segunda-feira, 12 de agosto de 2024

AINDA SOBRE O GMAIL

MAIS FRUSTRANTE QUE UM SONHO QUE NÃO SE REALIZA É UM PESADELO QUE SE TORNA REALIDADE.
 
Complementando o que eu disse no post da última sexta-feira, seguem 5 dicas que facilitam ainda mais o gerenciamento das mensagens. Confira:
 
1. Criar etiquetas de classificação de acordo com temas específicos, clientes ou projetos faz com que você encontre o que procura mais facilmente do que pesquisando o conteúdo por dia ou horário de recebimento.
 
2. Criar filtros automatiza o processo de organização das mensagens, que serão movidas para pastas específicas, classificadas como lidas, importantes ou mesmo excluídas, a critério do usuário.
 
3. O modo confidencial permite não só proteger mensagens por senha como também estabelecer uma data de expiração, a partir da qual elas serão excluídas automaticamente.
 
4. Com a programação de envio, você cria a mensagem e define a data e o horário de envio.
 
5. Com os modelos prontos, você economiza tempo e trabalho: afinal, por que reescrever as mensagens que você envia frequentemente quando pode simplesmente alterar algumas informações?

CONTINUA DEPOIS DA POLÍTICA

Na quarta-feira passada, o TCU desdisse a si mesmo para que os advogados de Bolsonaro tenham o que dizer no inquérito das joias sauditas. Não há lei que obrigue Lula a devolver o relógio que ganhou em 2005, concluiu a maioria, abrindo os portões para a invalidação da regra adotada em 2016, segundo a qual presentes de alto valor pertenciam à União, não aos inquilinos do Planalto. Com a rapidez do raio, a defesa de Bolsonaro alegou no STF que as situações são análogas, e que o ex-presidente indiciado pela PF por peculato, associação criminosa e lavagem de dinheiro faz jus a tratamento idêntico ao do atual.
Quando veio à luz (em março do ano passado), o escândalo das joias sauditas criou um clima de barata-voa. As versões variavam do "eu nunca soube de joia nenhuma" até "é tudo culpa de Mauro Cid". Posteriormente, o advogado Paulo da Cunha Bueno passou a insistir na inexistência de uma lei que obrigasse o capitão a devolver as joias. O relógio que Lula ganhou da Cartier surgiu como contraponto porque o petista o ostenta no pulso sem se dar conta da conveniência ética, moral e política de devolver espontaneamente a peça. Assim, com a ajuda do arquirrival, Bolsonaro pode marcar um golaço sem sequer tocar na bola. Ou não, já que o que se vota na corte de contas não vincula decisões do PGR ou do STF.
No TCU, o "caso Bolsonaro" está sob a relatoria do ministro Augusto Nardes — aquele que mandou mensagens entusiasmadas a interlocutores, depois da vitória de Lula, dizendo que os militares iriam virar a mesa. É evidente que, se depender dele, as joias serão devolvidas ao "mito". Só não se pode dizer que uma coisa nada tem a ver com outra porque os objetos são os mesmos, embora as esferas sejam distintas e os casos, estupidamente diferentes. 
Um presente avaliado em R$ 50 mil não pode ser considerado mixaria, mas há uma diferença brutal entre o relógio de Lula e as joias fabulosas que seu antecessor decidiu passar nos cobres, bem como entre as estratégias a que cada um recorreu. A PF indiciou o "mito" por associação criminosa, lavagem de dinheiro e apropriação de bens público (a PGR tem até o dia 21 para se manifestar, e pode pedir mais diligências, entender que não houve crime nenhum ou oferecer denúncia — nesse caso, cabe ao STF decidir se abre a ação penal). Gonet não pode ignorar a decisão de cinco dos nove ministros do TCU, mas vale reforçar que:
1) ela não vincula a PGR ou o STF; 
2) não há nenhum procedimento investigatório contra Lula; 
3) Bolsonaro conta com a boa-vontade dos ministros que formaram maioria em prol de uma decisão vergonhosa; 
4) o TCU é composto por indicados, o que o transforma numa corte política, embora devesse seguir a Constituição, e não rasgá-la; 
5) o imbróglio das joias não se limitou a usar ou não um presente ou entregá-lo ou não à União, já que elas integram até mesmo o roteiro de fuga daquele que tentou incendiar o país e se homiziou na cueca do Pateta, em Orlando.
No tribunal de contas, as favas em favor do capetão estão contadas, mas na PGR e no STF a história pode ser outra.
 
