sexta-feira, 6 de outubro de 2017

SOBRE A SENHA DE LOGON NO WINDOWS 10

VISÃO SEM AÇÃO É SONHO. AÇÃO SEM VISÃO É PESADELO.

Quando não havia smartphones, tablets, roteadores Wi-Fi e banda larga móvel, o PC era a única maneira de acessar a internet (geralmente via conexão discada). No entanto, devido ao preço do hardware, era comum que a mesma máquina fosse compartilhada por todos os membros da família ― solução interessante do ponto de vista econômico, mas desconfortável para os usuários e, pior, que comprometia a privacidade de todo mundo.

Para minimizar o problema, a Microsoft tornou o Windows multiusuário e implementou uma política de contas, permissões e senhas de acesso ― que só se tornou confiável a partir da edição XP (baseada no kernel do Windows NT), já que no Win ME, por exemplo, bastava pressionar a tecla ESC para passar pela tela de logon sem digitar a senha.

Atualmente, a maioria dos domicílios conta com um roteador wireless, que distribui o sinal de internet pelos cômodos da casa e permite que todos os moradores naveguem ao mesmo tempo, cada qual com seu tablet, smartphone ou notebook ou o que for. Mas as senhas continuam sendo importantes, já que cada vez mais usamos serviços baseados na Web, e o acesso não autorizado a alguns deles ― como netbanking ou mesmo webmail ― pode causar sérios aborrecimentos. Isso sem mencionar que os dispositivos portáteis, pelo simples fato nós os levarmos conosco para toda parte, são mais sujeitos à ação de abelhudos do que o desktop que temos em casa (ou o notebook que lhe faça as vezes).

Mesmo que ninguém além de você use seu computador, smartphone ou tablet, é importante manter o aparelho protegido por senha, PIN, ou reconhecimento facial. No âmbito do Windows, o mais comum é a gente fazer o logon digitando uma senha alfanumérica ou os dados da nossa conta na Microsoft. Contudo, sempre há os apressadinhos que acham melhor economizar alguns segundos na inicialização do sistema desabilitando a tela de logon. Se for o seu caso, veja como se faz isso no Windows 10:

― Pressione as teclas Windows+R para convocar o menu Executar.
― Digite control userpasswords2 e tecle Enter.
― Na tela das Contas de Usuário, desmarque a caixa de verificação ao lado de “Os usuários devem digitar um nome de usuário e uma senha para usar este computador”, clique em Aplicar e confirme em OK.
― Na tela que se abre em seguida, você deve informar seu nome de usuário e senha para autorizar a modificação. Faça-o, clique em OK e reinicie o computador para conferir o resultado.

ObservaçãoPara configurar o login automático no Windows 7, abra o Painel de Controle e, em Contas de Usuário, selecione seu nome na lista Usuários Deste Computador, desmarque o item “Os usuários devem digitar um nome de usuário e uma senha para usar este computador” dê OK, digite a senha duas vezes, conforme solicitado, e confirme a alteração. Se você ainda usa o XP, clique aqui para mais informações.

Tenha em mente que a partir daí você não precisará fazer o logon para acessar o sistema, mas qualquer outra pessoa que tiver acesso físico ao seu computador também poderá fazê-lo sem o menor problema. Analise bem os prós e os contras e veja se realmente vale a pena desabilitar essa camada de segurança.

No próximo capítulo a gente vê como fazer se esquecermos a senha de logon. Até lá.



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CÁRMEN LÚCIA FAZ DO STF PUXADINHO DO SENADO ― Por Josias de Souza

Sob a presidência de Cármen Lúcia, o Supremo Tribunal Federal parece trilhar um caminho novo e perigoso. Muito já se ouvir falar da judicialização da política. Pois Cármen Lúcia promove a politização da Justiça. Desde a semana passada, quando a 1ª Turma do Supremo suspendeu o mandato de Aécio Neves e proibiu o tucano de sair de casa à noite, a ministra atua mais como articuladora política do que como magistrada.

Não é a primeira vez que isso ocorre. Cármen Lúcia já havia trocado a toga pela articulação política no final do ano passado, quando se mobilizou para evitar o afastamento do réu Renan Calheiros da Presidência do Senado. Agora, a presidente do Supremo parece buscar uma porta de emergência pela qual o denunciado Aécio Neves possa escapar da fornalha da Primeira Turma do tribunal.

A situação é simples. Uma turma do Supremo impôs sanções cautelares a um senador que recebeu R$ 2 milhões de um corruptor. Fez isso com base na lei. O Senado se rebelou. Decisão do Supremo se cumpre, deveria ter dito Cármen Lúcia. Os insatisfeitos, que recorram ao próprio Supremo. Mas a ministra preferiu reunir-se com parlamentares e desengavetar uma ação de ex-aliados de Eduardo Cunha, que pode ser útil para Aécio. Com isso, transformou o Supremo num puxadinho do Senado. Fica-se com a sensação de que a democracia brasileira é feita de três Poderes: o Executivo, o Judiciário, e os aécios, intocáveis do Legislativo.

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quinta-feira, 5 de outubro de 2017

SENADO RECUA ― A DESPEITO DAS CENAS DE CORPORATIVISMO EXPLÍCITO ― E DECIDE AGUARDAR DECISÃO DO SUPREMO

Após o ministro Fachin ter rejeitado o mandado de segurança que buscava suspender o afastamento de Aécio Neves, o Senado decidiu aguardar a votação pelo plenário do Supremo, no próximo dia 11, de uma ação direta de inconstitucionalidade sobre os termos de afastamento de parlamentares sob investigação.

Dos 71 parlamentares presentes, 21 optaram pela continuidade da deliberação na noite de ontem; desses, treze têm pendências a resolver no STF ― daí a maioria deles ter subido à tribuna para preferir discursos contundentes contra o Judiciário. Renan Calheiros e Romero Jucá, colegas de partido, comparsas e campeões em número de inquéritos latiram grosso. O primeiro disse ser melhor dissolver o Senado a se submeter ao Supremo; o segundo, que o STF não pode buscar “jeitinho”, que há um movimento para “anestesiar” os senadores e que não se pode agir com “covardia” nem “leniência” no caso. 

Antonio Anastasia, aliado de Aécio na política mineira, seguiu na mesma linha, como também fez o ex-presidente impichado e eternos senador por Alagoas Fernando Collor, que é réu por corrupção e lavagem de dinheiro e alvo de não sei quantas investigações. Da ré e multi-investigada Gleisi Hoffmann, dublê de senadora petista e presidente nacional da ORCRIM, melhor nem falar ― uma pessoa que tem o desplante de acusar Palocci de delatar Lula a mando da CIA não pode ser levada a sério.

