Comenta-se à boca pequena que 6 ministros do STF pretendem votar contra o
cumprimento provisório da pena depois da condenação em 2ª instância, o que
impediria a prisão do Lula enquanto não se esgotarem todas as
possibilidades de recurso no STJ. A
meu ver, bastaria que algum ministro pedisse vista do processo para
interromper a sessão e adiar o julgamento para sabe Deus quando (afinal, isso
vem sendo feito de maneira recorrente nas esferas mais altas do Judiciário, e chumbo trocado não dói). Mas a
estratégia pode ser outra.
Há um entendimento de que, para evitar que o réu fuja do
país, perturbe a ordem pública ou atrapalhe o andamento processual, a prisão preventiva pode ser decretada após
a condenação em 2ª instância. Assim, se o placar atual no Supremo (que é de 6 a 5 a favor do cumprimento provisório da pena) for
alterado, a nova minoria poderia levantar uma questão de ordem em defesa da tese de que, mesmo não sendo possível a execução
provisória da pena antes da decisão do STJ,
a prisão preventiva passe a ser regra (sujeita, naturalmente, a restrições que
serão especificadas oportunamente). Nesse cenário, o molusco aguardaria na cadeia o julgamento de seu recurso no STJ, que só deve ocorrer no segundo
semestre.
Se a ministra Cármen
Lúcia resistir à pressão que vem sofrendo para pautar o habeas corpus preventivo de Lula, e se o TRF-4 agir com a esperada celeridade na apreciação dos embargos de
declaração, a execução provisória da pena poderá ser decretada pelo juiz Sérgio Moro ainda neste mês ou no
comecinho de abril (preparem os rojões). E ainda que o Supremo
restabeleça o entendimento anterior, que a tese da prisão preventiva não
vingue e que Lula fique livre até a
decisão do STJ, isso não lhe dará muito tempo, pois o processo já está na reta final.
No caso do habeas corpus preventivo ― cujo julgamento foi
adiado para a próxima semana ―, o STJ costuma se balizar pela orientação do STF em
relação à execução provisória da pena depois da condenação por um juízo colegiado, sendo improvável que a Turma não siga a decisão do relator Felix Fischer (de negar o pedido). No
mesmo processo, a defesa do molusco pede a anulação da sua inelegibilidade,mas esse é um aspecto que deveria ser questionado após o julgamento dos embargos de declaração no TRF-4, de modo que é provável
que o STJ nem entre nesse mérito.
Como são remotas as chances de a discussão sobre a prisão depois de
condenação em segunda instância voltar ao plenário do Supremo antes da decisão final do TRF-4 sobre os embargos, Lula
poderá estar inelegível e preso antes do prazo limite para registro das
candidaturas, que termina em 15 de agosto. Todo somado e subtraído, ainda que a "cumpanherada" continue tratando o pulha vermelho como um líder
político, e não como um criminoso condenado que tenta escapar
da cadeia, sua prisão já não é mais uma questão de “se”, mas de “quando”. De novo: preparem os rojões!
Minha ideia era publicar hoje um texto em que venho trabalhando há dias, sobre a passagem de Michel Temer pela presidência da
república, suas promessas, seus feitos, seus fracassos e sua possível
candidatura à reeleição. Mas o tema é complexo, já que uma coisa puxa outra e...
enfim, para quem escreve ― sobretudo para os mais prolixos, como eu ―, reduzir
uma matéria dessas a meia dúzia de parágrafos é o mesmo que tentar colocar um elefante dentro de uma latinha de ervilhas (só a CICA algo parecido, com seu saudoso Extrato
de Tomate Elefante, como você poderá conferir mais adiante).
Passando ao que interessa ― antes que eu me desvie de vez do assunto ―, vou continuara editando meu texto sobre o presidente (já dizia Drummond que escrever é a arte de cortar palavras) e publicá-lo amanhã, ou talvez no domingo. Para hoje, selecionei uma artigo (um tanto longo, é verdade) que o jornalista Carlos
Alberto Sardenberg publicou na edição de ontem de O GLOBO. Leiam, tirem suas conclusões e, ao final, não deixem de assistir ao comercial da CICA, que era veiculado no final dos anos 1960.
"Agora, nesse exato momento, eu até fico
pensando se não seria bom prender já na primeira instância esses bandidos que
andam por aí".
Não se trata de um
voto em alguma corte superior, muito menos de um parecer juntado aos autos. Foi
uma frase dita numa conversa rápida com jornalistas, na saída de um evento. Mas
conhecendo-se o autor, a tirada ganha força especial.
Trata-se de Eros Grau, advogado e professor de
Direito, como ele se apresenta hoje, e ex-ministro do Supremo Tribunal Federal, como todos conhecem. Ocorre que ele, se
não quer apagar, pretende colocar em plano bem inferior sua passagem pelo STF. "Não me entusiasmo" (por ter sido ministro), comentou o jurista.
Entretanto, sua
passagem por lá e sua frase mais recente, dita na última terça, em São Paulo,
tiveram e têm enorme e muito atual importância. Ocorre que Eros Grau foi o autor, no Supremo,
do voto que, em 2009, mudou o entendimento da corte sobre a execução da pena.
Até então, entendia-se
que o condenado em segunda instância já poderia ser preso e assim iniciar o
cumprimento da pena. Grau argumentou
― e formou maioria ― que o condenado só poderia ser preso depois de esgotados
todos os recursos nas instâncias superiores.
Em 2016, com Grau já fora do Supremo, e por uma
apertada maioria de 6 a 5, a corte voltou ao entendimento anterior: que a
prisão após condenação em segunda instância é constitucional e não viola o
princípio da presunção de inocência.
Mas o caso não morre
aí. Há um debate nacional sobre a necessidade ou não de mudança desse
entendimento. Debate que vai pegando fogo na medida em que Lula foi condenado na segunda instância e se aproxima o momento em
que o TRF-4 irá julgar o último
recurso e determinar a prisão do ex-presidente. Temos, portanto, uma questão em
tese, de doutrina jurídica, e um caso político, especial, que é a situação de Lula.
