segunda-feira, 29 de setembro de 2025

PORNOGRAFIA X SEGURANÇA — CONTINUAÇÃO

VINCIT QUI PATITUR

Recapitulando: Acessar sites “adultos” grandes e conhecidos pode ser tão seguro quanto acessar plataformas como YouTube ou Vimeo, mas existe uma miríade de páginas falsas que imitam esses portais para roubar dados, chantagear ou extorquir visitantes.

 

Mensagens que chegam por e-mail ou SMS dizendo que sua webcam foi usada para gravar vídeos comprometedores — e que o material será divulgado caso você não pague resgate — são implausíveis, mas alguns malwares podem realmente bloquear sua tela com imagens explícitas, entupir seu navegador de anúncios, monitorar sua navegação e roubar senhas, credenciais bancárias e outros dados sensíveis. 


Para reduzir os riscos, fuja de sites que prometem “conteúdo premium gratuito”, evite clicar em anúncios irresistíveis — que a bandidagem usa para espalhar aplicativos falsos —, baixe apps somente de fontes oficiais (Google Play, App Store e sites verificados) e apague regularmente cookies, cache e histórico de navegação (a maioria dos navegadores permite programar a exclusão automática; para mais informações, clique aqui se você usa o Chrome, aqui se usa o Firefoxaqui se usa o Edge).


CONTINUA DEPOIS DA POLÍTICA


A reação avassaladora à ideia dos 353 deputados que pretenderam incluir na Constituição um dispositivo protetor de malfeitorias remete à antiga constatação de Lula sobre a existência de "300 picaretas" no Congresso. Nas ruas, os protestos levaram o carimbo da esquerda, mas na sociedade e no Senado — onde o voto é majoritário e não conta com a proteção da proporcionalidade que elege deputados —, a indignidade foi amplamente compreendida: parlamentares de direita, e até bolsonaristas, se engajaram no rechaço à quebra de limite, donde é lícito supor que exista energia onde parecia vicejar a apatia.

A PEC da bandidagem foi enterrada pelo Senado, mas a Câmara insiste em ameaçar a democracia com o projeto da anistia, mesmo que no formato envergonhado da redução de penas. A preservação da desavença entre as duas Casas do Congresso virou prioridade nacional. Motta e Alcolumbre só se referem um ao outro como "Chupeta de Baleia" e "Mini-Lira". 

Mal a blindagem desceu à cova, o deputado Paulinho da Força envenenou a atmosfera com a ameaça de condicionar a votação da isenção do Imposto de Renda à aprovação de sua acanhada versão da anistia. Motta desmentiu o amigo, mas quer aprovar a redução de penas nesta terça-feira, até porque foi atropelado por um projeto análogo que chega do Senado propondo a mesma isenção. 

Alcolumbre não é flor digna de cheiro. Está preso ao interesse público por grilhões de barbante. Foi o primeiro a propor alívio para o castigo imposto aos golpistas. Mas cada democracia tem o herói da resistência que merece.

 

Usar um gerenciador de senhas evita que suas credenciais fiquem gravadas em cookies e reduz o risco de roubo de dados. Se quiser que os sites lembrem seu nome e algumas preferências, mas sem utilizar cookies de terceiros (que servem basicamente para rastreamento), consulte as páginas de suporte do ChromeFirefoxSafariOpera e Edge.

 

O Google não só coleta dados via Chrome, Gmail, YouTube, geolocalização e buscas, como também permite que empresas parceiras rastreiem nossos hábitos online. Se privacidade é prioridade para você, considere substituir o navegador da Gigante de Mountain View pelo Mozilla Firefox, que bloqueia rastreadores conhecidos no modo privado e pode ser configurado para fazer o mesmo na navegação normal. No celular, o Firefox Focus não só bloqueia os rastreadores como permite apagar todos os dados coletados com um único clique. 


