sábado, 4 de maio de 2024

LULA LÁ (MENTÁVEL)

 
Armado pelas centrais sindicais no Dia do Trabalhador, o circo mambembe que teve Lula como principal estrela e cabaretier foi um fiasco de público: segundo o grupo de pesquisa "Monitor do Debate Político", pouco mais de 1.600 pessoas se deslocaram até o estádio do Corinthians (no bairro paulistano de Itaquera). As cheias gaúchas lhe ofereciam um álibi para antecipar sua viagem ao Rio Grande do Sul, mas o protagonista preferiu encarar o vexame e promover a candidatura de seu apadrinhado político à prefeitura de Sampa.

 

"Eu vou fazer um apelo: cada pessoa que votou no Lula, em 1989, em 1994, em 1998, em 2006, em 2010 e em 2022, tem que votar no Boulos para prefeito de São Paulo —, exortou o xamã petista, como se a legislação eleitoral não proibisse pedidos explícitos de votos antes de 16 de agosto (quando termina o prazo para o registro formal das candidaturas). Na última quinta-feira, atendendo a um pedido do Partido Novo, a Justiça Eleitoral deu prazo de 24 horas para o boquirroto excluir o vídeo do ato de seu canal no Youtube


No mesmo dia, o MDB entrou com uma ação conta Lula e Boulos por propaganda eleitoral antecipada. Ricardo Nunes, que postula a reeleição, exaltou o óbvio dizendo que o petista parece estar no palanque de 2022 com a cabeça em 2026. O ministro Paulo Pimenta, da Secom, negou o cometimento de crime eleitoral, escorando-se no velho e batido ramerrão da "liberdade de expressão". Mas não explicou por que o Planalto apagou o vídeo das redes oficiais do governo federal.

 

Ao erguer o braço de Boulos e pedir votos para ele, Lula violou conscientemente a Lei das Eleições. E o fez porque sabe que é falsa a máxima segundo a qual o crime não compensa: na seara eleitoral, quando compensa, o crime passa a se chamar "esperteza". O que torna o crime compensatório é a pena imposta ao infrator: multas de R$ 5 mil a R$ 25 mil. Coisa risível.

 

A hipocrisia eleitoral é velha conhecida de Lula. Em 2010, quando percorria o país com Dilma a tiracolo, o então presidente fez troça da Justiça Eleitoral num comício travestido de atividade governamental. A alturas tantas do discurso com que brindou uma claque atraída pela entrega de chaves de apartamentos populares no município de Osasco (SP), o mandatário escarneceu de uma multa que o TSE lhe havia imposto na semana anterior: "Não adianta vocês gritarem nome porque eu já fui multado pela Justiça Eleitoral, R$ 5 mil, porque eles disseram que eu falei o nome de uma pessoa. Pra mim não tem nome aqui", trombeteou. E a multidão: "Dilma, Dilma, Dilma..." Entre risos, o criador de postes emendou: "Se eu for multado, vou trazer a conta pra vocês. Quem é que vai pagar a minha multa? Levanta a mão aí".

 

Naquela época, o hoje ministro da Justiça Ricardo Lewandowski presidia o TSE. Instado a comentar a ineficácia das penas, apontou para o Legislativo: "Aplicamos rigorosamente as multas previstas na Lei Eleitoral. Não cabe nos pronunciarmos sobre a eficácia das multas, se poderia ser maior ou menor. Foi o Congresso que fixou os valores".

 

Tudo sobe no Brasil, exceto as multas por infrações eleitorais. E o congelamento tem propósitos explícitos: o lucro político obtido com a exposição prematura dos candidatos é sempre maior do que o prejuízo financeiro — que, de resto, não afeta o bolso dos infratores, mas as arcas partidárias, nutridas com o suado dinheiro dos "contribuintes". 

 

Estimulado pelo valor anedótico da hipotética punição, Lula sentiu-se à vontade para ignorar novamente a lei. Criou-se no Planalto um clima de caça aos culpados pelo fiasco do 1º de Maio. O presidente inaugurou as buscas quando ainda estava sobre o palanque do ato que deveria ter sido a celebração do Dia do Trabalhador. "Não pense que vai ficar assim", vociferou para o ministro palaciano Márcio Macêdo, responsável pela interlocução do governo com os movimentos sociais.

 

No dia seguinte, foram à alça de mira o ministro Luiz Marinho (Trabalho), que não zelou para que as centrais sindicais providenciassem o público, e Alexandre Padilha (Coordenação Política), que não mobilizou adequadamente a bancada petista e seus satélites. Sobrou tiro até para Marco Aurélio Ribeiro, responsável por organizar a agenda do presidente, que se absteve de farejar o fracasso.