A questão volta à pauta no próximo dia 17, uma semana depois de o plenário do Supremo manter ou reverter a decisão da 1ª Turma, que, por 3 votos a 2, afastou o mineirinho larápio da mamata parlamentar. Há quem entenda que os ministros desrespeitaram a Constituição ao impor uma medida cautelar sem o referendo do Senado, mas essa tese encontra resistência entre juristas de grosso calibre, para quem somente o corporativismo do Parlamento explica essa união inusitada entre políticos enrolados com a Justiça para livrar um colega do afastamento do mandato e da reclusão noturna.

Leia o que disse o juiz Douglas de Melo Martins a respeito desse imbróglio.

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SOBRE O PROMPT DE COMANDO E O WINDOWS POWERSHELL ― PARTE 4

O CÃO NÃO LADRA POR VALENTIA, MAS POR MEDO.

A maioria dos usuários de computador raramente precisa do Prompt de comando ou do Windows PowerShell, até porque é bem mais fácil interagir com o sistema pela interface gráfica. No entanto, algumas tarefas podem ser executadas mais rapidamente através de comandos, razão pela qual eu resolvi dedicar mais algumas linhas a esse tema. Antes, porém, vale fazer uma breve retrospectiva.

Operar um PC no alvorecer da computação pessoal exigia decorar centenas de intrincados comandos de prompt ― e digitá-los corretamente, pois qualquer letra, cifra, espaço ou caractere a mais ou faltando resultava em mensagens de erro. A GUI ― sigla de Graphical User Interface, ou interface gráfica do usuário ―, desenvolvida pela Xerox nos longínquos anos 1970 e popularizada pela Apple na década seguinte, pôs ordem no caos ao permitir a interação com a máquina através de um dispositivo apontador (mouse) combinado com elementos gráficos e outros indicadores visuais (janelas, menus, ícones, caixas de seleção, etc.). O Windows, que era inicialmente uma interface gráfica para o MS-DOS, popularizou-se a partir da edição 3.0, que já podia ser usada por qualquer pessoa, mesmo sem conhecimentos de programação.

Observação: A interface gráfica se baseia numa combinação de tecnologias e dispositivos para fornecer a plataforma a partir da qual o usuário interage com o sistema. Nos PCs, a combinação mais conhecida é o WIMP, baseada em janelas, ícones, menus e ponteiros, onde o mouse é utilizado para movimentar o cursor pela tela e efetuar os comandos através de seleções e “cliques”.

Mesmo depois que o Windows se tornou um sistema um sistema operacional autônomo, em 1995, o prompt foi preservado, mas, a partir do XP, o command.com do velho DOS foi substituído pelo cmd.exe.

O prompt ― ponto de entrada para a digitação dos comandos ― costuma ser representado pela letra que designa uma unidade, ou partição, seguida de dois pontos (:), de uma barra invertida (\) e do sinal de “maior que” (>), embora outros elementos sejam adicionados conforme o usuário navega pelos diretórios, pastas e arquivos. Volto a dizer que os comandos precisam ser inseridos com muito cuidado, pois basta um espaço a mais ou a menos, ou um caractere faltando ou sobrando, para que o sistema exiba uma mensagem de erro.

Tenha em mente que nem todos os comandos usados com o command.com (interpretador padrão do Windows 3.x/9x e ME) funcionam com o cmd.exe (seu equivalente no XP/Vista/7) ou com PowerShell (substituto do prompt tradicional no Windows 8.1 e 10), e a recíproca é igualmente verdadeira. 

Por hoje é só. Volto oportunamente com algumas dicas de comandos “úteis” no nosso dia a dia. 

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quarta-feira, 4 de outubro de 2017

NOTEBOOK INDESTRUTÍVEL? QUASE!

AUJOURD’HUI ROI, DEMAIN RIEN.

Conforme eu disse no post anterior, por serem transportados de um lado para outro o tempo todo, os notebooks estão sujeitos a quedas, impactos e outras intercorrências que dificilmente vitimariam um PC de mesa. 

Por conta disso, a Lenovo submeteu sua nova linha de computadores ThinkPad X1, voltada ao mercado corporativo, a uma série de testes cujo resultado, gravado em vídeos, baseou a campanha de lançamento ― batizada de Testes de Estresse ―, que exibe os aparelhos sendo submetidos a desafios extremos, como poeira, líquido, gelo e até fogo.

A resiliência e robustez dos equipamentos permitem que as máquinas passem por situações extremas de temperatura, ambiente, quedas e até espirros d’água”, afirma Sergio Friedheim, diretor de marketing da empresa. Segundo ele, o objetivo é explorar a capacidade dos notebooks corporativos, que exigem padrões mais elevados de segurança e mobilidade, e por isso os testes são reais, com máquinas de verdade.

Essa ação da Lenovo foi filmada em estúdio, mas todos os modelos da família X1Carbon, Yoga e Tablet ― são testados e aprovados em 12 requisitos militares e submetidos a mais de 200 checagens para assegurar sua resistência. 

Vale a pena assistir aos vídeos abaixo:





Se alguma coisa não funcionar (com os vídeos, não com os notes) use os links abaixo:


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LULA E OS RECIBOS DE COSTAMARQUES


Mais uma maracutaia da “alma viva mais honesta do universo”: A PF concluiu que a defesa de Lula mandou o “laranja” da cobertura em São Bernardo, Glaucos Costamarques, assinar 26 recibos falsos depois da prisão de José Carlos Bumlai ― o primo de Costamarques que passou de consiglieri da Famiglia Lula da Silva a alguém que “não era tão amigo assim”, nas palavras do capo di tutti i capi.

Segundo O Globo, os investigadores “avaliam o episódio como uma possível tentativa de obstrução à Justiça por parte de Lula, uma vez que a defesa procurou um dos réus ainda com as investigações em curso”. Se a fraude for comprovada, o molusco deveria ser (novamente) denunciado por obstrução da justiça e preso imediatamente.

O apartamento em questão ― vizinho ao dúplex onde mora Lula ― foi alugado pela Presidência da República para garantir a segurança do então presidente, que continuou a utilizá-lo depois que deixou o Planalto, quando o imóvel já havia sido “comprado” por Costamarques. Pelo menos no papel, porque as investigações apontam que o primo de Bumlai agiu como laranja ― o apartamento teria sido comprado pela Odebrecht e dado a Lula como propina.

