evidência não é evidência de ausência". Muito do que era ficção há um ou dois séculos se tornou realidade, e o mesmo pode acontecer com ideias que hoje nos parecem especulativas. A história da ciência está repleta de exemplos de pioneiros ridicularizados em sua época, como Nicolau Copérnico, que desafiou o geocentrismo, Joseph Lister, que revolucionou a medicina com a desinfecção, e Alfred Wegener, que propôs a teoria da deriva continental. Todos foram desacreditados até que o tempo provasse que estavam certos. 
Isso não significa que qualquer ideia contestada hoje será confirmada no futuro, mas nos lembra de que manter a mente aberta é essencial para o progresso do conhecimento. 

Estudos de física, da mecânica quântica sugerem que multiversos paralelos ao nosso podem existir no mesmo espaço-tempo, e que, à medida que se realiza um experimento quântico com diferentes resultados possíveis, cada resultado ocorre em um universo paralelo. Outra teoria sobre multiversos sustenta que nosso universo é uma bolha, e que existem inúmeros universos-bolha semelhantes, imersos em um mar energizado e em eterna expansão. Entretanto, nenhuma dessas teorias conseguiu prever com precisão em que tipo de universo estamos inseridos.

Por enquanto.

Continua...

domingo, 4 de maio de 2025

TRANSFORME SEU CHURRASCO NUMA EXPERIÊNCIA GASTRONÔMICA ÚNICA

ANARQUIA NÃO É DESORDEM, DESORDEM É UM CONGRESSO DE LADRÕES QUE ROUBAM O PRÓPRIO POVO.
 
Churrasco sem caipirinha é heresia. Já basta a gente abrir mão da picanha, que, malgrado as promessas de Lula, continua custando os olhos da cara. Mas isso é outra conversa. O assunto desta postagem é o uso de bebidas para deixar a carne mais macia e suculenta — prática cada vez mais comum entre os churrasqueiros de fundo de quintal. E a protagonista dessa técnica é outra paixão nacional: a cachaça. 

O alto teor alcoólico da branquinha ajuda a quebrar as fibras da carne, realçar os temperos, potencializar os aromas e preservar a suculência, garantindo um churrasco memorável, e suas propriedades naturais dão um toque especial ao sabor e complementam os demais ingredientes da marinada. Mas o verdadeiro segredo está em como preparar a carne antes de levá-la à grelha

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Beneficiário de uma impunidade de 33 anos desde que foi penabundado do Planalto, Collor permaneceu na cadeia por menos de uma semana. Em pleno feriado do Dia do Trabalhador, Alexandre de Moraes acatou o parecer da PGR e presenteou o condenado com uma "prisão domiciliar humanitária", arrastando uma tornozeleira eletrônica no conforto do lar.

Nos anos 70, durante uma aula de direito penal, um colega perguntou ao professor por que somente os pobres iam para a cadeia no Brasil, e ouviu dele a seguinte resposta: Porque os ricos contratam Frederico Marques, e os pobres contratam você, caso seja aprovado no exame da OAB. 

O ministro Gilmar Mendes — que foi voto vencido no julgamento que condenou Collor a oito anos e dez meses de cadeia no âmbito da falecida Lava-Jato — ajudou a compor a maioria que, em 2016, aprovou a prisão dos réus depois da condenação em segunda instância. Ao proferir seu voto, disse que a presença de "ilustres visitantes" melhoraria as cadeias e destacou que já havia até chuveiro elétrico nos cárceres de Curitiba. Mais adiante, porém, pegou em lanças para defender a volta do status quo ante e o fim da maior operação anticorrupção da história desta banânia.

Em 2023, quando já havia sepultado a Lava Jato — com lápide fornecida pela suspeição de Sergio Moro —, o STF julgou inconstitucional a situação das prisões brasileiras e ordenou a elaboração de um plano capaz de civilizar as cadeias — que foi homologado pelo próprio Supremo no final do ano passado e ganhou o nome de "Pena Justa".

Collor poderia ter sido um bom começo, mas se tornou um triste fim. Três décadas atrás, ele se vangloriava no Planalto de ter "aquilo roxo". Há dez anos, quando foi denunciado, vendia saúde. Agora, aos 75 anos, pode ficar preso porque sofre de doença de Parkinson, apneia grave do sono e bipolaridade. Moraes poderia exigir a qualificação de uma unidade prisional, mas optou por enviar o desqualificado para casa.