O pessoal, digamos,
assim, do "velho direito" brasileiro, do garantismo, acha que a
prisão em segunda instância é um absurdo. Seguem o pensamento e a prática, como
diz o jurista José Eduardo Faria, do
direito romano-germânico, "bastante
litúrgico, cheio de entraves burocráticos, cheio de sistemas de prazos e
recursos que permitiam aos advogados discutir não grandes questões factuais,
mas sim teses, pleitear vícios, aguardar que tais pleitos fossem julgados
lentamente e, assim, obter a prescrição dos crimes dos seus clientes".
Dito de outro modo: se
o condenado só puder ser preso depois de todos os recursos em última instância,
isso significa no Brasil, sobretudo no Brasil dos mais ricos, que não vai em
cana nunca mais (o grifo é meu).
Contra o garantismo,
surgiu e se desenvolve no Brasil um novo direito penal econômico, praticado
especialmente na Justiça Federal de
primeira e segunda instância, pelo Ministério
Público e por setores da Polícia
Federal. Sim, estamos falando, entre tantos, de SérgioMoro, em Curitiba,
de Marcelo Bretas, no Rio, e dos
desembargadores Thompson Flores, João Pedro Gebran, Leandro Paulsen e Victor
Laus, em Porto Alegre.
Na linha do mensalão,
essa turma, nos seus 45 anos, e seguindo a descrição de José Eduardo Faria, tem uma "visão mais americana, mais voltada a esse direito penal que vai direto
ao foco, que trabalha com a identificação de atos que fogem a determinados
padrões. Em geral, essa nova visão do direito penal é, de fato, sustentada por
pessoas e equipes que entendem de contabilidade, que usam bem a tecnologia, que
têm formação interdisciplinar, que sabem identificar procedimentos de ocultação
de propriedades e de patrimônio. É uma turma capaz de descobrir os rastros
deixados por documentos em vastas cadeias utilizadas para ocultar patrimônio ou
dinheiro sujo".
Essa doutrina não
nasceu por acaso, mas para responder à sofisticação global dos crimes de
corrupção e lavagem de dinheiro, especialmente ligados ao tráfico de drogas e
ao terrorismo. No caminho, apanhou sonegadores que escondiam dinheiro no caixa
dois.
Essa doutrina começou
a se introduzir no país com o julgamento do mensalão e se instalou com o
petrolão, já então apoiada nos essenciais instrumentos da delação premiada e do
acordo de leniência. Mudaram as circunstâncias, muda o crime, muda-se o
direito penal, mudam-se as interpretações (o grifo é meu).
Com o entendeu Eros Grau. Com tantos bandidos por aí,
pode ser o caso de prender esses bandidos da corrupção e do assalto ao Estado
logo na primeira instância. Perguntado por um repórter se estava falando de Lula, o jurista respondeu: "Inclusive. Não tenha dúvida nenhuma porque
se ele foi condenado depois de uma série de investigações e tudo é porque ele é
um sujeito culpado". Grau
não se julga contraditório. Ele entende que a mudança na realidade (na
sociedade, nos costumes, na vida) exige nova interpretação da mesma lei.
O ministro Gilmar Mendes e seus seguidores falam
com desprezo do "direito penal de
Curitiba". Seria uma aberração. Mas há, sim, um novo direito, é
praticado em Curitiba, e está colocando um monte de bandidos na cadeia.
AS REDES SOCIAIS TROUXERAM À LUZ O
TANTO DE IDIOTICES E IDIOTAS QUE EXISTEM NO MUNDO.
O termo "vírus" continua sendo largamente utilizado como sinônimo de praga digital, mesmo quando o espécime não se enquadra nessa categoria, como é caso dos worms, trojans, spywares, keyloggers, ransomwares e distinta companhia, quando o correto seria usar “malware” (MALicioussoftWARE), que foi cunhado justamente para designar qualquer
código malicioso, aí incluídos os vírus
propriamente ditos. Mas velhos hábitos são difíceis de erradicar, e é compreensível que muita gente persista no erro; afinal, o vírus foi a primeira praga eletrônica e sua disseminação ocorreu justamente nos anos 1980/90, que marcaram a popularização
computação pessoal.
Para não errar, tenha mente que todo vírus é um malware, mas nem todo malware é um vírus. O vírus é um tipo de malware que depende da interação do usuário do computador ou de
gatilhos definidos pelo criador do código (tais como datas e horários específicos ou
ações como a inicialização de determinado aplicativo) para infectar o sistema-alvo, e precisa de outros programas para funcionar. Já outras pragas ― como o adware, por exemplo, que dispara anúncios indesejados ― são autoexecutáveis, isto é, capazes de rodar sem que o
usuário inicie um app ou abra um arquivo específico.
Veremos mais detalhes na próxima postagem. Até lá.
A decisão de demitir Fernando
Segovia, tomada por Raul Jungmann
assim que foi empossado ministro extraordinário, sugere que a autonomia da Polícia Federal será preservada, a
despeito das recorrentes tentativas de intervenção nas investigações sobre Michel Temer e seu bando.
Para chegar ao comando da PF, o ex-diretor, que foi apadrinhado por José Sarney e Eliseu Padilha, fez muitas promessas, mas não conseguiu cumprir
nenhuma delas. Seu antecessor, Leandro Daiello, em mais de 10 anos no cargo, mudou a instituição
e deu autonomia aos delegados. Quando deixou o posto, sua equipe dizia
que “se Segovia tentasse interferir em algum inquérito, sairia preso dali”. Não chegou a tanto, mas não faltou muito: o ministro Barroso, do STF, cobrou-lhe explicações por ele ter sugerido que as investigações contra Temer (que ainda estão em curso) seriam
arquivadas, e a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, pediu à Corte que o afastasse caso continuasse dando
declarações desse tipo.
Observação: O ex-diretor chegou a afirmar até que poderia abrir investigação
interna para apurar a conduta do delegado Cleyber
Malta Lopes, responsável pelo inquérito, devido aos
questionamentos enviados a Temer no caso. Na ocasião, a defesa do presidente
disse que as perguntas colocavam em dúvida a “honorabilidade e a dignidade
pessoal” do presidente.
