Em meio às convenções partidárias, catorze pré-candidatos
foram promovidos candidatos (confira a lista no post anterior). Ou treze, melhor dizendo, já que Manoela d’Ávila, do PCdoB, abriu mão de concorrer para ser
“trice” na chapa do PT — que lançou Haddad como vice do presidiário que continuará
posando de candidato até que a Justiça bote ordem no galinheiro.
O prazo para registro de candidatos termina no próximo dia 15, de modo que ainda pode haver novidades. Mas é curioso o fato de alguns partidos lançarem candidaturas sem a menor expressividade — quem já tinha ouvido falar, por exemplo, em Vera Lucia, do PSTU, ou em João Goulart filho, do PPL?
O prazo para registro de candidatos termina no próximo dia 15, de modo que ainda pode haver novidades. Mas é curioso o fato de alguns partidos lançarem candidaturas sem a menor expressividade — quem já tinha ouvido falar, por exemplo, em Vera Lucia, do PSTU, ou em João Goulart filho, do PPL?
Combinadas com a cláusula de barreira e questões específicas
das legendas, a ausência de novas lideranças e as indefinições geradas pelo PT ajudam a explicar essa fragmentação
— num cenário em que ninguém é forte o
suficiente, todos se acham na condição de bancar sua candidatura.
A disputa entre tucanos
e petistas começou em 1994, e o fim
da era do PMDB deu início à do PT. Em 2002, depois de eleger FHC por duas vezes — ambas no primeiro
turno e graças ao Plano Real —, nosso
“esclarecidíssmo” eleitorado buscou num Lula
mais moderado (após duas derrotas consecutivas) e com o aval da Carta ao Povo Brasileiro (escrita por Antonio Palocci) a “nova política” e a
decência na disputa eleitoral que a sigla encarnava, sem se dar conta de que o
embrião da corrupção sistêmica do lulopetismo já germinava alegremente nos
governos municipais.
Com a revelação do Mensalão,
em 2005, e do Petrolão, nove anos
depois, o PT e seu comandante voltaram
a ser os mesmos radicais de 1989 — no governo Dilma, as ideias econômicas heterodoxas do partido que acusou o Plano Real de “estelionato eleitoral”
foram postas em prática através da funesta “nova matriz econômica”, que causou a maior recessão que o Brasil já
viveu — e vive até hoje.
Agora, novamente diante do desânimo nacional e da descrença
na classe política, os eleitores tendem a repetir os erros do passado, buscando
seu salvador em dois falastrões — que em vez de matar a inflação com um único
tiro, como disse que faria o caçador de
marajás de araque em 1989, prometem resolver os problemas do país à bala ou reencarnando o pai dos pobres.
O Lula radical de
1989 ressurge em 2018 porque vê na Presidência sua derradeira chance de não
mofar na cadeia. Mesmo condenado e preso por chefiar o maior esquema de
corrupção da história deste país, o demiurgo de Garanhuns ainda ilude milhões
de eleitores com a promessa de repetir o prodígio de seu primeiro mandato — como
se fosse possível voltar ao tempo em que “tirou milhões da pobreza” com
projetos sociais insustentáveis — tanto que o “poste” que ele fez eleger em
2010 mandou essa “nova classe média” de volta à pobreza, que somente os bocós
acreditaram ter sido extinta pelo mago de nove dedos.
Apesar da fragmentação, a tendência é de um afunilamento das
pré-candidaturas. Na semana passada, o PRB
desistiu de lançar Flávio Rocha. DEM e Solidariedade também vão abrir mão das candidaturas de Rodrigo Maia e Aldo Rebelo, respectivamente. Os 3 partidos do centrão, junto com PP e PR decidiram apoiar Alckmin
em vez de Ciro.
No outro extremo do espectro político, Jair Messias Bolsonaro surge
como um representante da “nova política” — como o próprio Lula em 1989, só que tão despreparado e ainda mais destemperado que
o deus pai da Petelândia. Se esse povo não acordar desse sonho estapafúrdio,
não haverá salvação para este pobre país.
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