 

Se o nome do problema fosse Macêdo, Marinho, Padilha ou Marcola a solução seria simples. Bastariam alguns golpes de esferográfica e o envio das exonerações ao Diário Oficial. A questão é que o responsável pela desconexão do Planalto com a realidade é o dono da caneta. O mundo do trabalho foi virado do avesso, o imposto sindical acabou a militância petista envelheceu, e a direita se bolsonarizou. Quase tudo mudou, exceto Lula.

 

A caça aos culpados seria interrompida se Lula concedesse uma audiência ao espelho, onde a imagem refletida, de uma franqueza inescapável, revela, sem atenuantes, todas as ofensas do tempo — rugas, cabelos ralos e flacidez política. Numa conversa franca, o espelho lhe diria que ele já não é o mesmo.

sexta-feira, 3 de maio de 2024

QUEM VIVER VERÁ

A ÚNICA MANEIRA DE SEGUIR EM FRENTE É SEGUINDO EM FRENTE.

A conversa entre "dois seres humanos" que Lula manteve com Arthur Lira foi insuficiente para normalizar as relações do Planalto com o Congresso. Para piorar, nem bem desobstruiu sua relações com o imperador da Câmara, o petista foi intimado pelas circunstâncias a se reunir com o presidente no Senado. 

Em agosto de 2011, ignorando a máxima segundo a qual nada é mais permanente do que um programa temporário do Estado, Dilma concedeu um alívio tributário a empresas em troca da promessa de manutenção de empregos, que duraria até dezembro de 2012, mas ganhou a perenidade de um fantasma e continua favorecendo empresas de 17 setores da economia. 

Na semana passada, Pacheco insinuou que o governo deveria reduzir gastos em vez de recorrer ao STF contra o benefício tributário que o Congresso renovou até 2027. Haddad cobrou responsabilidade fiscal do Legislativo. Pacheco disse que o ministro foi "injusto", e  que o zelo com as contas nacionais não inclui uma adesão à agenda do Poder Executivo. 

Dilma reconheceu que a desoneração tributária foi um erro. Ironicamente, o mesmo Congresso que a defenestrou sob a alegação de que praticara ciclismo fiscal pega em lanças por uma assombração tributária que sobreviveu ao impeachment e a todos os governos que vieram depois dele.


O termo Q-Day remete ao dia em que um computador quântico se tornará capaz de quebrar as chaves criptográficas que governos e empresas vêm utilizando há décadas para proteger informações sensíveis. Quando (e se) isso acontecer, a segurança dos sistemas financeiro, de tráfego aéreo, usinas nucleares e rede elétrica, entre outros, poderá ser quebrada em poucos minutos. 

A ameaça não se limita apenas a futuras violações. Dados criptografados coletados agora e nos próximos anos poderão ser desbloqueados após o Q-Day, e autoridades de inteligência dos EUA afirmam que a China e a Rússia vêm armazenando esses dados na esperança de decodificá-los no futuro. Joe Biden sancionou a Lei de Preparação para a Segurança Cibernética da Computação Quântica, mas os novos protocolos de criptografia levarão mais de uma década para substituir os atuais, e isso pode ser tempo demais para evitar uma catástrofe.

Os computadores convencionais mais poderosos, capazes de fazer 1 trilhão de tentativas por segundo, levariam trilhões de anos para quebrar chaves de 256 bits — daí esse protocolo ser considerado seguro e ser largamente utilizado em sistemas criptográficos modernos, como o AES. Mas o detalhe (e o diabo mora nos detalhes) é que a segurança da criptografia não se baseia somente na quantidade de bits da chave, mas também no algoritmo utilizado.
 
Apesar de estarmos habituados com a base decimal, podemos escrever qualquer número inteiro usando a base binária, na qual o computador "enxerga" uma sequência de dígitos e multiplica cada potência de 2 (da esquerda para direita) por 0 ou 1 para chegar ao resultado. A sequência "10", por exemplo, tem dois bits e equivale a 0x20 + 1x21; a sequência "111" tem três bits e equivale a 1x20 + 1x21 + 1x22, e assim por diante. Já os qubits (bits quânticos) podem assumir os valores 0, 1 ou 0 e 1 ao mesmo tempo, o que aumenta astronomicamente a velocidade de processamento dos computadores quânticos, que executam em poucos minutos tarefas que os supercomputadores atuais levariam milhares de anos para concluir.

