quinta-feira, 26 de junho de 2025

O ANEL DE EINSTEIN

O ERUDITO É UM DESCOBRIDOR DE FATOS QUE JÁ EXISTEM; O SÁBIO É UM CRIADOR DE VALORES QUE ELE FAZ EXISTIR.


Em mais uma confirmação impressionante das teorias de Einstein, o Telescópio Espacial Euclides identificou um anel de luz em torno da galáxia NGC 6505Conhecido como "lente gravitacional forte", esse fenômeno ocorre quando a luz de uma galáxia distante, distorcida pela gravidade de uma galáxia massiva mais próxima, passa a seguir trajetórias curvas. A descoberta não só ilustra perfeitamente um dos conceitos centrais da relatividade geral como abre novas oportunidades para o estudo da matéria escura.

CONTINUA DEPOIS DA POLÍTICA

Na noite de ontem, por 41 votos a 33, o Senado chancelou o aumento do número de deputados federais de 513 para 531 a partir das eleições de 2026. Quando a Câmara aprovou essa excrescência, falou-se que o custo — R$ 64,4 milhões — seria absorvido pelo orçamento da própria Casa. Como cada novo deputado terá direito a uma cota de R$ 38 milhões em emendas orçamentárias, 18 novas cadeiras somam R$ 684 milhões em emendas, totalizando uma despesa extra de R$ 748,6 milhões por ano. Para tornar a desfaçatez mais palatável, o relator incluiu uma emenda que proíbe qualquer aumento de despesas, incluindo verbas de gabinetes e cotas parlamentares, passagens aéreas e auxílio moradia.
Na mesma noite, o Congresso derrubou o decreto presidencial de aumento de IOF. Desde a Constituição de 1988, isso só aconteceu duas vezes — em 1992 e 1989. Em todos os outros casos de PDLs que chegaram a ser votado, o governo recuou e revisou sua proposta. 
O decreto rejeitado ontem foi a terceira "mexida" no IOF feita pelo Executivo em menos de um mês. O pacote anunciado por Haddad aliviaria o caixa no curto prazo, mas não teria efeito sobre o crescimento explosivo das despesas obrigatórias,  país corre o risco de trocar fôlego imediato por um novo desequilíbrio mais adiante.
A decisão era bola cantada: às vésperas de deixar a presidência da Câmara, Arthur Lira sinalizou o que estava por vir: "Ninguém embarca em um navio se sabe que vai naufragar." Na noite de ontem o deputado Hugo Motta, pupilo e sucessor de Lira, tratou o governo Lula como um Titanic cujo comandante tem encontro marcado com um iceberg na sucessão de 2026.
Lula 3 nunca conseguiu formar uma base de apoio parlamentar consistente. Líder do PT na Câmara, o deputado Lindbergh Farias vislumbrou na articulação um ensaio de desembarque dos partidos do centrão e legendas assemelhadas. O impeachment só não acontece porque interessa mais à oposição manter Lula sangrando até as próximas eleições. 
Com a derrubada do aumento do IOF, o Congresso submete o macróbio a um torniquete financeiro num instante em que Bolsonaro é pressionado nos bastidores a antecipar o apoio a uma candidatura alternativa para 2026. O queridinho do Centrão é Tarcísio de Freitas, do partido de Hugo Motta. Aos pouquinhos, o jogo sucessório vai ganhando uma prematura nitidez.


A qualidade da imagem capturada pelo Euclides revelou detalhes excepcionais, tornando-se uma das observações mais nítidas desse fenômeno já registradas. Quando o alinhamento é perfeito, a luz da galáxia de fundo forma um círculo quase completo ao redor da galáxia lente, resultando no assim chamado anel de Einstein (vide figura).

 

Embora a Teoria da Relatividade tenha revolucionado a compreensão que os cientistas tinham do universo, a descoberta que rendeu a Einstein o Prêmio Nobel de Física foi o efeito fotoelétrico — talvez porque a relatividade ainda era considerada muito controverso no início dos anos 1920. Ao contrário do que se costuma ouvir, ele não foi um estudante medíocre. Essa desinformação advém do fato de que a nota máxima nas escolas suíças era 6, e a mínima, 1. 


Observação: Einstein teve atritos com alguns professores por ser autodidata — aos 12 anos, já dominava a geometria euclidiana, e aos 15, cálculo diferencial e integral. Se não passou no exame de admissão do Instituto Federal de Tecnologia de Zurique na primeira tentativa, foi por ser dois anos mais jovem que os outros candidatos e ter enfrentado dificuldades com idiomas e ciências humanas, mas ele sempre foi brilhante em matemática e física


Einstein previu a existência de ondas gravitacionais —geradas por eventos cósmicos cataclísmicos, como colisões entre buracos negros ou estrelas de nêutrons — em 1916, mas foi somente um século depois que um par de interferômetro localizados na superfície da Terra as detectou pela primeira vez. A existência dos buracos negros, inicialmente considerada absurda e sem suporte observacional, foi comprovada experimentalmente em 2019, quando o Event Horizon Telescope fotografou pela primeira vez um desses corpos celestes. Já pontes Einstein-Rosen (também conhecidas como buracos de minhoca) seguem no campo das especulações, mas os cientistas acreditam que, se elas possuírem entradas com raios entre 100 e 10 milhões de quilômetros e forem tão comuns quanto as estrelas, detectá-las é apenas uma questão de tempo. 