O Safari limita o rastreamento de widgets de redes sociais e envia apenas informações anônimas de sistema, mas só roda no macOS e no iOS. O Tor Browser está disponível para Windows, Linux, macOS e Android (para usuários do iOS, recomenda-se o Onion Browser). Sua principal desvantagem é a lentidão da rede Tor, que lembra a velha internet discada. Use-o sem, além de anonimato, você precisa de acesso à Deep/Dark Web

 

O motor de buscas DuckDuckGo não rastreia os dados, sendo um ótimo substituto do Google Search para quem não quer deixar rastros digitais. Caso o Tor lhe pareça “radical demais”, experimente Epic Privacy Browser, o SRWare Iron Browser, Brave ou o Dooble, que focam a privacidade. O ideal é manter mais de um navegador instalado, configurar o mais seguro como padrão para abrir links automaticamente e usar os demais em situações que exijam compatibilidade plena.


ObservaçãoAlém de criaram sua própria extensão para desabilitar rastreadores, os desenvolvedores do DuckDuckGo oferecem um navegador privado para dispositivos móveis (Android e iOS). Para usuários do Firefox, recomendo instalar a extensão Facebook Container; as redes sociais ainda rastrearão suas publicações e curtidas, mas não conseguirão segui-lo por todos os lados na internet. 

 

Extensões funcionam como porta de entrada para rastreamento. Instale apenas as estritamente necessárias — e de desenvolvedores confiáveis — e um bloqueador de anúncios como o AdBlock Plus, devidamente configurado para impedir que redes sociais rastreiem suas ações — lembrando que o Disconnect, o uBlock Origin, o Ghostery e o uMatrix dispensam ajustes — ou seja, bloqueiam a vigilância de redes sociais e rastreadores imediatamente. 

 

A navegação privada é útil para burlar a limitação de artigos com acesso gratuito em determinados sites, fazer pesquisas sem receber uma enxurrada de anúncios de produtos semelhantes, evitar que o cônjuge descubra que você visitou sites "suspeitos" e por aí afora. Mas ela não oculta seu endereço IP nem impede que o provedor e o administrador da rede do escritório saibam que você acessou conteúdo pornográfico ou procurou informações sobre um novo emprego, por exemplo. Para evitar, use um serviço de VPN, que utiliza endereços de IP próprios, muda-os a cada conexão e criptografa os dados transmitidos.

 

Continua... 

domingo, 28 de setembro de 2025

TALHARIM AO FORNO

NÃO VÁ ONDE NÃO TE QUEREM NEM VÁ AMIÚDE ONDE ÉS BEM-VINDO.

Cozinhar macarrão é tão fácil quanto fritar ovo, diz quem não entende de cozinha: frutar ovos como manda o figurino exige tirá-los da geladeira com antecedência, adicionar uma pitada de farinha de trigo ao óleo ou à manteiga, colocar o ovo na frigideira, temperar com sal, tampar e deixe fritar até a clara ficar "rendada" e a gema atingir o ponto desejado. 

Já a massa deve ser cozida al dente em água salata come il mare. Coloque o sal na água somente quando ela começar a ferver, e o macarrão, quando ela já estiver borbulhando — lembrando que a proporção recomendada é de 5 litros de água e 1 ½ colher (sopa) de sal para cada 500 g de massa com ovos ou de grano duro (Triticum durum). 


Massas de grano duro são mais indicadas para cozimento "al dente" porque as massas com ovos passam do ponto facilmente quando são misturadas ao molho quente. Servir o molho em separado evita que o macarrão fique mole demais, mas escorrer a massa dois minutos antes do tempo recomendado na embalagem evita que ela perca o ponto quando terminar de cozinhar na panela do molho.


CONTINUA DEPOIS DA POLÍTICA


Ao sepultar a PEC da Bandidagem, o senador Alessandro Vieira, integrante da ala sensata da Câmara Alta e relator da emenda, traduziu para o idioma das ruas o que Hugo Motta, presidente da Camarilha dos Deputados, chamou de "prerrogativa": "PEC desenhada para proteger bandido”. 

Os bandalhos estavam tão convictos de que a aversão da opinião pública no Brasil é uma arma completamente descarregada que incluíram na bandalheira a anistia de Bolsonaro. Vieira, porém, foi ao ponto: “O interesse público exige rejeição”. 

A proposta foi rejeitada por unanimidade. O ex-herói nacional que se tornou mais uma vergonha nacional apresentou uma emenda para tentar salvar a PEC, mas ouviu o ronco das ruas e retirou o pedido. Os deputados bandalheiros veem Alcolumbre como traidor, quando na verdade ele fez o que fez para evitar um suicídio político dos senadores cujos mandatos terminam em 2026 — e cuja renovação depende do voto majoritário. 