Para evitar que spammers se aproveitem da configuração inadequada dos sistemas de usuários que enviam mensagens em massa "legítimas", o Gmail passou a exigir uma autenticação que valida se "o remetente é realmente quem ele diz ser". Assim, muitos usuários vêm recebendo mensagens de erros temporários para emails não autenticados — que passarão a ser rejeitados a partir de abril. 

Segundo o Google, a inteligência artificial da plataforma já bloqueava 99,9% de spam, phishing e malware, mas isso era insuficiente, daí a exigência de autenticação dos remetentes de mensagens em massa.

Por último, mas não menos importante:

A troca do Google Assistente pelo Gemini pode ser uma escolha interessante para os usuários do Android que buscam novas funcionalidades e opões de customização. Para fazer isso:

 

1 — Baixe o Google Gemini da Play Store, instale e abra o aplicativo;

 

2 — Na tela de Mude do Google Assistente para o Gemini, toque em Trocar e aceite os termos e condições do serviço tocando em Concordo.

 

3 — Para ativar o comando de voz, vá à tela inicial do Gemini, toque no ícone do seu perfil, depois em Configurações > Recursos do Google Assistente no Gemini > Ok Google e Voice Match e ative a opção Hey Google (lembrando que nessa mesma área você poderá desativar a opção ou redefinir a voz de comando).

 

4 — Por fim, confirme as mudanças no comando, volte à tela inicial do seu aparelho e fale Hey Google para utilizar o serviço. Se o seu aparelho tiver tecla de início ativada, você pode também pode pressioná-la para usufruir do Gemini. 

domingo, 11 de agosto de 2024

BIFE ROLÊ

aquele que pergunta pode ser um tolo por alguns minutos, mas aquele que deixa de perguntar será um tolo pelo resto da vida.

Bifes rolê levam 50 minutos para ficar prontos, tanto no forno quanto na pressão, e combinam com batatas fritas ou coradas, arroz branco e até salada de folhas — embora salada de folhas não combine com dias frios, e parece que o inverno finalmente resolveu dar as caras. 

Os ingredientes listados abaixo rendem 6 unidades.
 
— 6 bifes de coxão duro;
— 6 palitos de cenoura;
— 6 tiras de bacon;
— 6 tiras de presunto;
— 6 tiras de queijo tipo muçarela;
— 4 colheres (sopa) de azeite;
— 1 cebola picada;
— 2 dentes de alho amassados;
— 2 colheres (sopa) de extrato de tomate;
— 500g de batatas em cubos;
— 1 envelope de tempero em pó para carne dissolvido em 1 xícara (chá) de água;
— Sal e pimenta-do-reino a gosto
 
1) Tempere os bifes com o sal e a pimenta, distribua as tiras de cenoura, bacon, presunto e muçarela, enrole-os como rocamboles e prenda com palitos de dente. 

2) Unte uma forma com azeite ou manteiga, acomode os rolinhos, cubra-os com a cebola picada, o alho amassado, o extrato, espalhe os cubinhos de batata em volta deles, regue com a água temperada, cubra com papel alumínio e leve ao forno (preaquecido a 180/C) e deixe assar por 30 minutos.

3) Retire o papel o papel alumínio, deixe assar por mais 15 minutos e sirva em seguida com o acompanhamento de sua preferência
 
Se preferir a panela de pressão, acrescente à lista de ingredientes 2 colheres de sopa de vinagre, 2 de molho inglês e 1 pimentão vermelho, sem sementes e cortado em tiras. 

1) Tempere a carne com o sal, a pimenta, o alho e o molho inglês, recheie com a cenoura, o pimentão e os demais ingredientes, enrole e prenda com os palitos. 

2) Aqueça bem o óleo, refogue a cebola, doure os bifes de todos os lados, junte a água e o vinagre e tampe a panela. 

3) Quando a panela pegar pressão, baixe o fogo e deixe cozinhar por cerca de 20 minutos.

4) Tire a panela do fogo, levante o pino para deixar escapar o vapor, tire a tampa e leve de volta ao fogo baixo, deixe o molho apurar (o que não é o mesmo que secar) e sirva em seguida com o acompanhamento de sua preferência.

Bom apetite e um ótimo dia dos pais.

sábado, 10 de agosto de 2024

DE VOLTA À VELOCIDADE DA LUZ E AS VIAGENS NO TEMPO (FINAL)

O FATO DE NINGUÉM VER A ÁRVORE CAIR NÃO SIGNIFICA QUE ELA NÃO CAIU.

