segunda-feira, 4 de dezembro de 2017

O QUE ESPERAR DE 2018? (PARTE 3)


A batalha inglória da defesa de Lula contra Moro começou em Curitiba, mas já chegou aos tribunais de segunda e terceira instâncias. Até agora, porém, todas as investidas fracassaram. Das nove exceções de suspeição e de incompetência negadas pelo magistrado, oito foram objeto de recurso. Nenhum dos cinco apelos já julgados pelo TRF-4 foi acolhido; as primeiras três exceções de suspeição ― apresentadas ainda em inquéritos, em julho de 2016 ― foram negadas pelo juiz, da mesma forma que os recursos apresentados ao TRF-4 e STJ. O STF também já negou um pedido em que a defesa de Lula questionava a competência da 13ª Vara Federal de Curitiba para julgar o petralha (acesse aqui a íntegra da decisão).

Na tentativa de afastar Moro, Zanin e companhia já tentaram de tudo, de fotos do juiz conversando com Aécio Neves em evento público a um vídeo postado por Rosângela Wolff Moro, esposa do magistrado, na véspera do interrogatório do petista. De entrevistas de Moro à imprensa a artigos escritos, transcrições de palestras e toda sorte de “evidências de pré-julgamento e/ou suspeição”. O rábula chegou até a encaminhar uma representação ao Comitê de Direitos Humanos da ONU, em Genebra, acusando o juiz de violar os direitos de seu cliente ― “vítima de perseguição política e de uma guerra jurídica amparada por setores da mídia”. Ao Estadão, Zanin acusou Sérgio Moro de cercear as prerrogativas da defesa técnica e agir mais como auxiliar do órgão acusador do que como um instrutor da ação penal”, e não raro utiliza um discurso agressivo, mais para inflamar a militância do que para sensibilizar a Justiça, que tem ignorado solenemente suas aleivosias.

Em novembro de 2016, João Pedro Gebran, relator dos processos da Lava-Jato no TRF-4, rebateu a acusação de que Moro teria agido ilegalmente ao determinar a condução coercitiva de Lula e de ter politizado a ação. Em seu voto, o desembargador disse que a tese não encontra respaldo nos autos, pois todas as decisões foram devidamente fundamentadas, e a tentativa de politizar a operação tem sido feita pelos réus, e não pelo Judiciário. Isso tornou Gebran alvo dos advogados do petralha, que arguiram sua suspeição do desembargado, em dezembro de 2016, a pretexto de uma suposta amizade “estreita e íntima” com o juiz Sérgio Moro ― o pedido foi rejeitado pelo TRF-4 e obteve idêntico resultado no STJ.

Em sua inglória cruzada para tirar os processos de Curitiba, a defesa de Lula acusou de suspeição até os procuradores da Lava-Jato ― motivada pelo folclórico Power Point de Deltan Dallagnol, em que Lula figurava como o grande comandante do Petrolão. No despacho que negou o pedido, Moro ressaltou a atipicidade do pleito e afirmou que não foi apontado qualquer fato objetivo que se enquadrasse nas hipóteses de impedimento previstas na lei.

Dallagnol disse ao Estado que, quando políticos poderosos são submetidos a processos judiciais, é muito comum alegarem que são perseguidos e vítimas de armações ou complôs de adversários. "Sapatear para levantar uma cortina de poeira, tentando criar uma imagem de suposta perseguição, é uma tática comum para distrair a atenção das pessoas dos fatosO resultado dos processos e dos vários recursos da defesa do ex-presidente Lula é mais uma evidência de que o trabalho da Lava-Jato é técnico, imparcial e apartidário.Trabalham na operação dezenas de agentes públicos em quatro instâncias, todos concursados e sem vinculação político-partidária. Seu único compromisso é com a Justiça”, afirmou o procurador.

Observação: Para Ivar Hartmann, coordenador do projeto Supremo em Números, é direito da parte brigar por sua absolvição no processo ou mesmo pelo afastamento de um juiz, mas a politização que se faz no caso Lula “é lamentável para o país”, embora faça parte de um processo de livre expressão.

A mais recente derrota de Lula veio na terça-feira 7, quando o TRF-4 indeferiu a imediata destruição das “inacreditáveis” 111.024 chamadas telefônicas grampeadas pelos investigadores. O grampo, autorizado por Moro, gravava conversas da linha telefônica do escritório de advocacia Teixeira, Martins & Advogados, que considerou o prática uma gravíssima afronta ao Estado de Direito (para mais detalhes, clique aqui e aqui). Dias atrás, Gebran indeferiu o pedido liminar do escritório contra a decisão em que Moro disponibilizou os arquivos de áudio obtidos durante a Operação Aletheia, 24ª fase da Lava-Jato, entendendo que “nem mesmo sob a ótica da urgência se justifica a intervenção prematura do juízo recursal” (o caso ainda será julgado pelo TRF-4).

Em resposta ao pedido de suspeição impetrado pela defesa de Lula no TRF-4, Moro afirmou que são “lamentáveis” os questionamentos dos advogados do petista, e que “tais argumentos já foram rejeitados por mais de uma vez pela esfera recursal nas anteriores exceções de suspeição, sempre por unanimidade”. Em sua primeira negativa aos pedidos de suspeição, em 2016, o magistrado disse que “o ex-Presidente não se transformou em um preso político por ter sido conduzido coercitivamente para prestar depoimento à Polícia Federal por poucas horas. Se houve exploração política do episódio, isso não ocorreu da parte deste julgador, que, aliás, proibiu rigorosamente a utilização de algemas, a filmagem ou registro fotográfico do episódio”.

Quanto aos questionamentos sobre sua presença em eventos, Moro argumentou que "as fotos tiradas do julgador em eventos públicos com outras pessoas não significam nada senão que fotos foram tiradas do julgador em eventos públicos com outras pessoas". E concluiu: "Esclareça-se, já que há o questionamento sobre foto específica deste julgador em evento da IstoÉ, que este julgador não tem qualquer relação pessoal ou profissional com o Senador Aécio Neves, apenas tendo conversado com ele sobre assuntos banais em um evento público".

Alvo de diversos inquéritos, réu em sete ações penais, condenado numa delas a 9 anos e 6 meses de prisão e prestes a ser novamente sentenciado no processo que trata da compra de um terreno para o Instituto Lula e do apartamento vizinho ao seu em São Bernardo do Campo, o molusco abjeto continua encabeçando as pesquisas de intenção de voto, talvez devido a sua facilidade de engabelar o segmento mais carente e desinformado da sociedade, que o vê nele o fiador dos ganhos transitórios obtidos na década passada, quando o cenário era outro e os resultados nefastos do assistencialismo demagógico ainda estavam por vir.

Observação: Segundo o Datafolha, Lula lidera as pesquisas de intenção de voto com mais de 30%, mas o detalhe é que ele também ganha disparado no quesito rejeição  mais de 50% dos entrevistados afirmam que jamais votariam nele. Demais disso, outros candidatos à presidência além dos inevitáveis Jair Bolsonaro, Marina Silva e Geraldo Alckmin deverão surgir nos próximos meses, e também segundo as tais "pesquisas de opinião"  84% da população não sabem responder quem poderia tirar o Brasil da crise; 16% acham que a única pessoa capaz de ajudar seria o Papa Francisco e 92%, que todos os políticos, sem exceção, são corruptos

Para o Picareta dos Picaretas, o apoio à sua candidatura servirá para constranger o Judiciário e postergar sua prisão ― que, se nada mudar no entendimento do STF, poderá ser decretada tão logo o TRF-4 confirme a sentença condenatória proferida por Moro em meados deste ano (espera-se que a decisão saia no até meados de 2018).