Na picanha, o sal grosso é tempero suficiente, mas maminha, contrafilé e miolo da alcatra ficam mais macios e saborosos depois de marinar por algumas horas numa mistura de vinagre ou suco de limão, azeite, sal, pimenta-do-reino ou calabresa, cebola, alho, orégano e ervas finas. Já a cachaça suaviza fibras mais rígidas, atenua a gordura e cria um equilíbrio interessante entre o sabor natural da carne e os temperos utilizados — desde que você use cachaça de boa qualidade, de preferência branca, que tem sabor mais neutro e equilibrado, e não exagere na quantidade, ou o sabor da bebida irá predominar sobre o da carne.
 
Para preparar uma marinada perfeita, lave e seque bem um vidro com tampa (como os de palmito ou maionese), coloque a cachaça, o azeite, o alho esmagado, cheiro-verde picado, ervas frescas (como alecrim ou tomilho) e um toque de sal grosso, feche bem e agite por alguns segundos, até que os ingredientes fiquem bem misturados. 

Acomode a carne em uma vasilha, adicione o molho, massageie por alguns minutos, transfira para um saco de marinada (ou para uma vasilha plástica com tampa) e deixe na geladeira de véspera, virando a carne de tempos em tempos (se for deixar marinar por menos tempo, assegure-se de que a carne fique totalmente coberta pelo molho).
 
Com com uma boa marinada, o corte que você escolher para substituir a picanha pode transformar seu churrasco em uma experiência gastronômica única, mas para isso a carne deve ser assada corretamente. 

Para saber se o braseiro está no ponto, estenda a mão sobre ele a cerca de dois palmos de distância e conte até cinco. Se o calor obrigá-lo a tirar a mão no quatro ou no três, coloque a carne para assar. 

Cortes menores devem ficar a cerca de 20 cm da brasa, peças inteiras a pelo menos 40 cm, e a costela, a 70 cm (isso vale tanto para o preparo no espeto quanto na grelha).
 
Cupim, costela e outras carnes mais duras precisam assar por mais tempo do que picanha, maminha, fraldinha e outros cortes mais macios, que podem (e devem) ser servidos malpassados. Já as carnes de frango e de porco precisam ser bem-passadas. 
 
Tão importante quanto as características de cada corte e a preferência dos comensais é não deixar que a carne asse por tempo demais, não só para evitar que ela perca a maciez e a suculência, como para inibir o aumento da concentração de HPA (Hidrocarbonetos Policíclicos Aromáticos) e APA (Aminas Policíclicas Aromáticas), que, na proteína esturricada, enseja o aparecimento de células cancerígenas.

 

Bom apetite!

sábado, 3 de maio de 2025

NOVIDADES DA OpenAI

SUPORTAR A DOR É FÁCIL, EXCETO QUANDO É A GENTE QUE A SENTE.

 

Depois de implementar um motor de busca dentro do ChatGPT, a OpenAI vem considerando a criação de seu próprio navegador com IA integrada, e se aproximando da Samsung, que é um dos maiores parceiros comerciais do Google

No final do ano passado, a OpenAI lançou uma funcionalidade que permite substituir o Google Search pelo ChatGPT como motor de busca no Chrome. Além de listar links, a ferramenta oferece respostas mais didáticas e completas com a adição de fontes de referência. 

Para instalar a extensão do ChatGPT no Chrome, clique no ícone de três pontos no canto superior direito do navegador, selecione Extensões, clique em Acessar a Chrome Web Store, digite ChatGPT search na barra de busca da loja de extensões, selecione a opção em questão, clique em Usar no Chrome e confirme instalação. Feito isso, faça as buscas normalmente na barra de endereços ou solicite tarefas simples, como a elaboração de roteiros de viagem ou traduções de texto, e confira os resultados, que aparecem diretamente na interface do ChatGPT.
 
A eficiência do ChatGPT como motor de busca varia de acordo com o tipo de consulta. Para pesquisas mais objetivas, como comparações entre conceitos, a ferramenta é mais eficaz doque o Google Search, mas consultas que exigem busca por sites na web tendem a ser mais bem atendidas pelos motores de busca tradicionais.

sexta-feira, 2 de maio de 2025

DE VOLTA ÀS VIAGENS NO TEMPO — 23ª PARTE

SE DEUS DESSE ASAS ÀS COBRAS, TIRAVA O VENENO.