A rejeição azedou o amigo-secreto dos partidos do Centrão e da direita bolsonarista — não faltarão senadores ganhando pares de meia de deputado vingativos, esquecidos de que o STF demora a condenar, mas as urnas dão o veredito horas depois da eleição.

Falando em bandalha e vergonha nacional, Eduardo Bolsonaro, que lambia os dedos como se os tivesse metido em um favo de mel a cada nova sanção da Casa Branca, agora foge das abelhas. Seu projeto de continuar homiziado na cueca de Trump e, como líder da minoria, atuar como traidor da Pátria sem perder o mandato foi para a casa do carvalho. Até o momento, o rebento do refugo da escória da humanidade já faltou a 23 das 39 sessões deliberativas da Câmara — mais que o dobro do permitido. 

Poucas vezes um político exerceu com tamanha plenitude a prerrogativa de ladrilhar o próprio caminho para o inferno. Pregoeiro da anistia, Bobi Filho prometia salvar Bibo Pai e seus cúmplices; hoje é o pai que pede a Deus que salve do filho salvador. E a perda do cargo por abandono do emprego é a menor de suas preocupações: pior será a cassação do mandato pelo Conselho de Ética da Câmara e ainda pior será a condenação pelo STF por crime de coação do Judiciário.


Feitas essas observações, vamos à receita da vez: talharim ao forno com molho branco, que é fácil de fazer e leva menos de um hora para ficar pronto. Você vai precisar de:

 

— 1 pacote de macarrão tipo talharim (500 g);

 

— 150 g de muçarela ralado para polvilhar;

 

— 2 colheres (sopa) de manteiga;

 

— 1 colher (sopa) de farinha de trigo;

 

— 2 xícaras (chá) de leite; 

 

— 1 copo de requeijão cremoso (200 g);

 

— 1 caixa de creme de leite (200 g);

 

— 150g de presunto cortado em cubinhos;

 

— 100 g de bacon picado;

 

— 1 xícara (chá) de palmito picado;

 

— Sal e noz-moscada ralada a gosto.

 

Cozinhe o macarrão, escorra e reserve. 


Aqueça a manteiga numa panela em fogo médio, frite o bacon até dourar, polvilhe com a farinha e misture até dissolver. 

 

Acrescente o leite aos poucos, mexendo por 1 minuto. 


Adicione o requeijão, o creme de leite e deixe cozinhar por mais 2 minutos.

 

Junte o presunto, o palmito, tempere com sal, noz-moscada, cozinhe por mais alguns minutos e desligue.

 

Coloque o macarrão em um refratário grande, despeje o molho branco, polvilhe com a muçarela ralada e leve ao forno alto (preaquecido a 220º C) por 8 minutos (ou até gratinar) e sirva em seguida.

ObservaçãoVocê pode substituir o palmito por milho verde, ervilhas ou champignons, trocar o presunto por frango desfiado, incluir outros queijos no gratinado final, enfim... Cozinhar é menos sobre fórmulas rígidas e mais improviso e paladar. No entanto, depois de uma garfada desse talharim cremoso, você não vai mais querer saber macarrão instantâneo. 


Bom apetite.

sábado, 27 de setembro de 2025

DE VOLTA ÀS VIAGENS NO TEMPO — 48ª PARTE — A FÍSICA ALÉM DO VISÍVEL

SABER O QUE SE SABE E SABER QUE NÃO SE SABE O QUE NÃO SE SABE: EIS O VERDADEIRO SABER.


Existem na natureza quatro forças fundamentais. A fraca, a forte e a eletromagnética são descritas com sucesso pelo Modelo Padrão da física, funcionando por meio de partículas intermediadoras chamadas bósons (como o fóton no caso da força eletromagnética), mas a gravidade continua sendo um enigma.


Embora esteja presente em todo o universo observável, a gravidade parece não se manifestar em escalas extremamente pequenas — por exemplo, entre partículas subatômicas. Nos átomos e moléculas, os componentes se atraem principalmente por meio da força eletromagnética, mas a gravidade, por ser muito mais fraca, é insignificante nesse nível. No entanto, em escalas maiores — como entre planetas, estrelas e galáxias — ela domina completamente.