Para dizer que alguma coisa tem velocidade, é preciso dizer em relação a quê. A bordo de um avião com as janelas fechadas, a impressão que se tem é de estar parado. Do ponto de vista de quem está na aeronave, é o chão que está se movendo para trás a 900 km/h. Em outras palavras, percebemos nitidamente a aceleração e a desaceleração, mas não temos percepção de movimento quando nos movemos a uma velocidade constante. 


Segundo a relatividade especial (ou restrita, porque vale apenas para situações de velocidade constante, em que não há influência da gravidade nem qualquer outra forma de aceleração), quanto mais rápido alguém se desloca, mais devagar o tempo passa na percepção desse alguém (fenômeno conhecido como dilatação temporal). Ou seja, o espaço e o tempo se distorcem para que a velocidade da luz seja absoluta. Como s luz viaja à velocidade máxima do Universo e se desloca exclusivamente no espaço, da perspectiva dos fótons o tempo está parado (ou não existe).


Einstein descobriu que massa pode se transformar em energia e vice-versa, e que a quantidade de energia (E) contida em uma porção de matéria é igual à massa dessa matéria (m) multiplicada pelo quadrado da velocidade da luz (). O problema é que acelerar algo a uma velocidade próxima da luz exige uma quantidade absurda de energia — quanto mais rápido um corpo se move, mais sua massa aumenta e maior a quantidade de energia necessária para sua velocidade aumentar ainda mais. Na velocidade da luz, a massa tende ao infinito, exigindo uma quantidade igualmente infinita de energia para continuar a acelerar.

 

Se vivemos num "mundo newtoniano", onde os relógios marcam um certo horário, é porque nada ao nosso redor se move com rapidez suficiente para exibir efeitos relativísticos. A sonda espacial mais veloz lançada pela NASA até hoje alcançou 692 mil quilômetros por hora — uma velocidade impressionante, é verdade, mas que corresponde a míseros 0,064% da velocidade da luz.

 

Num gráfico cartesiano, um corpo a uma velocidade constante é representado por uma linha horizontal. Conforme esse corpo acelera, a linha se torna ascendente. Einstein percebeu que o tecido do espaço-tempo também se curva, e que, como em nosso hipotético gráfico, as curvas equivalem representam as acelerações, e aceleração e gravidade são curvas no grande gráfico da realidade. Parafraseando o físico John A. Wheeler, "O espaço-tempo diz à matéria como se mover e a matéria diz ao espaço-tempo como se curvar".


A gravidade estica o espaço e dilata o tempo. É por isso que os relógios dos satélites que orbitam a Terra atrasam aproximadamente 7 microssegundos por dia devido à velocidade de 14.000 km/h, mas adiantam cerca de 45 microssegundos por dia por causa da gravidade, que é menor a 20.000 km de altitude em relação à superfície. Esse mesmo efeito faz com que o centro da Terra, onde a gravidade é maior, seja 2,5 anos "mais jovem" que a superfície do planeta — diferença acumulada ao longo dos 4,5 bilhões de anos de existência terrestre.

 

Einstein dedicou seus últimos anos de vida à busca por uma "teoria de tudo", que acomode a relatividade geral e a mecânica quântica numa mesma equação matemática. Considerada o "Santo Graal" dos físicos, essa solução ainda não foi encontrada — mas também nesse caso pode ser apenas uma questão de tempo.


ObservaçãoA famosa foto de Einstein mostrando a língua foi tirada no dia 14 de março de 1951, no momento em que o físico deixava uma festa na Universidade de Princeton, nos Estados Unidos. O fotógrafo Arthur Sasse, da agência United Press International, pediu-le que sorrisse, mas, por cansaço ou impaciência, ele resolveu mostrar a língua. Embora não tenha gostado da foto no início, o cientista acabou encomendando cópias para distribuir a amigos e colegas, A imagem se tornou um ícone cultural e foi leiloada por quase R$ 400 mil em 2017.


Continua...

quarta-feira, 25 de junho de 2025

SMARTPHONES: MEMÓRIA, ARMAZENAMENTO ETC. (CONTINUAÇÃO)

LEMBRE-SE DE CAVAR O POÇO MUITO ANTES DE SENTIR SEDE.

O conceito de lixeira do sistema foi introduzido pela Apple em 1982 e adotado pela Microsoft no Windows, cujo desenvolvimento teve início três anos depois.

Nos smartphones, no entanto, o ícone do cestinho não figura na tela inicial, de modo que o jeito é recorrer ao Files do Google — gerenciador de arquivos que vem instalado de fábrica em smartphones Android da Samsung, Motorola e Xiaomi, mas que também está disponível para download na Google Play Store — ou a aplicativos como o Google Fotos.

