Nunca a Internet foi tão insegura: numa guerra digital sem precedentes, sites de governos e empresas de todo o mundo tiveram dados sigilosos roubados ou foram tirados do ar. No Brasil, a maioria das investidas foi desfechada mediante ataques DDoS (que consiste basicamente em bombardear determinado site com um volume de requisições superior ao que ele pode suportar). E talvez você até tenha participado desse furdunço – ainda que involuntariamente –, pois, para obter o poder de fogo necessário a ataques dessa magnitude, os cybercriminosos arregimentam milhares de computadores de usuários “comuns” (saiba mais em http://fernandomelis.blogspot.com/2008/03/zumbis.html).
Quando eu “cometi” meus primeiros artigos sobre segurança digital, no final do século passado, o uso doméstico da Internet era incipiente e a propagação dos vírus, lenta. Inicialmente, eles se limitavam a exibir mensagens pornográficas ou produzir sons bizarros, mas logo passaram a danificar arquivos e desestabilizar os sistemas infectados (para saber mais, clique aqui).
Observação: O primeiro antivírus surgiu em 1988, quando o indonésio Denny Yanuar Ramdhani desenvolveu um programa destinado a imunizar sistemas contra o vírus de boot paquistanês “Brain”, criado dois anos antes. Pouco tempo depois a IBM lançaria o primeiro “antivírus comercial”, sendo logo seguida por outras empresas, dentre as quais a SYMANTEC e a MCAFEE, que ocupam respectivamente o primeiro e o segundo lugar no ranking dos fabricantes de softwares de segurança, seguidas pela TRENDMICRO e pela KASPERSKY.
Embora não haja consenso quanto ao número de malwares existentes atualmente – já que cada empresa de segurança utiliza metodologias próprias para classificá-los conforme suas famílias e variantes –, a coisa deve andar pela casa dos 20 milhões (em 2006, eram “apenas” 334.000)*. Para piorar, o objetivo precípuo da esmagadora maioria dessas pragas passou a ser o acesso remoto aos sistemas e a captura de informações confidenciais dos internautas (tais como senhas bancárias e números de cartões de crédito). Ou ambas as coisas, já que um mesmo programinha tanto pode roubar senhas quanto utilizar o PC infectado para enviar spam ou “alistá-lo” num exército de zumbis controlado remotamente.
Segundo a empresa de segurança russa Kaspersky, um novo software malicioso é descoberto a cada dois segundos (até poucos anos atrás, era um a cada 5 minutos)*. No ano passado, em comparação com 2009, foram colocados na rede 87% mais malwares ladrões de senhas e 135% mais cavalos de tróia*. E tudo indica que a bandidagem não deve demorar a concentrar suas baterias nos smartphones e tablets.
Enfim, se há cerca de 10 anos os crackers cometiam suas estripulias para ganhar popularidade e reconhecimento entre seus pares, hoje eles buscam meios de ganhar dinheiro – em outras palavras, o que era uma atividade exibicionista de fundo de quintal se transformou num negócio globalizado, com quadrilhas organizadas e funções divididas.
Tem gente que vê as pragas digitais como uma simples estratégia de marketing (para encher as burras dos fabricantes de soluções de segurança) e por isso desdenha atualizações de softwares e se acha capaz de escapar de quaisquer armadilhas. Não espere até ter surpresas no extrato bancário ou na fatura do cartão de crédito para rever seus conceitos. Hábitos de navegação saudáveis e arsenais de segurança responsáveis são requisitos cruciais para nossa sobrevivência nessa “terra de ninguém”. Demais disso, confiar desconfiando: obtenha uma segunda (ou terceira, ou quarta) opinião sobre a saúde do sistema com serviços online gratuitos como a da F-Secure. Para outras opções, clique aqui.
(*) Fonte: “Guerra Anônima” (INFO#306, Agosto/11).
Passemos agora à nossa tradicional piadinha de sexta-feira:
No primeiro dia de aula numa escola secundaria dos EUA, a professora apresentou aos alunos um novo colega, Satiro Suzuki, do Japão. A aula começa, e a professora pergunta:
- Vamos ver quem conhece a história americana. Quem disse: “Dê-me a liberdade ou a morte”?
Silêncio total. Apenas Suzuki levanta a mão e diz:
- Patrick Henry, em 1775.
E quem disse: “O estado é o povo, e o povo não pode afundar-se”?
- Abraham Lincoln, em 1863.
A professora olha os alunos e diz:
- Vocês não têm vergonha? Suzuki é japonês e sabe mais sobre a história americana do que vocês!
Então, ouve-se um murmúrio:
- Vá tomar no cu, japonês filho da puta!
- Quem foi? - Grita a professora.
Suzuki levanta a mão e responde:
- General McArthur, em 7 de dezembro de 41, em Pearl Harbour, e Lee Iacocca, em 1982, na Assembléia Geral da Chrysler.
Silêncio total. Apenas um murmúrio no fundo da sala:
- Acho que vou vomitar.
- Quem disse isso?
E Suzuki:
- George Bush (pai) ao Primeiro-Ministro Tanaka, durante um almoço em Tókio, em 1991.
Um dos alunos grita:
- Chupa o meu pau!
E a professora, irritada:
Basta! Quem foi agora?
E Suzuki, sem hesitações:
- Bill Clinton à Mônica Lewinsky, na Sala Oval da Casa Branca, em Washington, em 1997.
Outro aluno se levanta e grita:
- Suzuki é uma merda!
E Suzuki responde:
- Valentino Rossi, no Grande Prêmio de Moto no Rio de Janeiro, em 2002.
A turma fica histérica, a professora se descontrola, a porta se abre e entra o diretor:
- Que merda é essa, nunca vi uma confusão destas!
Suzuki:
- Lula para o ministro da Aeronáutica, a respeito do caos aéreo em Dez/2006, Brasília.
E outro aluno, num sussurro:
- Ai, agora fodeu de vez!
Suzuki:
- Lula de novo, após a queda do avião da TAM.
Um ótimo final de semana a todos, e até a próxima.