CONTINUA DEPOIS DA POLÍTICA


Uma das dificuldades para alcançar a cura da neurose é o fato de o neurótico cultivar o mal que o aflige. A democracia brasileira se comporta como um neurótico típico: age como se não sofresse com a perturbação que a atormenta ou, quando não, apaixona-se por ela. Essa paixão se manifesta em sucessivos acordos que, a pretexto de curar, prolongam a neurose nacional.

Em 2016, sem saber que estava sendo gravado por um delator, o então senador Romero Jucá, vírus político da cepa do centrão, disse que a oligarquia política precisava costurar um grande acordo para "estancar a sangria" provocada pela cruzada anticorrupção, “com o Supremo, com tudo". Decorridos apenas nove anos, verifica-se que "efeito Caju” não só prevaleceu como consolidou o processo de restauração perpétua da neurose.

Arma-se um novo acordo chamado por Michel Temer, amigo e correligionário de Jucá, de "pacto republicano". Coisa a ser costurada "de comum acordo com o Supremo e com o Executivo" para estancar a sangria do golpismo por meio de um projeto de anistia rebatizada de dosimetria.

O acordão antevisto por Jucá resultou na institucionalização da malversação de verbas públicas, que agora vazam impunes, em catadupas, através de emendas parlamentares. 

Alega-se que a redução das penas da lei que pune os crimes contra a democracia produzirá uma ansiada "pacificação" política, mas, se isso fosse verdade, o ativista de extrema-direita Charlie Kirk não teria sido assassinado nos Estados Unidos, pois Donald Trump, logo que retornou à Casa Branca, anistiou todos os condenados pela invasão do Capitólio, em 6 de janeiro de 2021. 

Aqui, como lá, o mais provável é que a atenuação das penas sirva de estímulo à perversão antidemocrática. De acordão em acordão, a democracia brasileira parece condenada a morrer na praia de suas neuroses.

Recentemente, cientistas conseguiram detectar a força gravitacional entre duas pequenas esferas de ouro com 1 milímetro de diâmetro e massa de 92 miligramas, separadas por apenas 40 milímetros. O experimento, de altíssima precisão, confirmou mais uma vez a validade das previsões da Teoria da Relatividade Geral, mas colisores de partículas, como Large Hadron Collider, ainda não detectaram qualquer indício de que a gravidade atue entre partículas subatômicas, cujas interações continuam sendo explicadas pelas outras três forças fundamentais.
 
Esse descompasso entre o Modelo Padrão e a teoria de Einstein representa uma das questões mais intrigantes da física moderna: como unificar a teoria da gravidade com a mecânica quântica? Uma possível resposta seria a chamada gravidade quântica — que explicaria como a gravidade se comporta nas menores escalas possíveis —, e uma das propostas mais discutidas é a existência do gráviton — partícula hipotética responsável por transmitir a gravidade, assim como o fóton transmite o eletromagnetismo —, cuja existência nenhum experimento conseguiu comprovar (até agora).
 
Outra hipótese, mais ousada e matematicamente robusta, é a Teoria das Cordas — segundo a qual as partículas fundamentais são pequenas "cordas" vibrantes cuja frequência de vibração determina o tipo de partícula. Uma das primeiras versões dessa teoria exigia 26 dimensões para funcionar, o que a tornava impraticável para descrever a matéria comum. Com o tempo, surgiram versões mais sofisticadas, como a Teoria M, que propõe 11 dimensões, sendo quatro conhecidas (três espaciais e uma temporal) e sete adicionais, compactadas em escalas minúsculas.
 
Se essas dimensões extras realmente existem, por que não conseguimos detectá-las? A explicação mais bem aceita é que elas estão "enroladas" ou compactadas em uma escala da ordem da comprimento de Planck (~1,6 x 10³ metros), que é muito menor do que o diâmetro de um próton. O problema é que nenhum acelerador de partículas atual possui energia suficiente para investigar essa escala — o LHC, por exemplo, consegue sondar interações em torno de 10¹ metros, o que ainda está muito distante da escala de Planck.
 