Em depoimento ao juiz Sérgio Moro, o “investidor” Glauco da Costamarques disse que “levou calote” durante quase cinco anos, pois o aluguel só começou a ser pago em novembro de 2015, depois da prisão de seu primo ― primo esse que o orientou a adquirir o imóvel. Para a Receita Federal, no entanto, Costamarques não tinha cacife para comprar o apartamento ― nem, muito menos, o terreno destinado a sediar o Instituto Lula. Naquele ano, o empresário amargou prejuízos em suas atividades rurais, e a média de seus rendimentos mensais ficou em torno de R$ 5 mil. Os auditores investigam dois empréstimos feitos pelos filhos de Costamarques, num total de R$ 1,66 milhão, e R$ 800 mil pagos pela construtora DAG, que era usada pela Odebrecht para distribuir propina.

A análise fiscal faz parte da ação em que Lula e Costamarques são réus, e a suspeita é de que o ex-presidente tenha se beneficiado do apartamento sem pagar aluguel. Em seu depoimento ao juiz Moro, o Lula disse desconhecer a inadimplência nos pagamentos e prometeu procurar os recibos e entregá-los à Justiça. No mesmo dia, também em depoimento ao juiz Moro, Costamarques afirmou que o contrato de locação foi celebrado com dona Marisa Letícia em 2011, que só começou a receber os aluguéis em novembro de 2015, que alguns pagamentos foram feitos por meio de depósitos não identificados (entre novembro de 2015 e fevereiro deste ano, mês em que a ex-primeira dama morreu) e que assinou de uma só vez todos os recibos referentes ao ano de 2015 ― curiosamente, ele declarou os valores dos pagamentos ao Fisco, apesar de “não ter visto a cor do dinheiro até novembro de 2015”.

Também curiosamente, a PF não encontrou nem o contrato de aluguel nem os recibos quando passou um pente-fino em todos os imóveis ligados ao ex-presidente, mas, na semana passada, a defesa do petralha apresentou 26 comprovantes, todos com a letra de Costamarques e alguns recheados de irregularidades. Eles teriam sido levados ao Hospital Sírio-Libanês a pedido de Roberto Teixeira (advogado e compadre de Lula), e foram assinados todos de uma vez por Costamarques, que estava internado para a realização de uma angioplastia.

Não mudem de canal, senhores telespectadores, porque novas emoções os aguardam.

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terça-feira, 3 de outubro de 2017

NOTEBOOK INDESTRUTÍVEL ― ISSO EXISTE?

SE NÃO QUERES QUE NINGUÉM SAIBA, NÃO O FAÇAS.

Os notebooks já foram o sonho de consumo de nove entre dez usuários de PC, especialmente quando ainda não existiam tablets e os celulares não eram “smart”. Mas se o apelo da portabilidade e mobilidade eram irresistíveis, o preço era um balde de água fria. Para que o leitor tenha uma ideia, meu primeiro note ― comprado em 2003, custou a “bagatela” de 22 salários mínimos ― e isso porque eu escolhi um Compaq com processador Celeron (1,7 GHz) e HD de 20 GB; só não abri mão de 256 MB de RAM porque achei os 128 MB da configuração original insuficientes para rodar o XP Pro com aquela CPU chinfrim, mas desisti da versão topo de linha, com Pentium4 (2,4 GHz) e HD de 40 GB de HD, porque o preço ia bem além do que eu estava disposto a gastar.

Mas não há nada como o tempo para passar, e os notes se popularizaram até mesmo entre usuários para quem a portabilidade é secundária (os netbooks nem tanto, mas isso já é outra história). Por um pouco mais do que pagamos por um desktop de configuração equivalente, podemos ter o melhor de dois mundos: um substituto do PC de mesa e um aparelho que pode ser levado nas viagens à praia ou ao campo, ou mesmo usado em casa e no trabalho, por que não?

No entanto, nem tudo são flores nesse jardim. A manutenção de notebooks é mais cara e exige know-how e ferramental especializados (nada de se meter a abri-los você mesmo, a não ser que saiba muito bem o que está fazendo), e o upgrade de hardware fica restrito à memória e ao disco rígido ― processador, subsistema gráfico e de áudio e outros que tais, nem pensar. Além disso, um aparelho que levamos de um lado para outro está mais sujeito a quedas, impactos e até mesmo a furtos ou roubos ― hoje, menos do que alguns anos atrás, quando essas belezinhas eram extremamente visadas pelos amigos do alheio, mas é bom não facilitar.

Ainda que modelos de fabricação recente sejam mais resistentes do que os notebooks de antigamente (especialmente quando integram unidades SSD em vez dos arcaicos HDs eletromecânicos), convém a gente não jogar o aparelho no porta-malas do carro e desbravar uma trilha “off-road” ou fazer um rali. Mas há opções que até suportariam esses maus tratos sem maiores problemas, como veremos na próxima postagem.

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MAIS UMA DO CUSPIDOR JOSÉ DE ABREU



Sabe o Zé de Abreu, aquele ator global que foi condenado a devolver R$ 300 mil (abocanhados indevidamente com a ajuda da Lei Rouanet), que cuspiu num casal ao ser questionado sobre sua postura em defesa da nefelibata da mandioca, e que sempre defendeu o PT, mesmo depois dos escândalos do mensalão e do petrolão? Pois bem: agora o canastrão vermelho ameaça abandonar de vez o partido.

Essa “perda irreparável” que o canastrão vermelho ameaça infligir à seita advém de seu inconformismo com a decisão de apoiar o senador Aécio Neves, afastado do mandato pela 1ª Turma do STF ― que também determinou o recolhimento noturno do tucano como alternativa ao pedido de prisão feito pelo MPF, já que a Lei só permite a prisão de parlamentares em flagrante delito e por crime inafiançável ― mesmo assim, com o aval da Câmara ou do Senado, dependendo do cargo do político flagrado com as calças na mão.

A decisão do PT não chega a surpreender. Afinal, dos 81 senadores, 24 estão enrolados na Lava-Jato, e qualquer um deles pode se ver, em algum momento, na mesma situação do tucano. Aécio, vale lembrar, é demonizado pela militância vermelha porque quase derrotou a nefelibata da mandioca, no pleito de 2014, e por ter orquestrado o pedido de cassação da chapa Dilma-Temer, que acabou sendo julgado improcedente pelo TSE, graças à atuação questionável do ministro Gilmar Mendes.

Se o Supremo extrapolou ou não suas prerrogativas ao afastar um político com cargo eletivo, isso será objeto de deliberação pelo plenário da Corte. Os senadores ainda não chegaram a um consenso sobre a penalidade imposta a Aécio, mas parece que Estrupício Oliveira vem tentando convencer seus pares a aguardar o posicionamento do Judiciário, que deve deliberar sobre a questão ainda nesta semana, a despeito de a ministra Cármen Lúcia ter pautado para o próximo dia 11 o julgamento de uma ação impetrada em 2016 pelo PP, PSC e SD, que questiona o efeito imediato de medidas cautelares alternativas à prisão de parlamentares ― como é o caso do recolhimento noturno.