CONTINUA DEPOIS DA POLÍTICA

Para intimidar opositores durante os anos de chumbo, os militares se inspiraram em um slogan que os Estados Unidos usaram na Guerra do Vietnã para fomentar nacionalismo e patriotismo, e cunharam o bordão "Brasil, ame-o ou deixe-o". Mas não contavam com a minha astúcia — como diria o Chapolin Colorado —, e o povo brasileiro, sempre pronto para fazer piada com a própria desgraça, transformou a ideia implícita da paródia tupiniquim — intimidar e silenciar os opositores do regime — em pura chacota, ao acrescentar à frase expressões como "o último feche a porta" (ou "apague a luz", conforme a versão). 

Moraes apagou a luz ao proibir a imprensa de acompanhar, ao vivo e em cores, as acareações entre Mauro Cid e o general Braga Netto, e entre o ex-ministro da Justiça Anderson Torres e o ex-comandante do Exército Freire Gomes — ambas marcadas para ontem na 1ª Turma do STF. Tudo isso, note-se, apesar de ter permitido a transmissão ao vivo, pela TV Justiça, dos interrogatórios de Bolsonaro e seus cúmplices e dos depoimentos das testemunhas da tentativa de golpe. Acareações pedem luzes acesas, não portas fechadas. 

Se o governo não fosse tão perdulário, eu diria que, em tempos de economia criativa, apagar a luz virou regra, não exceção.

Para usar o Files, abra o app a partir da bandeja de aplicativos, acesse o menu no canto superior da tela, toque em Lixeira, selecione os arquivos que deseja apagar, toque em Excluir e confirme a ação tocando novamente em Excluir. No Fotos, acesse a aba Álbuns (no rodapé da tela), toque em Lixeira, pressione e segure as mídias que quer apagar, toque em Excluir (na parte inferior da tela) e, por fim, em Permitir para finalizar o processo.

Embora a exclusão manual dos arquivos não seja especialmente trabalhosa, é mais fácil recuperar espaço com a ajuda de ferramentas dedicadas, como o festejado CCleaner — lançado originalmente com o nome CrapCleaner — que possui versões gratuitas e pagas para Windows, macOS e Android

Além de limpar o cache dos aplicativos, pastas de downloads, histórico dos navegadores e conteúdos da área de transferência, o CCleaner também é capaz de desinstalar aplicativos inúteis ou supérfluos, mas vale destacar que ele não deixa o aparelho mais rápido, apenas ajuda a recuperar parte do desempenho perdido ao longo do tempo devido ao acúmulo de “lixo”.

Observação: Outro app semelhante, que faz basicamente o mesmo trabalho, é o Avast Cleanup.

Boa faxina!

terça-feira, 24 de junho de 2025

DE VOLTA ÀS VIAGENS NO TEMPO — 31ª PARTE

ÀS VEZES, ESTAMOS PRÓXIMOS DEMAIS DE ALGUMA COISA PARA PODER ENXERGÁ-LA. 

possibilidade de que alguém vindo do futuro tenha estado entre nós e deixado rastros na rede levou dois físicos americanos a vasculhar a Internet em busca de indícios de viajantes do tempo. No artigo de 11 páginas em que relatam a experiência, os autores descrevem a tentativa de identificar conteúdos que só poderiam ter sido publicados por quem tivesse conhecimento prévio de eventos ainda não ocorridos. Uma menção ao "papa Francisco" antes de 13 de março de 2013, por exemplo, sugeriria a ação de um visitante temporal, já que foi nessa data que o cardeal argentino Mario Bergoglio adotou esse nome ao ser eleito pontífice. Mas não foram encontradas quaisquer referências inequívocas a eventos futuros que pudessem ser atribuídas a visitantes temporais.


CONTINUA DEPOIS DA POLÍTICA


A narrativa — palavra-chave da era trumpista — talvez tenha de encarar a realidade depois que a calopsita alaranjada fez o que nenhum de seus antecessores desde Jimmy Carter conseguiu: atacar de forma incisiva o Irã, cuja transformação em República Islâmica, em 1979, foi celebrada com queima de bandeiras americanas e a humilhante tomada de reféns na embaixada dos EUA em Teerã. 

Trump construiu sua carreira no populismo de direita prometendo manter os EUA longe de novos atoleiros — algo recorrente na história do país desde a Guerra do Vietnã, que o Iraque e o Afeganistão só reforçaram. Além de a interferência direta no conflito ser impopular, parte significativa de sua base criticou a ideia de um envolvimento mais direto. 

A ameaça iraniana de fechar o Estreito de Hormuz parece um caminho menos imediato para o confronto. Resta ver se os EUA responderão com fogo ao choque inflacionário global que a medida provocaria, diante do aumento previsível nos preços da energia. O discurso do “já acabou” revela a tentativa de Trump de sair do conflito sem se queimar demais com sua base — além de evitar o desgaste natural de uma guerra que pode sair de controle. Enfim, eleja um psicopata e seja bem-vindo ao hospício.

 

Os próprios pesquisadores reconhecem que seus esforços talvez não tenham sido amplos o bastante para capturar todas as possíveis evidências. Também admitem a hipótese de eventuais viajantes do tempo não poderem — ou evitarem deliberadamente — deixar rastros duradouros, inclusive digitais, ou de leis da física ainda desconhecidas impossibilitarem a viagem no tempo ou qualquer forma de comunicação entre diferentes linhas temporais.