Jungmann começou
a articular a troca do comando da PF antes mesmo de assumir a nova pasta. Segovia, bem relacionado com ícones da velha política tupiniquim, considerava-se
“imexível”. Só que não. Além das entrevistas polêmicas, suas extravagâncias nos pouco mais de 3 meses à frente da PF
contribuíram para o desfecho ― dentre outras bizarrices, ele pediu uma esteira
ergométrica para o gabinete e decorou sua mesa com uma foto onde aparece
trocando um beijo ardente com a esposa. As pressões para mantê-lo persistiram
até a manhã da última terça-feira, mas Temer
finalmente cedeu, até para não ficar a suspeita de que Jungmann seria um ministro enfraquecido ― e Jungmann em nada se parece com o colega da Justiça, Torquato Jardim, que engoliu a seco a
nomeação de Segovia.
Ao saber da demissão por sua assessoria, Segovia ligou para interlocutores de Temer para confirmar a veracidade da
informação. Estava incrédulo, porque tinha acabado de sair de uma reunião com Jungmann e nada havia sido suscitado a
propósito. Temer já não
estava satisfeito com as promessas não cumpridas, o que pesou em
sua decisão de avalizar a troca. Além disso, as declarações sobre o inquérito dos portos
jogaram luz sobre uma investigação da qual pouco se falava e quase arrastaram o
presidente para uma nova investigação.
Segundo O ANTAGONISTA, a gota d’água para a demissão foi a revelação de que os delegados da PF seriam obrigados a fornecer o número de um inquérito toda vez que precisassem de reforços para uma operação. Segovia voltou atrás, mas o estrago já estava feito.
Rogério Galloro, que
substituiu Segovia no comando da PF, deve trocar toda a cúpula nomeada pelo
predecessor, aí incluída a diretoria executiva, que o próprio Galloro ocupou quando era o número 2 de
Leandro Daiello.
TEMPOS COMPLEXOS EXIGEM SOLUÇÕES
SIMPLES DE NATUREZA COMPLEXA.
Diferentemente do que muitos imaginam, os vírus de
computador não surgiram com a popularização da internet: registros (teóricos)
de programas capazes de se autorreplicar remontam a meados do século
passado, embora essas pragas só passaram a ser conhecidas como “vírus” ― devido
a algumas semelhanças com seu correspondente biológico ― depois que respaldaram
a tese de doutorado do pesquisador Fred Cohen, em meados dos anos 1980 (para saber mais, acesse a sequência de
postagens Antivírus
- A História).
De lá até a virada do milênio, o número de “vírus” eletrônicos passou de algumas centenas para centenas de milhares, e os códigos, de inocentes e brincalhões a destrutivos, capazes de apagar dados e arquivos e, em situações extremas, comprometer o funcionamento do computador a ponto de obrigar a vítima a reinstalar o sistema.
A popularização internet contribuiu significativamente para o avanço dessas pestes, notadamente depois que o correio eletrônico ganhou a capacidade de transportar arquivos digitais de qualquer natureza ― um presente para os “programadores do mal”, que até então espalhavam sua cria maldita através de cópias adulteradas de disquetes com joguinhos eletrônicos.
Hoje em dia, uma quantidade absurda de pragas digitais
circula pela Web (é difícil dizer o número exato, já que existem diversas
metodologias para classificá-las, mas é certo que casa do milhão já foi superada há anos). Para
Amanhã veremos por que todo vírus de computador é uma praga
digital, mas nem toda praga digital é um vírus de computador.
Complementando o que eu disse na postagem anterior, sob o plano B que o PT diz não existir, transcrevo a seguir um texto publicado no Blog de Augusto Nunes sob o título “UM
CANDIDATO COMO HADDAD É O MESMO QUE NADA”:
Ainda atordoado com a
suspensão de Lula, punido por
vigorosos pontapés no Código Penal, o PT
teve de engolir nesta segunda-feira a expulsão de Jaques Wagner, eliminado do jogo da sucessão presidencial pela Operação Cartão Vermelho. E a
curtíssima fila de possíveis candidatos do PT
ao Palácio do Planalto passou a ser liderada por Fernando Haddad.
É o mesmo que nada. Em
2012, o ministro da Educação incapaz de organizar com eficácia um exame do ENEM
virou prefeito de São Paulo porque Lula
ainda conseguia tapear multidões de incautos com os postes que fabricava.
Quatro anos depois, ao disputar um segundo mandato, Haddad foi destroçado por João
Doria já no primeiro turno.
Se não chegou sequer à
etapa final do duelo pela prefeitura paulistana, como acreditar que o
ex-prefeito escapará da votação de candidato nanico? Há dois anos,
desmoralizado pela ladroagem sem precedentes, a seita da missa negra foi
massacrada em todos os municípios importantes. Com um candidato desses, estará
condenada a um fiasco monumental nas eleições de outubro.
O partido que virou
bando terá a agonia acelerada pelo raquitismo das bancadas no Senado, na Câmara
dos Deputados e nas Assembleias Legislativas. A goleada reservada a uma
nulidade política como Fernando Haddad
vai escavar a cova rasa em que o PT
merece ser enterrado.
Sobrando tempo e jeito, acompanhe o que disse aquela que, ao
longo dos 5 anos, 4 meses e 12 dias em que desgovernou o Brasil, não perdeu uma
única oportunidade de fazer escolhas erradas, e agora, um ano e meio depois de
ter sido providencialmente penabundada da presidência, continua aproveitando
toda e qualquer chance que se lhe apresenta para zurrar suas asnices.
Vamos ver se até amanhã eu concluo (e publico) o post que
estou elaborando sobre a intervenção no
Rio, a criação do Ministério
Extraordinário da Segurança Pública e outras peraltices do vampiro do Jaburu.
AQUELES QUE CONTAM AS HISTÓRIAS
CONTROLAM A SOCIEDADE.
Vimos que o JAVA
é uma plataforma/linguagem de programação largamente utilizada em computadores, datacenters, celulares, smartphones, consoles de jogos, set-top
boxes, impressoras, webcams, etc., e que, por ser multiplataforma
― aspecto que o torna extremamente popular e, consequentemente, potencialmente inseguro ― permite criar aplicativos que
rodam em praticamente qualquer sistema operacional.
Observação: Softwares desenvolvidos em outras linguagens
de programação requerem modificações substanciais para ser compatibilizados com
outros sistemas (ou com outras versões do mesmo sistema), mas isso não ocorre
no Java, pois a “máquina virtual”
faz o papel de ponte entre os programas e o SO.