Segundo o filósofo e metafísico inglês J.M.E. McTaggart, pode-se atestar a irrealidade do tempo usando apenas o pensamento lógico e um baralho de cartas.

Primeiramente, ele divide as cartas em duas pilhas. Na primeira pilha, elas são ordenadas cronologicamente, ou seja, a carta no topo representa o evento mais recente e a carta na base, o evento mais antigo. Na segunda, as cartas são embaralhadas aleatoriamente, ou seja, os eventos não são organizados em sequência temporal, e não há indicação de qual evento ocorre antes ou depois do outro. 


McTaggart concluiu que a noção de tempo linear (como na primeira pilha) não basta para capturar a realidade dos eventos, e que, na pilha 2, sem a ordem temporal, os eventos ainda existem, mas não há um "antes" ou "depois". Isso sugere que o tempo como o concebemos pode ser uma construção mental e não uma característica fundamental da realidade e, portanto, ele não existe de verdade.  


CONTINUA DEPOIS DA POLÍTICA

Para surpresa de ninguém, a interferência política na Petrobras — ora presidida pela obediente Magda Chambriard — resultou num prejuízo de R$ 2,6 bilhões de reais no segundo trimestre. A despeito das acrobacias que circulam nos jornais para nos convencer de que o errado está dando certo, quem tem ao menos dois neurônios ativos e operantes percebem que, sob o tacão do governo Lula, a companhia substituiu a política de paridade com preços internacionais pela política do segura-aí-enquanto-você-acha-que-dá. Ou seja, os acionistas da Petrobras estão pagando do bolso para a população menos esclarecida ter a ilusão de que a gasolina não sobe ou sobe menos nas bombas.
Isso também não causa espécie: segurar artificialmente os preços dos combustíveis deu errado no governo Dilma, e Lula é useiro e vezeiro em repetir os erros cometidos no passado — não sei se ele acredita mesmo que pode obter um resultado diferente valendo-se da melhor definição de "estupidez" que se conhece, mas enfim...
Além de eminentemente populista, a manobra que sangra a empresa represa momentaneamente a inflação, permitindo que o governo continue a gastar o que não tem e a imprimir cada vez mais dinheiro para pagar a conta que não fecha — que, por sinal, é a verdadeira causa da inflação.
Em última análise, o povo paga em dobro pelo prejuízo da Petrobras. Como acionista indireto, já que o governo brasileiro tem quase 29% da empresa e a população acaba sendo prejudicada pelos maus resultados, e como cidadão, já que esse dique artificial vai se romper em alguma momento.

Numa segunda empreitada, McTaggart acrescenta uma terceira pilha de cartas. Na primeira pilha, nada muda em relação ao experimento anterior, ou seja, ela representa a ordem cronológica dos eventos. Mas a segunda pilha passa a representar os eventos em termos de passado, presente e futuro, e as cartas mudam do futuro para o presente e deste para o passado. Já na terceira pilha as cartas são novamente embaralhadas, simbolizando a ideia de que os eventos existem independentemente do tempo.

A introdução da terceira pilha visa ilustrar que, mesmo que tentemos classificar os eventos em termos de passado, presente e futuro (como na segunda pilha), a realidade dos eventos (terceira pilha) não depende dessa categorização. Portanto, o tempo parece ser uma construção subjetiva, e não uma propriedade objetiva do universo em que vivemos. E se o tempo é um processo que precisa de tempo para acontecer, é preciso tempo para descrever o tempo, e essa circularidade viola a lógica


Em outras palavras, McTaggart afirma que o tempo como uma sequência de eventos do passado para o presente e depois para o futuro pode não ter uma realidade objetiva, e sim uma ilusão, uma construção da mente humana, e que a verdadeira natureza da realidade pode ser atemporal. Mas os C-theorists discordam. Para eles, colocar as cartas do antes para o depois é tão inútil quanto escolher esta ou aquela tábua para iniciar a numeração de cerca circular.


É difícil dizer quem tem razão nesse furdunço, já que é tudo uma questão de ponto de vista. Mas fato é que McTaggart conseguiu construir uma teoria sobre a inexistência do tempo usando apenas o pensamento lógico, por mais ilógico que isso possa parecer. 

Observação: A quem interessar possa, o artigo que me serviu de base para esta postagem e a anterior pode ser acessado através deste link

sexta-feira, 9 de agosto de 2024

NOVIDADES NO GMAIL

nada será como ontem amanhã.