 

O Multiverso de Nível 3, que é largamente explorado nos filmes de ficção científica, se baseia na Interpretação de Muitos Mundos da mecânica quântica, que é uma alternativa à mais tradicional Interpretação de CopenhaguePara facilitar o entendimento, vamos descomplicar a essência desses conceitos.

 

Proposta por Niels Bohr e Werner Heisenberg, a Interpretação de Copenhague sustenta que as partículas quânticas existem num estado de superposição (múltiplas possibilidades) até serem medidas, quando então o ato de observação as obriga a "escolher" um estado definido. Essa ideia sugere que, até a observação, as partículas permanecem num limbo, com suas possibilidades em aberto.

 

Já na Interpretação de Muitos Mundos, de Hugh Everett, em vez do "colapso" das possibilidades ao serem observadas, cada evento quântico cria uma ramificação do universo, e todas as possibilidades acontecem, mas em universos diferentes. Cada uma dessas realidades paralelas é a concretização das múltiplas possibilidades que, segundo a Interpretação de Copenhague, seriam "escolhidas" na observação, e a soma desses universos paralelos é descrita pelo Espaço de Hilbert, um espaço matemático que engloba todos os estados quânticos possíveis.

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Não se trata de ser de esquerda, de direita ou de centro, mas de ser a favor do Brasil. E parlamentar que defende orçamento secreto e emenda do relator e ameaça "paralisar votações" caso o pedido de urgência da PEC da impunidade não seja pautado deve ser defenestrado do Congresso, sob pena de continuarmos reféns de políticos fisiologistas, que tratam o país como um balcão de negócios.
Lula voou da prisão para o Planalto (com as bençãos do STF) porque podar as asas de Bolsonaro era fundamental. Mas reconduzir o criminoso à cena do crime (como disse o picolé de chuchu antes de se tornar candidato a vice-presidente na chapa do dito-cujo) era opcional.
Lula vem apanhando diariamente da opinião pública não catequizada e do minguado seguimento da imprensa que não sucumbiu à polarização. A surra é merecida porque não há outro culpado senão a própria “alma viva mais honesta deste país”, responsável pelo time de economistas irresponsáveis e ministros envolvidos direta ou indiretamente em corrupção, por adular e apoiar ditadores mundo afora, por se amancebar com a banda podre do Congresso e por permitira que a primeira-dama torre dinheiro dos brasileiros como se não houvesse amanhã. 
Durante a campanha, Lula prometeu pendurar as chuteiras ao final do terceiro mandato. Também prometeu "a volta da picanha e da cervejinha" à mesa dos mais pobres. No levantamento divulgado no início do mês, 71% dos entrevistados afirmaram que o petista não tem cumprido o que prometeu, e 56% disseram que desaprovam seu governo. A volta da inflação, a história mal contada do Pix e o anúncio do pacote fiscal levaram-no a beijar a lona, e três pancadas recentes — o apoio de deputados da base governista ao PL da impunidade, a recusa do deputado Pedro Lucas a assumir o Ministério das Comunicações e os mais R$ 6 bilhões rapinados de aposentados e pensionistas do INSS — quase o nocautearam.
O lulopetismo — criado nos anos 1980 a pretexto de moralizar a política não roubando e não deixando roubar — tornou-se sinônimo de administração corrupta, e agora conquista um novo "selo de qualidade" na matéria, enquanto seu xamã amarga índices de rejeição superiores a 50% nas pesquisas de opinião pública. 
Apesar disso (e de mais um pouco), Lula diz que pretende disputar a reeleição no ano que vem. Mas Bolsonaro diz o mesmo, embora esteja inelegível até 2030 e em via de ser condenado pelo STF por tramar um golpe de Estado fracassado. 
 
No experimento do gato de Schrödinger, um átomo decide o estado de um gato trancado dentro de uma caixa, que pode ser vivo ou morto. Na Interpretação de Copenhague, o gato está em superposição (vivo e morto ao mesmo tempo) até a abertura da caixa, e na Interpretação de Muitos Mundos, o universo se divide em dois ramos: num ramo, o gato vive; no outro, ele morre.
 
A existência de inúmeros universos paralelos parece absurda, mas não é mais incoerente do que uma partícula se comportar como onda e estar em vários locais ao mesmo tempo até ser observada, quando então muda de estado e "escolhe" um local para habitar. Se isso soa esquisito e confuso para você, seja bem-vindo ao clube. Aliás, Richard Feynman, ganhador do Nobel de Física em 1965, foi cirúrgico: "ninguém realmente compreende a mecânica quântica".