No próximo dia 5, Lula levará seu patético show itinerante a municípios fluminenses, visando engabelar eleitores menos esclarecidos com seu batido ramerrão. A julgar pelo que se viu em suas incursões pelo Nordeste e por Minas Gerais, onde, em vez da tradicional multidão de simpatizantes, o cadáver político insepulto foi recepcionado recepcionado pelos indefectíveis gatos-pingados com estrela no peito, mortadela na sacola e soldo no bolso e execrado por um número cada vez maior de opositores, as perspectivas não são muito alvissareiras. Aliás, membros da cúpula do PT mais antenados com a realidade não estão animados com a caravana pelo Rio. Eles receiam que os antipetistas explorem alianças feitas no passado recente com o PMDB fluminense, cujos principais dirigentes ― o condenado Sérgio Cabral à frente ― estão gozando as benesses do fabuloso sistema penitenciário tupiniquim.

Observação: Em Governador Valadares (MG), o molusco foi recepcionado com gritos de "Lula, ladrão, seu lugar é na prisão". Até mesmo em municípios nordestinos não lhe faltaram percalços. Em Campina Grande (PB), sua comitiva foi alvo de protestos dos moradores; em Salvador, onde o PT costumava nadar de braçada, os adversários políticos aproveitaram para explorar a deterioração da imagem do pré-candidato com um Pixuleco gigante. Em São Luiz (MA), num raro registro panorâmico do espetáculo mambembe, a equipe do ex-presidente não conseguiu esconder os "buracos" na multidão reunida na praça D. Pedro II, onde o chefe discursava. 

O mais triste é que essa história de usar a candidatura como forma de postergar o acerto de contas com a Justiça vem ganhando vulto entre políticos de grosso calibre e de diversos partidos. Um bom exemplo disso é Michel Temer, que, a despeito de ser o presidente mais impopular da história, cogita a possibilidade de disputar a reeleição no ano que vem. Mas isso é conversa para a próxima postagem. Pobre Brasil.

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VOLTANDO AOS DRIVES SÓLIDOS (SSDs)

SEJA LÁ O QUE FOR, EU SOU CONTRA!

As principais diferenças entre HDDs eletromecânicos e de estado sólido foram discutidas numa recente sequência de postagens, mas eu achei por bem dedicar mais algumas linhas ao assunto para relembrar que:

― O grande entrave à popularização dos drives sólidos é o custo. Por enquanto, somente máquinas de configuração top e preço nas alturas vêm de fábrica com essa tecnologia, embora versões de menor capacidade, puras ou híbridas, já comecem a equipar notebooks de preços mais acessíveis.

― Do ponto de vista do armazenamento, os discos rígidos utilizam pequenas estruturas magnéticas para informar o valor de cada informação, enquanto os drives sólidos o fazem eletronicamente, como os pendrives e cartões de memória ― e por não terem partes móveis eles são menores, mais leves e rápidos que os HDDs, menos susceptíveis a danos decorrentes de impactos ou quedas e mais comedidos no consumo de energia, o que os torna uma boa alternativa para usuários de notebooks.

― Como a vida útil das células de memória flash é limitada, os SSDs têm a vida útil abreviada pela constante gravação de dados (a leitura não provoca efeitos deletérios), ainda que o usuário provavelmente trocará o computador antes de a unidade de memória sólida apresentar problemas.

― Como a desfragmentação dos arquivos consiste num processo de realocação de dados ― que exige uma longa sequência de regravações para que a unidade seja otimizada ―, não é recomendável desfragmentar SSDs. Além de não melhor o desempenho, a desfragmentação reduz a vida útil do componente. Portanto, use o Defrag para reagrupar dados espalhados ao longo das trilhas dos seus discos magnéticos, mas não nos SSDs, que operam a partir de processos elétricos, e não mecânicos, podendo, portanto, acessar os dados são acessados de qualquer lugar com a mesma rapidez, como acontece na memória RAM.

― Tampouco apague as “áreas vazias” em SSDs ― nos modelos convencionais, isso resulta em ganho de espaço e facilita a recuperação de arquivos excluídos acidentalmente, mas em drives sólidos isso não só é desnecessário como desaconselhável. Sistemas operacionais modernos suportam o TRIM ― tecnologia que “informa” ao drive que determinados arquivos foram apagados e que os blocos onde eles se encontravam armazenados devem ser submetidos a um processo de limpeza para que novas informações possam ser gravadas. Com isso, os arquivos excluídos são prontamente apagados, ao contrário do que se verifica nos HDDs, onde a exclusão pura e simples não os apaga prontamente, apenas marca como disponíveis os clusters que eles ocupavam, daí o fato de um arquivo excluído acidentalmente poder ser recuperado por aplicativos dedicados enquanto os clusters que os abrigavam não forem sobrescritos. Para conferir se o TRIM está ativo no seu computador, reveja a postagem do último dia 14.

― Da mesma forma que a desfragmentação, a formatação completa é desnecessária e prejudicial nos SSDs. Primeiro, porque o TRIM apaga os arquivos definitivamente; segundo, porque o procedimento não proporciona melhorias de desempenho e ainda desperdiça valiosos ciclos de reescrita do dispositivo.

― Edições do Windows anteriores ao Seven não suportam o TRIM, o que torna desaconselhável seu uso com SSDs. Sem o TRIM, além de os arquivos apagados permanecem disponíveis para recuperação, o dispositivo tende a demorar bem mais tempo para gravar os dados, produzindo lentidão no sistema como um todo. Claro que há ferramentas capazes de minimizar esse problema (desenvolvidas pelos próprios fabricantes de drives), mas isso já é outra conversa.

― Também é importante não esgotar totalmente a capacidade de armazenamento dos SSDs ― o que pode ser um problema, já que os modelos mais baratos são espartanos oferecem umas poucas centenas de gigabytes. O ideal é deixar pelo menos 25% de espaço livre, de modo que, se seu PC dispõe de um SSD e um HDD ― ou de um drive híbrido ―, use o componente de memória flash basicamente como unidade de leitura (ao contrário da escrita, a leitura pura e simples não compromete a vida útil das células de memória). Isso significa instalar nele o sistema operacional e os apps que você utiliza com maior frequência e concentrar todo o resto no drive eletromecânico, especialmente os arquivos de mídia, que consomem um absurdo de espaço e podem ser carregados a partir de um HDD interno ou externo sem qualquer problema ou lentidão.

― Não custa relembrar que pode valer a pena desabilitar o arquivo de paginação no drive sólido (desde que você disponha de, pelo menos, 6GB de RAM), pois esse recurso, também conhecido como memória virtual, funciona como uma extensão da memória física e sujeita o drive a constantes regravações. Considere ainda a possibilidade de desativar a restauração do sistema, o Superfetch e o Windows Search (indexação dos dados para agilizar pesquisas).

Era isso, pessoal. Espero ter ajudado.

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domingo, 3 de dezembro de 2017

O QUE ESPERAR DE 2018? (CONTINUAÇÃO)


Diante do que foi dito no post anterior, o leitor pode até argumentar que a situação não melhorou. E com razão, pois as coisas não vão bem. Afinal, o atual presidente é Michel Temer, e seu governo não passa de um melancólico terceiro tempo das gestões lulopetistas. Mas é inegável que o cenário mudou. Quando por mais não seja, 2016 valeu pelo funeral político dos que mandaram diretamente no Brasil durante mais de uma década, embora muita gente ― a começar pelas forças que deixaram o governo ― tente vender a ideia de que nada mudou, buscando levar os brasileiros a acreditar numa coleção cada vez maior de impossibilidades materiais. 

Faz parte desse múltiplo conto do vigário, por exemplo, a noção de que as pessoas sejam capazes de ficar, ao mesmo tempo, contra Renan e a favor de Lula. Ou de indignar-se com Sérgio Cabral e não levar em conta que ele foi um herói tanto para Lula quanto para Dilma ― homem de admirável coração, segundo um, ou o melhor governador do país, segundo a outra. Dentro da mesma sequência de fábulas, espera-se que levem a sério a informação de que o molusco eneadáctilo continua pobre, mesmo tendo embolsado dezenas de milhões de reais a título de remuneração por palestras a que ninguém assistiu.

Enquanto se mantém por aí, a contrafação das realidades não parece destinada a produzir efeito prático algum. O barulho vai continuar, é claro, até porque é comum as pessoas gritarem mais alto quando percebem que têm cada vez menos fatos a seu favor. Veja o esforço que fazem os advogados de Lula para destemperar o juiz Sérgio Moro nas audiências, usando de linguagem agressiva e sem cabimento, dada a ausência de argumentos realmente sérios para responder às denúncias feitas contra seu cliente (até porque é difícil defender o indefensável). Só que negar a verdade não altera os fatos.