Embora o conceito de correio eletrônico tivesse sido implementado no Automatic Digital Network — sistema rudimentar de comunicação digital desenvolvido em meados dos anos 1960 —, a versão aprimorada por Ray Tomlinson em 1971 foi a primeira capaz de enviar mensagens entre diferentes nós conectados à ARPANET (que mais adiante passaria a atender por Internet). 

Somada à celeridade, a capacidade de transportar arquivos digitais (adquirida tempos depois) tornou o email extremamente popular — pelo menos até o advento das redes sociais e dos hoje onipresentes aplicativos mensageiros, mas isso é outra conversa. Como as "caixas postais" ficavam nos servidores dos provedores (como AOL, iG, iBest etc.), o acesso era feito através do navegador, razão pela qual o serviço ficou conhecido como "webmail".

CONTINUA DEPOIS DA POLÍTICA

Até poucos dias atrás, uma solução negociada pelo Brasil, Colômbia e México para pôr fim a caos na Venezuela, que já era uma tarefa hercúlea, ganhou ares de busca pela quadratura do círculo quando Edmundo González Urrutia se proclamou presidente eleito com 67% dos votos. 
Para complicar, em outra carta que veio à lume recentemente, trinta ex-presidentes de América Latina e Espanha pediram a Lula que reconheça a vitória do opositor do caudilho, que não só fraudou as urnas como se equipa para mandar prender González e sua madrinha política, Maria Corina.  
Elvis Amoroso, presidente do Conselho Nacional Eleitoral e cupincha do tirano, disse que entregou as atas eleitorais ao Supremo Tribunal de Justiça, também alinhado com o déspota, tanto que confirmou a sua vitória com 51,95% dos votos (mas não divulgou as atas). 
Enquanto não reconhece a ilegitimidade do processo eleitoral venezuelano, o Sun Tzu de Atibaia admite tacitamente que a perpetuação de Maduro cargo. Ele não se animou a repetir em Santiago que não há "nada de grave", "anormal" ou "assustador" no país vizinho, mas não traçou um risco no chão, separando sua biografia e o governo do autogolpe.
Lula demora a compreender que matar o tempo à espera de lisura de Maduro é o mesmo que cometer suicídio político.
 
O Gmail foi lançado em 2004, tendo como principal atrativo o espaço para armazenamento de mensagens de 1 GB  — um "latifúndio" quando comparado com o do Yahoo Mail e do Hotmail, que era de míseros 5 MB. Num primeiro momento, o Google limitou o acesso a 1.000 usuários selecionados entre pessoas ligadas ao mundo da tecnologia e da imprensa, mas eles logo puderam estender o benefício a familiares.

Não demorou para que mais gente ingressasse nessa seleta confraria e ganhasse convites para distribuir a parentes, amigos e conhecidos, mas a promessa de "espaço infinito" não durou muito: em 2014, empresa limitou o espaço gratuito a 15 GB por usuário, (compartilhado com o Google Drive e o Google Fotos), mas isso também é outra conversa. 

Hoje em dia, a maioria das pessoas só mantém contas de email ativas porque o endereço eletrônico continua sendo necessário para cadastramento em serviços baseados na Web, criação perfis em redes sociais, validação de determinadas ações (como troca de senha no Face ou no Twitter), recebimento chaves de ativação de softwares, e por aí afora. 

Com mais de 4 bilhões de usuários ativos, o Gmail é o webmail mais popular do planeta, embora o Microsoft Outlook ofereça recursos parecidos e o Yahoo Mail disponibilize 1 TB de espaço gratuito. O recurso "Cancelar inscrição", que já existia na versão Web do serviço do Google, foi estendido também a usuários da plataforma no Android, que assim podem remover mais facilmente as inevitáveis mensagens recebidas de empresas e spammers. 
 
A novidade chegou no início do ano, juntamente com outras melhorias (como a função Selecionar tudo, que na verdade seleciona mensagens em lotes de 50, mas isso é outra conversa). O botão fica logo à direita do nome do remetente e da data de recebimento da mensagem (vide ilustração), e permite cancelar a assinatura em newsletters e emails promocionais, por exemplo. Caso ele não apareça, o cancelamento ainda pode ser feito por meio do menu de três pontos. 
Quando acionado, ele exibe uma tela para confirmar a remoção do cadastramento no endereço ou abre a página do serviço que permite efetuar o cancelamento. 

Vale destacar que "cancelar a inscrição" não é o mesmo que marcar mensagens como spam ou phishing, e que uma nova opção de gerenciamento posicionada no menu lateral do aplicativo deve ser liberada em breve, facilitando ainda mais o controle dos usuários sobre assinaturas e inscrições.

