SEJA
EXTREMAMENTE MISTERIOSO, TÃO MISTERIOSO QUE NINGUÉM POSSA OUVIR QUALQUER
INFORMAÇÃO.
Drivers (ou controladores) são programinhas de
baixo nível (designação que nada tem a ver com o grau de sofisticação do
software, mas sim com seu envolvimento com o hardware) que funcionam como uma “ponte”
entre o sistema operacional e os dispositivos de hardware que integram ou estão
conectados ao computador. Sem o driver da impressora, por exemplo, o
sistema não saberia qual é a versão do aparelho, em qual porta ele está
conectado, se está ou não funcional, se há papel na bandeja e tinta nos
cartuchos, e assim por diante.
O próprio Windows
integra um respeitável banco de drivers “nativos” que lhe permite instalar e
gerenciar a maioria dos dispositivos fabricados até a época do seu lançamento
(note que drivers desenvolvidos para o Ten podem não funcionar no 8.1
ou no 7, por exemplo, e vice-versa), mas, devido à rapidez com que a
tecnologia evolui, esse repositório tende a ficar desatualizado, sem mencionar
que é recomendável usar drivers desenvolvidos pelos próprios fabricantes dos
componentes, pois, além de mais estáveis que os genéricos, eles costumam
ampliar a gama de recursos e funções dos componentes de hardware.
Igualmente importante é manter os drivers atualizados, pois
novas versões são lançadas de tempos em tempos, seja para corrigir bugs das anteriores,
seja para adicionar novos recursos aos dispositivos e maximizar sua
compatibilidade com o sistema. Todavia, como nada é perfeito neste mundo,
sempre existe o risco de atualizações mal sucedidas provocarem falhas no
funcionamento do computador. Via de regra, reverter o driver a sua versão
anterior resolveria o problema, mas fazê-lo é que são elas, especialmente para
usuários iniciantes, pouco familiarizados com configurações avançadas do
computador.
Explicando melhor: a “reversão de driver” se resume a
desfazer a atualização e voltar a usar a versão anterior do programinha
controlador. Na prática, porém, a reversão manual pode ser complicada e
trabalhosa (notadamente se a atualização envolveu múltiplos drivers). Claro que
um usuário previdente não faz qualquer reconfiguração abrangente no computador
sem antes criar um ponto de restauração do sistema, mas o problema é que essa “tábua de salvação” pode
simplesmente não funcionar (o que geralmente acontecer quando mais se precisa
dela). Por essas e por outras, o DriverMax pode fazer toda a diferença. Com ele, basta você clicar
na aba Restauração e comandar a
reversão a partir da lista de opções oferecidas na janelinha que se abre em
seguida. Confira:
A primeira opção ― Restaurar de um
ponto de restauração do sistema ― não atua somente sobre o driver
problemático, mas reverte todo o sistema às condições em que ele se encontrava
quando o ponto de restauração utilizado foi criado. Isso não afeta seus
arquivos pessoais, mas pode ser um problemão quando você reverte o sistema
depois de levar a efeito outras alterações no Windows (atualizações, personalizações, etc.) ou instalar
aplicativos, por exemplo, que fatalmente deixarão de funcionar.
A segunda opção ― Restaurar
um backup criado anteriormente ― dá acesso a uma lista de backups de
drivers (criados manual ou automaticamente). Nesse caso, basta você selecionar
o backup desejado e clicar no botão Carregar
(vale salientar que outros programas também criam backups de drivers, mas nem
sempre facilitam a localização/identificação dessas cópias de segurança, o que
pode ser um aborrecimento quando precisamos usar o computador para alguma
tarefa urgente, e ele se mostra instável ou claudicante devido a uma
atualização de driver malsucedida.
Selecionando a terceira opção ― Restaurar usando uma reversão de driver
―, o app identifica e
relaciona os drivers passíveis de reversão e permite realizar o procedimento
com apenas um clique (quando sabemos qual driver é o responsável pelo problema,
não precisamos de programa adicional algum, já que o próprio Windows oferece uma ferramenta nativa
que permite revertê-lo à versão anterior, mas o caminho que leva até ela e a
maneira de executar o procedimento não é dos mais intuitivos, especialmente
para usuários iniciantes).
A quarta opção ― Restaurar utilizando um driver baixado
anteriormente ― se aplica a situações em que baixamos novos drivers como um
gerenciador, como o DriverMax, e
também permite fazer a reversão de maneira fácil e rápida.
O DriverMax é compatível com todas as versões do Windows (de 32 ou 64 bits) e está disponível em diversos idiomas,
dentre eles o português. Você pode obter mais informações e fazer o download no
site oficial do programa, tanto da versão freeware quanto da comercial (que é mais completa; a
licença válida por um ano custa R$ 90,96,
mas você pode dividir esse valor em 6 parcelas de R$ 15,16).