 

É importante destacar que a Interpretação de Muitos Mundos é apenas uma das interpretações da mecânica quântica, e que o debate científico sobre a natureza da realidade quântica continua. Cientistas que se opõem a essa teoria costumam se escorar na navalha de Occam — princípio filosófico segundo o qual a explicação mais simples tende a ser a correta. Segundo eles, seria muito complexo ter que adicionar infinitos universos paralelos para justificar a existência do nosso. Já o cosmólogo Sean Carroll, adepto da teoria dos Muitos Mundos, publicou em seu Blog que "não conseguimos ver outros mundos diretamente, mas eles não são adicionados à teoria, eles surgem automaticamente a partir da mecânica quântica".


Observação: O mais interessante é que a Interpretação de Muitos Mundos é apenas uma maneira diferente de olhar para os mesmos dados e os mesmos resultados, já que as equações que sustentam a existência desses universos já existem. 

 
No Multiverso de Nível 3, tudo o que pode acontecer de fato acontece, a partícula quântica nunca entra em colapso; em vez disso, ela ocupa todos os lugares, dando origem á infinitas realidades diferentes a cada segundo, que existem em um Espaço de Hilbert. 

 

Ainda segundo Carroll, se o formalismo prevê a existência de muitos mundos, devemos aceitar que a realidade que vivenciamos é uma fatia indescritivelmente fina de tudo, e que os cientistas devem formular a melhor descrição possível do mundo como ele é, e não forçar o mundo a se adequar a seus conceitos pré-concebidos.

Continua…

quinta-feira, 1 de maio de 2025

ANATEL VIA WHATSAPP

A ÚNICA COISA PERMANENTE É A MUDANÇA.

 

Visando facilitar o registro e acompanhamento de reclamações dos consumidores, a Anatel lançou um canal de atendimento via WhatsApp. Para usar o serviço — que é exclusivo para reclamações — basta adicionar o número 0800 61 0 1331 no aplicativo e iniciar uma conversa. 


Até a integração de outras atividades — como tirar dúvidas sobre serviços de telecomunicação —, os interessados podem usar o app da agência (disponível para Android e iOS), acessar o portal do consumidor pelo navegador ou ligar para 1331.


Observação: Dizem as más-línguas que Lula usou o novo serviço para reclamar que a falta de comunicação minou sua popularidade, mas parece que não foi atendido. 

 

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O ministro Carlos Lupi não demitiu o presidente do INSS nem quando o escândalo aflorou, e o Planalto só penabundou o encrencado depois que a PF bateu às portas da instituição. Estima-se que a maracutaia que gerou um prejuízo de R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024 começou durante o governo de Michel Temer, cresceu sob Bolsonaro e explodiu com Lula 3.

 Em 2023, o problema foi levado ao Conselho Nacional da Previdência Social, presidido por Lupi, que não tomou providências e tampouco cumpriu a promessa de reduzir a fila de pedidos de benefícios. Em sua defesa, disse ter demitido um diretor que haveria retardado auditoria interna; que o INSS passou a exigir documentação mais rigorosa, incluindo biometria, para autorizar descontos nos benefícios de aposentados e pensionistas; que "não é fácil investigar"; e que a administração pública "é demorada".

Não faz sentido o responsável administrativo e político pelo descalabro continuar no ministério, mas Lula se fechou em copas. Talvez para evitar a repetição do fiasco do ano passado, ou porque os dirigentes do INSS permitiram que entidades sindicais entrassem na folha do instituto para assaltar os velhinhos, ele decidiu não participar ao vivo e em cores das festividades sindicais do Dia do Trabalhador. 

Lula demora a perceber, mas, embora o INSS tenha descido ao purgatório, seu governo não foi para o céu. E a temperatura no inferno tende a aumentar na proporção direta do tempo de permanência de Carlos Lupi na Esplanada. 

Lupi deveria chegar desempregado ao Dia do Trabalhador.


Para proteger os consumidores contra chamadas indesejadas, a Anatel criou o sistema Coleta de Dados, que obriga empresas a apresentar relatórios sobre chamadas, Também colocou no ar o site Qual empresa me ligou?, que revela o CNPJ de números desconhecidos, e a ferramenta Origem Verificada, que rastreia a origem das ligações.