A Atom Computing criou o primeiro computador quântico capaz de alcançar a marca dos 1180 qubits, deixando no chinelo os 433 qubits do Osprey, da IBM. Mas s IBM e o Google vêm criando modelos cada vez mais poderosos, e tudo indica que um avanço significativo poderá ser alcançado ainda nesta década. Todavia, mesmo que o avanço seja notável, o novo recordista ainda não é capaz de executar operações usando todos os qubits ao mesmo tempo.
 
Na década passada, anteviram-se a possibilidade de um salto substancial na computação quântica e os riscos que isso representa para a segurança, que, até então, vinham sendo solenemente ignorados. O senso de urgência foi intensificado pela consciência de quão difícil e demorada seria a implementação de novos padrões. A julgar por migrações passadas, estima-se que, mesmo depois de se estabelecer uma nova geração de algoritmos, a implementação pode levar mais 10 ou 15 anos. 
De acordo com NIST, o governo americano estabeleceu uma meta geral de migrar o máximo possível para algoritmos resistentes ao quantum até 2035 — projeto que muitos pesquisadores reconhecem ser ambicioso.
 
Apesar dos sérios desafios da transição para esses novos algoritmos, os EUA se beneficiaram da experiência de migrações anteriores, como a que foi feita para solucionar o chamado bug do milênio e as mudanças anteriores para novos padrões de criptografia. O tamanho alcançado por gigantes como Amazon, Apple, Google e Microsoft, que controlam grandes faixas de tráfego da internet, sugere que alguns poucos participantes poderiam realizar grande parte da transição com relativa agilidade, mas os estrategistas alertam que a maneira como um adversário pode se comportar depois de obter um grande avanço torna a ameaça diferente de qualquer outra que a comunidade de defesa já enfrentou. 

Quem viver verá.

quinta-feira, 2 de maio de 2024

ESQUECEU A SENHA DO WI-FI?

SEGURO MORREU DE VELHO.

O mesmo sinal de Wi-Fi que "some" em alguns pontos da casa chega firme e forte às casas vizinhas, de modo que proteger a rede é fundamental. O problema é que a gente não memoriza senhas que usa uma vez na vida e outra na morte, e um hora precisa conceder acesso a um novo dispositivo (quando trocamos de celular, por exemplo). A boa notícia é que podemos usar um dispositivo já conectado para descobrir a senha de forma simples e rápida (continua depois da política).

Ao acionar a Polícia Legislativa contra o youtuber Felipe Neto por ter se referido a ele "excrementíssimo", Arthur Lira deu sobrevida eterna a uma expressão que não duraria mais de quinze minutos. Buscar na Justiça a reparação por uma ofensa é direito do ofendido, mas descer à planície para processar alguém que o chamou de "excrementíssimo" é uma falta de percepção política que não orna com alguém que chegou à presidência da Câmara. 


No Windows 11, abra o Painel de Controle, acesse o menu Rede e Internet, clique em Central de Rede e Compartilhamento, depois em Alterar as configurações do adaptador e selecione a rede Wi-Fi cuja senha você deseja saber. Feito isso, acesse as Propriedades da Conexão Sem Fio, mude para aba Segurança e, no campo Chave de segurança de rede, marque a caixa Mostrar caracteres para visualizar a senha.
 
No Windows 10, acesse as configurações pelo menu Iniciar, selecione a opção Rede e Internet, clique em Central de Rede e Compartilhamento e na conexão de rede ativa. Na janela de status da conexão de rede, clique em Propriedades da Conexão Sem Fio e, em Segurança, marque a opção Mostrar caracteres. 

 

No macOS, acesse o Launchpad, pesquise por Acesso às Chaves e clique sobre o resultado. Usando o menu lateral à esquerda, acesse Sistemas e, em Chaves do Sistema, busque o nome da rede Wi-Fi a que o dispositivo está conectado, dê duplo clique sobre ela e, na aba Atributos, marque a caixa Mostrar senha. Use sua senha de administrador do sistema para autorizar o procedimento e clique em OK. A senha da rede vai aparecer na caixa de texto logo em seguida.
 
No Android, abra o menu Configurações do aparelho, vá em Rede e Internet, toque em Internet, selecione a rede Wi-Fi à qual o aparelho está conectado e toque em Compartilhar, que fica abaixo do nome da rede — também nesse caso o procedimento precisa ser autenticado com senha, PIN, impressão digital ou escaneamento facial, conforme o método de segurança utilizado para desbloquear o celular. A senha ficará disponível abaixo do QR Code gerado na tela, mas também é possível escanear código com a câmera de outro aparelho para se conectar automaticamente.