A conferir.

quinta-feira, 8 de agosto de 2024

DE VOLTA À VELOCIDADE DA LUZ E AS VIAGENS NO TEMPO (PENÚLTIMA PARTE)

NÃO IMPORTA O NOME QUE VOCÊ DÊ AO GATO, O MIADO É SEMPRE O MESMO.

As Leis de Newton elucidaram diversas questões, mas trouxeram novos problemas que continuam intrigando os cientistas até hoje. Elas descrevem um mundo onde pessoas andam para trás, relógios retrocedem da tarde para a manhã e frutas sobem do chão para os galhos das árvores, mas, ainda que uma de suas características mais evidentes seja a direcionalidade do tempo, elas não diferenciam o passado do futuro. 

O célebre episódio da maçã, que levou Newton à conclusão de que uma força exercida pela Terra "puxa" os objetos em direção ao solo, deu azo à Lei da Gravitação Universal. Ela descreve a atração entre dois corpos massivos e explica a mecânica dos planetas, mas só se aplica satisfatoriamente ao universo macroscópico. Einstein descreveu a gravidade como uma curvatura do espaço-tempo causada pela presença de massa e energia, mas continua faltando algo que unifique Relatividade e Mecânica Quântica combine a gravidade com as outras três forças fundamentais da natureza. 

CONTINUA DEPOIS DA POLÍTICA

Encontros de chefes de Estado — mesmo quando se trata de republiquetas de bananas — são precedidos de minuciosa negociação. No encontro de Lula com seu colega chileno Gabriel Boric, excluiu-se a Venezuela da agenda oficial, como se os negociadores da pauta engolissem o rabo, mas deixassem o elefante de fora. O ausente Nicolás Maduro virou um tema incontornável para ambos, que já pediram ao tiranete de merda que divulgue os boletins das seções eleitorais — Boric teve o cuidado de declarar que é "difícil de acreditar" na reeleição de Maduro, mas Lula preferiu contemporizar, dizendo que "nada de anormal" ocorreu no país vizinho. A incredulidade do presidente do Chile levou o caudilho venezuelano a expulsar o corpo diplomático chileno de Caracas, enquanto a complacência de Lula manteve desobstruídos os canais do Planalto com o Palácio Miraflores. Mas a ambição da liderança regional tem custo político alto para o xamã petista, pois a oposição bolsonarista cuidará de encarece uma fatura que começa a ser cobrada nas campanhas eleitorais municipais.


A existência de singularidades (pontos do espaço-tempo onde a densidade da matéria e a curvatura do espaço-tempo se tornam infinitas) foi prevista nas equações do físico alemão, mas entender o que acontece dentro dos buracos negros é outra história. O fato de o universo se expandir a uma velocidade superluminal alimenta o moinho da "energia escura", mas a maneira como a gravidade se comporta em escala cosmológica e a energia escura interage com ela são perguntas que continuam sem resposta.

Em A Ordem do Tempo, o físico Carlo Rovelli teoriza sobre a indistinção entre passado e futuro. De acordo com ele, a "flecha do tempo", que avança do passado para o futuro, surge somente quando nos afastamos do mundo microscópico em direção ao macroscópico. Isso não significa que o mundo é fundamentalmente orientado no espaço e no tempo, mas que nós vemos as coisas na direção em que elas têm mais entropia.

Observação: A entropia é basicamente uma medida da desordem. Um baralho novo, por exemplo, tem baixa entropia, já que as cartas estão separadas por naipe e numa sequência do ás a rei. Mas basta embaralhar as cartas para aumentar a entropia do baralho (ou seja, a aparente aleatoriedade do sistema). 

Por estar indissociavelmente ligada à direção do tempo, a entropia é a única lei da física com forte direcionalidade temporal que perde essa característica quando foca coisas muito pequenas. A entropia de um cubo de gelo, por exemplo, cresce à medida que ele é aquecido, pois as moléculas se movimentam com mais liberdade no meio líquido, e mais ainda quando a água líquida se transforma em vapor. 

Continua...

quarta-feira, 7 de agosto de 2024

EVITE SER BANIDO DO WHATSAPP E VEJA O QUE FAZER SE SUA CONTA FOR SUSPENSA

MELHOR PREVENIR DO QUE REMEDIAR

O WhatsApp tem mais de 2 bilhões de usuários em 180 países — são 169 milhões só no Brasil. Para quem usa o mensageiro no trabalho e em relações comerciais, ter a conta suspensa é um problemão. 