Lula e o PT vivem uma situação surreal. A despeito de ser hepta-réu (e contando...) e de ter sido sentenciado a 9 anos e meio de prisão, o pulha vermelho continua insistindo na balela de que é a alma viva mais honesta do Brasil e que tudo que existe contra ele é fruto de uma descabida perseguição do juiz Sergio Moro. Seus seguidores, divorciados da realidade e estimulados pelas pesquisas de opinião pública, ignoram solenemente o fato de que, se houver justiça nesta Banânia, as condenações que serão impostas a seu amado líder torná-lo-ão inelegível não só em 2018, mas também nos pleitos subsequentes.

STF já se posicionou (numa votação apertada e ainda não concluída) no sentido de que réus em ação penal não podem ocupar cargos na linha sucessória presidencial (mais detalhes nesta postagem). Supondo que Lula chegue mesmo a disputar a concorrer em 2018 e, por absurdo, consiga se eleger ― com um eleitorado “esclarecido” como o nosso, nada é impossível ―, mais absurdo ainda seria ele ser empossado, uma vez que, além de colecionar processos, já foi sentenciado em um deles, e o TRF-4 deve confirmar a sentença de Moro no primeiro semestre de 2018 ― antes, portanto, das próximas eleições.

Até as pedras portuguesas da Praça dos Três Poderes sabiam que Lula estava envolvido até o último fio de barba no mensalão. No entanto, na época em que o escândalo veio à tona, ventos benfazejos soprados pelos mercados internacionais enfunavam as velas desta Nau dos Insensatos e inflavam a popularidade de seu comandante populista, movido a projetos assistencialistas que, mais adiante, cobrariam seu tributo. Por conta disso, o chefe da quadrilha foi poupado, embora seus cupinchas ― Dirceu, Genoino, Delúbio, Vaccari e outros mensaleiros petistas do primeiro escalão ― tenham sido processados, julgados, condenados e encarcerados.

Em 2010, ainda com a popularidade nas alturas, o Redentor dos Miseráveis escolheu a Estocadora de Vento para manter aquecida a poltrona presidencial até que ele pudesse voltar a ocupá-la. Para concorrer a um terceiro mandato consecutivo, seria preciso aprovar uma proposta de emenda constitucional a toque de caixa, de modo do que sua insolência preferiu comandar o espetáculo dos bastidores até poder voltar ao picadeiro e lá se aboletar por pelo menos mais 8 anos. Mas o imprevisto costuma ter voto decisivo na assembleia dos acontecimentos: a mulher sapiens pegou gosto pelo poder e, mediante o mais escandaloso estelionato eleitoral da nossa história, conquistou seu segundo mandato ― do qual foi afastada em maio de 2016 e expelida em definitivo 3 meses depois, quando então o vice decorativo passou de presidente interino a titular, e o resto é história recente (conforme vimos em detalhes na postagem anterior).

Nesse entretempo, o “o grande general do petrolão” (na definição do procurador da Lava-Jato Deltan Dallagnol) começou a colecionar processos. São sete até agora, cujo andamento o Picareta dos Picaretas tenta procrastinar através das recorrentes chicanas da sua defesa ― capitaneada por Roberto Teixeira, seu compadre e também réu na Lava-Jato, e Cristiano Zanin ― que vem travando uma verdadeira cruzada (inglória) nos quase 2 anos de recursos espalhados por todas as instâncias da Justiça. Foram nada menos de 10 pedidos de suspeição criminal e exceção de incompetência criminal para afastar o juiz Sérgio Moro ou tirar os processos da 13ª Vara Federal de Curitiba (detalhes nesta matéria).

Continua no próximo capítulo.

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sábado, 2 de dezembro de 2017

O FIM DO ANO ESTÁ AÍ. O QUE ESPERAR DE 2018?



DEZEMBRO FINDA. NA TARDE LINDA DESPONTAM RISOS DE ALEGRIA, VOZES QUE CANTAM, FLORES QUE ENCANTAM, FESTAS DE SONHO E DE POESIA.

Bons tempos aqueles em que a aproximação do Réveillon nos enchia o coração de esperanças. Hoje, para muitos de nós o Natal não passa de mera exploração comercial e passagem de ano, de uma simples virada de página do calendário.

No apagar das luzes de 2016 ― um ano especialmente conturbado ―, esperava-se que 2017 trouxesse a tão sonhada recuperação da economia. A instabilidade produzida pelo impeachment da anta vermelha havia sido superada, o país tinha tudo para voltar a crescer e a “Delação do Fim do Mundo” (lembram dela?) colocaria na cadeia uma notável penca de corruptos.

O fato de Temer ter sido citados nas delações da Odebrecht (43 vezes somente na confissão do ex-diretor de relações institucionais Cláudio Melo Filho) não melhorava em nada sua minguada popularidade. Rejeitado pelos simpatizantes da petralhada ― que o viam como traidor e golpista ― e pelos que comemoraram o final do governo petista ― por ter sido vice de Dilma durante seus dois mandatos e presidido o maior partido da base aliada do governo petista por 15 anos ―, o peemedebista acalentava o sonho de entrar para a história como “o cara que recolocou o Brasil nos trilhos do crescimento. Aí vieram a público as gravações de sua conversa nada republicana com o carniceiro de luxo Joesley Batista, a mala de dinheiro de Rocha Loures, as manobras escandalosas para sepultar as denúncias apresentadas pelo MPF sob o comando de Rodrigo Janot, e por aí segue a malsinada procissão. E o resto é história recente.  

Temer assumiu a presidência porque a Constituição não nos dava outra opção para penabundar a imprestável gerentona de araque e pôr fim aos desmandos lulopetistas. Sabe-se agora, porém, que melhor seria tê-lo expelido junto com a mulher sapiens. Claro que não se esperavam milagres de um presidente sem respaldo popular, que prometeu um ministério de notáveis e entregou um notável bando de apaniguados políticos corruptos. Demais disso, tirar o país do buraco envolvia dificuldades que foram potencializadas pela oposição ferrenha dos defensores do “quanto pior, melhor”, pela a sombra ameaçadora da Lava-Jato, pelas “sutilezas” do presidencialismo de coalização (ou de cooptação, como bem definiu o ex-presidente FHC) e pelas frequentes rusgas entre os 3 poderes desta república de bananas. Mas até aí morreu o Neves.

Um rápido retrospecto do ano que termina em menos de 1 mês dá conta de que governo Temer foi uma decepção. Houve ganhos, é verdade. A economia deu sinais de recuperação, pífios, mas reais. Os índices de desemprego, se não caíram expressivamente, ao menos deixaram de aumentar. A inflação baixou dos dois dígitos para algo em torno de 4% a.a., embora não seja bem isso que a gente nota quando faz compras no supermercado, abastece o carro e paga as contas de energia, água, gás e que tais. Mas a Selic despencou e reformas importantes ― como a do Teto dos Gastos e da Legislação Trabalhista ― foram aprovadas ou avançaram algumas casas no tabuleiro do Congresso. Demais disso, é injusto culpar o vampiro do Planalto pelas mazelas geradas e paridas durante 13 anos, 5 meses e 12 dias de jugo lulopetista ― como fazem a incorrigível militância vermelha e outros desinformados de plantão.

Olhando a coisa pelo melhor ângulo, em 2016 tínhamos uma presidente encurralada no Palácio do Planalto, sem autoridade, sem nexo e sem respeito; um presidente da Câmara descrito como homem de poderes sobrenaturais, que ocupava uma posição essencial para os destinos da nação; um vice decorativo, mas que, por suas celebradas habilidades no manuseio de parlamentares e políticos em geral, era visto como uma ponte que poderia conduzir Dilma à salvação. Isso sem mencionar um ex-presidente da República que posava de gênio da política, sempre prestes a “virar o jogo” mediante conchavos milagrosos ― e que tentaria nomear a si mesmo ministro da Casa Civil para escapar da Lava-Jato ―, além de um cangaceiro presidindo o Senado e atuando como marechal de campo na guerra para manter no comando a presidanta, seu abjeto antecessor e seu espúrio partido.

