Faltam apenas 40 dias para o fim da melancólica gestão-tampão
de Michel Temer, a mais impopular
desde a redemocratização, mas que poderia ser lembrada com alguma simpatia se, no apagar das luzes de seu infausto governo, sua excelência vetasse o estapafúrdio aumento salarial autoconcedido
pelos ministros do STF e aprovado em
regime de urgência urgentíssima pela banda podre do Senado.
Ainda que não sirva de consolo, nossos digníssimos
senadores cancelaram a sessão deliberativa que poderia levar à aprovação o
projeto de lei que acaba com a
inelegibilidade de oito anos imposta a condenados pela lei da Ficha-Limpa por crimes
cometidos antes de 2010. A proposição, encaminhada e aprovada em prazo recorde
pela CCJ do Senado — composta em grande
parte por parlamentares
investigados na Lava-Jato — era o segundo item da pauta do último dia 13,
antevéspera do último feriadão do ano, mas os trabalhos foram adiados "por
falta de quórum".
Mudando de pato para ganso, o próximo governo enfrentará
grandes dificuldades para debelar a crise que se instalou no Brasil devido à
herança maldita da ex-grande-chefa-toura-sentada-impichada,
que foi abatida em seu voo de galinha rumo ao Senado. Mas somente sendo muito ingênuo para imaginar que, passadas as
eleições, as alas pró e contra o nefasto lulopetismo se uniriam em matrimônio e
viveriam felizes para sempre, como num final de conto de fadas. Há tempos que os políticos
estão desacreditados, a política, polarizada, e a população, em clima de guerra
tribal. E não se vê sinal de armistício no horizonte: a esquerda
se mostra cada vez mais radical, acirrando os ânimos de seus opositores e
despertando a revolta dos moderados.
Ao que tudo indica, Lula e seus acólitos continuarão insistindo ad aeternum na
fantasiosa teoria conspiratória de alma viva mais honesta da galáxia, de condenado sem provas e preso
arbitrariamente por decisão de um juiz que sempre o perseguiu (na verdade, quem
determinou sua prisão foi o TRF-4; Moro só fez cumprir a decisão). No
entanto, se esperava moleza da juíza substituta Gabriela Hardt, o molusco abjeto caiu do burro: na última segunda-feira,
em sua primeira sentença após assumir
temporariamente o comando dos processos da Operação Lava Jato, a magistrada
condenou o ex-diretor de Serviços da Petrobras, Renato de Souza Duque, por corrupção e lavagem de dinheiro, dias depois de, diante do tom afrontoso
de Lula ao depor no
processo sobre o sítio de Atibaia, advertir o ex-presidente: “a gente vai ter problema”.
Seguidores da seita do inferno tem visto com preocupação o abatimento
de seu amado líder. Mas o que eles esperavam de alguém que sempre se julgou acima da lei, está preso há quase oito meses e assistiu da cadeia seu alter ego
ser derrotado nas urnas por um adversário que "não tinha a menor chance"?
Talvez Lula se enxergue mesmo como um preso político, mas não passa de um político preso
que, aos 73 anos, é obrigado a conviver com a nada animadora perspectiva de mofar na cadeia
por mais um bom tempo: além do processo que lhe rendeu 12 anos e 1 mês de prisão, ele responde a mais duas ações oriundas da
Lava-Jato (numa delas os autos estão
conclusos para sentença desde antes das eleições, e na outra a instrução
processual será encerrada assim que o Ministério Público e os representantes
dos acusados apresentarem suas alegações finais). Claro que não se descarta a possibilidade de ele cumprir sua pena em regime de
prisão domiciliar — por razões humanitárias como as que levaram o ministro Dias Toffoli a conceder habeas corpus ex officio ao ex-deputado
larápio Paulo Maluf, que parecia
estar à beira do desencarne, mas renasceu das cinzas depois que foi despachado
de volta para sua suntuosa mansão nos Jardins (bairro nobre da capital paulista).
A intenção do deus pai da petalhada era eleger seu poste, sair da cadeia e se vingar do juiz Sérgio Moro e de todos que de alguma forma concorreram para sua condenação, mas faltou combinar com os brasileiros que já não suportam mais tanta corrupção. Agora, só lhe resta tentar negociar outra escapatória, mas a declaração do ministro Dias Toffoli ao jornal espanhol El País, de que sua prisão respeitou a Constituição, botou água no chope. Mesmo assim, sua defesa ingressou com mais um recurso (já são mais de 80, e contando), agora com base na alegada "parcialidade" do (ora exonerado) juiz Sérgio Moro. O ministro Fachin deu prazo de 5 dias para a PGR se manifestar, depois do que o caso deverá ser encaminhado para análise da 2ª Turma.
A intenção do deus pai da petalhada era eleger seu poste, sair da cadeia e se vingar do juiz Sérgio Moro e de todos que de alguma forma concorreram para sua condenação, mas faltou combinar com os brasileiros que já não suportam mais tanta corrupção. Agora, só lhe resta tentar negociar outra escapatória, mas a declaração do ministro Dias Toffoli ao jornal espanhol El País, de que sua prisão respeitou a Constituição, botou água no chope. Mesmo assim, sua defesa ingressou com mais um recurso (já são mais de 80, e contando), agora com base na alegada "parcialidade" do (ora exonerado) juiz Sérgio Moro. O ministro Fachin deu prazo de 5 dias para a PGR se manifestar, depois do que o caso deverá ser encaminhado para análise da 2ª Turma.
Na real, quem teria motivos de sobra para depressão são os cidadãos de bem deste país, dadas as inexplicáveis mordomias desfrutadas pelo grão petralha na sede da PF em Curitiba,
a começar pela “sala de estado maior” que lhe foi destinada, quando deveria
cumprir sua pena no Complexo
Médico-Penal de Pinhais, na região metropolitana de Curitiba, como os demais
condenados da Lava-Jato. O pulha não só dispõe
de 15 m2 em sua, digamos, cela — um latifúndio onde caberia uma
pequena facção do crime, considerando que na maioria dos presídios os
detentos ficam amontados como sardinhas na lata — como não usa uniforme, não come a mesma comida servida aos demais
presos nem sofre restrições à entrada de produtos, alimentos etc. Isso sem mencionar as 572 visitas que recebeu — o que perfaz uma média de 3 por dia — desde que foi
preso, os 21
advogados cadastrados, as 116 visitas de parentes, e por aí segue a procissão.