Tempos atrás, durante o segundo reinado de Lula, eu disse que tinha vergonha de
ser brasileiro. Mais adiante, já sob a égide da anta vermelha, disse que já não
tinha mais vergonha, mas nojo. Agora, diante de mais esse imbróglio envolvendo
a JBS, o presidente desta Banânia, a
PGR e até ministros do Supremo, já nem sei o que dizer. São tantas
informações contraditórias que fica difícil saber quem é quem e o quem fez o
quê nesta merdeira toda. Mas parece inverossímil, para dizer o mínimo, que Joesley Batista e seu comparsa Ricardo Saud gravassem “acidentalmente”
uma
conversa tão comprometedora e entregassem o arquivo de mão-beijada à MPF, arriscando-se a perder as benesses
obtidas com seu controverso acordo de colaboração, dentre as quais a própria
liberdade.
Paralelamente, enquanto Geddel
Vieira Lima ― ex-ministro e amigão do peito do vampiro do Planalto ― cumpre
prisão domiciliar em seu luxuoso apartamento (sem tornozeleira eletrônica, que
esse dispositivo está momentaneamente em falta), a PF apreende a bagatela de R$
51 milhões, em dinheiro vivo, em outro apartamento do ex-ministro porcino,
diante do que a famosa mala de Rocha
Loures ― homem da mais estrita confiança do presidente, segundo o próprio
presidente ― está mais para um reles porta-níqueis.
Enquanto isso, Lula
― réu em seis processos e sentenciado num deles a 9 anos e 6 meses de prisão em
regime fechado ― continua escarnecendo da sociedade, posando de candidato a candidato a presidente da
Banânia. Claro que somente petistas e alienados que lhes dão ouvidos
ignoram que o projeto político desse sujeito é evitar ― ou procrastinar ao
máximo ― seu acerto de contas com a Justiça Penal. Mas isso deve mudar com a
confirmação da sentença do juiz Moro
pelo TRF-4 ― dependendo,
naturalmente, da decisão final do STF
quanto ao início do cumprimento da pena por réus condenados. Vale lembrar que a
Corte já interrompeu a votação por duas duas vezes; na última, o placar era a
favor da prisão depois da condenação em segunda instância. Na próxima, Gilmar Mendes, o divino, deve rever sua
posição, mas Rosa Weber parece
propensa a votar pela manutenção da jurisprudência, de modo que se perde na
foice e ganha-se no machado ― quanto aos demais ministros, melhor esperar para
ver, porque até o passado é imprevisível neste país.
Mudando o foco para Dilma,
a alienada, parece que o PT não sabe
o que fazer com ela ― aliás, em entrevista a uma rádio de Salvador, Lula, num mea-culpa tardio, reconheceu
que a calamidade em forma de gente cometeu erros (?!) na condução da política e
da economia, e que ela “poderia ter tomado a decisão de não se candidatar à
reeleição”. Pelo visto, ninguém ensinou ao sapo barbudo que de nada adianta
chorar sobre leite derramado.
O impeachment da sacripanta encerrou um dos capítulos mais
estapafúrdios da história deste país, protagonizado por incompetente se julgava
exímia administradora, e que condenou o Brasil a um retrocesso econômico de
duas décadas ― e serão necessárias outras duas para a plena recuperação, e que,
como ressalta o jornalista Augusto Nunes,
o eleitor tenha aprendido a lição e não se deixe levar por discursos
irresponsáveis como os que elegeram e reelegeram a nefelibata da mandioca. Mas
se o Brasil se livrou de Dilma antes
que ela pudesse completar sua grande obra, o mesmo não se pode dizer de seu
partido, o PT. Como se sabe, uma aberração legal urdida pelo então presidente
do Senado, Renan Calheiros
(investigado em 17 inquéritos no Supremo e réu em uma ação penal por crime de
peculato), em dobradinha com os petistas e com o aval de Lula, permitiu ao então presidente do Supremo, Ricardo Lewandowski, manter os direitos políticos da impichada ao
mesmo tempo em que a apeava da presidência. Isso permite que a estocadora de
vento se candidate a qualquer cargo eletivo, mas sua obra a torna um ativo
tóxico em qualquer palanque.
Os petistas nunca gostaram de Dilma, mas só porque, para eles, ela deveria ter se empenhado em
obstruir a Lava-Jato e evitar que os escândalos de corrupção derivados das
investigações atingissem em cheio o partido e seus principais dirigentes. Isso
faz da criatura um problemão para a candidatura de seu criador: segundo o
raciocínio da patuleia, como se não bastasse ter de provar que é a “viva alma
mais honesta deste país”, o petralha ainda precisa convencer os brasileiros de
que a profunda crise econômica legada pelo governo passado não é fruto da
enorme incompetência de sua pupila ― uma tarefa hercúlea até mesmo para o
inegável talento demagógico do repulsivo demiurgo de Garanhuns, especialmente depois do que seu ex-ministro Antonio Palocci trouxe a lume na tarde de
ontem (6), em
depoimento ao juiz Sérgio Moro.
Especulou-se que Dilma
poderia se candidatar ao Senado pelo Rio Grande do Sul ou pelo Rio de Janeiro,
mas uma ala do PT acha que isso seria prejudicial ao partido, não apenas porque
as chances da alienada seriam remotas e atrapalhariam candidatos mais fortes,
mas principalmente porque sua candidatura colocaria em evidência aquilo que o
PT quer esconder, que é justamente o legado maldito da gestão a anta
incompetenta.
Oficialmente, o partido mantém o discurso de apoio a mulher
sapiens ― Gleisi Hoffmann, também ré
na Lava-Jato e recém-empossada presidente da agremiação criminosa, diz que “Dilma é a grande liderança que encarna a
injustiça contra o PT” e que, se decidir se candidatar em 2018, “vai ter muito voto”. Mas o próprio Lula tem dificuldades em lidar com sua
criação. Na tal “caravana” que está empreendendo pelo Nordeste, em escancarada
campanha eleitoral antecipada, o ele já teve de admitir que ela cometeu erros
na condução da política econômica, ainda que atribua a crise a sabotagens do
ex-presidente da Câmara e ora hóspede do complexo médico penal de Pinhais, em
Curitiba.
Conforme reportagem do Estado, Dilma já disse a amigos que, no
momento, está inclinada a não se candidatar a nada, pois prefere as viagens
internacionais ― para denunciar o tal “golpe” de que se diz vítima ― e a
convivência com artistas e intelectuais. Decerto Lula está torcendo para que ela se aposente de vez da política e se
limite a andar de bicicleta. Afinal, se a sujeita resolver subir no palanque,
os eleitores haverão de se lembrar do que ela fez ao País ― e seu criador e
mentor terá dificuldade para esconder o fato, incontestável, de que pariu um
monstro.
Bom feriadão a todos.
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