 

Com o WhatsApp, o atendimento fica mais acessível e rápido. Como o aplicativo já faz parte do dia a dia de milhões de brasileiros, o novo canal aproxima a Anatel do cidadão, reduzindo a burocracia e trazendo mais dinamismo para resolver problemas.

quarta-feira, 30 de abril de 2025

WINDOWS 10 — UMA LUZ NO FIM DO TÚNEL

OS POLÍTICOS SÃO A MENTIRA LEGITIMADA PELA VOTO POPULAR.

Quatro meses depois de anunciar o lançamento do Windows 11 e informar que o Windows 10 deixaria de receber suporte em 14 de outubro de 2025, a Microsoft começou a distribuir o upgrade para a versão pronta e acabada do novo sistema para usuários que rodassem o Ten em máquinas "elegíveis" ou que se dispusessem a comprar um computador novo, que viria com o Win11 pré-instalado ou poderia ser atualizado via Windows Update pelo próprio usuário.

Naquela ocasião, a empresa estimava que todos os aparelhos compatíveis estariam rodando o Win11 em meados de 2022, mas faltou combinar com os russos: o Win10 velho de guerra continua firme e forte, com 68% da preferência dos usuários, enquanto seu sucessor contabiliza 27%, e as versões 8.1, 7, Vista e XP somam 4,5%.

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Em 2015, a PGR denunciou Fernando Collor por surrupiar R$ 20 bilhões da BR Distribuidora. Em 2023, o STF o condenou a 8 anos e 10 meses de prisão, mas seus advogados conseguiram procrastinar o cumprimento da pena até a semana passada. 

Nesse entretempo, Gilmar Mendes (atual decano da Corte e verdadeira herança maldita de FHC) votou pela absolvição e, vencido, tentou reduzir a pena à metade. Exausto das manobras protelatórias da defesa, Alexandre de Moraes, relator da encrenca, determinou a prisão imediata do Rei Sol, que, a pedido, foi envidado para uma “hospedaria especial” em Maceió. 

Moraes submeteu seu despacho ao plenário, Gilmar esboçou um pedido de destaque, mas recuou. O placar chegou a 6 a 0 pela prisão, mas o "terrivelmente evangélico" André Mendonça divergiu e foi seguido por Gilmar, Fux e o ministro-tubaína Nunes Marques. Zanin, como costuma fazer em processos da Lava-Jato, se absteve de votar. A defesa apresentou um pedido de prisão domiciliar, que ora se encontra pendente de manifestação da PGR.

Collor foi o primeiro presidente eleito pelo voto direto após a ditadura — e o primeiro a ser penabundado do cargo por impeachment. Sua trajetória errática e politicamente camaleônica incluiu alianças com Bolsonaro e com o PT. Em 2014, pediu votos para Dilma e até usou um trecho elogioso de Gleisi Hoffmann em sua propaganda. Em 2022, perdeu a disputa pelo governo de Alagoas com pífios 14% dos votos. Após sua prisão, o PRD o expulsou, seus aliados silenciaram e os líderes da legenda o descreveram como "distante da cúpula e irrelevante nas decisões". 

Sua prisão tardia e cercada de privilégios, representa o ocaso de um personagem que simbolizou tanto o colapso precoce da Nova República quanto a persistência das velhas práticas políticas. Já se ele vai realmente cumprir a pena, bem, eu não tenho bola de cristal, mas tampouco tenho memória de galinha. Para quem nao se lembra, em 2018 o TRF-4 aumentou de 8 para 12 anos a pena de Lula no processo do triplex e determinou sua prisão. Em 2019, numa votação apertada (6 votos a 5), o STF mudou seu entendimento sobre a "prisão em segunda instância", e Lula deixou sua cela VIP em Curitiba no dia seguinte, depois de 1 anos e 5 meses gozando da hospitalidade da PF em Curitiba. 

Em 2017, depois de procrastinar sua prisão por 4 décadas, Paulo Maluf — ex-prefeito da capital paulista (1969-1971; 1993-1996), ex-governador de São Paulo (1979-1982), candidato à Presidência em 1995 e 1989, ex-secretário dos Transportes, ex-presidente da Caixa Econômica Federal, ex-vice-presidente da Associação Comercial de São Paulo, quatro vezes deputado federal, líder de cinco partidos políticos e réu em 70 processos — foi finalmente encarcerado na Papuda. Três meses depois, graças ao bom coração do eminente ministro Dias Toffoli — que foi presenteado por Lula com a suprema toga, mesmo tendo levado bomba duas vezes seguidas em concursos para juiz—, foi enviado para casa por "razões humanitárias" e permaneceu em prisão domiciliar até maio de 2023, quando teve a pena extinta com base no indulto natalino concedido por Bolsonaro.