A instalação do Java
fornece o Java Runtime Environment, que inclui a a máquina virtual (JVM) as bibliotecas de suporte da plataforma e o plugin que
permite a execução dos appletsJava (mini aplicativos) nos diversos navegadores. E é no plugin que mora o perigo, pois a
bandidagem explora suas vulnerabilidades para burlar as proteções do
sistema operacional (segundo a Kaspersky, ele é um verdadeiro presente
para criadores de códigos maliciosos).
Os applets Java não têm permissão para alterar arquivos do
sistema, mas o sandbox (mecanismo que
limita a execução de funções especiais) está sujeito a erros que podem resultar
em brechas de segurança e permitir a instalação de códigos maliciosos. A Oracle ― que encampou a
SUN e é atualmente responsável pelo Java ― disponibiliza os remendos
conforme as brechas são identificadas, mas a máquina fica vulnerável enquanto eles
não são instalados.
Por essas e outras, os especialistas em segurança na Web recomendavam desabilitar o Java
(ou mesmo removê-lo do computador), a despeito de haver situações em que os applets eram imprescindíveis, como no
caso de serviços bancários, da declaração de imposto de renda, etc. Hoje, no
entanto, a maioria dos Bancos já não exige o tal plugin, que também é dispensado
pelos navegadores de internet mais populares ― caso do Google Chrome e do Mozilla
Firefox.
Se você utiliza a versão de 64-bit do browser da raposa,
por exemplo, digite https://www.java.com/pt_BR/ na caixa
de endereços, dê Enter, clique em “Eu tenho Java?” e veja que será exibida
uma mensagem com os seguintes dizeres: Detectamos que você está usando uma versão
de 64 bits do Firefox que não executará o plug-in Java. Use o Painel de Controle Java para localizar a versão do Java
instalada. Mais
informações. Repita a experiência no Chrome64-bit e veja que
o resultado será parecido (nesse caso, a mensagem diz: O browser Chrome não suporta
plug-ins NPAPI e, portanto, não executará todo o conteúdo Java. Alterne para
outro browser (Internet Explorer ou Safari no Mac) para executar o plug-in do
Java. Mais
informações).
Maurício Lima
publicou ontem na sessão RADAR, em Veja: "Coube a Eugênio Aragão, ex-procurador da República e
ministro da Justiça nos estertores do governo de Dilma, trazer Lula
à realidade. Logo após ser condenado em segunda instância, o petista teve uma
conversa franca com Aragão, doutor
em Direito pela Universidade alemã
Ruhr-Universität Bochum. Na ocasião, o ex-presidente ouviu do amigo e
especialista: 'Esqueça candidatura,
presidente. Com essa decisão do tribunal, você está inelegível'”.
Diante disso, seria recomendável que Lula abrisse os olhos de Gleisi
Hoffmann, Humberto Costa, Lindbergh
Farias e outros pitbulls
delirantes da sua tropa de choque, que continuam negando um planoPT, embora seja público e notório que o partido considera há tempos
os nomes de Jaques Wagner e de Fernando Haddad para ocupar a vaga do molusco nas próximas eleições.
Ex-governador e atualmente no cargo de secretário
de Desenvolvimento Econômico da Bahia, Jaques Wagner sempre figurou como o mais cotado, embora desse sinais de que prefere disputar uma vaga no Senado a ir para o sacrifício. Já Fernando Haddad tem feito articulações para
que o PT se aproxime de partidos de
centro-esquerda, na tentativa de uma aliança (segundo O Estado publicou na semana passada, o movimento foi avalizado por Lula).
Nesta segunda-feira, porém, a PF fez buscas no apartamento de Wagner, como parte da Operação Cartão Vermelho, que apura
irregularidades na contratação de serviços de demolição, reconstrução e gestão
da Arena Fonte Nova, em Salvador. A
obra, segundo laudo da PF, foi
superfaturada em valores que, corrigidos, podem chegar a mais de R$ 450 milhões, e grande parte teria
sido desviada para o pagamento de propina e o financiamento de campanhas
eleitorais.
Em nota, a sempre delirante presidente nacional do PT qualificou as denúncias como “campanha de
perseguição contra o Partido dos Trabalhadores e suas principais lideranças”.
Vale lembrar que Gleisi é alvo de 10 ações no STF, sendo 7
criminais e 3 indenizatórias, e, segundo Veja publicou na edição
impressa da semana passada, acusada em três investigações de receber R$ 23
milhões em propina. Pelo andar da carruagem, o julgamento do processo em
que ela e o marido, o ex-ministro Paulo
Bernardo, são acusados de corrupção e lavagem de dinheiro deverá ser
pautado para julgamento já no mês que vem.
Jaques Wagner foi
governador da Bahia por dois
mandatos consecutivos (2007-2014) e deputado
federal por três mandatos. No governo Lula, ele foi ministro do Trabalho (2003) e das Relações Institucionais (2005/2006), além de ter chefiado o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (2004). No governo da Rainha-Bruxa do Castelo do Inferno, o petralha foi ministro da Defesa (2014) e da Casa
Civil (2015) e chefe de
gabinete da presidanta (2016),
A portaria
com o projeto de concessão para a realização das obras da Arena Fonte Nova foi publicada no ano de 2009 pelo governo baiano,
então chefiado por Wagner. De acordo
com a delegada Luciana Matutino Caires,
responsável pela operação Cartão Vermelho,ex-governador petralha teria levado R$ 82 milhões em propina. Mas a situação do ex-prefeito de Sampa também não é das mais confortáveis.
Em junho do ano passado, Haddad foi alvo da Operação Cifra
Oculta (outro desdobramento da Lava-Jato).
Na ocasião, os investigadores pediram sua condução coercitiva, mas a Justiça
negou. O inquérito havia sido aberto em novembro de 2015, após a delação do
empreiteiro Ricardo Pessoa, da UTC, e o relatório de indiciamento de Haddad (além de Vaccari e outros investigados) foi enviado à Justiça Eleitoral em janeiro passado, quando ele foi indiciado por falsidade
ideológica eleitoral. A pena é de reclusão até cinco anos se o
documento é público ou reclusão de até três anos se o documento é particular.
A ESPERANÇA É UM MAL QUE NO MAIS DAS
VEZES SERVE APENAS PARA PROLONGAR NOSSO TORMENTO.
