OS POBRES NÃO
FORAM FEITOS PARA A POLÍTICA, MAS PARA SUSTENTAR OS POLÍTICOS.
Por ser o
serviço mais popular na internet, o Correio
Eletrônico tem um valor inestimável para a bandidagem cibernética, até
porque, para a felicidade dos spammers
e scammers, todo internauta que se
preza tem pelo menos duas contas de email.
Aliás, falando em spam ― nome
que se dá às incomodativas mensagens não solicitadas, enviadas em massa e geralmente
de cunho publicitário ― uma estimativa divulgada pelo portal de tecnologia Tecmundo em 2013 dá conta de que quase 150 bilhões de emails são trocados
diariamente entre os 2,2 bilhões de usuários do Correio Eletrônico, e que mais da metade deles é puro junk mail.
Houve tempo
em que o pouco espaço disponibilizado pelos serviços de webmail a seus usuários
fazia com que o acúmulo de spam
entupisse as caixas de entrada e impedisse o recebimento de mensagens
importantes, mas isso começou a mudar a partir de 2004, quando o Google
criou o Gmail, que concedia inicialmente 1 GB de espaço gratuito. Hoje em dia, o maior aborrecimento
provocado pelo spam é a inevitável
trabalheira de separar o joio do trigo e se livrar da lixaria, a não ser,
naturalmente, quando a mensagem tem propósitos fraudulentos ― modalidade de
ataque conhecido como phishing scam.
Via de
regra, não existe risco em abrir um email de phishing, já que a maracutaia costuma estar no anexo ou em um link clicável
que o cibervigarista introduz no corpo de texto da mensagem. E como ninguém é
trouxa a ponto de acessar um anexo identificado como “vírus.exe” ou clicar num
link que passe claramente a impressão de remeter a um site do qual o internauta
sairá com uma coleção de pragas digitais na lomba, os vigaristas da era digital
se valem da engenharia social para explorar a
inexperiência, boa-fé, ou mesmo a ganância das vítimas.
Então, a
regra é clara: Ainda que boas ferramentas de segurança sejam capazes de
interceptar mensagens infectadas no instante em que elas são baixadas para o
computador pelo cliente de email, jamais abra um anexo sem antes fiscalizá-lo com seu antivírus e, em caso de
dúvida, obter uma segunda opinião com o serviço online gratuito VirusTotal,
que realiza a varredura com 45 ferramentas de diferentes empresas de segurança.
Emails podem
transportar praticamente qualquer tipo de arquivo digital, e ainda que o risco
seja maior com os executáveis, vídeos,
fotos e até mesmo documentos de texto (.pdf,
.docx, etc.) demandam cautela. Tenha
em mente que tanto o remetente da mensagem quanto o nome do arquivo e a extensão
que ele exibe podem ser mascarados facilmente, e como o Windows oculta as extensões mais comuns, um hipotético arquivo Foto1.jpg pode muito bem ser Foto1.jpg.exe ― ou seja, um executável disfarçado (note que
extensões como .cmd, .bat, .scr,
.vbs, .ws, .doc, .xls e .ppt também oferecem
riscos e, portanto, exigem cuidados redobrados).
No léxico da
informática, arquivo (ou ficheiro,
como se diz em Portugal) designa um conjunto de informações representado por um
ícone e identificado por um nome, um ponto (.) e uma extensão formada
geralmente por três ou quatro caracteres alfanuméricos. De modo geral, podemos
rebatizar a maioria dos arquivos como bem entendermos, mas o mesmo não se
aplica à extensão, pois é com base nela que o sistema “sabe” quais aplicativos
utilizar para manipular os ditos cujos. Já os arquivos de extensão “.exe” são conhecidos como executáveis, pois costumam ser
utilizados na instalação ou execução de softwares, bem como para juntar
pequenos scripts ou macros em um só pacote, de modo que podem facilmente
disparar a instalação de um vírus, spyware, trojan ou outro malware
qualquer.
Observação: Para forçar o Windows a exibir a extensão no nome dos arquivos, abra
uma pasta qualquer, clique no menu Arquivo
> Opções, localize o item Ocultar extensões dos tipos de arquivos
conhecidos e desmarque a caixa de verificação respectiva.
Continuamos
na próxima, pessoal. Até lá.
Juridicamente, os pedidos de inquérito do Procurador Geral precisam ser acatados para que se dê início a investigações que eventualmente resultarão em denúncias que, se aceitas pela Justiça, levarão a julgamentos e possíveis condenações. Politicamente, todavia, eles produzem o efeito devastador de uma sentença, emprestando ao PGR o “poder” de afastar ministros ― quem for denunciado, disse Michel Temer, será suspenso do cargo; se virar réu, será exonerado.