 

Em 2009, visando provar que a física conspira contra a viagem no tempo, Stephen Hawking organizou uma festa na Universidade de Cambridge (UK) e enviou o convite depois que o evento aconteceu, de modo que somente um viajante do tempo poderia comparecer à festa. No ano seguinte, no capítulo "Viagem no tempo" da série Into the Universe with Stephen Hawking, ele comentou: "Que lástima! Eu gosto de experiências simples e... champanhe. Então, combinei duas das minhas coisas favoritas para ver se a viagem do futuro para o passado é possível, mas ninguém apareceu". 

 

A teoria da relatividade geral admite que deformações extremas no espaço-tempo — como as causadas por buracos negros — abram brechas para viagens ao passado, mas talvez essas condições gerem um campo de radiação tão intenso que poderia destruir não apenas a espaçonave, mas também o próprio espaço-tempo ao seu redor. Embora seja uma possibilidade fascinante, a viagem no tempo levanta dilemas teóricos que desafiam a lógica — como o célebre paradoxo do avô, que coloca em xeque a consistência das linhas temporais e tem sido explorado tanto por físicos quanto por escritores de ficção científica. 


Para contornar esse tipo de contradição, algumas teorias sugerem a existência de múltiplos universos ou linhas temporais paralelas, onde cada ação no passado cria uma nova realidade alternativa. Trata-se de uma possibilidade eminentemente teórica, mas com respaldo em interpretações da mecânica quântica como a interpretação dos muitos mundos, baseada na ideia de multiverso desenvolvida por Hugh Everett nos anos 1950.

Quiçá por limitações tecnológicas, autocensura dos supostos viajantes ou pelas próprias leis naturais que regem o cosmos, o futuro ainda não nos tenha dado — até o momento — qualquer evidência concreta de que alguém tenha conseguido burlar o fluxo do tempo. Mas e se estivermos procurando no lugar errado? E se as provas que buscamos não estiverem escondidas em registros digitais nem nos paradoxos teóricos, mas nas pequenas anomalias do cotidiano, que simplesmente ignoramos?

Talvez o problema não esteja na ausência de viajantes do tempo, mas na nossa incapacidade de reconhecê-los. Afinal, como distinguir um forasteiro temporal de um gênio excêntrico, de um visionário fora do seu tempo... ou de alguém exatamente igual a nós?

Continua...

segunda-feira, 23 de junho de 2025

SMARTPHONES: MEMÓRIA, ARMAZENAMENTO E APPS NA RÉDEA CURTA

PODE-SE APRESENTAR A CULTURA A UM IDIOTA, MAS NÃO SE PODE OBRIGÁ-LO A PENSAR.

Depois que Steve Jobs lançou o icônico iPhone (2007), os demais fabricantes de celulares se apressaram a transformar seus dumbphones em smartphones. Na sequência, os pequenos notáveis se tornaram microcomputadores ultraportáteis, comandados por um sistema operacional sofisticado (Android em 70,8% e iOS em 28,4% dos aparelhos em uso) e capazes de rodar os mais diversos aplicativos.

 

Diferentemente dos computadores de mesa e portáteis, os telefoninhos inteligentes não suportam upgrades de memória — seja da RAM (memória principal ou "física"), seja da ROM (armazenamento interno). O iOS gerencia melhor a RAM do que o Android, e os aparelhos da Samsung, Motorola, Xiaomi e outros com o robozinho verde vêm apinhados de crapware. Então, ainda que dispositivos com 4 GB de memória custem menos, recomenda-se dispor de pelo menos 6 GB (sugiro 8 GB, ou 12 GB, se o bolso permitir). 


CONTINUA DEPOIS DA POLÍTICA


A Câmara aprovou a ampliação do número de deputados federais de 513 para 531 a partir de 2026 — uma expansão que, longe de corrigir distorções históricas, as agrava. Alega-se que o custo — R$ 64,4 milhões — será absorvido pelo orçamento da própria Casa, mas cada novo deputado disporá de uma cota de R$ 38 milhões em emendas orçamentárias. Assim, com 18 novas cadeiras, teremos mais R$ 684 milhões em emendas, totalizando uma despesa extra de R$ 748,6 milhões por ano. 

A distorção atual remonta à ditadura militar, que fixou um piso de 8 e um teto de 70 deputados por estado, independentemente do tamanho real das populações representadas. Se a distribuição de cadeiras fosse realmente proporcional, São Paulo teria 111 deputados, e Roraima, apenas seis. 

Se for aprovado pelo Senado, o projeto afastará ainda mais os eleitores de seus representantes e perpetuará práticas políticas ineficientes: o voto de um eleitor roraimense continuará valendo quase oito vezes o de um eleitor paulista. 

Num momento de urgência fiscal, o Parlamento opta por aumentar os gastos com seus próprios membros, consumindo recursos que poderiam ser investidos em modernização legislativa ou em políticas públicas como saúde, segurança e educação. Em suma, um Parlamento mais caro e menos proporcional é um Parlamento mais distante da democracia que queremos.