Mesmo assim, os físicos tentam detectar sinais indiretos dessas dimensões extras buscando desvios no comportamento de forças conhecidas, como a eletromagnética, quando duas partículas são colocadas em proximidade extrema. Até agora, no entanto, todos os experimentos no LHC confirmaram com precisão as previsões do Modelo Padrão, sem nenhuma anomalia que exigisse dimensões adicionais para ser explicada.
 
Apesar disso, a Teoria das Cordas ainda é uma candidata promissora, pois oferece uma estrutura matemática consistente para descrever a gravidade quântica. Em algumas versões, a própria gravidade emergiria do comportamento das cordas em dimensões ocultas. Esse conceito levou ao desenvolvimento da hipótese do universo holográfico — segundo a qual toda a realidade tridimensional seria uma projeção de processos que ocorrem em dimensões superiores. É como se vivêssemos numa espécie de "superfície" em quatro dimensões, enquanto as verdadeiras leis da física estariam escritas em um plano de dimensões mais elevadas.
 
Essas ideias são fascinantes, sobretudo para os físicos teóricos que buscam a chamada Teoria de Tudo — uma formulação que unifique as quatro forças fundamentais da natureza. Não obstante, enquanto não surgirem evidências empíricas que sustentem essas hipóteses, resta aos cientistas continuar explorando alternativas mais facilmente testáveis, com a esperança de um dia desvendar a gravidade quântica e, com ela, completar o nosso entendimento do universo.

Continua...

sexta-feira, 26 de setembro de 2025

PORNOGRAFIA X SEGURANÇA

O SEGREDO É A ALMA DO NEGÓCIO.

Quem consome conteúdo pornográfico corre se arrisca a ir “buscar lã e sair tosquiado”. É verdade que os riscos são menores em sites grandes e conhecidos. O PornHub — administrado pela Aylo, que também é dona do Brazzers, Xtube e YouPorn, entre outros — é um dos mais populares do gênero e tão seguro quanto o YouTube ou qualquer outra grande plataforma de vídeos. 


O problema é que, para cada site da Aylo, existem centenas de outros criados com a única intenção de roubar dados e chantagear usuários desavisados. Nos sites legítimos, modelos de webcam transmitem ao vivo, enquanto espectadores compram tokens para interagir. Já nos falsos, não há reação: as “modelos” são bots que apenas repetem mensagens pré-gravadas. Para liberar supostos contatos, o visitante é induzido a pagar uma assinatura premium. 


CONTINUA DEPOIS DA POLÍTICA


Numa interpretação sui generis da lei da causalidade, o Conselheiro Acácio — personagem do romance O Primo Basílio, de Eça de Queiróz — ensinou que “o problema das consequências é que elas sempre vêm depois”. Que o diga o deputado Hugo Motta.

Alçado à presidente da Câmara em fevereiro tendo como principal cabo eleitoral Arthur Lira, seu antecessor no cargo, o político paraibano que ganhou a pecha de "Cunha's boy", no início de sua carreira política, tatuou na própria testa um semblante suicida ao patrocinar a aprovação da PEC da Pilantragem e do requerimento de urgência para a anistia de golpistas.

Dizia-se que o jovem deputado — que completou 36 anos no último dia 11 — viraria líder de uma espécie de bossa nova do Centrão. Mas Motta se rendeu à boçalidade que caracteriza o conglomerado partidário desde a chegada das caravelas. O comando da Câmara tornou sua juventude uma qualidade extremamente perecível — apodreceu em apenas oito meses de trono, e seu haraquiri político passou a ser do interesse de todos porque ameaça de morte a Câmara e a própria democracia. 

De repente, o país se deu conta de que Motta não é senão a face jovial de uma velha oligarquia da Paraíba. O município de Patos, que já foi prefeitado por um tio e uma avó de Motta, hoje é comandada por seu pai, Nabor Wanderley — reeleito para o quarto mandato com 73,7% dos votos graças às emendas Pix enviadas pelo filho. 

O prazo de validade da presidência de Motta diminui na razão direta do aumento das barricadas erguidas no Senado contra a PEC da Pilantragem e contra a extensão do ímpeto pró-redução de penas ao alto comando da organização criminosa liderada por Bolsonaro. A deterioração foi potencializada pelas manifestações do último domingo, estreladas por Caetano, Chico e Gil. Vista do asfalto, a blindagem de parlamentares pilantras é uma espécie de Bolsa PCC, e a calibragem das penas do golpismo, uma anistia envergonhada.