O presidente interino do tucanato, senador Tasso Jereissati, defende a conciliação, mas o líder do partido na Câmara, senador Paulo Bauer, não vê razão para aguardar a decisão do Supremo, pois, segundo ele, a ação de inconstitucionalidade a ser examinada daqui a duas semanas tem teor distinto do julgamento do mérito da decisão tomada contra Aécio. Já o deputado Rodrigo Maia, atual presidente da Câmara, entende que existe “um vácuo legal” na posição tomada pela 1ª Turma do STF, já que, segundo ele, o recolhimento noturno “equivale a uma prisão”. Não é bem o que diz a Lei, mas isso é briga de cachorro grande e a nós, plebe ignara, cabe apenas acompanhar o desenrolar dos acontecimentos.

É por essas e outras que nossos políticos são os menos confiáveis do mundo. No Fórum de Davos, o Brasil amargou a 137ª posição no quesito "confiança do povo nos políticos" ― o último lugar no ranking, já que são 137 os países que compõem o Índice. Não me surpreenderia se o Zé de Abreu resolvesse dar escapada até a Suíça para cuspir no olho do pessoal que integra o Comitê. Dessa gentalha, a gente pode esperar qualquer coisa.

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segunda-feira, 2 de outubro de 2017

SOBRE O PROMPT DE COMANDO E O WINDOWS POWER SHELL ― PARTE 3

TODAS AS FLORES DO FUTURO ESTÃO CONTIDAS NAS SEMENTES DE HOJE.

Mesmo depois que deixou de ser apenas uma interface gráfica que rodava no MS-DOS, o Windows manteve um interpretador de linha de comando, mas, com o lançamento da edição XP ― baseada no kernel do WinNT ―, o command.com do velho DOS, presente nas edições 3.x e 9x/ME, deu lugar ao cmd.exe.

A interação com o sistema via comandos baseados em texto e parâmetros continua a ser possível nas edições mais recentes do Windows, embora usar interface gráfica, com suas janelas, menus e ícones clicáveis, seja bem mais simples (nas distribuições Linux a história é outra, mas isso também é outra conversa). E apesar de beirar a obsolescência, o Prompt de Comando ainda tem serventia em determinadas (e raras) situações, embora o PowerShell, mais moderno e pródigo em recursos, faça a festa dos saudosistas de plantão ― ou de usuários da velha escola, que, para exibir seus “profundos conhecimentos”, usam comandos até para enviar mensagens de email.

O PowerShell está para o Prompt de comando como o MS-Word para o Bloco de Notas. Seus recursos, bem mais aprimorados, facilitam a criação de comandos e scripts em linguagem C # (PowerShell e C # são integrados ao .NET Framework da Microsoft) e permitem, por exemplo, a execução remota e automação de tarefas, a execução de tarefas em segundo plano, a tubulação de comando, etc.

Se isto lhe parece muito complicado, vamos trocar em miúdos: o PowerShell é mais adequado a usuários avançados, enquanto o Prompt de comando atende às necessidades básicas de leigos e iniciantes, ainda que a maioria de nós passe muito bem sem nenhum dos dois

Mesmo assim, devo voltar a esse assunto numa próxima postagem. Até lá. 

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O FARSANTE CANDIDATO


Nova pesquisa do Datafolha dá conta de que a popularidade de Lula aumentou, a despeito de o petralha vir colecionando processos (já é réu em 7, foi sentenciado a 9 anos e 6 meses de prisão em um deles e é alvo de outros tantos inquéritos, que certamente resultarão em mais processos). 

Não sei se, ou até que ponto, essas pesquisas são confiáveis, notadamente a um ano das eleições. Aliás, no ano passado, quando todos os institutos davam como certa a presença de Haddad no segundo turno das eleições municipais paulistanas, João Dória ganhou de lavada logo no primeiro ― e agora desponta como virtual candidato à presidência da Banânia, mas isso já é outra história.

Treino é treino, jogo é jogo. Lula tem seu eleitorado cativo e sua militância caninamente fiel. Se ele for flagrado de braço dado com o próprio Demo, essa gente dirá que duas divindades se uniram pelo bem do Brasil, dos pobres, dos desvalidos e da ponte que os partiu.

Lula deixou o Planalto com a popularidade nas estrelas ― tanto assim que conseguiu eleger um poste para sucedê-lo, e o resultado é o que hoje se sabe. Mas ele ainda é lembrado pelos menos esclarecidos como "um bom presidente", até porque seus malfeitos foram descobertos depois que ele deixou o Planalto. Na cabecinha pequena dos humildes e manipuláveis, isso faz muita diferença.

Não se sabe se o sacripanta disputará as próximas eleições e nem se chegará ao segundo turno caso venha a concorrer. Se a condenação imposta pelo juiz Moro for mantida pelo TRF-4 ― o que deve acontecer no primeiro semestre de 2018 ― a Lei da Ficha-Limpa sepultará suas pretensões políticas (a menos que férias compulsórias no Complexo Médico-Penal de Pinhais, em Curitiba, ou no Presídio da Papuda, no DF, contem como projeto político).

Dentre os quase 3.000 pesquisados pelo Datafolha, muitos dos que declararam sua preferência ao petista responderam, na pergunta seguinte, que não votariam em candidatos envolvidos com corrupção. Outros nomes bastante suscitados foram os de Sérgio Moro e do ex-ministro do Supremo Joaquim Barbosa, embora nem um nem outro sejam candidatos a coisa alguma.

Nos bastidores, o PT já vem considerando uma candidatura alternativa (os mais prováveis substitutos de Lula são Fernando Haddad e Jaques Wagner). No entanto, nem mesmo o testemunho de Palocci ― que dá uma boa ideia do que será sua delação ― ou sua carta à presidência do PT levam a militância a rever seus conceitos.
A missiva de adeus, endereçada a Gleisi Hoffman ― a quem Palocci trata por “senhora presidente”, negando-lhe o ridículo tratamento que era obrigado a usar durante o tempo em que foi ministro da anta vermelha ―, torna irreversível seu acordo de delação e, ao pedir sua desfiliação, evita a humilhação de ser expulso da legenda que ajudou a criar.

No texto, o ex-ministro salienta o fato de o PT celebrar delinquentes juramentados, condenar quem admite o próprio envolvimento em patifarias devassadas pela Lava-Jato e atirar ao fogo quem ousa dizer a verdade sobre o partido, que compara a uma seita liderada por liderada por uma pretensa divindade que culpa a finada esposa pelas obscenidades que protagonizou e já não sabe quantos dias tem novembro ou quando agosto termina.