 

No iPhone, acesse Ajustes, selecione Wi-Fi, toque no ícone de "i" ao lado da rede Wi-Fi a que está conectado, toque em Senha, faça a autenticação de segurança e a senha será exibida na tela. 

quarta-feira, 1 de maio de 2024

CELULAR LENTO OU TRAVANDO — COMO RESOLVER

QUEM CONSEGUE FINGIR SINCERIDADE É CAPAZ DE FINGIR QUASE TUDO.

Lula avalia que a reformulação do sistema de cobrança de impostos pode render dividendos ainda na eleição municipal de outubro, e encanta-se especialmente com o "cashback" que garantirá a famílias de baixa renda a devolução de 50% dos impostos na conta de luz e água e de 100% na compra do botijão de gás. Nelson Rodrigues costumava dizer que a superioridade dos economistas sobre o resto dos mortais é que eles falam o que ninguém entende. Lula está menos interessado na teoria econômica do que nos seus reflexos eleitorais. Para ele, o eleitor tende a enxergar como besteira prejudicial tudo o que não lhe chega como um benefício óbvio.


Deus até pode ter criado o homem a sua imagem e semelhança, mas certamente não incluiu “perfeição” na receita. Além de mortais, somos falíveis, daí nossas criações também o serem — carros enguiçam, eletrodomésticos pifam, móveis se deterioram, e assim por diante.
 
Mesmo sendo considerado a "máquina" mais perfeita já inventada, o corpo humano depende
 de manutenções preventivo-corretivas para funcionar adequadamente. Guardadas as devidas proporções, o mesmo se dá com dispositivos mecânicos, eletrônicos, eletromecânicos, computacionais, e por aí afora.  
 
Ao contrário do que afirmam os "sabichões" de plantão, computadores precisam ser desligados de tempos em tempos (mais informações nesta postagem), e isso vale igualmente para o telefone móvel de longo alcance que Steve Jobs transformou, em 2007, com o lançamento do iPhone, em microcomputador pessoal ultraportátil. 
 
Reiniciar (ou desligar e tornar a ligar alguns segundos depois) um dispositivo que está lento ou travando é quase uma "regra universal" da tecnologia, pois faz com que a energia dos capacitores seja descarregada, a memória volátil, esvaziada, e os processos responsáveis pela lentidão, encerrados (veja mais detalhes no post do último dia 29).

Observação: Os smartphones podem permanecer ligados ininterruptamente por mais tempo que desktops e notebooks, mas isso não muda o fato de que ele também se beneficiam de um "saudável refresh". E se bateria recarrega em menos tempo com o telefone desligado, por que não "unir o útil ao agradável"?
 
Por ser um sistema de código aberto, o Android é mais "personalizável" que o iOS. É comum os usuários modificarem a tela inicial, a disposição do ícones e outros detalhes visuais, valendo-se inclusive de launchers (aplicativos que alteram a interface do aparelho). Mas pouca gente conhece os "códigos secretos" que dão acesso a funções ocultas e/ou informações úteis sobre o dispositivo.
 
Nos Samsung Galaxy, por exemplo, digitar *#9900# no teclado do aplicativo Telefone apaga os arquivos temporários do sistema e dos aplicativos. Isso ajuda a manter o aparelho funcionando de forma eficiente, especialmente nas versões com hardware mais limitado. 

Outro código interessante é o *#*#4636#*#*, que exibe informações detalhadas sobre o celular, incluindo dados sobre as bandas 5G/LTE suportadas e o status do Wi-Fi. Mas é importante usá-lo com cautela, pois ele permite modificar diversas configurações avançadas que interferem diretamente no funcionamento do aparelho. Então, não se meta a modificá-las se não tiver certeza do que está fazendo.
 
Aparelhos Google Pixel e a maioria dos modelos Samsung dão acesso a ferramentas de diagnóstico ocultas através dos código *#*#7287#*#* (nos dispositivos Google Pixel), e *#0#* (nos aparelhos da Samsung). Essas ferramentas permitem verificar o status de várias funções básicas, como tela, alto-falantes e microfone. 

Para saber se alguém acessou aplicativos sem sua permissão, digite o código ##4636##, que exibe as "estatísticas de uso". Para descobrir o IMEI do seu dispositivo Android, basta digitar *#06# (mais detalhes sobre o IMEI nesta postagem). 
 
O cache de memória (ou memória cache) armazena temporariamente os dados usados com maior frequência. A ideia é de que o acesso aos arquivos a partir desse "banco de dados" agiliza a execução dos programas, mas, conforme o espaço vai sendo ocupado, o desempenho global do aparelho tende a se degradar. O gerenciamento do cache foi otimizado nas versão mais recentes do Android, o que, em tese, dispensa limpezas frequentes. Mas na prática a teoria costuma ser outra.
 