Na visão de Toffoli, o turco ladrão, então com 87 anos, estava à beira do desencarne; hoje, aos 93, se ele realmente está morrendo, é de rir de quem acredita na justiça desta banânia. 


Em julho de 2015, quando deu à luz o Win10, a Microsoft previu que seu novo rebento ultrapassaria a marca de 1 bilhão de instalações em três anos. Apesar do upgrade gratuito, essa meta só foi alcançada em janeiro de 2020, quando faltavam menos de 2 anos para o lançamento oficial do Win11, que é mais exigente, em termos de hardware, e bem menos simpático que seu antecessor aos olhos dos usuários. 

Faltando menos de seis meses para o Win10 deixar de receber suporte e atualizações de segurança da Microsoft, manter o sistema em uso após o prazo final aumentará significativamente o risco de ser vítima de pragas digitais, cibercriminosos e assemelhados. 

No ambiente corporativo, máquinas desatualizadas podem facilitar ataques de ransomware, sequestro de dados, sabotagens e outros incidentes graves. E a solução vai além da simples compra de novas licenças ou realização de upgrades: é preciso avaliar a compatibilidade de hardware, a maturidade dos aplicativos que rodarão no novo sistema, as políticas de segurança e criptografia (como a exigência do TPM 2.0, por exemplo) e, principalmente, o treinamento e adaptação das equipes que usarão diariamente essas máquinas.

Sensível ao fato de que cerca de 240 milhões de computadores podem se tornar lixo eletrônico devido à incompatibilidade com o Win11, a Microsoft criou programas de suporte estendido. Mas eles custam dinheiro e são meros paliativos, já que não eliminam a necessidade da mudança sem a qual o aumento da insegurança pode minar a competitividade das empresas.

No âmbito doméstico, a solução é mais simples: quem tem um PC compatível e não migrou pode fazer o upgrade, e quem tem máquinas incompatíveis pode "forçar" a instalação do novo sistema ou migrar para o Linux, por exemplo — distribuições como o Ubuntu oferecem uma interface semelhante à do Windows, tornando o "reaprendizado" uma questão de dias ou semanas. O macOS é imbatível, mas só roda no hardware fabricado pela própria Apple, o que encarece a mudança (embora ela valha cada centavo).

Uma alternativa que a própria Microsoft oferece, ainda que discretamente, consiste em adotar uma versão do Win10 Enterprise, como a LTSC 2021, que é baseada na versão 21H2 do Windows 10 e deve receber suporte até janeiro de 2027. A IoT Enterprise LTSC 2021, também baseada na versão 21H2, se parece e funciona como o clássico sistema para desktop, embora existam diferenças pontuais em relação às edições Home ou Professional — nas versões LTSC, o usuário permanece com a versão básica (21H2, build 19044), recebendo apenas patches de segurança e estabilidade. No entanto, como não haverá novas versões importantes após a 22H2, isso não chega a ser um grande inconveniente.

Chaves de produto do Windows 10 Home ou Professional não funcionam para ativar uma edição Enterprise LTSCA adoção deve ser feita mediante um contrato de licença por volume (VLAs) para menos 5 estações de trabalho, mas é possível negociar licenças individuais com alguns revendedores. Embora existam fontes não oficiais e ferramentas de ativação circulando na Internet, seu uso viola os termos de licenciamento da Microsoft.

Migrar para uma versão Enterprise LTSC significa abrir mão da Microsoft Store, da Cortana, do OneDrive e de aplicativos pré-instalados como Weather, Mail ou Contacts. Mas o Windows Defender, o navegador Edge e acessórios clássicos, como o Bloco de Notas e o WordPad, continuam presentes. O processo de instalação é semelhante ao convencional. O sistema tenta se conectar a uma conta corporativa, mas também oferece a opção de criar uma conta local tradicional. 