A suspensão é automática quando o app não é acessado por mais de 120 dias consecutivos ou o número do usuário é bloqueado muitas vezes num período de 24 horas (a plataforma não informa quantas vezes). Em ambos os casos, a pessoa é notificada previamente e pode seguir as instruções que acompanham a notificação para tentar manter a conta ativa. 


Observação: Mesmo que a suspensão seja consumada, ainda é possível apresentar ao suporte um pedido de reconsideração e aguardar o resultado.

 

Enviar mensagens em massa para destinatários que não estão em sua lista de contatos ou grupos dos quais você não participa caracteriza spam e é motivo para banimento, a exemplo do compartilhamento de fake news ou informações enganosas  até porque fraudadores e outros cibercriminosos se valem das ferramentas do app aumentar as chances de êxito de seus golpes.

 

Também ensejam o banimento da conta o uso de versões modificadas do aplicativo — como WhatsApp Plus ou GB WhatsApp — e o envio de mensagens com conteúdo pornográfico, discursos de ódio, ameaças, extorsão, fraude, assédio e compartilhamento não autorizado de conteúdos protegidos por direitos autorais, entre outros. 


CONTINUA DEPOIS DA POLÍTICA


"Yo no creo en brujas, pero que las hay, las hay" é um ditado galego que reflete uma crença cultural sobre a existência de coisas inexplicáveis. O inesquecível Juca Chaves disse certa vez que "segundo o papa, o diabo existe, se o diabo existe, então ele deve ser casado, já que tem chifre". Não me considero ateu; estou mais para agnóstico, seguidor de São Tomé. A meu ver, qualquer pessoa minimamente esclarecida deveria refutar a ideia de passar a eternidade tocando harpa numa nuvem ou assando lentamente em um espeto. A possibilidade de existir um ser superior é admissível, mas desde que não seja o deus vingativo dos padres pedófilos e pastores papa-dízimo. Como já disse alguém, "Deus criou a fé e o amor, e o Diabo, invejoso, as religiões e o casamento". Todas as religiões são a verdade sagrada para quem as professa, mas cada uma delas não passa de fantasia para os fiéis das demais. Não há crença, por mais estúpida que seja, que não tenha fiéis seguidores.
Não acreditar em céu e inferno com anjos e demônios é uma coisa, tentar "catequisar" a récua de muares que acredita é outra. Mas ficar calado enquanto o tiranete de merda venezuelano, em seus intermináveis discursos (Fidel ficaria orgulhoso desse discípulo), chama seus opositores de "diabos e diabas" (o feminino, no caso, em referência à Maria Corina, líder da oposição) já é demais. E "mais demais ainda" seria não criticar o PT e seu sumo pontífice (não necessariamente nessa ordem) por suas afinidades históricas com Maduro — e com Chávez, Fidel e outros ditadores de ditaduras "cumpanhêras" (que o diabo lhes reserve um bom lugar no fogo eterno). 
Mas espantoso mesmo é o "alinhamento religioso" que ora se descortina. No último dia 2 de agosto, ao anunciar a expansão do Pé de Meia em Fortaleza (CE), o xamã petista encarnou o companheiro golpista "Tem Internet do bem e a Internet do mal. Tem a Internet que quer construir e a Internet que quer destruir. Tem a Internet que quer nos ensinar o caminho de Jesus e a que quer nos ensinar o caminho de Lúcifer". Se dissesse “amém" no final do culto, eu visualizaria o "bispo" Edir Macedo em pessoa, instantes antes de pedir um Pix.
Dizem que o diabo sabe das coisas não porque é o diabo, mas porque é velho. Quando a gente pensa que já viu de tudo, ele sempre encontra uma maneira de nos surpreender. E quando achamos que os políticos não têm como descer mais fundo no poço, eles sempre encontram um alçapão. 
Política e religião nunca deram bom caldo. Fundamentalismo religioso, seja qual for, idem. O diabo (metaforicamente falando) é que demagogos e populistas fidelizam e mobilizam os otários com discursos místicos e pregações fantasiosas (o que as torna difíceis de combater). O truque é velho como o Diabo (agora literalmente), mas funciona.

 

Se você tiver a conta suspensa ou for banido da plataforma, verifique se o motivo que ensejou a punição é procedente (ele é informado na mensagem de notificação). Caso esteja usando uma versão não autorizada do WhatsApp, desinstale-a, baixe o programinha oficial do Google Play (ou da App Store, caso use um iPhone) e envie um email para support@whatsapp.com (ou use a opção "Fale Conosco" no aplicativo para explicar sua situação).