Como vimos no post anterior, o Windows e o Linux são
mais susceptíveis ao Cross RAT porque trazem o Java
pré-instalado ― no Mac OS, o
download e a instalação são feitos por demanda do usuário. Se você não faz ideia do que sejam kernel e Java, acompanhe uma breve explanação.
O kernel é o “núcleo” do sistema operacional, que é responsável, dentre outras
coisas, pela intercomunicação entre o
hardware (parte física) e o software
(parte lógica) do computador. Cabe a
ele gerenciar a máquina e permitir que os aplicativos sejam executados e façam
uso dos recursos de hardware disponíveis.
Observação: De certa forma, as atribuições do kernel se confundem com as do BIOS (sigla de Basic Input-Output System), mas o primeiro é parte dosistema operacional
(software-mãe), ao passo que o outro é um programinha
de baixo nível gravado numchip de
memória persistente integrado à placa-mãe do computador. Quando
o PC é ligado, o BIOSrealiza
o POST (auto teste de
inicialização), executa o BOOT (mais
detalhes nesta postagem), localiza o kernel, carrega-o numa área protegida
da memória e dá sequência à inicialização do sistema operacional.
O Java é uma
linguagem de programação desenvolvida pela SunMicrosystems na
década de 90. O que a torna popular (e, consequentemente, insegura, como
veremos mais adiante) é o fato de os programas escritos nessa linguagem serem executados
numa Java
Virtual Machine. Isso permite aos desenvolvedores criar aplicativos capazes de rodar tanto no Windows
quanto no MAC ou no Linux, desde que a JVM esteja instalada.
Sobre a questão da segurança, o problema não está na
linguagem em si, mas no plugin ― também
chamado de extensão ou add-on ―, que serve para ampliar os
recursos e funções de determinados aplicativos como navegadores de internet.
Vimos no post anterior que, das três ações criminais contra Lula que tramitam na 13ª Vara Federal de Curitiba, somente
uma foi julgada até agora. Nessa (que trata do luxuoso tríplex do Ed. Solaris,
na Praia das Astúrias), a condenação foi confirmada pela 8.ª Turma do TRF-4, que aumentou a pena dos 9 anos e seis meses estabelecidos na sentença do juiz Moro para 12 anos e um mês. E até nisso o PT
viu sinais de conspiração. Luiz Marinho,
que é presidente regional da ORCRIM
em São Paulo, disse à Rádio Eldorado,
dias depois o julgamento em Porto Alegre, que os desembargadores fizeram uma
provocação, "uma brincadeira jocosa", ao ampliarem a pena de Lula. Segundo ele, “12 mais 1 dá 13, que é o número do PT nas urnas", e por isso o acórdão“foi combinado e representa uma violência às
normas do Direito” (é muita falta do que fazer, né?).
Já falei sobre o processo que trata do duplex em São Bernardo e
do terreno comprado pela Odebrecht para sediar o Instituto Lula. Faltou comentar a terceira ação, que versa sobre o SítioSanta Bárbara. Vamos a ela.
Na avaliação dos petistas, da mesma forma que o apartamento no litoral,o sítio em Atibaia também “não pertence a Lula”, já que foi registrado em nome de
Jonas Leite Suassuna Filho e Fernando Bittar. Só que Suassuna
e Bittar são (ou eram) sócios do “Ronaldinho dos Negócios” ― como Lula se referia a seu primogênito ― e teriam comprado a propriedade, segundo a defesa do ex-presidente, para oferecer a Lula como uma “área de descanso” (quanta gentileza, não é mesmo?).
Lulinha, que trabalhava como catador de bosta de elefante no Zoo de São Paulo quando o molusco
se elegeu presidente, criou uma firmeca de tecnologia chamada Gamecorp, travestiu-se de empreendedor
bem sucedido e ao longo dos anos seguintes amealhou um patrimônio invejável.
Só a Telemar (hoje Oi) injetou R$ 15 milhões na empresa do rapaz ― e, por uma dessas estranhas
coincidências, Lula alterou a lei
que proibia a Oi de comprar a Brasil Telecom, beneficiando a Tele
que investiu no negócio do filho.
O menino-prodígio mora num apartamento registrado em nome de Jonas
Suassuna. Segundo a PF, os dois jamais assinaram um contrato, embora
o aluguel do imóvel fosse estimado (em 2016) ser em R$40 mil mensais (em 2016). Também segundo a PF, Lulinha teria repassado umas poucas mensalidades de R$ 15
mil, que “não contemplam todos os meses do período de
maio de 2014 fevereiro de 2016, assim como seriam em valor inferior à
estimativa realizada pelo fisco federal para valor do aluguel do imóvel”.
Não sei se o rebento vermelho ainda reside no apartamento ou se já se mudou para
Curitiba ― para ficar mais perto do
papai e poder levar-lhe charutos e uma folha de serra escondida numa torta ou
num bolo ―, mas voltemos ao pai da criança: Em dezembro de 2010, depois de
empalar a nação com seu “poste”, Lula dizia a amigos que, quando
deixasse a presidência, passaria a descansar “em seu sítio”, que havia sido remodelado e redecorado pela Odebrecht
a pedido de dona Marisa Letícia
(detalhes nesta
postagem).
A propriedade tem 173 mil metros quadrados de área, o
equivale a 24 campos de futebol. As obras foram iniciadas no apagar das luzes
do segundo mandato do petralha e concluídas em outubro de 2014. A primeira
etapa da reforma, realizada no fim de 2010 e ao longo de 2011, contou com a
participação da Odebrecht por meio do engenheiro da empresa Frederico
Barbosa ― o mesmo que conduziu as obras do estádio do Corinthians,
em São Paulo (e que, como a Folha revelou, foi o responsável pela condução
dos trabalhos no sítio de Lula).
A execução foi coordenada por arquiteto Paulo Gordilho, a mando de Leo Pinheiro (dono da OAS). Dentre outras benfeitorias, foram construídos um anexo com quatro suítes
e um alojamento para os seguranças
do ex-presidente, além de uma sauna
e um campo de futebol society. O lago foi remodelado (Lula gosta de pescar) e a piscina, aumentada (não sei se ele gosta de nadar, mas até aí morreu o Neves).