Reiniciar o dispositivo pode liberar parte do espaço ocupado na memória cache do sistema e dos apps, mas não substitui uma faxina como manda o figurino. É mais fácil fazer isso com ferramentas de terceiros — ou com o antivírus, já que a maioria das suítes de segurança para Android funciona também como ferramenta de manutenção.

Caso você não disponha desses recurso, toque em Configurações > Armazenamento > Interno (ou Armazenamento interno compartilhado, se usar um SD Card para ampliar a memória interna), selecione Dados em cache, aguarde a informação sobre o espaço utilizado e, na telinha com a pergunta Limpar os dados em cache?, toque em OK para confirmar a operação (não é necessário reiniciar o aparelho). 

Esse procedimento apaga os dados em cache de todos os aplicativos. Para excluir somente os arquivos de um determinado aplicativos, toque em Configurações, selecione Aplicativos (ou Gerenciar aplicativos), filtre por Todos os aplicativos para localizar o item desejado, selecione-o e toque em Armazenamento. Repare que há duas opções: Limpar dados e Limpar cache. A primeira apaga todos os arquivos do aplicativo, como músicas, fotos, bancos de dados, configurações, etc. — ou seja, reverte o programinha às configurações originais. A segunda opção produz o mesmo efeito, mas atua somente sobre os arquivos em cache referentes ao aplicativo selecionado.

terça-feira, 30 de abril de 2024

POR QUE DESLIGAR O CELULAR?

HÁ CASOS EM QUE O TRAJETO É MAIS DIVERTIDO QUE A CHEGADA.

Dizem que cada um planta o que colhe, e que quem semeia ventos colhe tempestades. A mim isso parece um tanto contraditório, mas deixa pra lá. E deixa pra lá também minha opinião sobre como "Xandão" vem procedendo em relação a Bolsonaro
Questionar suas decisões seria fazer como sapateiro de Apeles, mas é inegável que, ao mandar para o arquivo a investigação sobre os pernoites na embaixada da Hungria sem impor novas sanções cautelares a Bolsonaro, o magistrado levou água ao moinho da extrema-direita radical. 
Como ensinou o Conselheiro Acácio, o problema das consequências é que elas sempre vêm depois, e depois que o ministro avalizou o parecer da PGR no caso da baleia e determinou o arquivamento do inquérito retrocitado, a defesa de Bolsonaro protocolou novas petições mais ou menos como quem joga merda na parede: se colar, colou.
Até a última quarta-feira, quem acompanhava a teimosia do "mito" de longe via um investigado batendo com a cabeça na parede esperando transformá-la numa porta. De repente, abriu-se uma fresta na muralha erguida por Moraes. Imaginando-se diante de um "ex-Xandão", Bolsonaro decidiu testar a benevolência de seu algoz com uma terceira tentativa de reaver seu passaporte. 
É certo que a decisão sobre o refúgio na embaixada húngara estimula um redimensionamento de Moraes, mas é igualmente certo que, se liberar o passaporte para que o ex-presidente faça turismo criminal em Israel, o ministro talvez tenha que passar a dormir numa caixa de fósforos.

O smartphone é um microcomputador ultraportátil e, como seus irmãos maiores, utiliza memórias de diversas tecnologias. A RAM (ou memória física) armazena temporariamente arquivos do sistema e dos aplicativos em execução. Se ela não for "esvaziada" de tempos em tempos, o celular tende a ficar lento, podendo até mesmo travar, e encerrar programinhas gulosos e/ou malcomportados nem sempre resolve. 

Guardadas as devidas diferenças, o mesmo se aplica a modems, roteadores, decodificadores de TV por assinatura e demais eletroeletrônicos controlados por um sistema operacional, que dependem de um "refresh" para descarregar a energia dos transistores, esvaziar os chips de memória volátil e encerrar os processos responsáveis pelo "congestionamento" resultante de horas e horas de uso ininterrupto.
 
Observação: A reinicialização de modems e roteadores não "aumenta a velocidade", já que isso depende do plano contratado com a operadora, mas 
faz com que o aparelho volte a funcionar sem sobrecargas, melhorando qualidade do sinal. Para reiniciar esses dispositivos, melhor que pressionar o botão de power é desconectar o cabo de energia da tomada (ou do filtro de linha/estabilizador/nobreak, se houver), esperar 30 segundos e conectá-lo novamente
 
Manter o aparelho desligado enquanto a bateria recarrega é unir o útil ao agradável. Aproveite essa horinha de trégua para relaxar, tomar um café, fazer um lanche, levar o cachorro para passear, enfim... Num mundo permanentemente conectado, uma breve pausa pode ser um respiro não só para os aparelhos, mas também para nossa mente. Pense nisso.

