A PESSOA NÃO PRECISA TER MUITA COISA. VERGONHA NA CARA JÁ É SUFICIENTE.
O Carnaval é aquela época mágica do ano em que a euforia toma conta das ruas, os blocos arrastam multidões e todo mundo esquece momentaneamente que a realidade existe. Mas, como em toda festa épica, em algum momento a música para, o glitter tem de ser removido (ou pelo menos escondido) e a ressaca entra sem pedir licença.
O nome provém da expressão latina carnis levale — o jejum da carne e de outros prazeres mundanos que a Igreja Católica proíbe durante a Quaresma. Embora o Brasil seja conhecido como "país do Carnaval, a festa pagã foi trazida da Europa. O entrudo veio com os colonizadores;
na sequência, vieram os cordões, ranchos, bailes de salão, corsos, afoxés, frevos e maracatus.
O grande fluxo de pessoas e a aglomeração em espaços públicos aumentam consideravelmente os casos de furtos e roubos de celulares. Para minimizar esses riscos, utilize pochetes ou bolsas de uso corporal, capinhas com mecanismos de fixação, como fitas integradas às vestimentas, que dificultam a remoção do aparelho, e evite manusear o telefone em áreas muito expostas. Vale também desativar temporariamente a função de pagamentos por aproximação sem senha ou autenticação biométrica, evitando transações indevidas em caso de perda ou roubo.
Para evitar golpes como a clonagem do WhatsApp e acessos indevidos a contas bancárias, que se tornam-se mais frequentes durante essa época, ative a verificação em duas etapas nos aplicativos, use senhas fortes e mantenha os softwares sempre atualizados. Caso o celular seja furtado ou perdido, agir rapidamente pode minimizar os danos. Aplicativos como “Encontrar Meu Dispositivo” e “Buscar” permitem bloquear o aparelho ou apagar dados remotamente, mas é fundamental entrar em contato com a operadora para bloquear o chip imediatamente, impedindo que criminosos recebam códigos de verificação.
O ideal seria deixar o celular em casa, mas levar para a folia um segundo aparelho que não tenha acesso a aplicativos bancários nem armazene dados sensíveis é uma alternativa interessante. Habilitar funções que permitem rastrear e bloquear o celular mesmo desligado e utilizar o eSIM, que impede a remoção do chip físico, também são estratégias eficazes. Vale ainda configurar o aparelho para exigir senha ou autenticação antes de ser desligado, dificultando o uso indevido após o roubo.
Dor de cabeça, tontura, fadiga e náuseas e outros desconfortos na manhã seguinte ao pifão não são consequências do camarão da empadinha, mas de baldes de caipirinha e/ou dúzias de latinhas de cerveja. Isso se chama ressaca e é tão inevitável quanto a morte e os impostos. Ela tende a se manifestar de seis a oito horas após o pifão, e o tempo que leva para passar varia de pessoa para pessoa e da quantidade de álcool ingerida.
A única forma de evitar a ressaca é a abstinência, mas, na prática, essa preciosa recomendação não ajuda muita gente. Para piorar, não existe fórmula mágica capaz de curá-la, embora uma boa noite de sono e muita água, água de coco, isotônicos, sucos, frutas, proteínas leves e carboidratos ajudem na recuperação. Caldos e sopas estão liberados, desde que com pouco sal. Dietas líquidas ajudam a hidratar, mas não irão curar a ressaca num passe de mágica. Jejuns prolongados, horas na sauna ou corridas sob um sol senegalês também não resolvem, até porque a pessoa está desidratada, e isso só contribuirá para desidratá-la ainda mais.
Observação: Atribui-se a ressaca ao aumento da concentração de substâncias inflamatórias e dos hormônios que regulam o sono, à alteração das taxas de glicose no sangue e até mesmo à consequência dos “aditivos” embutidos nas bebidas alcoólicas, mas não se sabe por que os sintomas surgem após a eliminação do álcool pelo organismo. Seja como for, o troço é um porre!
Bebidas compostas por água e álcool (como vodca ou gim) castigam menos que uísque ou vinho, mas é importante atentar para a qualidade (vodcas como Popov e Príncipe Igor, nem na caipirinha). Mas vale lembrar que o álcool da cerveja é o mesmo do uísque, do vinho, da vodca, do gim, do conhaque e das demais bebidas; o que muda é apenas a concentração. Ainda assim, não misturar bebidas destiladas com fermentadas nem beber com o estômago vazio — e tampouco comer como um porco na ceva antes de encher o caneco — pode amenizar o "day after".
A não ser em casos de coma alcoólica (quando se deve procurar um pronto-socorro), deixar o organismo processar naturalmente e não ingerir comidas ácidas, gordurosas ou de difícil digestão minimizam o desconforto. Já o famoso "tomar mais uma para rebater" pode até funcionar momentaneamente, mas o nível de álcool no organismo terá de baixar mais cedo ou mais tarde.
Observação: O Bloody Mary — que leva vodca, suco de tomate, pimenta (do reino e tabasco), suco de limão, gelo e uma pitada de sal — é infalível na cura da ressaca, ou pelo menos é o que diziam Frank Sinatra, Judy Garland, Humphrey Bogart, Sammy Davis Jr., Jerry Lewis, Dean Martin, Elizabeth Taylor e outros fãs de carteirinha dessa beberagem.
Refrigerantes normais são preferíveis aos dietéticos, já que o açúcar (glicose) ajuda metabolizar o excesso de álcool. Cerveja, vinho e outras bebidas alcoólicas até aplacam a sede carrasca, mas não reidratam o organismo (antes pelo contrário). Como o álcool precisa de carboidratos para ser processado (tanto é assim que alcoólica é tratada com injeção de glicose na veia), evitar massas e assemelhados para "compensar" as calorias da bebida pode não ser uma boa ideia.
A cafeína atua no sistema nervoso central, bloqueando os receptores de adenosina, de modo que o café ajuda a atenuar os sintomas da ressaca. Já os analgésicos não atuam na causa do problema, embora possam aliviar a dor de cabeça. Mas convém medicamentos à base de acetaminofeno (também conhecido como "paracetamol"), pois, combinado com o álcool, esse componente castiga ainda mais o fígado já combalido pelo excesso de bebida.
Torradas com mel ou geleia no café da manhã, uma sopa ou salada de legumes cozidos no almoço, muito líquido e uma boa dose de paciência devem deixar a Quarta-feira de Cinzas — dia de penitência e reflexão para os carolas e a antessala do inferno para os foliões que abusaram da canjebrina — mais suportável, já que o meio-expediente passa em ritmo de bateria de escola de samba tocando a marcha-fúnebre.
As inevitáveis aglomerações e o hábito dos sem-noção de falar ao celular ou tirar selfies sem precaução favorecem os furtos e roubos de aparelhos, mas convém ter em mente que dinheiro, relógios, pulseiras, correntinhas e até tênis de grife também chamam a atenção dos amigos do alheio. E mais: expor-se ao sol escaldante sem proteção causa danos à pele, e o excesso de luz pode "queimar" as córneas, acelerar o surgimento cataratas e a perda da visão — portanto, além de besuntar o corpo com um protetor solar de boa qualidade e FPS adequado, deve-se usar óculos escuros de marcas conceituadas.
Se você sobreviver a mais este Carnaval, lembre-se do que leu aqui no próximo, ou no Réveillon, ou sempre se que sentir aquela vontade irresistível de enfiar o pé na jaca.