Em questão de meses, Dilma se tornou uma ex-presidente em processo de inscrição no arquivo morto da política brasileira; o então poderosíssimo presidente da Câmara foi devidamente encarcerado, o Cangaceiro das Alagoas perdeu e recuperou o cargo, virou inimigo figadal da militância vermelha e está a caminho do cemitério político; o gênio da política que ia salvar a anta vermelha, o PT e os aliados ― além de si mesmo, naturalmente ― coleciona processos penais e já foi condenado a 9 anos e meio de prisão em um deles, mas que recorre a uma manobra espúria travestida de candidatura à presidência para não se tornar, também ele, hóspede do sistema prisional tupiniquim.

Por essas e outras, tudo indicava que 2017 seria o ano da redenção. Só que não foi. Mas vamos deixar para concluir esse raciocínio na próxima postagem, que a de hoje já está de bom tamanho. Até lá.

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sexta-feira, 1 de dezembro de 2017

TRF-4 MANTÉM BLOQUEIO DE BENS DO “POBRE RETIRANTE NORDESTINO” QUE PASSOU DE DESEMPREGADO QUE DEU CERTO A HEPTA-RÉU MULTIMILIONÁRIO.


Defender o indefensável é uma tarefa quase sempre inglória, mas o rábula encarregado da defesa  do ex-presidente Lula precisa justificar seus polpudos honorários, e assim, sem o menor constrangimento, usa e abusa do “jus sperniandi”.

Segundo o “pai dos burros”, espernear significa agitar repetida e violentamente as pernas; espernegar, pernear. No sentido figurativo, o termo é sinônimo de reclamar, não se sujeitar a algo; tentar reverter uma situação com a qual não se concorda. No jargão jurídico, a expressão “jus sperniandi” significa direito de espernear”. O ser humano esperneia desde pequenino ao sentir fome, dor ou outro desconforto qualquer. E continua a fazê-lo por anos a fio, sempre que se sente contrariado ou quer chamar a atenção.

Lula esperneia quando se autodeclara “a alma viva mais honesta do Brasil” e antecipa sua estapafúrdia candidatura, que tem como propósito mantê-lo fora da cadeia (na semana que vem, o Circo Marambaia do Palhaço sem Graça vai percorrer municípios fluminenses e capixabas). 

Zanin e seus vassalos esperneiam valendo-se de todo tipo de chicana para tumultuar o andamento processual e constranger o juiz Sérgio Moro, chegando mesmo a denunciá-lo ao Comitê de Direitos Humanos da ONU por suposta perseguição política, e a cúpula petista esperneia estimulando a militância a espalhar seu indefectível besteirol nas mídias ― chegando ao requinte de publicar uma estapafúrdia cartilha multilíngue, condenando a suposta “caçada judicial” promovida por Moro contra seu eterno presidente de honra.

Nada disso parece ajudar o molusco parlapatão. Mesmo aparecendo em primeiro lugar nas pesquisas de opinião pública ― aquelas das quais você, eu e 99,9% da população jamais participaram, mas que supostamente espelham a intenção de 200% do eleitorado ―, o pulha também é imbatível entre os nomes mais rejeitados. E nada garante que ele chegue mesmo a concorrer: se o TRF-4 mantiver a sentença de Moro no processo do tríplex (os recursos devem ser julgados no primeiro semestre de 2018), Lula se tornará “ficha-suja” e (queira Deus que o STF não atrapalhe) hóspede compulsório do sistema prisional tupiniquim.

Falando no TRF-4, a 8ª Turma ― responsável por apreciar os recursos contra decisões nos processos da Lava-Jato em Curitiba ― frustrou, na última terça-feira, mais uma manobra da defesa de Lula, ao rejeitar um mandado de segurança que se insurgia contra o bloqueio de bens determinado pelo juiz Moro no processo sobre o tríplex no Guarujá (além de sentenciar Lula a 9 anos e meio de prisão, o magistrado impôs multa de R$ 16 milhões ao petralha, a Léo Pinheiro, dono da OAS, e a Agenor Franklin Medeiros, executivo da empreiteira). 

Descontado o valor do tríplex, ficaram faltando R$ 13,7 milhões, e  assim o juiz mandou sequestrar os apartamentos de Lula em São Bernardo do Campo e dois veículos, além de confiscar mais R$ 10 milhões em ativos financeiros (o BC bloqueou cerca de R$ 600 mil em quatro contas bancárias e R$ 9 milhões em investimentos no BrasilPrev (previdência privada do Banco do Brasil), dos quais R$ 7,2 milhões correspondem a um plano empresarial da LILS ― a folclórica “empresa de palestras” de Lula ― e R$ 1,8 milhões a um plano individual do molusco).

O desembargador João Pedro Gebran, relator dos processos da Lava-Jato em Porto Alegre, havia denegado seguimento ao mandado de segurança, entendendo que o instrumento jurídico adequado para um pedido de levantamento de constrição de bens é o incidente de restrição de coisas apreendidas, e que o exame do pedido seria uma supressão de instância, pois o advogado deveria tê-lo submetido à 13ª Vara Federal de Curitiba. Zanin, então, ingressou com um agravo regimental em mandado de segurança para tentar assegurar o julgamento do pedido, mas os demais desembargadores da 8ª Turma do TRF-4 seguiram o voto do relator e a decisão foi mantida.

O fato é que Lula vem tomando na tarraqueta sistematicamente, tanto na primeira instância quanto nos tribunais superiores. A conversa de alma viva mais honesta do Brasil já não convence ninguém além da fanática militância petista e, eventualmente, um ou outro simpatizante de outros partidos “de esquerda”. E a negativa geral ― não sei de nada, nunca vi nada nem soube de coisa alguma, fui traído, enganado e blá, blá, blá ―, usada com sucesso para se desvincular de Dirceu, Genoino, Delúbio, Vaccari e outros mensaleiros que acabaram condenados, não livrará o rabo do molusco de nove dedos da Lava-Jato ― que, vale lembrar, já o brindou com 7 processos (por enquanto) e uma condenação (também por enquanto; a segunda deve sair ainda neste final de ano).

Por uma questão de espaço (ou da falta dele), o resto fica para amanhã. 

E como hoje é sexta-feira:


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MELHORANDO O DESEMPENHO DO COMPUTADOR ― GRAVAÇÃO EM CACHE

SEM O FOGO DO ENTUSIASMO, NÃO HÁ O CALOR DA VITÓRIA.

Em princípio, a gravação dos dados no cache (ou buffer) da unidade de memória de massa resulta num melhor desempenho do sistema, mas o fato é que isso depende do SSD que seu computador utiliza ― alguns modelos funcionam melhor com esse recurso habilitado, enquanto outros apresentam resultados superiores com ele desativado.

O jeito, então, é recorrer ao velho método da tentativa e erro, ou seja, habilitar (ou desabilitar, caso o recurso esteja habilitado) a gravação em cache e usar a máquina durante algum tempo, para saber se vale ou não a pena manter a nova configuração ― mas tenha em mente que habilitar esse recurso implica na possibilidade de alguns dados se perderem ou corromperem no caso de mau funcionamento do computador ou de falta de energia. Dito isso, passemos ao tutorial:

― Digite Gerenciador de Dispositivos na caixa de pesquisas da Barra de Tarefas e clique na opção que na opção Gerenciador de Dispositivos/Painel de Controle.

― Na janela do Gerenciador, localize e dê um clique direito sobre a entrada que remete ao seu SSD e, no menu suspenso, clique em Propriedades.

― Na aba Políticas, desmarque a caixa Habilitar gravação em cache no dispositivo, feche a janela e reinicie o computador.

Você pode fazer essa experiência também com HDDs convencionais ― se o resultado não lhe agradar, independentemente da tecnologia da sua memória de massa, você poderá desfazer facilmente a modificação, bastando para isso seguir os mesmo passos e tornar a assinalar a caixa de verificação que você alterou.