segunda-feira, 29 de abril de 2024

NADA DE NOVO NO FRONT


Lula
foi promovido de ex-presidente a presidiário, convertido em ex-corrupto e catapultado de volta ao Planalto graças a: 1) uma tragédia chamada Jair Bolsonaro; 2) uma falaciosa "frente democrática"; 3) as promessas de "governar para todos" e pendurar as chuteiras ao final do terceiro mandato. Empossado, criou novos ministérios para acomodar aliados de ocasião e nomeou para os já existentes antigos aliados sepultados pelo mensalão e pela Lava-Jato, paparicou o ditador venezuelano, culpou a Ucrânia pela invasão russa, etc., etc., etc., e, por mal dos nossos pecados, voltou a acalentar o sonho da reeleição. 
 
Incomodado com uma inédita rejeição, o xamã petista 
cobra de seus ministros maior participação na articulação com parlamentares. Do topo de seu ego estratosférico, não vê que é o aleijão, e não a bengala, que faz um coxo mancar, e que não adianta culpar a carroça quando o problema é o burro. Alckmin "tem que se mais ágil, tem que conversar mais"; Haddad, "ao invés de ler um livro, tem que perder algumas horas conversando no Senado e na Câmara", sentenciou o luminar que já se gabou de nunca ter lido um livro (a propósito, vale a pena ler este artigo), e ainda criticou a forma como os economistas veem a necessidade de corte de gastos: "Sem crédito, o país não vai a lugar nenhum, o problema é que tudo é gasto. Educação é gasto, saúde é gasto. A única coisa que não é gasto é superávit primário. A única coisa que se trata como investimento é isso". 

Em sua terceira passagem pelo trono, o reizinho convive com um Congresso inédito, onde a oposição é formada por inimigos escrachados e adversários são membros do consórcio governista. O PP de Lira flerta com Tarcísio de Freitas para 2026 enquanto usufrui, sob Lula, do controle da CEF, de dois ministérios e de pedaços do orçamento federal. Após o encontro com o imperador da Câmara na noite do domingo retrasado, o presidente cuidou de esconder o código de barras: "Foi uma conversa entre dois seres humanos. [...] Não sou obrigado a falar sobre a conversa que tive com Lira"

O pronunciamento deixou em quem desperdiçou tempo com o debate político nas últimas semanas a sensação de que há uma crise na articulação política do Planalto, mas o problema é tão falso quanto a lengalenga de que um bom articulador desarmaria as bombas e faria deslanchar a agenda econômica do governo no Legislativo. Antes de encaminhar uma solução para qualquer problema é preciso enxergá-lo. A crise que conturba Brasília é a falência do velho modelo de coalizão. No Congresso atual, ninguém representa ninguém, cada parlamentar é operador de si mesmo. Não há articulador capaz de domar uma tribo que evoluiu do mensalão e do petrolão para o maravilhoso mundo das emendas opacas e impositivas.

Já se sabia que o dinheiro do orçamento federal sai pelo ladrão porque os ladrões continuam entrando no orçamento. Descobre-se agora que assaltantes invadiram também o sistema de pagamentos da União. Diante de tamanho o clima de insegurança nos cofres públicos, o "contribuinte" é assaltado (literalmente) por dois sentimentos aparentemente contraditórios: 1) a angústia da certeza de que jamais verá novamente o fruto do seu suor; 2) a inquietação da incerteza quanto ao que acontece com seu suado dinheirinho depois que é recolhido aos cofres do Tesouro. No Carnaval passado, sem qualquer aviso, Arthur Lira levou um naco de dinheiro público para desfilar na Sapucaí em jato da FAB.
 
Observação: A PF descobriu que, manuseando senhas habilitadas, os ladrões do Siafi surrupiaram pelo menos R$ 3,5 milhões via Pix. Uma dúvida também assalta o cidadão nesse instante em que a Receita recolhe as declarações de Imposto de Renda: quanto terá sido desviado antes da descoberta dessa "pixcaretagem"? Foram recuperados até o momento R$ 2 milhões que foram parar na conta de um comércio de móveis e eletrodomésticos de Campinas, mas suspeita-se que R$ 1,5 milhão tenha ido para uma conta no exterior. Na última sexta-feira, os invasores do sistema de pagamentos do governo tentaram assaltar mais R$ 9 milhões, sempre via Pix.
 