Até quando vamos fingir acreditar na autoproclamação do homem mais honesto do país? ― pergunta o autor da “Carta ao Povo Brasileiro”, que ajudou Lula a se eleger em 2002. Somos um partido político sob a liderança de pessoas de carne e osso ou somos uma seita guiada por uma pretensa divindade? ― questiona Palocci, cujas novas flechadas (leia-se sua delação) ajudarão a colocar na prisão o farsante que, sem emprego regular desde 1978, virou dono de imobiliária clandestina e um dos maiores falsificadores de escrituras desde o primeiro caso de estelionato registrado no Brasil.

Observação: Segundo O Sensacionalista, os que veem fraude nos recibos de aluguel apresentados pela defesa de Lula, por terem sido datados de 31 de junho e 31 de novembro, esquecem-se de que, no governo do PT, as coisas melhoraram a tal ponto que tudo ficou maior, inclusive os meses do ano. Posteriormente, os golpistas desviaram os dias 31 desses meses num complô com fabricantes de calendários americanos, mas a defesa do ex-presidente já convocou o perito Molina para atestar a veracidade dos documentos ― o laudo deve ser concluído até 30 de fevereiro.   

É curioso o modo como funciona a cabeça do eleitorado tupiniquim. Veja o leitor que Bolsonaro se destacou na pesquisa ― aprofundando ainda mais o cenário de terror, já agravado, semanas atrás, pelo pronunciamento estapafúrdio do tal general Mourão, que defendeu abertamente uma intervenção militar no caso de o Judiciário não conseguir expurgar os corruptos do cenário político tupiniquim. Mourão não foi uma voz isolada nem sua fala se deu de forma casual: antes de discursar numa loja maçônica em Brasília, o demiurgo militar havia participado de um encontro do Alto Comando do Exército, que contou com a presença de 16 generais de 4 estrelas, o que torna suas palavras públicas e configura uma violação ao Regulamento Disciplinar do Exército. 

Estranhamente, não houve qualquer punição ao general boquirroto ― o que denota que o governo Temer não tem autoridade moral sequer para passar um pito nos militares. Aliás, desde que assumiu o poder, o peemedebista evita se indispor com as Forças Armadas, como comprova a exclusão dos milicos da reforma da Previdência e do congelamento de salários imposto ao funcionalismo federal. 

Em tese, a situação de Michel Temer ― cujo governo nada mais é do que um terceiro tempo das gestões lulopetistas, já que o peemedebista nunca teria chegado lá se fosse vice de Dilma, e jamais teria sido aceito na chapa sem o beneplácito de Lula ― é uma preocupação mais imediata, pois seu presente define o nosso futuro. Não que haja grandes possibilidades de o presidente ser derrotado na Câmara ― conforme já discutimos noutras postagens ―, ainda que salte aos olhos seu envolvimento em todos os ilícitos denunciados pelo ex-procurador-geral Rodrigo Janot

Enfim, só falta agora o povo sair às ruas em massa para apoiar a intervenção militar ― até porque, convenhamos, a fala de Mourão faz sentido, ou alguém discorda de que, no Brasil, os políticos loteiam tudo quando estão no governo, visando fabricar dinheiro para se locupletarem e bancar suas candidaturas milionárias? Parafraseando o jornalista J.R Guzzo, "o comandante do Exército deu o caso por encerrado, mas isso não faz com que os militares pensem o contrário do que estão pensando ― e o mundo político nunca se esforçou tanto para convencê-los de que estão certos". 

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domingo, 1 de outubro de 2017

QUE SITUAÇÃO!


Mesmo no limite da credibilidade, a caterva política faz de conta que está por cima da carne-seca. Tivessem os eleitores um mínimo de esclarecimento ― e vergonha na cara ―, nenhum dos sacripantas que aí estão sobreviveria às próximas eleições.

O espírito de corpo do Senado em defesa de Aécio Neves é mais uma cuspida no olho da sociedade. Curiosamente, ninguém sai às ruas para protestar. Aliás, a votação da primeira denúncia contra Temer no plenário da Câmara ― uma escandalosa marmelada protagonizada pela tropa de choque do presidente ― também passou ilesa, encorajando os baba-ovos do Planalto a afirmar, como falassem a um bando de boçais, que “não existe isso de comprar votos para barrar a denúncia, que as emendas parlamentares contemplam igualmente a todos, independentemente de apoiarem ou não o presidente”. Com o perdão da má palavra, excelências, vão fazer pouco caso da inteligência do povo na puta que os pariu!

Cientes de que precisam se livrar do estigma da corrupção, alguns partidos apostam na renovação. Mas isso não significa exigir de seus filiados que abandonem os maus hábito, até porque o lobo perde o pelo, mas não perde o vício. O que se pretende é fazer uma recauchutagem meramente cosmética: o PEN, que abriga o famigerado Jair Bolsonaro, passa a se chamar Patriotas ― ou PAB, de Pátria Amada Brasil; o PTN passa a atender por Podemos; o PTdoB, por Avante... e por ai vai.

Valer-se do apelo do “novo” é uma prática antiga. Em 1937, Getúlio Vargas criou o Estado Novo; em 1990, Collor se elegeu pelo nanico PRN (Partido da Renovação Nacional) como artífice de um “Brasil novo”. E os resultados são o que se sabe. Em meio a esse salseiro ― e faltando um ano para as eleições ―, o que, exatamente, há de novo no front?

― Pelo PTLula, o embusteiro, que tenta requentar a velha farsa de 2002 chamando para o picadeiro o picareta Renan Calheiros?

― Pela Rede, Marina Silva, a insuportável ―, com sua cara de maracujá de gaveta e suas frases torturadas até o desfalecimento?

― Pelo PSC, Bolsonaro, o extremista, cujas promessas são música para os ouvidos peludos dos trogloditas?

― Pelo PMDBRodrigo Maia, o Bolinha da Câmara, que pose de aliado do Planalto, mas não vê a hora de puxar o tapete do chefe Michel?

― Pelo PSDBAlckmin, o eterno picolé de chuchu, que vem sendo derretido dia após dia pelo “novato” João Doria?

Joaquim Barbosa? Luciano Huck? Eles não estão no páreo, mas, segundo o Ideia Big Data, o ex-ministro do STF aparece com 34% das intenções de voto, e o apresentador de TV, com 31%.

Na contramão da democracia e em defesa do retrocesso, “generais-tipo-mourão” acenam com uma intervenção militar para pôr fim à crise ética e político-institucional. Escusado reproduzir a fala do estrelado, que teve espaço em todos os noticiários nos últimos 15 dias. Lembro somente que há mais de 30 anos não se ouvia um militar de alta patente dizer algo parecido.