Ah, e não deixem de assistir a este vídeo; é imperdível: https://youtu.be/0XpTJDOLg0E
OPERAÇÃO LAVA-JATO
COMPLETA TRÊS ANOS
A maior operação contra a corrupção no Brasil completa três anos nesta
sexta-feira, 17, com fôlego para impactar não somente o futuro político do
país, mas também de alguns vizinhos na América Latina. Deflagrada para investigar a atividade de doleiros que
usavam uma rede de postos de combustível para lavar o dinheiro proveniente do
propinoduto que ficaria conhecido como Escândalo
do Petrolão ― daí o nome Lava-Jato
― a operação estendeu seus tentáculos para muito além da Petrobras. Em apenas 3
anos de atividade, gerou 730 mandados de busca e apreensão, 101 de prisão
temporária, 91 de preventiva e 202 de condução coercitiva. Até o fim de
fevereiro, contabilizavam-se 125 condenações, totalizando 1.317 anos e 21 dias
de pena por crimes envolvendo pagamento de propina de R$ 6,4 bilhões (e
contando...), além de 131 pedidos de cooperação internacional, o que expôs
mundialmente o monumental esquema de corrupção praticado por empreiteiras,
doleiros e partidos políticos no Brasil.
A “Lista de Janot”
― fruto da “Delação do Fim do Mundo”
resultante do acordo de leniência da Odebrecht
com as delações individuais de 88 ex-funcionários do alto escalão da
empreiteira ― elenca 83 políticos com prerrogativa de foro e outros 211 cujos
processos ficarão a cargo de juízos de primeira instância, onde a tramitação é muito
mais rápida do que no Supremo.
Observação: Desde o dia 6 de março de 2015, quando PGR
instaurou os primeiros inquéritos para investigar políticos na Lava-Jato, STF
abriu apenas cinco ações penais decorrentes das apurações. Naquele dia, 28
inquéritos foram abertos para investigar 55 políticos supostamente envolvidos
no Petrolão, e de lá para cá mais 9 procedimentos de apuração foram abertos e
seis, arquivados. No entanto, apenas seis foram analisadas pelo Supremo. Uma
delas, contra o deputado federal Aníbal Gomes, não foi aceita. Em outras cinco,
o Supremo recebeu as acusações contra Gomes,
o deputado federal Nelson Meurer, a
senadora Gleisi Hoffmann e os
ex-deputados Eduardo Cunha e Solange Almeida. Mas isso significa que
eles se tornaram réus e serão julgados. Como têm foro privilegiado, Gleisi, Meurer e Aníbal Gomes terão as sentenças assinadas no
Supremo (os dois processos contra Eduardo
Cunha, um deles em companhia de Solange,
estão com o juiz Moro). A propósito:
enquanto o STF abriu apenas cinco ações penais e não concluiu nenhuma delas, Moro finalizou 25 processos, com 123
condenados e 36 absolvidos.
Além do onipresente ex-presidente Lula,
figuram
na Lista de Janot sua pupila e sucessora, os ex-ministros de
ambos Antonio Palocci e Guido Mantega, ícones tucanos como Aécio Neves e José Serra,
os ministros Eliseu Padilha, Moreira Franco, Aloysio Nunes e Gilberto Kassab,
os presidentes da Câmara Federal e do Senado, o ex-presidente da República
Fernando Collor, os senadores peemedebistas Edison Lobão, Renan Calheiros, Romero
Jucá, e por aí segue a vergonhosa procissão. A expectativa é que o
relator da Lava-Jato no Supremo, ministro Edison
Fachin, decida já nos próximos dias quais inquéritos serão autorizados e
terão o sigilo será removido.
Diante
do avanço das investigações e do aumento do número de prisões de políticos do
quilate de Eduardo Cunha e Sergio Cabral, e de empresários como Marcelo Odebrecht e Eike Batista, os rufiões da Pátria e proxenetas do Congresso concluíram que, agora, o que está em jogo
não é apenas o mandato, mas a liberdade, e passaram a urdir tramoias mirabolantes para conter os avanços da Lava-Jato, intimidar delegados, procuradores e juízes
e salvar a própria pele mediante uma espúria anistia ao caixa 2 de campanha, mas
uma enxurrada de protestos nas redes sociais fez com que esses merdas recuassem.
Rodrigo Maia e Eunício Oliveira, presidentes da Câmara e do Senado,
respectivamente, e lembrados por vários delatores da Odebrecht, posicionaram-se contrários às maracutaias tramadas à
sorrelfa por seus pares, e Temer aproveitou
o episódio para granjear alguma popularidade, afirmando que usará sua poderosa
caneta saneadora se algo do gênero for aprovado pelo Legislativo ― promessa que
tem reforçado a cada oportunidade que se lhe apresenta.
Juridicamente, os pedidos de inquérito do Procurador Geral precisam ser acatados para que se dê início a investigações que eventualmente resultarão em denúncias que, se aceitas pela Justiça, levarão a julgamentos e possíveis condenações. Politicamente, todavia, eles produzem o efeito devastador de uma sentença, emprestando ao PGR o “poder” de afastar ministros ― quem for denunciado, disse Michel Temer, será suspenso do cargo; se virar réu, será exonerado.
Fato é que a Lava-Jato chegou até onde chegou e produziu
efeitos devastadores sobre os corruptos porque tem amplo apoio da população. Em
um artigo, o juiz Moro escreveu
[referindo-se à Operação Mãos Limpas]:
“Na Itália, o constante fluxo de
revelações manteve o interesse público elevado e os líderes partidários na
defensiva, mas cerca de 40% dos crimes acabaram sem julgamento de mérito, e a falta
de um desfecho minou o apoio popular”. Para bom entendedor...
Ah, e não deixem de assistir a este vídeo; é imperdível: https://youtu.be/0XpTJDOLg0E
E como hoje é sexta-feira:
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