MARCO AURÉLIO E O EX-GOLEIRO BRUNO
Numa cruzada contra as prisões alongadas, o ministro Marco Aurélio Mello acolheu o pedido de
habeas corpus do ex-goleiro Bruno. Perguntado pela repórter Carol Brígido, de O Globo,
se acredita que o ex-goleiro não possa voltar a cometer crimes, o magistrado
respondeu: “Não, ele é primário, de bons antecedentes. O homicídio geralmente é praticado
por um agente episódico, por motivação na base da emoção, da paixão. A não ser
que a pessoa seja integrante de um grupo de extermínio. No caso dele, não é
isso”.
Marco Aurélio tem
uma filha ― que, aliás, foi nomeada por Dilma
desembargadora do TRF da 2ª região ―, e se ainda assim entende que um criminoso
condenado merece ser solto devido à demora na apreciação de seu recurso de
apelação, então podemos todos relaxar e gozar (depois, quando eu falo que essa
é a pior composição do STF de todos os tempos, vem gente me mandar email
malcriado). Claro que, à luz da letra fria da Lei, a decisão do ministro foi
irreprochável: ele simplesmente acolheu
o argumento da defesa, de que que o réu estava na cadeia havia anos “sem culpa
formada”.
Explicando melhor: Bruno
foi condenado a 22 anos pelo assassinato triplamente qualificado de Elisa Samúdio, ocultação de
cadáver e cárcere privado do filho de ambos. Até hoje o TJMG não confirmou nem reformou a sentença da instância a quo, de modo que o ex-goleiro do Flamengo cumpria uma “prisão provisória” há quase sete anos, e, por conta desse descalabro ― convenhamos, isso é um descalabro ―, o
ministro Marco Aurélio determinou
sua soltura. A rigor, Bruno foi solto pela morosidade da Justiça, e
deve voltar para a prisão (ele ainda tem um ano e meio a cumprir antes de
avançar para o regime semiaberto), já que as chances de ser absolvido pelos
desembargadores mineiros são praticamente nulas. Resta saber se e quando o
recurso será julgado, e, nesse entretempo, o cara fala e age com um homem livre,
como se não tivesse nada a ver com o crime pelo qual foi condenado.
Sabemos que, no Brasil, as prisões provisórias se
arrastam, e que presos “comuns” permanecem encarcerados por anos a fio sem
sentença condenatória ― em muitos casos, sem nem sequer uma audiência. Se o ministro não encarna o papel de laxante togado e solta todos eles de uma vez é porque são anônimos, não são notícia e, sobretudo, não servem à “causa” de
alguns togados ― como o falastrão Gilmar
Mendes, que se pronunciou recentemente sobre “as prisões alongadas que
têm encontro marcado com esta Corte”.
Marco Aurélio e o
STF estão C&A para Bruno. Não fosse ele um notório ex-goleiro
do Flamengo, a sensibilidade e o senso de justiça de sua excelência não lhe
sorririam, como não sorriem para milhões de presos provisórios no Brasil. O
intrépido cruzado mandou soltá-lo com base no entendimento
de que a postergação de uma prisão de natureza provisória afronta a lei e
presta um desserviço à Justiça. Mas é no mínimo curioso ele falar em fiel
cumprimento da letra legal, já que é useiro em mandar às favas os ditames
da Constituição ― aliás, o que mais se tem visto ultimamente é a nossa mais
alta Corte, supostamente a guardiã da Carta Magna, “interpretar” as leis ao
sabor de interesses políticos (como no caso de Renan Calheiros, que se rebelou contra o Supremo e, em vez de ser
punido, foi mantido no cargo de senador e na presidência do Senado e do
Congresso, embora afastado da linha sucessória da presidência da República, em
mais uma jabuticaba jurídica de que só a fantástica capacidade criativa do
Supremo é capaz de produzir.
Nas entrelinhas, lê-se claramente que a
intenção do ministro foi mandar um recado para o juiz Moro e quem mais defende as prisões preventivas da Operação Lava-Jato, mesmo que à custa
da liberdade de um assassino cruel. Claro que alguns exultaram com a decisão:
Rui Falcão, o projeto de estrupício
que preside nacionalmente a facção criminosa vermelha, não só comemorou como
defendeu idêntico tratamento para Dirceu,
Palocci e Vaccari. Na visão desse chumbrega, a soltura do ex-goleiro “deveria levar a uma revisão geral nas decisões
recentes da Supremo nos requerimentos de habeas corpus sistematicamente
denegados; afinal, é hora de cessar a parcialidade nos julgamentos, dar um fim
à perseguição política promovida por certos juízes e procuradores e libertar os
‘guerreiros do povo brasileiro’”.
Curiosamente, esse mesmo esputo petralha divulgou, há exatos
dois anos, um manifesto risível, redigido sob a supervisão de Lula, que a certa altura dizia: “Como já reiteramos em outras ocasiões, somos
a favor de investigar os fatos com o maior rigor e de punir corruptos e
corruptores, e caso qualquer filiado do PT
seja condenado em virtude de eventuais falcatruas, será excluído de nossas
fileiras”.
Não fosse trágico, seria cômico.
Confira minhas atualizações diárias sobre política em www.cenario-politico-tupiniquim.link.blog.br/
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