Caso seu pedido de reconsideração seja negado, você ainda poderá criar uma nova conta usando outro número de telefone. Para mais informações, acesse https://faq.whatsapp.com/465883178708358/?locale=pt_BR

terça-feira, 6 de agosto de 2024

DE VOLTA À VELOCIDADE DA LUZ E AS VIAGENS NO TEMPO (PARTE VIII)

vivemos tempos estranhos quando os fatos se calam par não ofender as versões, e os sábios silenciam para não constranger a estupidez.

Sabe-se que a história da maçã é pura gentileza 
— o Adão comeu a Eva e a maçã de sobremesa —, mas não se sabe o que o arcebispo irlandês James Ussher teria bebido, fumado ou cheirado quando anotou em "The Annals of the World" que Deus criou o mundo às 9h00 do dia 23 de outubro de 4004 a.C.

Seria mais fácil desvendar esses e outros mistérios se as viagens no tempo fossem tão corriqueiras quanto os voos internacionais — que eram inconcebíveis até o início do século passado. Talvez seja apenas uma questão de tempo, pois não há nada como o tempo para passar (isso se ele existir, naturalmente).

A contagem do tempo começou quando nossos ancestrais perceberam padrões no amanhecer e no anoitecer, nas fases da Lua e nas mudanças sazonais. Os ciclos diurnos e noturnos foram provavelmente as primeiras unidades de tempo usadas pelos humanos, e as fases lunares, uma das primeiras maneiras de dividir o tempo em períodos maiores, o que ensejou a criação dos calendários lunares. 


Os primeiro calendários foram desenvolvidos sumérios — que habitavam a região que hoje corresponde ao sul do Iraque —, milênios antes da era cristã. Mais ou menos na mesma época, os egípcios criaram um calendário baseado na estrela Sirius, que só era avistada nas madrugadas durante o inicio da enchente do rio Nilo, que não acontecia todos os anos e, quando acontecia, não começava sempre no mesmo dia. 


Mais adiante, os babilônios criaram um calendário lunissolar, combinando meses lunares com ajustes periódicos baseados no ciclo solar e um mês adicional em alguns anos, visando corrigir a discrepância entre o ano lunar e o solar. Já os maias tinham um calendário com múltiplos ciclos, incluindo o Tzolk'in (calendário sagrado de 260 dias) e o Haab' (calendário civil de 365 dias), além do "Calendário de Contagem Longa," que mapeava períodos muito mais longos.


CONTINUA DEPOIS DA POLÍTICA


Há quem fale em "estratégia" diplomática ao mencionar o histórico do Itamaraty para analisar a postura de Lula e de seu assessor Celso Amorim na questão, mas isso não faz sentido. Carlos Graieb escreveu em Lula, sócio majoritário da tragédia venezuelana, assim como Ricardo Kertzman em Celso Amorim é mais que “observador” da farsa eleitoral de Maduro o mesmo que Rodolfo Borges escreveu n'O Antagonista: "o governo Lula faz parte da tragédia venezuelana não como mediador, mas como cúmplice."
O Palácio do Planalto não reconhece a vitória de Urrutia — como fizeram Estados Unidos, Argentina e Uruguai, entre outros — não por conta de uma estratégia para a saída da crise, mas por fazer parte da crise. No momento em que admitir que Maduro fraudou a eleição, o governo brasileiro reconhecerá automaticamente o que já deveria ter reconhecido há meses: não há democracia na Venezuela, e não é de hoje.
Faz bem mais de uma década que a Venezuela não sabe o que é democracia, mas Lula recebeu Maduro com pompas de chefe de Estado em maio de 2023 e lhe deu uma dica pública de como lidar com o que ele considerava críticas injustas aos desmandos do regime: "Companheiro Maduro, é preciso que você saiba a narrativa que se construiu contra a Venezuela, da antidemocracia, do autoritarismo. É preciso que você construa sua narrativa. E eu acho que, por tudo que nós conversamos, a sua narrativa vai ser infinitamente melhor."
A narrativa que Maduro encontrou para explicar a fraude eleitoral é que o "Golias Elon Musk" foi responsável pelo "primeiro golpe de Estado cibernético na história da humanidade". Será que cola, Lula?
É constrangedor ver o chanceler paralelo Celso Amorim manter um discurso de confiança nas instituições venezuelanas, dominadas há décadas pelo chavismo. Qualquer benefício da alegada mediação brasileira na crise venezuelana ocorrerá por fruto de golpes de sorte. O governo Lula não está nessa condição por se comportar de forma imparcial ou fazer cálculos diplomáticos, mas por ter um lado bem claro nessa história. É por isso que o Brasil toma conta hoje das embaixadas da Argentina e do Peru, cujos representantes foram expulsos com outros que ousaram questionar de fato a "vitória" de Maduro. 
Não é uma questão de solidariedade, mas de responsabilidade pelo que está acontecendo na Venezuela neste momento.
 