Na política, o impossível é um vocábulo que carrega o possível nas suas entranhas. Beneficiado pelo comportamento suicida de Motta e pelo instinto de sobrevivência dos senadores que terão que disputar a sorte das urnas em 2026, Davi Alcolumbre, o oligarca que preside a Câmara Alta, estufa o peito como uma segunda barriga e ensaia uma inusitada pose de herói da resistência democrática.

Triste Brasil.


Frases como “temos desconto para novos usuários, aproveite o acesso ilimitado” servem de isca para colher dados bancários ou de cartão de crédito. Em outros casos, anúncios do tipo “o amor da sua vida está a apenas 500 metros de você” têm como objetivo capturar a localização do usuário.

 

Versões adulteradas de aplicativos adultos já foram identificadas — e removidas — tanto da Google Play Store quanto da App Store. Houve até uma “versão gratuita” do app PornHub que prometia acesso premium e, na prática, apenas infectava os incautos com malware. Para piorar, criminosos manipulam resultados no Google para que seus sites de phishing apareçam lado a lado com o PornHub oficial e outros grandes nomes do setor.

 

Verificar a idoneidade de links não é nenhum bicho de sete cabeças, mas também não é tarefa simples para quem não tem prática. Instalar uma suíte de segurança confiável ajuda a filtrar links perigosos e detectar ameaças. É preciso cuidado redobrado ao clicar em banners: mesmo em sites conhecidos, anúncios podem ter sido comprometidos por cibercriminosos.

 

Grande parte do conteúdo pornográfico disponível em torrents está contaminada com mineradores, spywares e malwares. Sites genéricos de “página única” costumam oferecer apenas pragas digitais, sem conteúdo adulto algum. Nunca forneça informações pessoais sem saber exatamente por que estão sendo solicitadas. Se pedirem número de telefone, e-mail ou dados bancários, feche a aba imediatamente. E jamais pague por um “acesso total”: mesmo que o valor seja baixo, essa pode ser a compra mais cara da sua vida.

 

Outro risco é o constrangimento doméstico. A maioria das pessoas compartilha WiFi — quando não o próprio computador — com familiares. Como navegadores sugerem sites já acessados, basta alguém digitar a letra “P” esperando abrir o Pinterest e receber como sugestão… o PornHub.


Cookies gravados no dispositivo também revelam o nome do usuário, os sites visitados, o conteúdo do carrinho de compras e por aí vai. Esses dados são repassados às redes de publicidade, que os negociam para direcionar propagandas. Embora gigantes como Google e Microsoft não exibam banners eróticos, outras redes menos criteriosas o fazem sem nenhum pudor.

 

A navegação anônima reduz o risco de constrangimentos, já que não salva cookies nem histórico. O Yandex Browser, por exemplo, sugere automaticamente esse modo ao detectar sites sensíveis. Ainda assim, seguro morreu de velho: não deixe de apagar periodicamente histórico e cookies nas configurações do navegador.

 

Mesmo no modo anônimo, o Chrome mantém registros do que foi pesquisado e acessado. Quem prefere mais privacidade pode optar pelo Mozilla Firefox, que bloqueia rastreadores de terceiros, ou por buscadores como DuckDuckGo e Startpage, que não armazenam o histórico de pesquisas.

 

Continua...

quinta-feira, 25 de setembro de 2025

CELULAR NOVO? VEJA O QUE FAZER COM O VELHO

AS PESSOAS DIZEM QUERER HONESTIDADE NA POLÍTICA, MAS NÃO SABEM VOTAR NEM SER HONESTAS UMAS COM AS OUTRAS. COMO A POLÍTICA É O REFLEXO DO SEU POVO, CADA POVO TEM O GOVERNO QUE MERECE.

Como vimos em outras oportunidades, a obsolescência programada vem reduzindo significativamente a vida útil dos assim chamados “bens duráveis”. No caso específico dos celulares, aparelhos bem conservados e em perfeitas condições de uso deixam de receber atualizações do sistema operacional.