Quanto ao armazenamento, modelos premium oferecem 512 GB ou 1 TB. A má notícia é que eles não são para qualquer bolso; a boa é que 256 GB são suficientes para a maioria dos usuários. Vale frisar que comprar um celular Android de 64 GB e dobrar esse espaço com um cartão microSD se tornou uma alternativa interessante com o lançamento da versão Marshmallow (6.0), que já permitia instalar e rodar aplicativos diretamente do cartão (embora nem todos os fabricantes ativassem esse recurso). No entanto, devido às limitações impostas pelas versões mais recentes do Android e à dificuldade em proteger aparelhos com slot extra contra água e poeira, os fabricantes vêm reduzindo significativamente a oferta de modelos que suportem cartões.


ObservaçãoModelos com 24 GB de RAM têm preços estratosféricos, donde a maioria das versões premium oferecer de 12 GB a 16 GB. No entanto, com a corrida de hardware avançado por IA, as exigências devem aumentar. A plataforma Snapdragon 8 Elite 2 deve entregar 100 TOPS (100 trilhões de operações por segundo) de desempenho de inteligência artificial, e o Dimensity 9500 promete oferecer performance semelhante.  Consequentemente, Devido a isso, as cinco principais marcas de celulares se preparam para reintroduzir modelos premium com 24 GB de memória RAM e 1 TB de armazenamento interno. Como o preço é proporcional à configuração... enfim, prepare o bolso. 

 

Quanto ao crapware, a maioria dos inutilitários pré-instalados pelos fabricantes não pode ser removida sem root, mas as Configurações do desenvolvedor (toque em Configurações > Sobre o telefone > Informações de software e sete vezes seguidas em Número de compilação) permitem explorar o Android mais a fundo. Exibido o pop-up de confirmação, localize a entrada Serviços em execução (ou Processos, conforme a versão do sistema), selecione o app que você quer encerrar, toque em Parar e confirme em OK. Feito isso, o programinha será encerrado e todos os serviços associados a ele, interrompidos.

 

Para desinstalar apps com privilégios de administrador, acesse Configurações > Segurança > App do administrador do dispositivo, localize o aplicativo em questão, selecione Desativar o app do administrador de dispositivo e desinstale o dito-cujo da maneira convencional. Para remover apps pré-instalados de fábrica sem rootear o aparelho, siga as instruções deste artigo; para desinstalar um ou vários aplicativos pela Google Play Store, toque no ícone da loja e no seu avatar, selecione Gerenciar aplicativos e dispositivos, toque sobre a memória apresentada do seu dispositivo, marque o(s) aplicativo(s) que você quer excluir, toque no ícone da lixeira e confirme a ação em Desinstalar.

 

Uma maneira mais rápida e muito menos trabalhosa é ativar o Arquivamento Automático, que identifica apps que não são usados com frequência, mas permanecem rodando em segundo plano, e os coloca em "hibernação", liberando recursos do sistema para as tarefas que realmente importam. Para ativar a ferramenta, acesse o Google Play, toque no ícone do seu avatar (ou foto), abra as Configurações, toque em Geral, localize a função Arquivar apps automaticamente e arraste o botãozinho para a direita.

 

É possível liberar um bocado de espaço limpando o cache do celular Android. Para isso, acesse as Configurações, toque em Apps e notificações > Informações do app e, na lista de aplicativos, toque em Armazenamento e cache e em Limpar cache. Para limpar o cache do Chrome, abra o navegador, toque no ícone dos três pontinhos > Histórico > Excluir dados de navegação > Imagens e arquivos em cache > Excluir dados.

O iPhone não possui uma função específica para limpar o cache dos aplicativos porque prioriza a gestão automática de recursos, incluindo o armazenamento temporário. Mas você pode "zerar" os apps desinstalando-os e reinstalando-os em seguida. 

domingo, 22 de junho de 2025

O SEGREDO DA PIPOCA DE CINEMA

ENTERRAR OS MORTOS, CUIDAR DOS VIVOS E FECHAR OS PORTOS.

Vestígios do milho Zea mays everta encontrados em cavernas no México sugerem que a pipoca já fazia sucesso milhares de anos antes de se tornar a estrela das sessões de cinema.  

 

Nos Estados Unidos, ela começou a ser vendida em feiras e parques no século XIX. Com os primeiros cinemas, vieram os pipoqueiros e seus carrinhos, e, mais adiante, o hábito de comer pipoca em frente à televisão. Em 1981, a gigante americana General Mills registrou a primeira patente de pipocas de micro-ondas, contribuindo para aumentar significativamente o consumo. Atualmente, as vendas de refrigerante e pipoca chegam a representar mais de 80% da receita das salas de exibição.


Observação: Uma ida ao cinema virou um programa caro: um balde de pipoca pode custar mais de R$ 30, e um refrigerante grande, R$ 15. Em casa, a pipoca de micro-ondas é uma alternativa prática, mas não exatamente econômica: um pacote de 100 g com cobertura de manteiga chega a custar R$ 10 — o dobro do preço de um saquinho de milho premium de 400 g, que rende muito mais.


CONTINUA DEPOIS DA POLÍTICA


Acreditava-se que a eleição dos novos presidentes da Câmara e do Senado seria como uma lufada de ar fresco numa catacumba, mas só mudaram as moscas — a merda continuou exatamente a mesma. Motta e Alcolumbre atuam em parceria para fortalecer o Legislativo frente ao Executivo, e a tensão aumenta conforme as eleições se aproximam e a rejeição a Lula cresce nas pesquisas. 