Até a próxima.

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quinta-feira, 30 de novembro de 2017

FERNANDO SEGOVIA E A MALA DE DE ROCHA LOURES


O desejo era antigo ― vinha desde a consumação do impeachment da anta vermelha ―, mas faltava coragem para torná-lo realidade quando a população não só rosnava nas redes sociais como saía às ruas para mostrar os dentes. Finalmente, há coisa de duas semanas, nosso temerário presidente ― aquele dos 3% de aprovação popular ― trocou Leandro Daiello, por Fernando Segovia no comando da PF.

Daiello ocupava o cargo desde 2011 e teve papel preponderante na Operação Lava-Jato. Segovia foi ex-adido policial na África do Sul e ex-superintendente da PF no Maranhão, feudo da família Sarney ― cujo macróbio patriarca foi um dos responsáveis pela oportuna indicação do delegado, e sua nomeação, recebida com reservas, é vista como fruto de uma “forte movimentação do quadrilhão do PMDB”. Precisa dizer mais alguma coisa? Precisa, sim. Até porque todo mundo merece o benefício da dúvida, embora concedê-lo a alguns é uma prova incontestável de ingenuidade. Mas vamos por partes.

A nomeação de Segovia pode ser resumida da seguinte maneira: um presidente da República sob investigação da PF troca o chefe daqueles que o investigam. Não à toa, o gesto presidencial foi prontamente retribuído: em sua primeira entrevista coletiva, logo após a cerimônia de posse, o delegado reduziu as denúncias oferecidas contra Temer pelo então procurador-geral Rodrigo Janot, sustentadas nas delações da JBS e em investigações da própria PF, a “um ponto de interrogação que fica hoje no imaginário popular brasileiro”. Não satisfeito com essa “pérola”, Segovia pariu mais uma ao dizer que “uma única mala talvez não desse toda a materialidade criminosa que a gente necessitaria para resolver se havia ou não crime, quem seriam os partícipes e se haveria ou não corrupção” [referindo-se à mala com R$ 500 mil em dinheiro vivo, entregue por Ricardo Saud a Rodrigo Rocha Loures ― homem da mais estreita confiança do presidente, segundo o próprio presidente ―, numa operação controlada da PF].

O discurso de Segovia foi uma peça política, algo inadmissível a um diretor da PF. Igualmente inadmissível foi ele se comportar como um ministro do Planalto, um advogado de Temer ou o próprio presidente. Seu pronunciamento, além de conter erros factuais acerca das investigações, revelou desconhecimento técnico sobre os inquéritos de Temer e deixou a nítida impressão de subserviência ao palácio do Planalto.  

O fictício detetive Hercule Poirot, imortalizado nos romances policiais da inesquecível Ágata Christie, fazia perguntas para estruturar um raciocínio que desembocava em surpreendentes revelações. Já Segovia não dá respostas, apenas formula insinuantes indagações.

Em vez de deixar o problema na floresta do “imaginário popular”, Segovia deveria anunciar que vai correr atrás de respostas.  O fato de se sentir à vontade para minimizar em público as gravíssimas denúncias de corrupção contra aquele que o nomeou ― e obtidas em grande parte por seus (agora) subordinados ― indicam o triste curso que as coisas tomaram em Brasília.

Por essas e outras, as declarações de Segovia e as circunstâncias de sua nomeação são preocupantes. Sobre Temer, ele disse que “o presidente continuará a ser investigado com a celeridade de todos os outros inquéritos”. Não é o que parece. Como bem ironizou o procurador da Lava-Jato Carlos Fernando Santos Lima, “quantas malas de dinheiro seriam suficientes para o novo Diretor-Geral da Polícia Federal?” 

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DESEMPENHO ― MEMÓRIA DE MASSA E SUPERFETCH.

AQUELE QUE FAZ E PROMOVE O BEM CULTIVA O SEU PRÓPRIO ÊXITO.

Ao longo dos anos, a Microsoft criou diversas soluções para acelerar o desempenho do Windows, mas elas nem sempre produziram o resultado desejado. O Superfetch, por exemplo, é uma versão revista e atualizada do Prefetch, que por sua vez foi implementado no XP para monitorar as aplicações que o usuário utiliza com maior frequência e mantê-las carregadas num cache de memória, visando abreviar seu tempo de inicialização. A partir do Windows Vista, esse recurso foi aprimorado, renomeado (como Superfetch), e assim continuou a ser nas edições subsequentes do sistema.

Em teoria, tudo muito bonito, mas na prática constatou-se que esse implemento podia provocar o efeito inverso, notadamente a partir do Windows 7, quando ele se revelou um voraz consumidor de memória. Aliás, já no XP era preciso limpar regularmente a pasta Prefetch para melhorar o desempenho ― confira nesta postagem de 2008 ―, até porque os PCs daquela época dispunham de míseras centenas de megabytes de memória RAM.

Hoje o cenário é bem outro ― qualquer máquina de entrada de linha já conta com de 2 ou mais gigabytes de RAM ―, e modificar o funcionamento do Prefetch pode parecer desnecessário ou até contraproducente, já que um aplicativo iniciado a partir da memória de massa do computador (HDD ou SSD) leva mais tempo para carregar do quando é lançado a partir do cache. Além disso, a despeito de consumir memória, o Superfetch gerencia esse cache de maneira mais “inteligente” ―  sempre que algum aplicativo em execução precisa de mais memória, a quantidade reservada anteriormente para o serviço é automaticamente disponibilizada ―, além de ser capaz de se auto desativar ao detectar um disco rígido de alto desempenho (ou um drive sólido), o que torna recomendável deixar que o próprio Windows decida se o utiliza ou não.

O fato é que o Superfetch divide opiniões: enquanto uns acham que desabilitá-lo não traz benefício algum, outros recomendam fazê-lo, notadamente em sistemas com menos de 4 GB de RAM. A meu ver, não custa nada experimentar desabilitá-lo, especialmente se o seu PC dispõe de um SSD, até porque o ajuste é simples e fácil de desfazer. Confira:
 
― Para conferir se o Superfetch está habilitado, pressione a combinação de teclas Win+R, digite services.msc na caixa do menu Executar, tecle Enter, e confira o status do serviço na coluna respectiva (se estiver como Iniciado, é porque ele está operante).

― Para avaliar como o sistema se comporta sem ele, dê um clique direito sobre a entrada respectiva, clique em Propriedades e, em Tipo de inicialização, selecione Desativado, pressione Aplicar, confirme em OK e reinicie o computador.

Para retornar à configuração original, repita os mesmos passos, altere o padrão para Automático e torne a reiniciar o computador.

Até a próxima.

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quarta-feira, 29 de novembro de 2017

A METÁSTASE DA CORRUPÇÃO, O EXTERMÍNIO DE LULA E A PASSIVIDADE DO POVO BRASILEIRO


Assim como Michel Temer passou por um procedimento cirúrgico para desobstruir as artérias coronárias de seu bondoso coração, o Brasil precisa ser submetido a uma terapia de choque. Para o presidente foi mais fácil: bastou embarcar no Força Aérea 1 tupiniquim, voar para São Paulo e receber cuidados médicos do melhor complexo hospitalar do país ― tudo pago pelos contribuintes, naturalmente. Na manhã da última segunda-feira, durante o rápido traslado (de helicóptero) do hospital ao aeroporto de Congonhas, sua excelência tuitou uma mensagem de agradecimento à equipe médica e a todos que rezaram por seu pronto restabelecimento. Fico pensando aqui comigo se Temer não deveria ter apertado a mão de cada um desses fiéis apoiadores... a julgar pelos seus índices de popularidade, isso não levaria mais que alguns minutos.

Para o Brasil, o buraco é mais embaixo. A “cleptomania coletiva” que tomou conta da classe política em geral e parte substantiva do empresariado, os sucessivos escândalos expostos pela e PF e o MPF nos últimos tempos e o fato de nossos conspícuos congressistas continuarem legislando em causa própria e roubando descaradamente sem a menor preocupação com a possibilidade de passar férias compulsórias no sistema prisional tupiniquim são de embrulhar estômago de avestruz. Oxalá o povo ― ah, o povo ― dê o troco nas urnas, expurgando sem remissão todos os 513 deputados federais e 2/3 dos 81 senadores da República. Não que eu acredite nisso; seria estupidez acreditar, dada a "qualidade" do nosso eleitorado ― que só não é pior que a qualidade dos nossos políticos. 

