O VERDADEIRO DELEITE ESTÁ EM DESCOBRIR, E SEMPRE EXISTE ALGO INCRÍVEL ESPERANDO PARA SER DESCOBERTO.
Quando a noite cai e as sombras se alongam, histórias de lugares distantes, tempos esquecidos e seres que desafiam a lógica e a razão começam a ganhar vida.
Desde priscas eras, mitos e lendas urbanas misturam o real e o imaginário, perpetuando mistérios que transcendem fronteiras e idiomas. Trazidos para o Brasil pelos colonizadores, Lobisomens, Vampiros e outros ícones do sobrenatural se juntaram ao Saci-Pererê, ao Curupira, à Mãe D'água e a outros membros ilustres do panteão folclórico tupiniquim, que também incorporou o Jack-o'-lantern da festa de Halloween, que chegou até nós de carona com as escolas de inglês.
Observação: Lendas envolvendo cetáceos com atos carnais e fetiches ictiofálicos remontam à Grécia Antiga, onde o golfinho simbolizava a luxúria, e à Roma Antiga, onde era associado ao culto da deusa do amor, talvez porque seus movimentos na água se assemelhassem aos do ato sexual. No entanto, a lenda do boto tucuxi só se estabeleceu no Brasil em meados do século XIX.
A fama de conquistador rendeu ao político amazonense Bernardo Cabral o apelido de Boto Tucuxi. Durante o governo Collor, quando ministro da Justiça e da Agricultura, Cabral teve um tórrido affair com a então ministra da Fazenda Zélia Cardoso de Mello, que se tornou a quinta esposa de Chico Anysio em 1992, assegurando ao marido a alcunha de "humorista que se casou com a piada".
Reza o folclore amazônico que, nas noites de lua cheia do mês de julho, um boto-cor-de-rosa assume a forma de um homem bonito, vestindo terno, sapatos brancos e chapéu (que esconde suas narinas de boto), para seduzir caboclas ribeirinhas. Até pouco tempo atrás, filhos de mães solteiras eram chamados, naquela região, de "filhos do boto".
Observação: Lendas envolvendo cetáceos com atos carnais e fetiches ictiofálicos remontam à Grécia Antiga, onde o golfinho simbolizava a luxúria, e à Roma Antiga, onde era associado ao culto da deusa do amor, talvez porque seus movimentos na água se assemelhassem aos do ato sexual. No entanto, a lenda do boto tucuxi só se estabeleceu no Brasil em meados do século XIX.
a Lenda de Sleepy Hallow mistura elementos do folclore europeu com a atmosfera sombria da Nova Inglaterra, e é tida como a precursora das histórias de terror estadunidenses. Ela é ambientada na cidade fictícia de Sleepy Hallow, onde um sujeito se declara à filha de um rico fazendeiro, é rejeitado pela moça e desaparece misteriosamente quando volta para casa, deixando o cavalo, a sela, o chapéu e uma misteriosa abóbora despedaçada. A interpretação mais comum é de que ele foi morto pelo "cavaleiro sem cabeça", que vagava pelo vilarejo nas noites de Halloween em busca da cabeça perdida.
Observação: Na série de televisão "Sleepy Hallow", o protagonista sobrevive ao encontro com o fantasma e passa a lutar contra forças sobrenaturais, mas essa versão não segue fielmente os eventos da história original.
Mais ou menos na mesma linha e inspirada em Robert Raymond Robinson — que teve o rosto desfigurado aos 8 anos de idade e fazia caminhadas noturnas para não chocar as pessoas com sua aparência assustadora —, a Lenda do Homem Verde alude a um homem alto, de pele esverdeada e rosto desfigurado, que era visto de madrugada, vagando pelas estradas da região. Acredita-se que o termo "homem verde" se deva ao fato de as luzes dos carros se refletirem no uniforme militar de flanela que o homem costumava usar, ou pelo tom esverdeado de sua pele, decorrente da falta de sol.
No México, a Lenda da Llorona narra a saga de uma mulher que, traída pelo amor de sua vida, afogou seus filhos, se suicidou e foi amaldiçoada a vagar eternamente pelos cursos d'água, chorando e buscando crianças para substituir os filhos mortos. Dizem que ouvi-la chorar é prenúncio de morte ou infortúnio. Na Venezuela, La Llorona é chamada de "La Sayona", e no Brasil, de "Mulher da Meia-Noite".