Como desgraça pouca é bobagem, os gastos do governo federal cresceram quase o dobro do aumento da arrecadação. Em vez de cortar gastos, Haddad se curva a Lula, que prefere aumentar impostos para bancar o tão ambicionado quarto mandato. 

Às vésperas do período eleitoral, seria ingênuo esperar que o governo mudasse as regras que garantem recursos para seus projetos eleitoreiros. Ao Congresso, por sua vez, interessa preservar as emendas parlamentares — que saltaram de R$ 35,6 bilhões para R$ 50,4 bilhões no governo Lula 3.

Há tempos que o Brasil é governado como uma usina de processamento de esgoto, onde a merda entra por um lado e sai pelo outro — o que mais poderia sair? Entre a porta de entrada, aberta nas eleições, e a de saída, com a muda de governo, a merda muda de aparência, troca de nome, recebe nova embalagem, mas continua sendo merda. E o povo continua fazendo a cada dois anos, por ignorância, o que Pandora fez uma única vez, por curiosidade.

Triste Brasil. 

 

O que muita gente não sabe é que hidratar o milho antes do preparo não só resulta em pipocas maiores, mais aeradas e fofinhas como diminui significativamente os “piruás” (como são chamados os grãos que não estouram ou ficam pequenos e duros). Portanto, coloque a quantidade desejada de milho em um recipiente, cubra com água, deixe de molho por 15 minutos, escorra bem (para que os grãos não fiquem encharcados), leve à panela com óleo, azeite ou manteiga e espere a mágica acontecer.

 

O segredo da pipoca igual à do cinema é aquecer em fogo médio/alto duas colheres (sopa) de óleo de coco por xícara (chá) de milho de qualidade superior, colocar dois ou três grãos na panela e, quando eles estourarem, despejar o restante do milho, baixar o fogo, tampar a panela, mexê-la ocasionalmente para o calor se espalhar de maneira uniforme e deixar uma pequena abertura na tampa para o vapor sair (isso ajuda a pipoca a ficar bem sequinha). 


Quando o intervalo entre os estouros for de 2 a 3 segundos, desligue o fogo, deixe a panela tampada por mais 1 ou 2 minutos para que os últimos grãos estourem, transfira as pipocas para uma travessa e tempere com sal fino, pimenta do reino ou calabresa e o que mais a sua criatividade mandar. 


Se quiser sua pipoca amarelinha como a do cinema, derreta manteiga clarificada em outra panela e despeje-a ainda quente sobre a pipoca já pronta, mexendo bem antes de salgar. 

sábado, 21 de junho de 2025

MICROSOFT WORD X GOOGLE DOCS

SE CADA VEZ QUE ERRO FICO MAIS SÁBIO, QUANDO MORRER EU SEREI UM GÊNIO.

Lançado na década de 1980, quando o Windows ainda era uma interface gráfica que rodava no MS-DOS, o MS Word se tornou o processador de texto mais popular do planeta e ganhou recentemente um brilho extra com a integração da IA Copilot.

Já o Google Docs, lançado em 2006 como parte do Google Workspace, conquistou muitos usuários pela interface limpa e intuitiva, por incluir ferramentas como Google Planilhas e Google Apresentações, e pela gratuidade.

Ambas as suítes permitem criar, armazenar, compartilhar e imprimir documentos de forma simples e eficiente. A escolha certa, porém, depende das necessidades e preferências do usuário: o Google Docs é ideal para quem busca um editor prático, com recursos básicos de edição e revisão, enquanto o Word, mais complexo e robusto, atende melhor a quem precisa elaborar trabalhos acadêmicos ou projetos em empresas que adotam o Pacote Office como padrão.

CONTINUA DEPOIS DA POLÍTICA


Lula semeou a polarização, Bolsonaro a estrumou, e ambos se aproveitam dela para simular um embate entre "o bem e o mal", cada qual no papel que mais lhe convém. O "mito" foi o grande responsável (mas não o único) pela soltura do petista e pela própria derrota em 2022, quando não perdeu para o rival, mas para si mesmo. O problema é que penabundar o capetão custou caro demais: acabamos entregues a um ex-presidiário cuja missão era nos livrar do ora futuro presidiário, e não reencenar uma versão atualizada e piorada dos 13 anos, 4 meses e 12 dias de pesadelo petista. 

Como ações geram reações e as consequências vêm sempre depois, o pontifex maximus da seita do inferno amarga a maior rejeição popular de seu papado. E a situação é ainda mais humilhante porque, noves fora a inflação e o déficit fiscal, os indicadores econômicos estão longe dos piores dias do passado recente. Se essa tendência de queda não se reverter, qualquer outsider que aparecer nas cartelas de pesquisa terá chances reais de despachar o macróbio para casa, para o asilo ou para a ponte que partiu. 

Enterrar a cabeça na areia — como supostamente fazem os avestruzes — desdenhar das pesquisas — como fizeram Bolsonaro et caterva em 2022 — e atribuir o fiasco a "falhas de comunicação”, fake news e algoritmos manipulados não resolve o problema.