Falando na péssima qualidade dos nossos homens públicos, Lula, para o bem do país, precisa ser definitivamente varrido do cenário. Se ainda é visto por boa parte da sociedade como o prócer a ser seguido, se continua liderando pesquisas e inspirar ando militantes Brasil afora, ele precisa morrer. Não literalmente, embora a ideia não seja das piores. Mas leiam leiam o que diz o escritor, publicitário e colunista Mario Vitor Rodrigues a respeito do molusco abjeto:

Enquanto o cidadão Lula não passa de um arrivista que levou a vida esgueirando-se dos desafios para pinçar oportunidades, o mito Lula, para alcançar seus objetivos, ainda é capaz de sapatear em cima de qualquer um. Até mesmo na memória da falecida esposa.
Ao indivíduo, criminoso que é, restou apenas escapar da cadeia. O personagem político, entretanto, persiste em sua sanha pelo poder, mesmo após ter comandado o esquema de corrupção mais perverso na história da República. Trocando em miúdos, o sujeito merece a expiação pública, com o cumprimento de pena pelos crimes que cometeu, mas ao outrora líder carismático não cabe essa colher de chá: o folclore em torno de Lula precisa acabar, e isso só acontecerá se ele for derrotado nas urnas.
Muitos alegarão o risco que correria o sistema eleitoral caso um condenado pela justiça, e com tantas outras condenações ainda por vir, conseguisse se eleger. Na verdade, a simples hipótese de que o alcaide petista dispute o pleito já é suficiente para apavorar até os mais experientes. No entanto, diz o autor deste excerto, esse temor é exagerado: graças ao trabalho realizado pela Operação Lava-Jato, escancarando o aparelhamento do Estado e o sequestro da própria democracia brasileira pelo PT, nunca houve, desde 2002, momento tão propício para derrotar Lula em uma eleição. Jamais foi possível, como agora, jogar por terra todo o corolário de narrativas que serviram para forjar a imagem de guardião do povo em alguém especialmente dedicado a ser o seu pior inimigo.
Portanto, feitas todas as ressalvas e noves fora o dever que a polícia e o judiciário têm de cumprir as suas funções, não importando a relevância histórica ou política de quem estiver em dívida com a comunidade, insisto, bom mesmo será ter a chance de ver Lula sucumbir politicamente.

Particularmente, acho temerário dar asas a cobras sem antes lhes retirar o veneno. A meu ver, Lula deve ser apeado de seu voo de galinha e impedido de participar das próximas eleições. Afinal, se réus em ações penais são excluídos da linha sucessória presidencial, como permitir que o petralha dispute um cargo que, em tese, não poderia exercer nem mesmo interinamente, como substituto eventual? 

Em abono a essa tese, relembro imbróglio envolvendo o senador Renan Calheiros, que foi afastado da linha sucessória presidencial pelo STF quando se tornou réu por peculato (pelas minhas contas, esse entulho do cangaço alagoano responde a 17 processos). É certo que os ministros tenham parido uma jabuticaba jurídica que preservou o mandato do senador e o manteve esse projeto de sacripanta na presidência do Senado e do Congresso Nacional ― tudo com a melhor das intenções, naturalmente, que era de minimizar as rusgas entre o Legislativo e o Judiciário. Volto a dizer que, com um Supremo desses, estamos no mato sem cachorro.

Para construir o país que tanto queremos, precisamos combater implacavelmente a cleptocracia que tomou conta de todas as instâncias do Estado. Urge exigir a revogação ou reformulação de leis e preceitos constitucionais que perpetuam a impunidade e a corrupção como a indicação política dos ministros do STF e o foro privilegiado para mais de 50 mil servidores públicos “mais iguais perante a lei do que os outros”.

Em que pese a indignação que poreja nas redes sociais, a povo deixou de sair às ruas para exigir o restabelecimento do império da moralidade. O que se vê ― e quando se vê ― são grupelhos recrutados entre sem-terra, sem-teto, a mando de sindicalistas sem-vergonha, que, vestidos com as indefectíveis camisetas vermelhas, promovem patéticos mise-en-scènes em troca do indefectível sanduíche de mortadela e da merreca para a cachaça.

Haveria muito mais a dizer, mas o estômago é fraco. Volto depois de vomitar. Até lá.

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WINDOWS SEARCH ― MELHORANDO O DESEMPENHO DO COMPUTADOR


NÓS NÃO HERDAMOS O MUNDO DE NOSSOS ANTEPASSADOS, NÓS O PEGAMOS EMPRESTADO DOS NOSSOS FILHOS.

Da mesma forma que as montadoras de veículos introduzem aprimoramentos a cada novo lançamento, a Microsoft desenvolve soluções que visam melhorar o comportamento do Windows a cada nova edição. Todavia, tanto num caso como no outro o resultado nem sempre é o esperado. Só que é bem mais fácil reconfigurar o sistema do que trocar o novo motor ou a nova transmissão do carro se você não gostar da modificação implementada pela montadora.

Analogias à parte, o serviço de buscas do Windows evoluiu bastante desde sua implementação, mas passou a consumir bem mais recursos do sistema. Para agilizar as pesquisas, ele cria um índice com as informações necessárias, o que é bom, mas seria ainda melhor se isso não impactasse negativamente no desempenho global do computador nem reduzisse a vida útil das células de memória flash dos drives sólidos (SSDs).

A boa notícia é que desabilitar esse serviço não desativa a busca propriamente dita, ou seja, você continuará podendo realizar suas pesquisas normalmente, embora os resultados demorem um pouco mais para ser exibidos. Além disso, da mesma forma que as dicas publicadas nas postagens anteriores, você pode reverter facilmente também esta configuração caso não fique satisfeito com o resultado. Veja como proceder:

― Pressione (simultaneamente) as teclas Windows + R para convocar o menu Executar.

― Na caixa de diálogo respectiva, digite services.msc.

― Localize na lista o item Windows Search, dê um clique direito sobre ele e clique em Parar.

― Clique então em Propriedades e, em Tipo de inicialização, escolha a opção Desativado.

―  Clique em Aplicar, feche a janela e reinicie o computador.

― Em Computador, dê um clique direito na unidade do sistema, clique em Propriedades e desmarque a caixa Permitir que os arquivos desta unidade tenham o conteúdo indexado junto com as propriedades do arquivo.

Reinicie o computador e observe o resultado. Se quiser reverter ao status quo ante, repita os mesmos passos para tornar a habilitar e assinalar a caixa de verificação que você desmarcou.

Até a próxima.

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terça-feira, 28 de novembro de 2017

O INCRÍVEL HUCK


Num país onde até Sílvio Santos já foi candidato a presidente e os campeões de intenção de voto são, até agora, um criminoso condenado e um dublê de militar e deputado federal saudoso dos anos de chumbo, não chega a espantar o fato de Luciano Huck se destacar nas pesquisas, mesmo sem ser oficialmente candidato. Mas que dá medo, isso dá. 

Não de Huck, naturalmente, que me parece um sujeito inteligente e bem-intencionado (ainda que o caminho do inferno esteja pavimentado com boas intenções). O que assusta é o desespero da população diante da absoluta falta de opções que abre uma janela de oportunidade para um populista qualquer posar (outra vez) de salvador da pátria ― e aí não estou me referindo a Luciano Huck, é bom deixar bem claro.

Em extensa matéria publicada em sua mais recente edição, a revista IstoÉ pondera que, tão logo se integrou a movimentos cívicos organizados, Huck se transformou no fenômeno eleitoral da vez. Não que ele tenha manifestado interesse em lançar sua candidatura, mas, principalmente, pelo potencial eleitoral de uma possível candidatura e pelo alvoroço que esse fato político incontestável provocou no País.