Ao deixar o Palácio do Planalto, Lula mandou levar para o
sítio caixas e mais caixas com pertences (seus e de familiares). Em depoimento,
um ex-assessor da Presidência disse ter recepcionado pessoalmente 70 caixas de vinho. Em 2016, em
entrevista a Veja, o delegado
federal Igor de Paula disse que “numa
perícia minuciosa feita no sítio, não encontramos um item sequer pertencente a
alguém que não seja da família de Lula. Tudo o que está lá é dele, incluindo
camisetas e canecas com o escudo do Corinthians, além de uma série de fotografias
de parentes”.
Para os seguidores da seita do inferno, nada disso prova coisa alguma. Nem os pedalinhos em
forma de cisne branco, que ficavam estacionados no lago da propriedade e
ostentavam os nomes de dois netos de Lula
(Pedro e Artur), nem o barco de pesca
comprado pela ex-primeira dama em 2013, tampouco o fato de a cozinha ter sido reformada sob medida pela mesma empresa que instalou
a cozinha planejada no tríplex no
Guarujá.
Observação: De acordo com planilhas apresentadas por
delatores da Odebrecht, somente com
material de construção foram gastos R$
700 mil. Até eclodirem as primeiras denúncias contra Lula, ele e seus familiares estiveram 111 vezes no sítio, e
sua assessoria emitiu pelo menos 12 notas oficiais dando conta de que “o
ex-presidente passaria o fim de semana em sua casa de veraneio em Atibaia”.
Na última quarta-feira, o escrevente João Nicola Rizzi afirmou que redigiu a minuta de escritura de compra
e venda [do sítio] que foi encontrada na residência de Lula, em São Bernardo do Campo. Ele disse que, a pedido do advogado
Roberto Teixeira (que também é
compadre do petista), também redigiu outro documento, no qual o nome dos compradores foi deixado em
branco. Por esse documento, a propriedade seria transferida para o nome de Lula em julho de 2012.
Segundo a defesa do ex-presidente, Fernando Bittar e Jonas
Suassuna compraram a propriedade, e Lula pagaria por ela R$ 200 mil à vista e R$ 600 mil em três
prestações. Curiosamente, o nome de Suassuna
não consta desse contrato.
LULA LIDERA AS PESQUISAS DEVIDO À IGNORÂNCIA DO POVO BRASILEIRO. ALIÁS, A CADA SEGUNDO NASCE UM IMBECIL NESTE MUNDO, E
OS QUE NASCEM NO BRASIL JÁ VÊM COM TÍTULO DE ELEITOR.
Segundo o portal de
tecnologia TechTudo, o CrossRAT ― trojanmultiplataforma
descoberto no final do mês passado ― infecta computadores com sistemas Windows,
Mac OS, Linux e Solaris (sistema operacional desenvolvido
pela Oracle). Como já trazem uma versão do Java pré-instalada, o Windows e o Linux são mais suscetíveis do que o Mac OS,ondea instalação do Java precisa ser feita pelo usuário.
O programinha-espião se propaga através de engenharia
social, notadamente via links
enviados por email, programas mensageiros, Facebook e WhatsApp. Depois de fazer uma varredura na máquina para identificar o kernel (núcleo do
sistema operacional), ele instala a versão adequada à plataforma e permite aos cibercriminosos executar comandos remotos, como prints da tela, manipulação de arquivos
e execução programas. Um módulo keylogger (destinado a gravar tudo que
é digitado no computador) vem embutido no código, mas os pesquisadores ainda não descobriram uma forma
de ativar essa função.
O executável que instala o Cross RAT é o arquivo hmar6.jar. Segundo o site VirusTotal, 23 dos
58 antivírus mais populares ― dentre eles o AVG, o Kaspersky, o Avast e o ESET ― são capazes de detectá-lo. Para verificar se seu Windows foi infectado, pressione as
teclas Win+R e, na caixa de diálogo
do menu Executar, digite regedit. Na janela do Editor do Registro, expanda a chave HKEY_CURRENT_USER e navegue por Software \ Microsoft \ Windows \ CurrentVersion\
Run. Se a máquina estiver contaminada, você verá um comando que inclui java, -jar e mediamgrs.jar.
Como cautela e canja de galinha não fazem mal a ninguém,
mantenha seu antivírus ativo e
atualizado e desconfie de qualquer URL
enviada por e-mail, aplicativos de mensagens ou redes sociais, mesmo que provenha de contatos supostamente confiáveis.
Mesmo sendo tão inverossímil
quanto conversa de camelô paraguaio, o discurso da cúpula petista, segundo o qual "não existe plano B" à candidatura de Lula, parece sensibilizar uma parcela da população ― aquela que que vai
morrer acreditando que o petralha foi
condenado “sem provas”, que Dilma foi
vítima de um “golpe” e que MichelTemer é o culpado pela crise econômica
parida pela gerentona de galinheiro.
Aliás, o presidente cuja legitimidade
essa gente questiona ― a despeito de tê-lo conduzido e reconduzido ao Palácio do Jaburu, em 2010 e 2014, ao votar na anta vermelha para
presidente da Banânia ― pode ser traiçoeiro, dissimulado, corrupto, usurpador e
o que for, mas basta comparar os indicadores econômicos atuais com os números
dos anos anteriores à sua posse para concluir que a economia, pelo menos, está
no rumo certo.
Do palanque, os próceres vermelhos entoam a cantilena
do lawfare, mas, nos bastidores,
dão como certa a inelegibilidade do demiurgo
de Garanhuns, cuja situação se agrava a cada dia que passa. Petralhas notórios, como Gleisi Hoffmann, Humberto Costa e Lindbergh
Farias (apenas para citar os mais radicais) gritam em público que não
existe democracia no Brasil, mas se escondem no Congresso Nacional para desfrutar das “imunidades parlamentares”; falam
em exterminar os adversários, mas se alinham com Aécio Neves para receber em troca o apoio de sua quadrilha; dizem
que a Justiça se vendeu para
permitir a fabricação de provas contra Lula,
mas continuam entupindo os tribunais com recursos, ameaças e advogados caros.
E põe caro nisso: a equipe
que defende Lula, composta por
especialistas em absolvição de criminosos, cobra em dólares por hora. De acordo com as apurações da Operação Jabuti ― que investiga o
desvio de recursos da Fecomércio-RJ
―, só o escritório dirigido por Roberto
Teixeira, compadre e advogado do ex-presidente, recebeu repasses de
honorários que chegam a R$ 68 milhões.
