NÃO SE MUDA UM PAÍS PELA ECONOMIA, PELA POLÍTICA OU PELA CIÊNCIA, MAS SIM PELA CULTURA.
Um computador será tão rápido quanto seu componente
mais lento, assim como uma corrente será tão forte quanto seu elo mais frágil
(para entender isso melhor, leia os capítulos anteriores desta sequência e
atente especialmente para as analogias ilustrativas do post da última quinta-feira).
No âmbito da TI,
o termo “gargalo” se aplica a um
dispositivo ou componente cujas limitações “estrangulam” o desempenho do aparelho
como um todo. Um PC que conte com uma CPU veloz e pouca RAM terá de recorrer à memória virtual. Como o disco rígido é milhares de vezes
mais lento do que a já relativamente lenta memória RAM, o processador
desperdiçará ciclos e mais ciclos de clock enquanto espera a liberação dos
dados. Pior ainda será a situação com um HDD
“econômico”, com taxas de escrita/leitura e transferência de dados
subdimensionas (mais detalhes no post da última sexta-feira), que transformará
o uso do computador num exasperante teste de paciência.
Observação: Numa
alogia tosca, mas adequada aos propósitos desta abordagem, de nada adianta você
ter uma Ferrari capaz de acelerar de 0 a 100 km/h em menos de 4 segundo e alcançar
mais de 300 km/h se andar com ela numa estradinha vicinal estreita e esburacada.
Até não muito tempo atrás, usuários exigentes optavam
pela integração personalizada, pois
assim podiam escolher a configuração que melhor os atendesse e cada um dos
componentes envolvidos no projeto — quem não tinha tempo para ir às compras e/ou
expertise para pôr a mão na massa contava com os computer
guys. Mais adiante, porém, o “mercado cinza” perdeu espaço para as “máquinas
de grife” (montadas por empresas como Acer,
Asus, Dell, Lenovo, Positivo etc.), que se tornaram uma
solução mais prática e econômica, conquanto limitem as possibilidades de
escolha do usuário a aceitar ou não a configuração implementada pelo fabricante
do aparelho.
Observação: A
popularização dos notebooks, netbooks e ultrabooks condenou a montagem caseira ao ostracismo — exceto para
usuários de nicho, como gamers, hackers e assemelhados —, e a pá de cal veio
com a promoção do celular a smartphone (leia-se PC ultraportátil), embora determinadas
tarefas demandem mais poder de processamento, memória e outros recursos do que os
diligentes telefoninhos podem oferecer, razão pela qual, em algum momento, a maioria
de nós é obrigada a recorrer ao PC tradicional.
Conforme eu mencionei em outras oportunidades, a solução
para falta de memória física se chama upgrade
de RAM; para lentidão no HDD,
troca por um modelo mais parrudo ou um SSD;
e para subsistema gráfico medíocre, instalação de uma aceleradora
3D de responsa. Aliás, contrariando o senso comum, quem aprecia games
radicais obtém melhores resultados instalando uma placa de vídeo offboard do que fazendo um upgrade
de processador. Mas o problema é que essas modificações nem sempre são
possíveis, sobretudo nos portáteis.
Veremos isso melhor no próximo capítulo.