A lenda do Cão Negro de Bungay — que remonta a 1577 e trata de um enorme cão negro que invadiu a Igreja de Saint Mary e matou várias pessoas — teria inspirado Sir Arthur Conan Doyle, criador de Sherlock Holmes e membro fundador da Sociedade para Pesquisas Psíquicas de Hampshire, a escrever o conto "O Cão dos Baskervilles". O conto foi publicado originalmente em capítulos na revista Strand Magazine, entre agosto de 1901 e abril de 1902, e envolve a morte de Sir Charles Baskerville, atribuída a um cão infernal que assombrava a família nos pântanos sombrios de Dartmoor, na Inglaterra.
Na Alemanha, a lenda do Flautista de Hamelin conta que um músico misterioso se ofereceu para livrar a cidade homônima de uma infestação de ratos. Usando sua flauta mágica, ele conduziu os roedores até o rio Weser, onde eles morreram afogados. Quando o conselho municipal se recusou a pagar o valor combinado pelo serviço, o músico usou a flauta para atrair as crianças da cidade até um local incerto e não sabido, e só as devolveu depois de receber o valor combinado. Diz-se que a partir de então nenhum habitante de Hamelin descumpriu uma promessa.
Observação: Bom seria se nossos políticos também se inspirassem nessa lenda, mas para isso os eleitores precisariam deixar claro para essa caterva que descumprir promessas pode ter consequências.
Segundo a lenda japonesa de Kuchisake-onna (ou "mulher da boca cortada"), uma mulher mutilada pelo marido ciumento percorre as ruas à noite, com o rosto escondido por uma máscara cirúrgica, e pergunta aos transeuntes se a acham bonita. Quem diz que não é morto a golpes de tesoura; quem responde que sim é apresentado a seu rosto sem máscara, e, se demonstra repulsa, tem a boca cortada para ficar parecido com ela. Essa história foi adaptada para o cinema e contada em mangás (histórias em quadrinhos).
Na África do Sul, o Tokoloshe (equivalente Zulu aos sprites ingleses, yokai japoneses e duendes da mitologia nórdica) é descrito como um humanoide pequeno, mas muito poderoso, que é invocado por pessoas para fazer mal a seus desafetos. A crença nessa entidade é tamanha que os sul-africanos colocavam a cama sobre tijolos para não serem molestados durante o sono.
Segundo a lenda japonesa de Kuchisake-onna (ou "mulher da boca cortada"), uma mulher mutilada pelo marido ciumento percorre as ruas à noite, com o rosto escondido por uma máscara cirúrgica, e pergunta aos transeuntes se a acham bonita. Quem diz que não é morto a golpes de tesoura; quem responde que sim é apresentado a seu rosto sem máscara, e, se demonstra repulsa, tem a boca cortada para ficar parecido com ela. Essa história foi adaptada para o cinema e contada em mangás (histórias em quadrinhos).
Na África do Sul, o Tokoloshe (equivalente Zulu aos sprites ingleses, yokai japoneses e duendes da mitologia nórdica) é descrito como um humanoide pequeno, mas muito poderoso, que é invocado por pessoas para fazer mal a seus desafetos. A crença nessa entidade é tamanha que os sul-africanos colocavam a cama sobre tijolos para não serem molestados durante o sono.
Na Austrália, as Luzes Min-Min são associadas a espíritos ancestrais que vigiam a terra e seu povo. Elas são muito brilhantes e seguem os viajantes por longas distâncias. Segundo os aborígenes, quem tenta persegui-las nunca volta para contar a história. Várias hipóteses foram apresentadas ao longo dos anos, de fenômenos geofísicos como piezeletricidade a insetos com características bioluminescente, mas nenhuma foi comprovada, e as luzes continuam sendo um dos maiores mistérios da Austrália.
Parafraseando Joseph Campbell, "mitos são sonhos públicos, e sonhos, mitos privados". Em um mundo onde a realidade frequentemente supera a ficção, as lendas e o folclore refletem nossos desejos e medos. E uma história pode ser mais verdadeira do que a verdade, não por nos contar sobre como as coisas são, mas porque nos contam o que elas significam.