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quinta-feira, 28 de setembro de 2017

JUSTIÇA TARDIA NÃO É JUSTIÇA


Ainda sobre a impunidade de políticos com foro privilegiado ― assunto focado na postagem de anteontem ―, o cenário é desalentador. Isso para nós, cidadãos de bem; para os políticos corruptos, a procrastinação das punições é sopa no mel.

A partir da “primeira Lista de Janot”, enviada ao STF em 2015, foram instaurados 25 inquéritos, que resultaram em 6 condenações (Eduardo Cunha, Pedro Corrêa, Luiz Argolo, João Vaccari Neto, Antonio Palocci e Fernando Baiano), todas na primeira instância ― em Brasília, néris de pitibiriba. A segunda lista, baseada nas delações dos executivos da Odebrecht, trouxe dessossego para quase duas centenas de excelências, mas o visgo que viceja na Suprema Corte atrapalha sobremaneira o avanço das investigações. Até porque, como eu já disse em outras oportunidades, o STF acaba tendo de fazer o trabalho que caberia aos juízos de primeira instância, e aí a coisa fica para as calendas gregas.

Caberá à nova procuradora-geral aparar as arestas com a PF e azeitar a relação com o próprio Supremo. Veja que Janot, no afã de agilizar o jogo no final do segundo tempo, meteu os pés pelas mãos, sendo muito criticado, inclusive por ministros do STF, por ter amparado denúncias baseadas apenas em delações, sem recorrer a outros instrumentos de coleta de provas. Um bom exemplo é a denúncia apresentada pelo ex-procurador contra a tríade peemedebista Jucá, Calheiros e Sarney com base nas gravações feitas pelo delator Sérgio Machado ― aquela história de Jucá ter defendido um acordão para estancar a sangria do Petrolão. No último dia 8, o próprio Janot solicitou o arquivamento do caso por insuficiência de provas.

Na avaliação de Dalton Dallagnol, coordenador da Lava-Jato, enquanto em Brasília expoentes do MPF, da PF e do Judiciário vira e mexe estão em pé de guerra, em Curitiba a sinergia impera. O juiz Sérgio Moro autoriza rapidamente as diligências solicitadas pelos procuradores e leva uma semana, em média, para aceitar uma denúncia; no STF, o prazo para um suspeito se tornar réu é de quase dois anos (581 dias, para ser exato). Moro leva poucos meses para proferir suas decisões; no Supremo, a média de uma tramitação penal é de quase 4 anos (1.377 dias). 

Historicamente, são raras as condenações em nossa mais alta Corte ― a exceção mais notória foi a Ação Penal 470, conhecida como processo do Mensalão, que resultou na condenação de 24 mensaleiros a penas que, somadas, chegaram a 243 anos de prisão. Boa parte desse resultado, vale frisar, se deveu ao empenho pessoal do então ministro Joaquim Barbosa, que determinou que juízes de 47 varas federais em 19 estados ouvissem mais de 600 testemunhas, e ainda assim o processo levou mais de 7 anos para ser concluído (os números foram levantados pela reportagem da revista Veja, que publicou extensa matéria a respeito, na edição desta semana).

De acordo com o ex-ministro Carlos Ayres Britto, “são onze pares de olhos sobre os fatos, onze experiências, onze vocações; a vontade colegiada se forma com dificuldade, e o resultado disso é a demora” ― demora essa que anda de mãos dadas com a impunidade. E, com efeito: segundo o relator da Lava-Jato no STF, ministro Edson Fachin, neste ano serão julgados apenas os processos contra a senadora Gleisi Hoffmann, atual presidente do PT, e Nelson Meurer, ex-líder do PP.

Fachin luta para evitar que o plenário da Corte reverta a decisão que autorizou a execução da pena de prisão depois da confirmação da sentença pela segunda instância ― do contrário, a perspectiva de prisão sumirá do horizonte de corruptos consagrados. Para o ministro, é preciso “firmeza, celeridade e um olhar voltado para a linha do tempo”. Falta agora colocar o discurso em prática.

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terça-feira, 18 de agosto de 2015

SISTEMA LENTO, DESLIGAMENTO DEMORADO.... (conclusão)

SEM ABUSO, O PODER PERDE O ENCANTO.

Dando sequência ao tema abordado nas duas postagens anteriores, veremos a seguir alguns truques para agilizar o desligamento do computador. Claro que usuários mais apressados podem preferir simplesmente puxar o cabo de energia da tomada ou desligar o estabilizador de tensão, mas isso não é recomendável.