Durante a campanha, Lula prometeu que colocaria a tropa do orçamento secreto para marchar em cadência republicana, mas não chegou sequer a tentar. A suposição de que ele governaria com o apoio de uma "frente ampla" revelou-se falsa. Essa "frente" se formou a seu redor em 2022 porque não havia alternativa disponível para proteger a democracia. Caberia ao presidente eleito zelar para que a frente eleitoral sobrevivesse e se consolidasse durante o governo, mas faltou interesse e sobraram os acertos com Lira e Cia.
 
Vivo, Darwin diria que a articulação política do Planalto é uma evidência de que os "seres humanos" da política brasileira não só pararam de evoluir como vêm fazendo o caminho de volta.

domingo, 28 de abril de 2024

SOBRE OVOS E BIFES À PARMEGIANA

SABER QUE NÃO SABEMOS É O VERDADEIRO SABER.

Atribui-se ao político português Brito Camacho (1862-1934) a pérola de sabedoria segundo a qual "a merda é a mesma, só mudam as moscas". Quando se está numa rodinha de conversa na Câmara ou no Senado e alguém critica o STF, é inútil tentar mudar de assunto. Pode-se, no máximo, mudar de ministro. 
Alexandre de Moraes passou a dividir o pódio dos mais espinafrados com Cristiano Zanin, Flávio Dino e Gilmar Mendes, em cujas decisões a cúpula do Congresso farejou um jogo parecido com o futebol, mas com a diferença de que o campo é mal demarcado, mão na bola conta a favor e o juiz rouba a favor do Lula Futebol Clube.
A tabelinha Supremo-Planalto produziu três constrangimentos ao Legislativo em menos de uma semana, enfurecendo o alto-comando das duas Casas legislativas. Na última quinta-feira, atendendo a um pedido do Planalto, Zanin suspendeu uma desoneração que havia subtraído R$ 10 bilhões anuais do Tesouro. Na segunda, Gilmar suspendeu ações judiciais relacionadas à lei do marco temporal e inaugurou um processo de conciliação sobre a demarcação de terras indígenas. Na sexta retrasada, Dino cobrou explicações aos chefes do Executivo e do Legislativo sobre o descumprimento da suprema decisão que extinguiu o orçamento secreto — imagina-se que o magistrado esboça uma declaração de inconstitucionalidade das "emendas Pix", que permitem aos parlamentares despejar verbas em seus redutos à revelia dos planos dos ministérios.
Os despachos de Zanin, Gilmar e Dino foram vistos como pedidos extemporâneos de VAR para anular gols que o Congresso já havia marcado contra o Planalto. Disseminou-se a percepção de que os lances são combinados no vestiário. Ou na mesa de jantar: as decisões dos togados vieram à luz dias depois do jantar no qual dividiram um prato de arroz e feijão com Lula na casa de Gilmar.

Qualquer um sabe fritar ovos — tanto que, para nos referirmos a alguém totalmente cru (com o perdão do trocadilho) na arte da culinária, dizemos que esse alguém "não sabe nem fritar ovo". Mas o fato é que até cozinhar ovo tem segredo. Segundo os pais da matéria, o ovo deve estar em temperatura ambiente, ser colocado na panela com a água ainda fria e cozido em fogo médio por não mais de 10 minutos, sob pena de a clara ficar borrachudas e a gema, esverdeada e com sabor desagradável. 
 
Para fritar ovo como manda o figurino, tire-o da geladeira com devida antecedência (para que ele assuma a temperatura do ambiente), acrescente uma pitada de farinha de trigo à gordura ao óleo (ou à manteiga), e aqueça em fogo médio (para não queimar). Quando a gordura estiver quente, baixe o fogo, coloque o ovo na frigideira, adicione uma pitada de sal, tampe e deixe fritar até a clara ficar "rendada" e a gema atingir o ponto desejado. Para fazer ovo estrelado sem gordura, frite-o por um minuto, em fogo baixo, usando uma frigideira antiaderente
 (tampada).

Dica: Sempre quebre ovos individualmente para evitar que um ovo estragado contamine os demais, bem como a farinha e os ingredientes da recita que tiveram contato com ele.

Chamado de "cotoletta alla milanese" e feito com costeletas de vitela em seu país de origem, o bife à milanesa feito no Brasil consiste numa fatia fina de carne bovina magra (patinho, coxão mole, alcatra ou mesmo filé mignon) empanada em farinha de trigo, ovo e farinha de rosca e frita por imersão em óleo quente até ficar dourada e crocante por fora e macia por dentro. É comum vê-lo acompanhado de arroz, feijão, batatas fritas, saladas, legumes refogados, e até entre duas fatias de pão.