Manter em uso um aparelho que deixou de receber atualizações do sistema e patches de segurança expõe o usuário a cibercriminosos e pode impedir o funcionamento de aplicativos “indispensáveis” no dia a dia — como ocorreu em maio com o popular WhatsApp, que deixou de funcionar em celulares Android com versões anteriores à Lollipop (5.0) e em iPhones que estacionaram no iOS 12.5.7.

CONTINUA DEPOIS DA POLÍTICA

O salve-se quem puder geral a que se dedica o Congresso confirma duas máximas: 1) nada é tão ruim que não possa piorar; 2) a legislatura seguinte será sempre pior que a anterior. São afirmações pessimistas, mas lamentavelmente realistas em determinadas situações, com aquela em que nosso Parlamento vem se (e nos) colocando.
Na eleição de 2018 houve queda acentuada na qualidade dos parlamentares, com a invasão de lacradores de internet. Foi ruim, mas ficou bem pior a partir de 2022, quando os bons desistiram da função ou foram ofuscados pela ascensão da mediocridade.
O fenômeno da substituição do cardinalato pelo baixo-clero no comando dos trabalhos já vinha ocorrendo desde 2003, quando o então minoritário PT construiu maioria no poder com base no fisiologismo mensaleiro.
De lá para cá, por motivos diversos, a deterioração foi se aprofundando até o ponto em que chegamos: um Congresso disposto a tudo comandado de um lado por um deputado cuja autoridade sofre processo de erosão e, de outro, por um senador interessado em cargos e emendas — ambos eleitos num amplo acordo da esquerda à direita que os faz reféns de compromissos antagônicos entre si e de causas internas.
A lista é extensa: PEC da Blindagem, anistia como moeda de troca, aumento de vagas na Câmara, deputado ausente na liderança da minoria, reforço aos fichas-sujas, desvios no uso de emendas, motim em plenário e o que mais esteja por vir.
No Estado de Direito, instituições não existem para serem negadas, desmoralizadas, enfraquecidas como fazem congressistas empenhados em demolir aquela que, em tese, deveria zelar pela nobre tarefa de representar a vontade da nação.

A possibilidade de recuperar parte do dinheiro investido em um celular novo vendendo o antigo existe — como diz o ditado, “há sempre um chinelo velho para um pé cansado” —, e o mercado de smartphones usados segue aquecido, especialmente para aparelhos bem conservados e de marcas reconhecidas. No entanto, mesmo que o comprador pretenda desmanchar o dispositivo para reaproveitar o display e outros componentes, você deve adotar algumas providências para garantir uma transação segura.

Faça um backup completo de fotos, contatos, aplicativos e outros arquivos importantes — isso pode ser útil caso a transferência dos dados para o aparelho novo não se complete automaticamente — e remova as contas vinculadas, como Google, Apple ID ou Samsung Account, para evitar bloqueios futuros. Feito isso, restaure as configurações de fábrica (evitando que seus dados pessoais sejam acessados pelo novo dono), limpe o aparelho fisicamente (para uma melhor apresentação na hora da venda) e defina um valor realista, levando em conta o modelo, o tempo de uso, o estado de conservação e a presença de acessórios originais (carregador, fone de ouvido, etc.).

Além dos cuidados com o aparelho e com a negociação, é importante escolher canais confiáveis para anunciar o smartphone. Plataformas reconhecidas oferecem recursos de proteção ao vendedor e ao comprador, como intermediação de pagamento e avaliação de usuários. Sempre que possível, prefira encontros em locais públicos e evite compartilhar dados pessoais sensíveis.

Uma opção mais segura — embora menos lucrativa — é dar o aparelho antigo como entrada na compra do novo. Isso pode ser feito nas lojas das principais operadoras (Claro, Vivo, TIM, etc.) e em estabelecimentos que comercializam dispositivos usados, mas convém ter em mente que o valor ofertado varia conforme a marca, o modelo e o estado geral do seu aparelho.

Se a oferta não lhe agradar, considere a possibilidade de manter o celular antigo como “backup” ou usá-lo especificamente para transações bancárias e aplicativos financeiros, evitando, assim, a exposição de informações sensíveis em caso de roubo ou perda do aparelho novo.

Boa sorte.