Ainda que os HDDs atuais não sejam tão susceptíveis a interrupções abruptas no fornecimento de energia quanto os modelos mais antigos, desligar o computador pelo caminho convencional permite que o Windows faça o logoff do usuário, encerre adequadamente os programas, processos e serviços, salve as alterações/reconfigurações realizadas durante a sessão, e assim por diante. Para tanto, como qualquer usuário iniciante já sabe, o caminho é acessar o Menu Iniciar e clicar na opção Desligar, embora o mesmo resultado possa ser obtido em qualquer PC fabricado nesta década mediante um simples toque no botão liga/desliga (Power), desde que essa configuração não tenha sido alterada ─ para conferir, abra o Painel de Controle, clique em Opções de Energia > Escolher a função dos botões de energia (no caso dos notebooks, é possível também escolher a ação a ser adotada quando do fechamento da tampa).

Observação: Se o encerramento travar, mantenha o botão liga/desliga pressionado por cerca de 5 segundos para desligar o computador "na marra", mas só o faça em caso de real necessidade, já que, no mínimo, você perderá as alterações que não tiverem sido salvas.

Para acelerar o desligamento do PC (nas experiências que fiz, o tempo de encerramento caiu pela metade), uma das maneiras consiste em criar um atalho na área de trabalho com um comando que :

1. Dê um clique direito num ponto vazio da sua área de trabalho e selecione Novo > Atalho.
2. Digite "%windir%\system32\shutdown.exe -s –t 0" (sem aspas) na caixa sob "Digite o local do item" e clique em Avançar.
3. Nomeie o atalho como DESLIGAR ou SHUTDOWN, por exemplo ─ ou deixe a opção padrão, tanto faz ─ e clique em Concluir.
4. Salve seu trabalho, feche os aplicativos, dê duplo clique sobre o ícone recém-criado e veja como o encerramento do computador se dá mais rapidamente do que de costume.

Antes de concluir, veremos ainda outra maneira de apressar o encerramento do sistema, que requer a edição manual do Registro do Windows e, portanto, exige a criação de um ponto de restauração do sistema e de um backup do registro.

Observação: Para quem não sabe (ou não se lembra), o Registro é um banco de dados dinâmico que o Windows consulta a cada inicialização, modifica no decorrer da sessão e salva ao final, com as respectivas alterações. No Seven, ele é composto por 5 chaves principais e milhares de subchaves, seções e entradas de valor organizadas hierarquicamente. Sua edição manual permite promover profundas alterações no sistema, mas qualquer deslize pode comprometer a estabilidade do computador, é imprescindível adotar as precauções retrocitadas ─ afinal, seguro morreu de velho.

Tomadas tais providências, faça o seguinte:

1. Digite "regedit" (sem aspas) na caixa de pesquisas do Menu Iniciar, dê um clique direito sobre o item regedit.exe, selecione Executar como administrador e autorize a execução do programa;
2. Pela coluna à direita da janela do Editor do Registro, navegue até a chave HKEY_LOCAL_MACHINE\SYSTEM\CurrentControlSet\Control;
3. No painel da direita, localize e dê duplo clique na chave WaitToKillServiceTimeout e altere o valor padrão para 2000 (que corresponde ao tempo, em milissegundos, que o Windows passará a esperar para forçar o encerramento de um serviço) e confirme em OK.
4. Navegue agora até a chave HKEY_CURRENT_USER/Control Panel/Desktop, localize a chave com o mesmo nome da anterior e repita o procedimento anterior. Se a chave não existir, você pode criá-la dando um clique direito num ponto vazio do painel, selecionando a opção Novo > Valor da Cadeia de Caracteres e, na caixa Nome do valor, digite WaitToKillServiceTimeout;
5. No mesmo painel, localize a chave HungAppTimeout (se ela não existir, basta seguir as instruções do item anterior), dê duplo clique sobre ela e, como nos passos anteriores, mude o valor para 2000 e clique em OK para confirmar;

Observação: Para evitar que, durante o encerramento, o sistema pergunte se você deseja desativar um aplicativo travado, mude o valor de AutoEndTasks para 1.

No XP, o valor-padrão das chaves que eu sugeri configurar como 2000 é 20000, e no Seven, 14000 (ou 20 e 14 segundos, respectivamente). Eu convivi confortavelmente com 1000 milissegundos no XP e 2000 milissegundos no Seven, mas cada caso é um caso (sem mencionar que algumas ferramentas de manutenção podem desfazer as modificações e reimplementar os valores-padrão). Embora seja possível, não é recomendável reduzir esses valores para zero, ou o encerramento ocorrerá antes que o sistema e os aplicativos tenham tempo de salvar devidamente as alterações.

Era isso, pessoal. Abraços e até a próxima.