Consideramos o tempo como o plano de fundo de uma sucessão de eventos que fluem numa direção preferencial. De acordo com o princípio da causalidade (e a sabedoria do Conselheiro Acácio), as causas sempre precedem as consequências, razão pela qual o que aconteceu ontem impõe restrições ao que acontece hoje e o que acontece hoje faz o mesmo em relação ao que acontecerá amanhã. 

Se o hoje é o amanhã de ontem e o ontem de amanhã, e se esse fluxo de eventos rumo ao futuro depende do presente que virou passado, o tempo sempre imporá limites ao que pode acontecer. Mas será mesmo que a seta do tempo aponta sempre para o futuro?
 
Como eu mencionei nos capítulos anteriores — mas repito em atenção a quem não acompanhou esta sequência desde o começo —, todos viajamos rumo ao futuro do momento em que nascemos até o momento em que morremos (o que existe depois — se é que existe — já foi discutido em outra sequência. Isso filosoficamente falando, já que, cientificamente falando, Einstein definiu o universo como um bloco quadridimensional estático que contém todo o espaço e o tempo simultaneamente, sem um “agora” especial. 
 
Para o físico Julian Barbour, o universo tem "dois lados" e o tempo "corre nos dois sentidos ao mesmo tempo". Cada direção é uma seta cuja origem é zero. À medida que a seta da direita aumenta até o infinito, a seta da esquerda aponta para o infinito negativo. 
Em outras palavras, existe um universo onde o tempo corre do que chamamos de passado para o que chamamos de futuro e outro em que ele se move do futuro para o passado. Se nada mudasse, o tempo ficaria parado, já que "tempo é mudança". 

Mas se o que vemos acontecer não for o tempo, e sim a mudança, o tempo não existe. E ainda que ele exista, o universo está se expandindo em todos os lugares, de modo que não faria sentido o tempo se mover numa única direção. Isso parece coisa de ficção científica, mas é uma teoria séria. 

Escorado no princípio da entropia e nas leis da termodinâmica, Barbour sustenta que a própria natureza do Big Bang fez o tempo fluir em direções opostas. Isso faz sentido, já que a física associa o tempo ao aumento da entropia num sistema fechado, que sempre evolui para um estado mais caótico. A questão é que as leis da termodinâmica foram criadas em 1824, com base em cilindros e máquinas em que a energia e o calor passam de um lugar para outro e se dissipam parcialmente durante o processo. 

Em 1865, o físico Rudolf Clausius descobriu que o calor só pode passar de um corpo frio para um corpo quente se ocorrer alguma mudança em torno desses corpos. Assim, a entropia pode aumentar, mas não pode diminuir. Só que nem tudo que se aplica a um espaço delimitado também se aplica a um universo infinito. 

O que diferencia os objetos quentes dos frios é agitação de suas moléculas. Uma bola pode rolar montanha abaixo ou ser chutada de volta para o pico, mas o calor não pode fluir do frio para o quente. Quando uma molécula de água colide com outra, a flecha do tempo desaparece, já que a entropia é um conceito equivalente ao caos, e o caos é irreversível. 

ObservaçãoQuanto mais o tempo passa, mais a entropia do Universo aumenta. O que determina a passagem do tempo não é o aumento da entropia, mas o aumento da complexidade sem limites de tempo ou de espaço. Segundo Rovelli, a entropia é a única lei básica da física que distingue o passado do futuro. 

Como a entropia só pode aumentar, a conclusão é de que o tempo só pode avançar na mesma direção em que a entropia aumenta, mas Barbour esclarece que esses conceitos foram observados em um contexto "normal" e, portanto, se aplicam ao planeta, à matéria, às moléculas e a tudo mais. Ao colapsarem, as partículas que compõem os objetos viajam em diferentes direções e se unem a outras partículas, formando novas estruturas mais complexas.

Ao fazer a matéria e o tempo se moverem em duas direções opostas, o Big Bang criou um "universo espelho" onde tudo acontece ao contrário de como acontece no nosso, e tudo que lá existe é o progresso retrocedendo em direção ao ano zero. 

Conclui no próximo capítulo.