Observação: Numa das alas da Penitenciária Feminina Sant’Ana ― o maior presídio de mulheres da América Latina ―, lê-se numa na parede, em caligrafia torta e gramática sofrível, a seguinte epigrama: “quem fala a verdade não precisa de advogado, quem fala meia verdade precisa de um, quem mente inteiro é bom ter dois”.
A pergunta que não quer calar é: se a saúde financeira do Instituto Lula foi devastada pela
retração dos fregueses da Lava-Jato, se o Bill
Clinton de galinheiro não recebe convites para palestras desde junho de
2015, se as mediações bilionárias do camelô de empreiteiras foram suspensas, de
onde vem o dinheiro para bancar a gastança com rabulices? Responda quem souber.
Mudando de pato para ganso, salta aos olhos que a militância atávica e incorrigível não veria
provas contra Lula nem que elas lhe
mordessem a bunda. Para essa caterva, se não existe escritura do tríplex do Guarujá registrada no nome
de Lula, o apartamento não é dele, ponto final ―
como se ocultação de patrimônio não
fosse crime (aliás, vale a pena ler a sentença condenatória proferida
pelo juiz Sérgio Moro em 12 de julho
do ano passado).
O PT e seus
satélites questionam a competência da 13ª
Vara Federal de Curitiba e a imparcialidade de Moro e lotam as redes sociais com a argumentação requentada, usada pela defesa
na instrução processual ― e até mesmo no julgamento
do recurso ―, de que o processo deve ser anulado ou Lula, absolvido. Parecem ignorar ou não levar em conta que isso é matéria vencida, até porque essa balela foi sido rejeitada sistematicamente pelo juiz de Curitiba e pelos desembargadores de Porto Alegre. Resta saber o dirão os desvairados seguidores da Seita do Inferno quando a prisão de Lula for decretada, já que
a ideia do PT é levar a candidatura
de seu amado líder “até as últimas consequências” ― como se Lula, por ser quem é (ou quem foi), estivesse acima do bem e do mal e fora do alcance da Lei
da Ficha-Limpa e do Código Penal.
A condenação do molusco no processo que trata do tríplex no Guarujá foi ratificada há exato um
mês pelo TRF-4 ― e a pena aplicada
por Moro, de 9 anos e meio de xadrez, aumentada pelos desembargadores para 12
anos e 1 mês.Tão logo se esgotarem os
recursos (protelatórios) no âmbito daquela Corte, a prisão do eneadáctilo será decretada, o que não o impedirá de recorrer ao STJ
e ao STF nem de tentar obter um habeas corpus, naturalmente, até porque o cumprimento
provisório da pena após condenação na segunda instância está longe de ser um
entendimento pacífico entre os ministros do Supremo, mas isso já é outra
conversa.
Lula é réu em 7
processos, e somente um deles foi julgado até agora. Pelo andar da carruagem, o
juiz Moro deve decidir no mês que vem a ação que envolve a
cobertura vizinha à do petista no edifício
Hill House (no valor de R$ 504 mil)
e o terreno comprado pela Odebrecht para sediar o Instituto Lula (R$ 12,5 milhões). Dias
atrás, Marcello Odebrecht forneceu
cópias dos emails que comprovam a compra do tal terreno pelo “departamento de propina da empreiteira”,
e os procuradores da Lava-Jato
pediram o reconhecimento da falsidade
ideológica dos recibos de aluguel referentes à cobertura vizinha à
residência do petralha (que foram assinados pelo “laranja” Glauco da Costamarques, primo de José Carlos Bumlai e ex-consiglieri da FamigliaLula da Silva).
Na última sexta-feira, a PF entregou ao juiz Moro
o laudo da perícia
realizada nos sistemas Drousys e MyWebDay, usados pelo Setor de Operações Estruturadas da
Odebrecht (nome oficial do departamento de propina da empresa). Foram
analisados quase 1.912.667 milhões de
arquivos, dos quais 842 foram identificados pelos peritos como adulterados
e outros dois (uma foto e um arquivo PDF), apagados do sistema logo após a
prisão de Marcelo Odebrecht, em
junho de 2015. O laudo de 321 páginas foi assinado por seis peritos criminais
da PF (leia aqui e aqui a
íntegra do documento). Moro deu prazo
de quinze dias para que os assistentes técnicos se manifestem sobre a perícia.
O terceiro
processo envolve a reforma do famoso sítio Santa Barbara, em Atibaia
(interior de São Paulo), e deve ser julgado antes das eleições. Para não encompridar ainda mais esta
postagem, volto ao assunto na próxima. Até lá.
O fato de não simpatizar com Lula e o PT não faz de
mim um admirador incondicional de Michel
Temer ― que, a meu ver, é um rebento gerado e parido por Lula
e o PT. Mas isso não torna o
impeachment da anta menos oportuno nem muda o fato de que o vampiro do Jaburu reconstruiu, em um ano e meio, boa parte do que o tsunami dilmista arrasou em um mandato
e meio. Basta comparar os indicadores financeiros atuais com os de 2014, 2015 e
2016 para ver que, se o país não voltou a crescer como gostaríamos, ao
menos a economia está no rumo certo.
Mas não há como admirar alguém que, pego
com as calças na mão e a cueca machada pelo batom da JBS, proteste inocência, diga que a investigação pedida pelo Supremo será o território onde surgirão
todas as explicações e então faça “o diabo” para impedir o andamento
da investigação que ele próprio afirmou defender. E isso é apenas um exemplo de sua
conversa de camelô paraguaio
Para encurtar o que poderia ser uma longa (e
repetitiva) história: Temer teve mais sorte (ou mais traquejo) que Dilma para escapar da deposição ― pelo menos até agora, já que o caso Rodrimar é uma ameaça real, embora as
investigações dificilmente serão concluídas durante os 10 meses que faltam para ele deixar a presidência. Mas o fato é que o presidente se
tornou refém do Congresso ― um chefe de governo sem voz ativa, uma marionete manipulada por parlamentares
ávidos por cargos, verbas, emendas e outras benesses, pelos quais é chantageado
dia sim, outro também e, pior, que cede sistematicamente às intimidações.