Lula e o PT se tornaram um produto político anacrônico, pouco aderente às demandas da sociedade atual. Os cansativos discursos nos quais o autoproclamado parteiro do "Brasil Maravilha" anda de um lado para o outro, com ar messiânico e dedo em riste, dizendo-se predestinado e culpando o antecessor por suas mazelas. É fato que ele escapou do mensalão, tropeçou no petrolão e se safou de situações muito complicadas, mas fato é que não há nada como o tempo para passar. E "o tempo passou na janela, só Carolina não viu".

O Histórico de Versões permite consultar e desfazer todas as alterações feitas em um documento, recurso especialmente útil no ambiente corporativo, pois facilita o controle das edições e eventuais reversões. Além disso, os arquivos do Docs podem ser enviados facilmente para outras ferramentas — como Gmail, Apresentações e Planilhas —, sem falar no Google Tradutor integrado, que possibilita traduzir textos em diversos idiomas diretamente na plataforma.

Apesar da popularização da suíte do Google, o MS Word continua sendo o queridinho de 9 entre 10 usuários, pois oferece ampla variedade de opções de formatação, diagramação e edição, além de uma galeria com modelos prontos para diferentes tipos de documentos, como relatórios, currículos e folhetos. Para o texto, ferramentas complexas permitem editar estilos de parágrafo, fontes, espaçamento entre linhas, recursos avançados de formatação e funções eficazes de correção gramatical e ortográfica. Isso sem mencionar que o software se integra facilmente a outros serviços da Microsoft, permitindo importar planilhas do Excel e slides do PowerPoint, enviar textos diretamente para o Outlook e salvar arquivos no OneDrive.

Com a integração ao Microsoft Copilot, os usuários podem solicitar ao assistente de IA o aprimoramento da redação, um resumo do conteúdo ou até mesmo a criação de um documento do zero a partir de comandos simples. Também é possível acessar e editar arquivos compartilhados, inserir comentários e sugestões, escolher o tipo de citação ou bibliografia e adicionar referências formatadas automaticamente conforme as regras exigidas.

Além dos recursos já citados, o Word conta com ferramentas como o Teste de Legibilidade — que fornece estatísticas para indicar se o texto está claro e fácil de ler — e a Leitura Avançada, que reproduz o conteúdo em voz alta e oferece opções para tornar a leitura mais confortável. Um de seus principais atributos, aliás, é a ampla possibilidade de customização, que permite criar atalhos, layouts, formatações e regras personalizadas conforme as necessidades do usuário.

A escolha é sua.

sexta-feira, 20 de junho de 2025

MITOS SOBRE CELULARES, BATERIAS E RECARGAS

O FRACO TEME A MORTE, O IGNORANTE CLAMA POR ELA, O VALENTE A PROCURA E O SENSATO A ESPERA.

Os celulares surgiram como telefones sem fio de longo alcance, mas o lançamento do iPhone (2007) os promoveu a microcomputadores ultraportáteis — lembrando que, onze anos antes, a Nokia lançou o 9000 Communicator, que já permitia acesso à internet, desde que o usuário estivesse na Finlândia.

Os dumbphones passavam dias longe da tomada porque eram usados basicamente em chamadas de voz e mensagens de texto. Já os smartphones rodam sistemas complexos e executam os mais diversos aplicativos — que não raro permanecem ativos em segundo plano o tempo todo —, daí seu consumo energético ser muito maior e sua autonomia, menor.


CONTINUA DEPOIS DA POLÍTICA


As coisas não vão bem para Lula. Segundo o Datafolha, seu governo só é aprovado por apenas 28% dos entrevistados. A chance de um presidente se reeleger com esse nível de avaliação é muito baixa — mas dos petistas pode-se esperar qualquer coisa, até fazer o diabo para ganhar uma eleição. Quem não se lembra do dossiê falso contra José Serra, em 2006, ou das promessas impossíveis na campanha de 2022, como a elevação do Bolsa Família para R$ 600 mais R$ 150 para cada criança de até 6 anos, mesmo sabendo que isso não caberia no Orçamento? 

O fato é que o demiurgo de Garanhuns já não engana ninguém, sobretudo quando diz que Deus deixou o Nordeste sem água porque sabia que ele, Lula, seria presidente. Alguém em sã consciência acredita que um governo com a aprovação em queda livre tomará medidas impopulares, como promover cortes nos benefícios sociais para equilibrar as contas públicas? É mais fácil galinha criar dentes. 

Apesar da baixa escolaridade, Lula se passa por um estadista empertigado, conhecedor de todas as asperezas que impedem as nações do mundo de deslizarem em patins sobre a pista de gelo da fraternidade universal. Jacta-se de ser um sujeito de sorte — e não sem razão: o menino subnutrido, que veio de pau de arara desde o agreste pernambucano em busca de uma vida melhor, transformou-se em um nobre nascido num castelo medieval da Áustria. Sua terceira passagem pela presidência é algo inusitado: as férias compulsórias que ele gozava numa cela VIP da PF do Paraná foram interrompidas por uma insólita do STF. Lula foi praticamente intimado a ser novamente candidato à Presidência, e nem precisou se esforçar em campanha: o circo já estava montado para a sua vitória apertada (menos de 2% de vantagem sobre o adversário). 