Nenhum nenhum colosso da nossa vida pública deu um pio. Como observou o jornalista J.R. Guzzo em sua coluna em Veja da semana passada “nem os ministros do Supremo, que passam dia e noite baixando bulas de excomunhão contra o mundo em geral e entre si próprios, foram capazes de abrir a boca”. E fizeram eco ao silêncio das autoridades as lideranças populares, os intelectuais de grande porte, os formadores de opinião, etc. Talvez porque é mais fácil gritar “Fora Temer” do que “Fora, general”, ou escrever editoriais, cheios de indignação e fúria cívicas, exigindo a demissão de tal ministro, punições para soldados da PM e transparência no futebol quando se fazem gols com o braço.

Mourão não foi uma voz isolada nem sua fala se deu de forma casual, na churrascaria ou no balcão do bar da esquina. Antes de discursar numa loja maçônica em Brasília, o general havia participado de um encontro do Alto Comando do Exército, que contou com a presença de 16 generais de 4 estrelas, o que torna suas palavras públicas e configura uma violação ao Regulamento Disciplinar do Exército. Mesmo assim, não houve qualquer punição.

Se nossa claudicante democracia resistir até as próximas eleições, teremos fortes emoções; reserve já o seu camarote, pois a disputa promete ser interessante ― quando nada, porque escolhas erradas são uma especialidade brasileira.

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sábado, 30 de setembro de 2017

É POR ESSAS E OUTRAS...


A tramitação da segunda denúncia contra Michel Temer já teve início, e deverá proporcionar não somente um espetáculo circense tão lastimável quando o anterior, mas também idêntico resultado, pois o indigesto deputado Carlos Marun, chefe da tropa de choque do Planalto, já vem cooptando as marafonas da Câmara. Então, a pergunta não é se a denúncia vai passar ou não, mas quanto bilhões o seu arquivamento custará aos cofres públicos.

Na conjuntura atual, a substituição do Vampiro do Jaburu pelo Bolinha da Câmara ou outro colosso da nossa política talvez fizesse mais mal do que bem, por mais difícil que seja aturar a figura do presidente e o ramerrão de seus acólitos ― que, como Dilma durante o impeachment e Lula desde os tempos do Mensalão, tentam defender o indefensável. Além disso, a (pífia) recuperação da economia ― que só comprova que o Brasil avança a despeito do governo que tem, e não graças a ele ― não autoriza um presidente impopular a escancarar ainda mais o rombo nas contas públicas para barrar um processo cuja instauração ele próprio defendeu ― para quem não se lembra, quando sua conversa com Joesley veio a público, Temer disse que a investigação no Supremo seria o território onde surgiriam as provas de sua inocência.

Uma análise isenta e desapaixonada do cenário ― volto a lembrar que aqui não se defende este ou aquele político por simpatia a este ou aquele partido ou ideologia; aqui se pugna pela punição dos corruptos para o bem do país ― leva à conclusão de que o governo de Michel Temer produziu alguns resultados positivos, Para ficar apenas nos exemplos mais notórios, a despeito de apenas 3,5% da população aprovar o atual governo, nos últimos 16 meses o risco Brasil recuou de 400 pontos para 180, a SELIC baixou de 14,25% para 8,25%; a inflação atingiu o menor patamar em duas décadas e o PIB, o consumo das famílias e o saldo anualizado de admissões e demissões apresentaram resultados positivos (pífios, mas inegáveis).

A despeito das evidências de corrupção, o afastamento de Michel Temer a um ano das eleições ― e pouco mais de 14 meses do final do seu mandato tampão ― talvez fizesse mais mal do que bem: a instalação de um processo criminal ― desta vez pelo STF ―, a assunção de Rodrigo Maia ― que precisaria negociar nova maioria parlamentar e a subsequente disputa em torno do processo sucessório ―, a deliberação sobre como seria a eleição ― porque não há precedente e o respectivo preceito constitucional nunca foi regulamentado ― e a retração das atividades econômicas ― inevitável diante da instabilidade política, pois a mera expectativa de crise leva a bolsa a despencar e o dólar a se valorizar em relação ao real ― agravariam ainda mais a crise política e minariam os frágeis sustentáculos da incipiente recuperação da economia.

Por essas e outras, por mais que queiramos a punição dos corruptos ― sejam eles Lula, Dilma, Aécio, Temer, Padilha, Moreira Franco, Gleisi, DirceuCalheiros, Maluf, Collor, e por aí vai o cortejo suprapartidário de imprestáveis ―, talvez seja melhor (ou menos pior) que Temer seja processado e julgado após o término de seu mandato. A propósito, vale lembrar que a decisão da Câmara em barrar a abertura do inquérito não “sepulta” a denúncia ― embora essa expressão seja largamente utilizada na mídia ―, apenas adia a instauração da ação penal. É certo que Temer jamais dará uma desculpa convincente para a mala de dinheiro de Rodrigo Rocha Loures ou para os R$ 51 milhões encontrados no bunker de Geddel Vieira Lima ― pessoas de sua mais estrita confiança, que passaram de integrantes do primeiro escalão do seu governo a hóspedes do sistema prisional tupiniquim ―, até porque não dá para explicar o inexplicável.

Resta ao presidente continuar desempenhando seu papel ― com uma fleuma de dar inveja a lordes ingleses ― de inocente injustiçado, fingir que está governando o país e continuar tentando por todos os meios desqualificar a denúncia, Janot e o MPF e barrar a investigação, enquanto sua defesa busca respaldo na tese estapafúrdia de que o cancelamento da delação da JBS passa uma borracha em tudo ― das conversas espúrias às provas documentais apresentadas pelos irmãos Batista, Ricardo Saud e distintíssima companhia ― e sua tropa de choque atua nos bastidores para granjear os 172 votos que lhe garantirão sobrevida à derradeira flechada de Janot.

Observação: A rigor, Temer não precisa de voto algum, mas apenas impedir que a oposição consiga 342 votos pelo aceitamento da denúncia.