Observação: Temer sempre aspirou à reeleição,
embora dissesse se contentar em entrar para a história como “o cara que
recolocou o Brasil nos trilhos do crescimento”. Em vez disso, ele será lembrado
como o primeiro presidente denunciado,
no exercício do cargo, por crimes de corrupção, obstrução da Justiça e
associação criminosa, mas essa já é outra conversa.
De olho nos votos do PTB
para aprovar a PEC da Previdência, o presidente aceitou a indicação de Roberto Jefferson ― aquele que foi condenado a sete anos e 14 dias
de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, mas teve a pena reduzida
por delatar o esquema do “mensalão”
― para substituir o petebista Antonio
Nogueira no comando do Ministério do Trabalho. Ocorre que a indicada ― Cristiane Brasil, filha de Jefferson ― foi processa na Justiça
trabalhista por dois ex-motoristas que trabalharam para ela sem registro em carteira.
Isso levou o juiz da 4.ª Vara Federal de Niterói a suspender a nomeação e a
cerimônia de posse, que classificou como “um desrespeito à moralidade
administrativa”. Houve
apelações, tanto por parte do governo quanto de Cristiane, mas as instâncias
superiores rejeitaram os pedidos, e hoje, dois meses depois da demissão de Nogueira, o Ministério do Trabalho continua
acéfalo e a filhota de Jefferson, que havia se licenciado do mandato
de deputada para assumir a pasta, segue desempregada.
Foi um erro nomear Cristiane e uma burrice levar adiante a queda
de braço, já que as sucessivas derrotas na Justiça desgastaram ainda mais a
imagem do governo. Mas a causa perdeu o objeto com a intervenção federal no Rio de Janeiro, já que nenhuma proposta de
emenda constitucional poderá ser votada durante a vigência do decreto (que já
foi avalizado na Câmara e no Senado e deve viger até 31 de dezembro próximo).
Portanto, já não há motivo para esticar a corda em
troca do apoio dos petebistas numa votação que não vai mais ocorrer (pelo menos
sob a batuta do atual governo). Mas tudo isso nos leva às seguintes perguntas: 1) O que dizer de alguém que erra e, mesmo
consciente do erro, insiste em mantê-lo até as últimas consequências? 2) O que
dizer de um ministério que está acéfalo há dois meses e ninguém sente a menor
falta do ministro?
A moral da história é que provavelmente nada
mudaria se o Ministério do Trabalho nunca mais voltasse a ter um ministro ― ou
se o próprio ministério deixasse de existir. Esse mamute, como muitos de seus
irmãos e primos na Esplanada dos Ministérios, serve apenas para roubar
dinheiro público e encher as burras de fiscais que vivem de extorquir empresas
e criar dificuldades para vender facilidades.
Observação: Elon Musk mandou um Tesla Roadster para a órbita de Marte, para que algum dia seja encontrado por alienígenas. Bem que poderia ter aproveitado para colocar no foguete outras coisas que parecem não ter finalidade óbvia, como o Ministério do Trabalho, boa parte do Congresso Nacional, e por aí vai...
A Justiça do Trabalho ― criada há 88 anos por Getúlio Vargas ― custa em um ano, entre salários, custeio e outros
gastos, o dobro do que concede em ganhos de causa à classe trabalhadora deste
país. Como seria possível, numa sociedade racional, consumir duas unidades para
produzir uma — e achar que está tudo bem? Que justiça existe em gastar 17
bilhões de reais de dinheiro público ― que não é “do governo”, mas de todos os
brasileiros que pagam imposto — para gerar 8 bilhões? É obvio que alguma coisa
deu monstruosamente errado aí.
Por essas e outras, fechar esse ralo pouparia o
país de despesas e evitaria cenas burlescas, como as exibidas no caso de Cristiane, que começou quando Temer foi impedido por um aliado de
nomear o ministro que havia escolhido e forçado a dar o cargo à cria de Jefferson. Claro que o fato de ela ter
sido condenada nas ações trabalhistas não é, por si só, demérito nenhum, mas é
evidente que isso “não pega bem” para quem vai comandar justamente o Ministério
do Trabalho (como não pega bem juiz que tem domicílio próprio na comarca onde atua receber auxílio-moradia, embora o benefício seja "legal").
Mas não é só. Esse imbróglio monumental revelou também que o suplente de Cristiane Brasil na Câmara é Nelson Nahin, irmão do
ex-governador Anthony Garotinho, mas mais conhecido por ter sido condenado
a 12 anos por estupro de vulnerável ― ele passou quatro meses na cadeia, mas
foi solto mercê um habeas corpus do
ministro Ricardo Lewandowski.
Vale lembrar que Garotinho
também já foi condenado ― a 9 anos, 11 meses e 10 dias de prisão
por corrupção eleitoral, associação criminosa, supressão de documento público e
coação durante o processo ― e foi igualmente beneficiado pelo
programa “Meu Alvará de Soltura, Minha
Vida”, só que pelo ministro Gilmar Mendes.
Pausa para aplaudir o STF.
Na visão obtusa de nossos governantes e representantes públicos, o dinheiro dos impostos
serve exclusivamente para prover a sobrevivência e a prosperidade dos
políticos, suas famílias, amigos e amigos dos amigos. E mais: com a possível exceção
da equipe econômica, das Forças Armadas, do Itamaraty e de um ou outro órgão
que exerce funções de Estado verdadeiras, o atual governo serve apenas para roubar e mentir. A diferença em relação
aos governos de Lula e Dilma é que, naqueles, roubava-se e
mentia-se mais.
Mudam as moscas, mas a merda continua a mesma, e não apenas no Executivo: o Legislativo é um mercado persa, só que com padrões de honestidade
comercial ainda mais rasteiros, ao passo que o Judiciário é uma zona de catástrofe da qual qualquer cidadão
decente reza para ficar o mais distante possível.
Enfim, no último dia 20, Roberto Jefferson comunicou que o PTB desistiu de indicar Cristiane
Brasil para o ministério do Trabalho. Vale lembrar que, da esquadra de 28 ministérios, 13 terão
novos comandantes em breve, já que os atuais devem se desincompatibilizar para disputar
as eleições de outubro. É recomendável, portanto, que o presidente analise com
cuidado as indicações, ou acabará tentando emplacar Fernandinho Beira-Mar no recém-criado Ministério da Segurança, por
exemplo. A julgar pelos congressistas que temos...