Num ambiente altamente tóxico e de total descrédito da classe política, o apresentador encarna um perfil capaz de cativar um eleitorado carente de opções, interessado em escapar da polarização radical Lula x Bolsonaro. Seria o cara certo no lugar certo, num momento de desgaste do carcomido modelo político, em que as pessoas não se sentem mais representadas pelos veteranos do jogo.

Na maioria das simulações, Huck figurou na casa dos dois dígitos, o que representa um desempenho e tanto num cenário pulverizado como o atual. A última pesquisa revelou que ele é o mais bem avaliado entre os 23 nomes submetidos ao eleitor, com uma aprovação de 60% e apenas 32% de reprovação. Em dois meses, cresceu 17 pontos percentuais, enquanto outros cotados na disputa, como o trio assombro Lula, Bolsonaro e Marina, apresentam feedbacks negativos, sempre perto dos 60%, causando calafrios nos que poderiam ser seus oponentes.

O grande “X” da questão é que Huck não é candidato. Embora tencione continuar participando do Agora! e do Renova BR ― dois movimentos suprapartidários nos quais se engajou nos últimos meses ―, ele anunciou que não pretende se filiar a nenhum partido, sendo um ponto fora da curva na nossa política, onde ninguém desiste de ser candidato justamente quando seus índices de aprovação vão de vento em popa. Mas ele o fez, talvez porque, se realmente lançasse sua candidatura, teria a vida pregressa devassada, ou porque a Globo lhe deu prazo até 15 de dezembro para decidir se sai em campanha ou se fica na emissora (caso ele optasse por sair candidato, sua mulher, Angélica, também teria que se desligar da empresa).

Mesmo montado na bufunfa, ninguém em sã consciência abriria mão de um salário de R$ 1,5 milhão por mês, mais contratos de publicidade, para ganhar R$ 33 mil como presidente de uma república de Bananas encrencada como a nossa. A não ser, claro, que enxergasse outros portos além de onde a vista alcança no horizonte... Mas não me parece ser o caso do incrível Huck. E ainda que fosse, é bom lembrar que a Lava-Jato está aí ― combatida, sabotada e enfraquecida, mas ainda ativa e operante. E Lula lá.

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MEMÓRIA DE MASSA ― E AINDA MAIS DICAS...

DE QUINZE EM QUINZE MINUTOS, AUMENTA O DESGASTE DA NOSSA DELICADEZA.

Outro recurso que você pode desativar para melhorar o desempenho do seu SSD é a memória virtual (ou arquivo de paginação), que serve para “expandir” a memória RAM e evitar as aborrecidas mensagens de “memória insuficiente” muito comuns nos tempos do Windows 9x/ME. Mas só o faça se seu computador dispuser de fartura de RAM (6 GB ou mais) e desde que você não costume executar dezenas de aplicativos simultaneamente.

Seja como for, considerando o ajuste pode ser feito e desfeito facilmente, não custa nada experimentar:

― Pressione as teclas Windows + Pause/Break e clique em Configurações avançadas do sistema (na porção esquerda da janela).
― Na tela das Propriedades do Sistema, pressione o botão Configurações do campo Desempenho, clique na aba Avançado e, no campo Memória Virtual, pressione o botão Alterar... 
― Feito isso, desmarque a caixa Gerenciar automaticamente o tamanho do arquivo de paginação de todas as unidades, selecione seu SSD, marque a opção Sem arquivo de paginação, pressione o botão Definir e reinicie o computador para efetivar a alteração.

Até a próxima.

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segunda-feira, 27 de novembro de 2017

AINDA SOBRE A VERGONHA NACIONAL DO FORO PRIVILEGIADO



Para concluir esta sequência sobre o tema em pauta, cumpre relembrar algumas considerações expendidas nos capítulos anteriores e acrescentar outras tantas. Sem mais delongas, passemos ao que interessa.

O foro especial por prerrogativa de função visava originalmente proteger os parlamentares de decisões autoritárias, como as que se tornaram comuns durante a ditadura militar. Só que acabou se transformando num salvo-conduto para maus políticos delinquirem impunemente.

No início deste ano, o STF decidiu rever esse absurdo, que atualmente favorece mais de 50 mil servidores de 51 categorias. Para se ter uma ideia, são 14.882 juízes, 5.568 prefeitos, 1059 deputados estaduais, 513 deputados federais, 81 senadores, 88 ministros de tribunais superiores, 28 ministros de Estado, 27 governadores e outros 32.700 brasileiros “mais iguais perante à lei do que os outros”.

Diante da postura do Supremo, o Congresso prontamente aprovou (em primeiro turno) uma PEC bem mais abrangente do que a proposta do ministro Barroso, dando a impressão de que os parlamentares estariam alinhados com os interesses da população. Só que a ideia não era aprovar coisa alguma, mas sim ameaçar os ministros da Côrte com a perda do benefício, já que a emenda constitucional preservaria o foro especial somente para os presidentes dos Três Poderes e vice-presidente da República, ao passo que a proposta em tramitação no Supremo limita o foro de deputados federais e senadores a crimes ocorridos durante o mandato e em consequência dele.

Em maio passado, o então recém-chegado ministro Alexandre de Moraes pediu vista do processo e só o devolveu semanas atrás, quando então a ministra Cármen Lúcia reagendou o julgamento para a última quinta-feira. Quando já se havia formado maioria pela aprovação, foi a vez de Dias Toffoli, o iluminado ― que havia se reunido dias antes com o presidente da República ―, pedir vista do processo e trancar o julgamento, que foi adiado sine die

Como ainda faltam 3 votos (de Gilmar Mendes, de Ricardo Lewandowski e do próprio Toffoli) e a decisão do Supremo só passa a valer depois de o julgamento ser concluído, tudo permanece como antes no quartel de Abrantes. Toffoli já disse que não devolverá os autos antes do recesso de final de ano, até porque, segundo ele, cabe ao Congresso, não ao STF, alterar o foro privilegiado. Se depender da Câmara, a PEC ficará esquecida até as próximas eleições, quando 2/3 dos senadores e todos os 513 deputados federais serão reeleitos ou substituídos. Nesse entretempo, Toffoli vai se fingir de morto e seus pares na Corte, de paisagem. E ao povo, restará tocar a vida, que o Natal está aí, o Réveillon não tarda e 2018 só começará depois do Carnaval.

Rodrigo Maia e a ministra Cármen Lúcia devem se reunir em breve para combinar uma ação conjunta que não provoque um choque entre Poderes. Traduzindo do politiques para o português das ruas, isso significa que o assunto hibernará até que o cenário político se desanuvie. Aliás, seria muita ingenuidade imaginar que deputados e senadores extinguiriam o foro privilegiado quando a maioria deles só não está na cadeia por conta dessa excrescência. 

E viva Maluf, que, pelo visto, irá para o caixão de ir para a prisão. E Lula lá! (vade retro, Satanás!).

Observação: Falando em Lula, o abominável, existe também a possibilidade de a Comissão Especial da Câmara desvirtuar a PEC e estender a prerrogativa de foro aos ex-presidentes da República, o que não só evitaria que Michel Temer venha a ser julgado por Sérgio Moro ou outro magistrado de primeira instância, como também salvaria a pele de Sarney, Collor e Dilma, sem mencionar que permitiria ao molusco eneadáctilo retirar sua estapafúrdia candidatura ― que atualmente é sua única esperança de não fazer companhia a Vaccari, Cunha, Cabral e outros notórios lalaus que já são hóspedes compulsórios do sistema penitenciário tupiniquim. Lula lá!

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MEMÓRIA DE MASSA DO PC ― MAIS DICAS

O MEDÍOCRE DISCUTE PESSOAS. O COMUM DISCUTE FATOS. O SÁBIO DISCUTE IDEIAS.

Dentre outros fatores que podem tornar o Windows instável, destacam-se a ação de malwares, as atualizações malsucedidas do sistema e a instalação de drivers de hardware e/ou aplicativos malcomportados. A boa notícia é que, graças a um recurso que a Microsoft batizou de Restauração do Sistema, o próprio Windows cria pontos de restauração (backups automáticos) que lhe permitem retornar a uma data e horário anterior à ocorrência de um erro grave.