Resumo da ópera: A permanência de Temer no cargo é um desserviço ao país, pois, como Dilma em 2016, tudo o que ele tem feito ultimamente é lutar para continuar presidente, às favas com os interesses do país. As reformas estão em compasso de espera, mas isso se deve também ao fato de os 513 deputados e 2/3 dos 81 senadores disputarão eleições no ano que vem, e votar emendas impopulares a esta atura do campeonato é suicídio político. Nem mesmo a reforma política ― na qual os principais interessados são os próprios parlamentares ― será votada a tempo de valer para o próximo pleito ― com exceção de uma ou outra medida que viando o financiamento de suas campanhas milionárias, deputados e senadores deixarão para retomar o assunto quando ― e se ― forem reeleitos. Já o presidente Michel Miguel Elias Temer Lulia, que aspirava a ser lembrado como “o cara que recolocou o Brasil nos trilhos do crescimento”, entrará para a história como o chefe da quadrilha do PMDB na Câmara, como o primeiro presidente denunciado por crime comum no exercício do cargo e como o mais impopular chefe de governo de toda a nossa história.

É certo que o Brasil não merece ser presidido por alguém com um currículo desses ― embora os eleitores que votaram nessa caterva mereçam castigo ainda pior. Como diz um velho adágio, BETTER THE DEVIL YE KEN, THAN THE DEVIL YE DON'T (numa tradução livre, “melhor ficarmos com o diabo que conhecemos”).

Encerro por aqui. Que cada qual tire as próprias conclusões.

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sexta-feira, 29 de setembro de 2017

AINDA SOBRE A JUDICIALIZAÇÃO...

Ainda sobre a judicialização na política ― assunto que eu abordei en passant neste post ―, veja um resumo do que escreveu o cientista político Murillo de Aragão escreveu em sua coluna, na edição da revista IstoÉ do último dia 20, ao qual, com a devida venia, eu adiciono algumas ponderações.

Quatro fatores favorecem o predomínio do Judiciário: o primeiro deles é a incapacidade de o mundo político esboçar uma reação conjunta e coerente frente aos eventos derivados da Operação Lava-Jato (...).  O segundo fator resulta da crescente fragmentação do Congresso e da sua consequente incapacidade de decidir questões complexas (por consequência, o Judiciário é chamado a decidir questões do âmbito político em um fenômeno conhecido como “judicialização da política”). Como disse o ministro Luís Roberto Barroso, do STF, “a judicialização é um fato” ― curiosamente provocada pelo mundo político e estimulada pelo excessivo detalhamento da nossa Constituição. O terceiro fator relaciona-se com essa judicialização da política, que tem levado a um ativismo crescente por parte de juízes e promotores, que testam ao máximo os limites da lei e acabam “legislando”, preenchendo lacunas do sistema legal, e o quarto fator reside na tendência inexorável de punição aos políticos envolvidos nas investigações da Lava-Jato.

Com a situação do presidente da República no pé em que está e a corrupção comendo solta no Legislativo, resta-nos o Judiciário ― mais exatamente o STF, que, pelo menos em tese, é o guardião da nossa Constituição. O problema é que, se em Curitiba, berço da Lava-Jato, figurões como Lula, Eduardo Cunha e outros 105 investigado foram condenados a penas que, somadas, passam dos 1634 anos de cadeia, em Brasília, onde são investigados cerca de 250 deputados, senadores, governadores e ministros, apenas 6 respondem a processo e nenhum foi condenado até agora. O STF homologou até hoje 120 delações premiadas, que atingem mais de duas centenas de políticos com prerrogativa de foro. Embora elas tenham gerado 185 inquéritos, apenas 6 denunciados se tornaram réus e só 3 foram presos ― um deles, o ex-senador Delcídio do Amaral, já teve sua prisão revogada. A regra, portanto, é de impunidade para políticos com foro privilegiado.

Nas ações que tramitam no Supremo, mesmo nos casos em que há fartura de provas, os políticos com mandato continuam livres e soltos. Fernando Collor, o primeiro presidente impichado na era pós-ditadura militar, integra agora a seleta confraria de senadores réus na Lava-Jato, ao lado da petralha Gleisi Hoffmann e do peemedebosta Valdir Raupp. Há cerca de um mês, a 2ª Turma do STF acolheu parcialmente a denúncia apresentada contra ele pela PGR (em 2015) por crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Mas quem aspira a vê-lo um dia atrás das grades deve cuidar bem da saúde, a julgar pela situação do deputado Paulo Maluf. Condenado em junho passado a 7 anos, 9 meses e 10 dias de prisão em regime fechado, o turco lalau continua solto, flanando pelo Congresso e com planos de se reeleger no ano que vem, a despeito de a mesma 2ª Turma ter determinado sua interdição para o exercício de cargo e função pública de qualquer natureza pelo dobro da pena privativa de liberdade.

Outro exemplo: A partir da chamada “primeira lista de Janot”, encaminhada ao STF em 2015, foram instaurados mais de 20 inquéritos, mas eles resultaram em apenas 6 condenações (Eduardo Cunha, Pedro Corrêa, Luiz Argolo, João Vaccari Neto, Antonio Palocci e Fernando Baiano, todos em primeira instância; em Brasília, néris de pitibiriba).

É por isso que se diz que bandido burro vai para a cadeia e bandido esperto entra para a política!

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AINDA SOBRE O PROMPT DE COMANDO E O POWER SHELL NO WINDOWS 10

QUEM ABRE O CORAÇÃO À AMBIÇÃO FECHA-O À TRANQUILIDADE.

Como eu disse no post anterior, a Microsoft substituiu o Prompt de Comando pelo Windows PowerShell na lista do menu Iniciar do Windows 10 ― aquela que é exibida quando a gente dá um clique direito sobre o botão Iniciar ou pressiona as teclas Win+X ―, mas isso não agradou a todos os usuários, até porque muitos estavam habituados com o prompt tradicional. Mas é fácil reverter essa configuração. Para tanto:

- Abra o menu Iniciar e clique em Personalização.
- Na janela que se abre em seguida, clique em Barra de Tarefas.
- Na próxima tela, localize a opção que permite substituir o Prompt de Comando pelo Windows PowerShell e mova o botão de controle para a posição “desativado” (oriente-se pela imagem que ilustra este post).
- Finalmente, dê um clique direito sobre o botão Iniciar (ou tecle Win+X) e confira o resultado.

O resto fica para a próxima, pessoal. Bom final de semana e até lá.

E COMO HOJE É SEXTA-FEIRA:

O sujeito morre e vai para o inferno. Chegando lá, o Diabo começa a explicar como será a vida dele daquele momento em diante.

— Bem, temos um novo plano de penitências. Vou lhe propor três formas de castigo e você terá de escolher uma delas. Mas preste muita atenção, porque, uma vez feita a escolha, você só poderá mudá-la daqui a mil anos.

Em seguida, o maligno levou o sujeito por um corredor e lhe disse:

— Atrás de cada uma destas portas há uma forma de castigo, basta escolher a que você preferir.

O rapaz abriu a primeira porta e viu um cara sendo estuprado por um estivador enorme.