Dicas: Use numa panela larga e de borda alta, coloque óleo suficiente (pelo menos o dobro da altura do bife) e aqueça-o a 180°C antes de mergulhar o bife (frite um por vez, ou a temperatura do óleo irá baixar a casca do bife, encharcar). Para a casca não "desgrudar" durante a fritura, passe o bife primeiro na farinha de trigo, depois no ovo e então na farinha de rosca. E se quiser deixá-la ainda mais sequinha e crocantes, troque a farinha de rosca industrializada por farinha panko.
 
Frito por imersão, um bife à milanesa de 100 g tem cerca de 300 kcal. A
 caloria é a quantidade de energia que, transferida para um grama (1,0 g) de água líquida, eleva sua temperatura em um grau Celsius. A quilocaloria (kcal) é uma unidade múltipla da caloria (1 kcal = 1.000 cal) usada como padrão para medir a energia dos alimentos.

Para tornar sua receita menos calórica, pré-aqueça o forno a 220°C, deixe os bifes assando por 25 minutos, vire-os, gire a assadeira e deixe-os assar por mais 25 minutos (ou até que eles fiquem dourados). Se quiser fazer um upgrade para parmegiana, seque os bifes em papel toalha, espalhe uma uma porção generosa de molho de tomate temperado por cima deles, cubra com fatias de presunto e mozzarella (nessa ordem), polvilhe parmesão ralado e orégano e leve de volta no forno para gratinar.
 
Bom apetite.

sábado, 27 de abril de 2024

EM ALTO E BOM SOM

A VIDA É COMO UM LIVRO. É PRECISO LER ATÉ O FINAL PARA SABER COMO ACABA.

O Lira que se exibiu para as câmeras no programa de Pedro Bial não é o mesmo que se reuniu a portas fechadas com Lula no último domingo. Enquanto o Lira da ribalta insinua que o coordenador político do Planalto é incapaz de todo, o Lira das sombras se revela capaz de tudo. 
Embora esteja descendo a ladeira de uma presidência em fim de ciclo, o imperador da Câmara ainda é dono da pauta do plenário e pode infernizar o segundo ano de um governo que mantém um olho na inflação dos alimentos e outro na curva descendente das pesquisas. 
Minoritário no Legislativo e num esforço para resgatar a pauta econômica do seu governo, Lula cede uma vez mais à chantagem, e a ocultação do código de barras de Lira é parte do preço. Em café da manhã com jornalistas, o petista tratou seu encontro privado como "uma conversa entre dois seres humanos" e disse que não deve nada a ninguém, muito menos explicações. 
Na campanha, Lula prometeu colocar a tropa que migrou do mensalão e do petrolão para o orçamento secreto em marchar numa cadência republicana; eleito, ele nem sequer tentou.

Algumas pessoas andam com o som nas alturas para anunciar sua aproximação a tempo do sócio de cama se vestir e sair calmamente pela porta da frente. E se, além de cornudo, o fiduma é motoqueiro, o silencioso da moto é removido sempre que um novo galho lhe enfeita a testa, para garantir que toda a vizinhança saiba da novidade. 

Ruídos súbitos e muito altos — como o de motocicletas com escapamentos modificados, falhas na alimentação e cortes do giro do motor — podem causar danos imediatos e irreversíveis. Você tem todo o direito de ouvir rap, funk ou outra merda qualquer "no último volume", mas também tem a obrigação de usar um fone de ouvido, porque o direito de cada um termina onde começa direito de "cada outro".

Passando ao mote desta postagem, se um arquivo de áudio fica inaudível ou toca muito baixo, mesmo com o controle de volume no máximo, verifique se você não ativou acidentalmente o Modo Não Perturbe ou não baixou o volume do celular. Se o problema não for esse, reconfigure o volume em Configurações > Som e Vibrações > Volume de Mídia. Se nem isso resolver, veja se o alto-falante externo não está obstruído (experimente usar o fone de ouvido; se funcionar, você descobriu o vilão da história).

Se nada disso funcionar, o jeito será recorrer a apps de terceiros. Volume Booster, que pode ser baixado gratuitamente da Play Store, promete aumentar som bruto do celular em até 60% (além de oferecer um equalizador simples, mas funcional), e o GOODEV, contornar os ajustes padrão do Android de modo a aumentar o volume além dos limites pré-definidos. 

Para iPhone, o Equalizer+ oferece diversos ajustes que melhoram a experiência sonora — existe um app homônimo para Android, mas não se trata de uma versão do mesmo produto, e sim de um software desenvolvido por outra empresa.

Observação: Aumentar exageradamente o volume do celular pode danificar os alto-falantes, os fones de ouvido e os tímpanos do usuário. Portanto, use o recurso com moderação.