A versão IoT usa o inglês americano como idioma padrão, enquanto a Enterprise LTSC oferece mais opções linguísticas. Mas ambas são soluções legítimas para quem deseja manter o Windows 10 em seu hardware atual por até sete anos após 14 de outubro.

terça-feira, 29 de abril de 2025

DE VOLTA ÀS VIAGENS NO TEMPO — 22ª PARTE

UM BARCO SEM COMANDANTE É UM BARCO À DERIVA.


Diversas teorias amplamente aceitas preveem a existência de fenômenos impossíveis de serem observados diretamente. A Relatividade Geral, por exemplo, previu a existência dos buracos negros décadas antes de eles serem avistados de fotografados, e descreveu matematicamente seu interior, embora nenhum buraco negro tenha sido acessado diretamente.

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Condenado em 2023 a oito anos e 10 meses de cana, Collor finalmente foi preso última sexta-feira. Visando converter o regime fechado em prisão domiciliar, sua defesa argumentara que, além de ser idoso, o ex-presidente padece de diversas comorbidades que exigem cuidados contínuos e acompanhamento médico especializado.
Não foi essa a impressão deixada pelo Rei Sol durante a audiência de custódia. Interrogado por videoconferência pelo juiz Rafael Henrique, da equipe de Alexandre de Moraes, ele demonstrou estar bem-disposto e chegou a exibir um leve sorriso. Ao ser questionado se tinha alguma doença ou fazia uso de medicação contínua, foi curto e grosso: "Não". Indagado se havia passado por exame de corpo de delito, relatou que uma enfermeira aferiu sua pressão e auscultou seu coração. "Se isso é corpo de delito, então foi feito", concluiu. 
Moraes atendeu ao pedido do réu e o enviou para uma hospedaria "especial" do presídio alagoano de Baldomero Cavalcanti de Oliveira, e determinou que a instituição informasse no prazo de 24 se dispõe de estrutura para garantir que o detento continue vendendo saúde. 
Talvez conviesse à defesa adicionar a amnésia em nova petição ao Supremo: somente um surto de falta de memória levaria um paciente de Parkinson, apneia grave e transtorno bipolar a dizer que não toma remédios.

A Teoria do Multiverso não é uma teoria isolada, mas uma consequência de abordagens como a Inflação Eterna e a Mecânica Quântica. Cientistas renomados — incluindo o saudoso Stephen Hawking — sustentam que os universos paralelos são plausíveis, e Max Tegmark foi além, classificando-os em quatro níveis.

O Multiverso de Nível 1 corresponde à porção do cosmos que ainda não conseguimos avistar porque os últimos 13,8 bilhões de anos foram insuficientes para que sua luz chegasse até nós. Se o universo é infinito, é razoável supor que existam incontáveis regiões idênticas à nossa, além da Esfera de Hubble, que se estende para todos os lados por 49 bilhões de anos-luz. 

A ideia de que tudo que está além desse limite pode ser considerado outro universo se torna ainda mais intrigante quando pensamos que, embora o universo possa ser infinito, as formas de organizar suas partículas são finitas. Assim, se viajássemos indefinidamente em linha reta, acabaríamos encontrando uma galáxia idêntica à Via Láctea, com um planeta igual à Terra e cópias exatas de cada um de nós. A existência desses clones não é apenas uma possibilidade, mas uma previsão matemática. 
 
O que chamamos de "realidade" é apenas a forma como cosmos organiza suas partículas em um dado momento. Esse princípio lembra o famoso teorema do macaco infinito: em um universo com combinações finitas de partículas, um número infinito de possibilidades inevitavelmente gera "universos-espelho". Como o Multiverso de Nível 1 segue as mesmas leis físicas e constantes cosmológicas do nosso Universo, ele poderia, pelo menos em tese, ser explorado quando (e se) nossa tecnologia assim o permitir.

O Multiverso de Nível 2 se baseia na Inflação Cósmica, um desdobramento da Inflação Eterna. Segundo Tegmark, a energia usada para expandir uma região em estado de inflação cria massa suficiente para que essa região continue crescendo sem perder densidade. Como esse processo é autossustentável, ele pode gerar universos inteiros a partir de quase nada. Isso significa que um espaço finito poderia abrigar inúmeros espaços infinitos.

Em resumo, o Multiverso de Nível 2 consiste em vários universos incomunicáveis, cada um infinito em si mesmo. Ainda que sua existência não possa ser provada experimentalmente, a teoria que o sustenta é parte do "pacote" da Inflação Eterna, e aceitar um implica aceitar o outro.

Continua...