Como nada é perfeito, além de não ser um remédio para todos os males e nem sempre funcionar quando se precisa dela, essa máquina do tempo consome recursos do sistema para permanecer em standby, o que impacta negativamente no desempenho do computador. Mesmo assim, eu recomendo não só manter esse recurso ativo e operante como também criar, manualmente, pontos de restauração antes de instalar aplicativos, atualizar drivers e rodar ferramentas de manutenção que atuam sobre o Registro do Windows. É certo que esses backups ocupam um bocado de espaço, mas é igualmente certo que qualquer PC de fabricação mais ou menos recente já oferece algo entre 500 GB e 1 TB de memória de massa. Além disso, sempre se pode ajustar o espaço destinado ao armazenamento dos pontos de restauração e apagar os mais antigos.

Para acessar a Restauração do Sistema no Windows 10, digite “ponto” (sem aspas) na caixa de pesquisas da Barra de Tarefas, clique na opção Criar ponto de restauração (Painel de Controle). Na tela das Propriedades do Sistema, clique na aba Proteção do Sistema (caso ela não seja exibida por padrão); para ativar/desativar o recurso e configurar o espaço alocado, pressione o botão Configurar... Para criar manualmente um ponto de restauração, pressione o botão Criar e siga as instruções do assistente; para apagar pontos antigos (com exceção do mais recente, que é preservado por motivo de segurança), pressione o botão Excluir ― ou então use o CCleaner, que permite selecionar individualmente os pontos que se deseja apagar.

Por último, mas não menos importante: se for preciso restaurar o sistema, pressione o botão Restauração do Sistema..., siga as instruções do assistente e torça para dar certo.

Voltando ao que foi dito no início deste texto, desativar a Restauração do Sistema deixa a máquina mais rápida e evita escritas desnecessárias ― que não têm efeitos deletérios nos HDDs convencionais, mas abreviam a vida útil das células de memória flash dos drives sólidos. Fica a critério de cada um, portanto, escolher entre a segurança provida por essa “tábua de salvação” e a comodidade de usar um sistema mais ágil e prolongar a vida útil do SSD.

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domingo, 26 de novembro de 2017

O FORO PRIVILEGIADO E O POVO DESPRIVILEGIADO

O foro privilegiado (ou foro especial por prerrogativa de função, que é o nome correto desse troço) existe em outros países além do Brasil. Só que em nenhum lugar do mundo é estendido a tanta gente quanto por aqui, onde, além do presidente da República, do vice e dos presidentes dos Poderes Legislativo e Judiciário, também são julgados por cortes superiores ministros de Estado, senadores, deputados federais, embaixadores, membros dos Tribunais de Contas e dos Tribunais Regionais, desembargadores, governadores, prefeitos, juízes, integrantes do Ministério Público e por aí segue a quase interminável procissão  de cidadãos “mais iguais perante a lei que os demais” (não se sabe ao certo quantos são, mas o número fica entre 50 mil e 70 mil).

O benefício em questão foi instituído para proteger o exercício de função ou mandato público; não à toa, seus efeitos são suspensos quando o beneficiário deixa de exercer o cargo que o assegura. No entanto, se alguém que já responde a processo se elege senador, por exemplo, a ação é remetida ao STF; findo o mandato, se ainda não tiver sido julgada (situação nada incomum), ela retorna à instância de origem, e volta novamente para o Supremo se o fulano se reeleger, o que também é bastante comum. Como as cortes superiores não têm estrutura para receber denúncias e analisar provas processuais penais, até porque isso é atribuição da primeira instância da Justiça, o foro privilegiado resulta em morosidade na tramitação dos processos, fomenta a prescrição (*) dos crimes e alimenta a inarredável sensação de impunidade que estimula os privilegiados a delinquir.

Entre os protegidos pelo foro especial, casos se acumulam sem julgamento por até 20 anos. Foi somente em junho de 2013 que o STF expediu o primeiro mandado de prisão contra um parlamentar na história ― o ex-deputado Natan Donadon, condenado por desvio de dinheiro público. Mesmo no caso do mensalão, veloz para os padrões do STF, o julgamento levou oito anos para ser concluído. Segundo levantamento feito em 2015 pela revista Exame, de 500 parlamentares que foram alvo de investigação ou ação penal no STF nos últimos 27 anos, apenas 16 foram condenados; destes, 8 foram presos, e destes, apenas um continua no xadrez (os demais ou recorreram ou se beneficiaram da prescrição para se livrar dos processos).

Observação: Segundo o próprio Supremo, cerca de 30% dos processos contra parlamentares perduram dez anos sem julgamento e outros 40% estão há mais de seis anos à espera de ser apreciados. Grande é o número de feitos que têm extinta a punibilidade pela prescrição. A morosidade se dá não apenas no âmbito daquela Corte, mas na atuação da PGR e da própria Polícia Federal no exame dos inquéritos policiais e no cumprimento de diligências requeridas.

Existem no Congresso dezenas de propostas que visam por fim ao foro privilegiado, sendo que a mais antiga, de 2005, ficou parada por mais de uma década à espera da designação de um relator! O assunto voltou à baila com a Lava-Jato, depois que Dilma nomeou Lula ministro-chefe da Casa Civil para tirá-lo do alcance do juiz Sérgio Moro. Com o impeachment da anta, o pulha deu com os burros n’água, e hoje é réu em 7 processos, já foi condenado a 9 anos e meio de prisão e aguarda para breve sua segunda sentença.

Considerando o número assustador de parlamentares investigados, denunciados e/ou processados no Supremo, não seria de se esperar que partisse do antro em que se tornou o Congresso uma ação moralizadora. No entanto, diante da possibilidade de o Judiciário avocar para si a missão de colocar ordem no galinheiro, suas insolências não tiveram alternativa senão jogar para a plateia, aprovando uma PEC que visa restringir a prerrogativa de foro aos presidentes dos 3 poderes (e ao vice-presidente da república). Mas tudo não passou de mise-en-scène, conforme eu detalhei na postagem anterior. O que os parlamentares fizeram foi, matreiramente, buscar uma maneira de aproveitar o inevitável para vender uma imagem de lisura, de sintonia com os anseios de quem já não suporta mais tanta corrupção. Como a PEC em trâmite no Congresso alcança também os integrantes do Judiciário ― dos ministros do STF aos juízes de primeira instância, promotores, procuradores e assemelhados ― é nítido que a intenção dos congressistas é retaliar seus virtuais algozes.

Na última quinta-feira, depois de se ter reunido com Michel Temer, o virtuoso, o ministro Dias Toffoli, o sábio ― que passou de advogado do PT a assessor de José Dirceu e acabou promovido a ministro do Supremo por obra e graça de Lula, o criminoso ―, valeu-se de um suspeitíssimo pedido de vista para suspender o julgamento da moção do ministro Luis Roberto Barroso, que, também como já foi dito no post anterior, limita o foro privilegiado dos deputados e senadores a crimes cometidos no exercício de seus mandatos parlamentares e relacionados aos cargos que ocupam.

Ainda que a maioria tenha seguido o voto do relator, além do próprio Toffoli faltam votar os ministros Mendes e Lewandowski ― ou seja, o famoso trio assombro do STF. Na prática, não há prazo para que Toffoli devolva os autos, e até a proclamação do resultado final do julgamento continuam valendo as regras atuais que regem o foro privilegiado. 

A postura desses magistrados compromete a imagem do Judiciário, que até recentemente era visto como a única esperança do povo num cenário em que o Executivo carece de apoio popular e o Legislativo, de confiabilidade. Embora a solução para a crise política exija credibilidade do Judiciário, esses ministros parecem mais empenhados em chafurdar a imagem da Corte no pântano das suspeitas, das chicanas e dos acordões.

(*) No jargão do direito, o termo prescrição designa a perda da pretensão punitiva estatal em razão do decurso do lapso temporal previsto em lei (entenda-se por pretensão o poder de exigir de outrem, em juízo, uma prestação).

Por hoje é só. O resto fica para a próxima postagem.

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