— Essa não!

O Diabo abriu a segunda porta, atrás da qual um sujeito, amarrado a um poste, era espetado com um ferro em brasa por uma loura escultural.

— Essa também não!

Aberta a terceira porta, viu-se um cara de aparência repulsiva e uma ruiva belíssima pagando-lhe um boquete. Sem pensar duas vezes, o rapaz disse:

— Quero esta!

O Diabo entrou na sala, bateu no ombro da ruiva e falou:

— Pode sair do castigo. Arrumei um otário para substituí-la.




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quinta-feira, 28 de setembro de 2017

O POWER SHELL E O PROMPT DE COMANDO NO WINDOWS 10

SE VOCÊ NUNCA MUDAR DE DIREÇÃO, TERMINARÁ EXATAMENTE ONDE PARTIU.

Na pré-história da computação pessoal, operar um PC exigia dominar intrincados comandos de prompt ― como se lembram os que chegaram a utilizas as edições 3.x do Windows, que eram interfaces gráficas baseadas no MS-DOS e carregadas quando a gente digitava WIN na janelinha do Prompt de Comando e pressionava a tecla Enter).

A partir do Win95, já então um sistema operacional autônomo (ou quase isso, porque ainda dividia espaço com o DOS, que continuava atuando nos bastidores), os comandos de prompt foram se tornando cada vez menos necessários, chegando mesmo a “desaparecer” a partir do Windows XP, embora o Prompt de Comando continue presente até hoje ― e ainda seja usado, geralmente por usuários avançados, na manutenção do sistema e em outras tarefas específicas.

A partir do aziago Windows 8, a Microsoft substituiu o Prompt de Comando pelo Windows PowerShell. Então, se você usa o Windows 10, não se surpreenda se der um clique direito sobre o botão Iniciar e encontrar o Windows PowerShell no lugar do Prompt tradicional (note que basta você digitar cmd.exe na caixa de diálogo do menu Executar para que a telinha do velho Prompt seja exibida).

Falando no menu Executar, desde o lançamento do Windows 7 que a dona Microsoft fez o “favor” de suprimir essa entrada do menu Iniciar, talvez porque o atalho de teclado Win+R faz o mesmo efeito. Mas é fácil ressuscitá-lo, ainda que na forma de um live tile (bloco dinâmico configurável). 

Para tanto, basta digitar executar na caixa de pesquisas da barra de tarefas (ou na caixa de diálogo do Cortana, conforme a configuração), dar um clique direito sobre a opção Executar – Aplicativo da área de trabalho e, no menu suspenso, selecionar a opção Fixar na Tela Inicial.

Na próxima postagem a gente conversa sobre as principais diferenças entre o Prompt de Comando e o Windows PowerShell. Até lá.

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JUSTIÇA TARDIA NÃO É JUSTIÇA


Ainda sobre a impunidade de políticos com foro privilegiado ― assunto focado na postagem de anteontem ―, o cenário é desalentador. Isso para nós, cidadãos de bem; para os políticos corruptos, a procrastinação das punições é sopa no mel.

A partir da “primeira Lista de Janot”, enviada ao STF em 2015, foram instaurados 25 inquéritos, que resultaram em 6 condenações (Eduardo Cunha, Pedro Corrêa, Luiz Argolo, João Vaccari Neto, Antonio Palocci e Fernando Baiano), todas na primeira instância ― em Brasília, néris de pitibiriba. A segunda lista, baseada nas delações dos executivos da Odebrecht, trouxe dessossego para quase duas centenas de excelências, mas o visgo que viceja na Suprema Corte atrapalha sobremaneira o avanço das investigações. Até porque, como eu já disse em outras oportunidades, o STF acaba tendo de fazer o trabalho que caberia aos juízos de primeira instância, e aí a coisa fica para as calendas gregas.

Caberá à nova procuradora-geral aparar as arestas com a PF e azeitar a relação com o próprio Supremo. Veja que Janot, no afã de agilizar o jogo no final do segundo tempo, meteu os pés pelas mãos, sendo muito criticado, inclusive por ministros do STF, por ter amparado denúncias baseadas apenas em delações, sem recorrer a outros instrumentos de coleta de provas. Um bom exemplo é a denúncia apresentada pelo ex-procurador contra a tríade peemedebista Jucá, Calheiros e Sarney com base nas gravações feitas pelo delator Sérgio Machado ― aquela história de Jucá ter defendido um acordão para estancar a sangria do Petrolão. No último dia 8, o próprio Janot solicitou o arquivamento do caso por insuficiência de provas.

Na avaliação de Dalton Dallagnol, coordenador da Lava-Jato, enquanto em Brasília expoentes do MPF, da PF e do Judiciário vira e mexe estão em pé de guerra, em Curitiba a sinergia impera. O juiz Sérgio Moro autoriza rapidamente as diligências solicitadas pelos procuradores e leva uma semana, em média, para aceitar uma denúncia; no STF, o prazo para um suspeito se tornar réu é de quase dois anos (581 dias, para ser exato). Moro leva poucos meses para proferir suas decisões; no Supremo, a média de uma tramitação penal é de quase 4 anos (1.377 dias). 

Historicamente, são raras as condenações em nossa mais alta Corte ― a exceção mais notória foi a Ação Penal 470, conhecida como processo do Mensalão, que resultou na condenação de 24 mensaleiros a penas que, somadas, chegaram a 243 anos de prisão. Boa parte desse resultado, vale frisar, se deveu ao empenho pessoal do então ministro Joaquim Barbosa, que determinou que juízes de 47 varas federais em 19 estados ouvissem mais de 600 testemunhas, e ainda assim o processo levou mais de 7 anos para ser concluído (os números foram levantados pela reportagem da revista Veja, que publicou extensa matéria a respeito, na edição desta semana).

De acordo com o ex-ministro Carlos Ayres Britto, “são onze pares de olhos sobre os fatos, onze experiências, onze vocações; a vontade colegiada se forma com dificuldade, e o resultado disso é a demora” ― demora essa que anda de mãos dadas com a impunidade. E, com efeito: segundo o relator da Lava-Jato no STF, ministro Edson Fachin, neste ano serão julgados apenas os processos contra a senadora Gleisi Hoffmann, atual presidente do PT, e Nelson Meurer, ex-líder do PP.

Fachin luta para evitar que o plenário da Corte reverta a decisão que autorizou a execução da pena de prisão depois da confirmação da sentença pela segunda instância ― do contrário, a perspectiva de prisão sumirá do horizonte de corruptos consagrados. Para o ministro, é preciso “firmeza, celeridade e um olhar voltado para a linha do tempo”. Falta agora colocar o discurso em prática.

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