Apesar dos garranchos verbais com que se expressa, Lula tem o dom da palavra fácil e a capacidade de um papagaio adestrado para decorar textos. Adora fazer turismo internacional sob o pretexto de tratar de assuntos diplomáticos e econômicos do país — e quem voa com ele voa tranquilo, pois seu avião parece ser imune a panes.

Lula diz ser um homem do povo e para o povo, mas está cagando e andando para o destino do País. O Orçamento da União não é da conta dele. Interessam-lhe projetos assistencialistas eminentemente eleitoreiros, como Minha Casa, Minha Vida e salário de R$ 500 para os desempregados, entre outras promessas descabidas. 

Como se nao bastasse a avalanche de necessitados no Brasil, Lula perambula pelos sete continentes, prometendo assistência aos depauperados. Sua bandeira de pregação é: onde existir um pobre no mundo, estarei junto para ajudar. Pelo bem do Brasil, torçamos para que não aconteça outro Lula.

Na Argentina, o fim de uma impostura poderia ser também o fim de uma impostora. Qualquer semelhança com nossa republiqueta de bananas não é mera coincidência. Resta saber se, por lá, não vão dar um jeitinho — tal como fazem aqui. No que me diz respeito, Cristina Kirshner já vai tarde.


Entende-se por autonomia o tempo durante o qual o dispositivo funciona sem precisar de recarga. Ela varia conforme a amperagem, o consumo energético do aparelho e o perfil do usuário. Quanto maior a amperagem, maior a autonomia — uma bateria que opera a 12 V e fornece 2 A tem uma potência instantânea de 24 W.

 

Observação: A voltagem é a "força" da corrente elétrica, e a amperagem (ou corrente), a "quantidade de eletricidade" que flui entre a bateria e o dispositivo. Para descobrir a potência do carregador, basta multiplicar um valor pelo outro. 

 

As baterias modernas (de íons ou polímeros de lítio) recarregam mais rapidamente do que as antigas (de níquel-cádmio) e não estão sujeitas ao "efeito memória", de modo que não precisam ser esgotadas totalmente antes de cada recarga. Por outro lado, mesmo uma bateria de 6.000 mAh não desobriga um heavy user de um pit stop entre as recargas completas. 

 

Enquanto investem em tecnologias inovadoras — como a minibateria nuclear, que promete durar décadas, ou até milênios —, os fabricantes recorrem a paliativos, como o carregador rápido de 240 W da Realme, que promete recarga total de aparelhos compatíveis em menos de 10 minutos. Entretanto, reduzir o tempo de recarga não soluciona o problema da autonomia. 


Muitas das dicas que ainda circulam por aí sobre o uso e a recarga de celulares vêm do tempo dos dumbphones. Como nem tudo o que fazia sentido há 20 anos continua valendo hoje, convém revisar alguns cuidados realmente úteis para preservar a saúde da bateria e evitar problemas com o seu aparelho:


— Para ganhar umas horinhas adicionais longe da tomada, reduza o brilho da tela, ative o modo economia de energia. desate notificações desnecessárias; encerre aplicativos em segundo plano, desligue o Wi-Fi, o Bluetooth e a localização sempre que esses recursos não forem necessários, e ajuste o tempo de bloqueio para 30 segundos.

 

— Carregadores e cabinhos "xing-ling" custam barato, mas fornecem voltagem inconsistente e podem danificar a interface de carregamento e/ou abreviar a vida útil da bateria. Prefira utilizar produtos originais ou de marcas homologadas pelo fabricante do seu aparelho, que operam de forma "inteligente", prevenindo superaquecimento e outros danos que os carregadores genéricos podem causar.


— Os cabos USB se conectam fisicamente a vários dispositivos, mas isso não garante o fornecimento seguro de energia. Carregadores diferentes produzem níveis variados de energia, e exceder o limite suportado por alguns dispositivos pode resultar em avarias irreversíveis. 

 

— Iniciar a recarga quando o indicador marcar 20% e interrompê-la aos 80% ajuda a preservar a vida útil das baterias. Ainda que os aparelhos sejam desligados automaticamente quando o nível de carga atinge algo entre 3% e 1%, evite deixá-los chegar a esse ponto — lembrando que, mesmo quando o indicador marca 0%, ainda resta uma pequena reserva de energia que impede a descarga completa.

 

— Usar a porta USB do PC ou a tomada 12 V do carro para recarregar o celular não danifica a bateria, mas retarda consideravelmente o processo; só recorra a essas opções quando não houver uma tomada por perto.

 

— Pode-se usar smartphone durante a recarga, mas ativar o "modo avião" agiliza o processo, e desligar o aparelho ainda dá um "refresh" ao sistema operacional. Se você costuma deixar o telefone ativo e operante durante a recarga, evite atividades exigentes — jogos, vídeos e aplicativos que demandam muito do processador aumentam consideravelmente o tempo de recarga.

 

— Evite deixar o telefone carregando durante a noite. O sistema interrompa a passagem de energia quando a bateria atinge 100% de carga, mas isso pode não funcionar com baterias, carregadores e cabos de marcas genéricas, como aqueles vendidos pelos "melhores camelôs do ramo".

 

Por último, mas não menos importante: prevenir acidentes é dever de todos.