quarta-feira, 10 de setembro de 2025

MAIS DICAS DE WHATSAPP

SE NÃO SABE, APRENDA; SE JÁ APRENDEU, ENSINE.

Alguns dos muitos recursos ocultos no WhatsApp podem facilitar nossa rotina, aumentar nossa privacidade e tornar nossas conversas mais organizadas.

Uma das formas mais eficazes de proteger o aplicativo é combinar senha com biometria (impressão digital ou reconhecimento facial). Para ativar, acesse Configurações > Privacidade > Bloqueio do app e defina se o bloqueio será imediato ou após um certo período.

Trancar conversas permite proteger chats específicos com senha, impressão digital ou reconhecimento facial, garantindo maior privacidade a quem compartilha o celular com outras pessoas ou simplesmente deseja manter conversas sensíveis em sigilo. Para ativá-lo, abra o app, vá até a conversa que deseja proteger, toque no nome do contato ou grupo e selecione Trancar conversa (ou Arquivar com bloqueio, dependendo da versão).


CONTINUA DEPOIS DA POLÍTICA

Eu achava que os bolsonaristas (e os petistas de carteirinha, ainda que em menor medida) tivessem merda na cabeça. Depois do último domingo, no entanto, fiquei com a impressão de que a polarização funcionou como laxante.

Mesmo com o "mito" na bica de ser condenado pelos cinco crimes que a PGR lhe imputou — cujas penas máximas, somadas, ultrapassam 40 anos de reclusão —, cerca de 90 mil anencéfalos bolsonaristas apinharam a mais paulista das avenidas, em Sampa, e a avenida N.S. de Copacabana, na Cidade Maravilhosa, para pedir anistia ao ex-presidente e seus comparsas golpistas.

Paralelamente, cerca de 9 mil militantes descerebrados da esquerda se reuniram na Praça da República (região central da capital paulista) para protestar contra o projeto da anistia que tramita na Câmara e em defesa da soberania do país.

Os bolsonaristas poderiam ser processados pelos petistas por plágio: da mesma forma que a petralhada em 2017, a direita radical trombeteia que eleição presidencial sem seu bandido de estimação seria ilegítima. "Deixa Bolsonaro ir para a urna, qual o problema?", discursou o governador paulista — de olho no capital político do capetão-golpista —, para gáudio dos manifestantes, que erguiam cartazes fornecidos pelos organizadores do ato com os dizeres: "Eleição sem Bolsonaro é ditadura" — mesma frase repetida em coro por bolsonaristas em Brasília.

No Rio de Janeiro, o senador das rachadinhas e mansões milionárias Flávio Bolsonaro ecoou o slogan: "Não existe anistia criminal sem anistia eleitoral". O raciocínio mimetiza a resolução divulgada pelo Diretório Nacional do PT em dezembro de 2017, na qual o partido anotou: "Eleição sem Lula é fraude". Na época, o petismo sustentava que seu xamã enfrentava uma "caçada judicial", uma condenação "sem provas", num processo de "natureza política" cujo objetivo seria "impedir o povo de elegê-lo mais uma vez". 

Lula se manteve na disputa até 1° de setembro de 2018 — quando o TSE finalmente cassou o registro de sua candidatura, seu nome foi substituído na chapa pelo bonifrate Fernando Haddad, que foi derrotado no segundo turno pelo hoje futuro presidiário mais famoso desta país. E deu no que está dando.

Às vésperas de sofrer uma inédita condenação por tentativa de golpe de Estado, Bolsonaro insinua que sua candidatura presidencial fictícia também pode ser artificialmente esticada — o que só pode ser atribuído à infiltração de um agente do marqueteiro petista Sidônio Palmeira nas hostes do bolsonarismo. 

Sabendo que essa estratégia de vitimização tem prazo de validade, o Centrão opera nos bastidores para apressar o apoio do mito golpista a Tarcísio de Freitas, agora mais bolsonarista que o próprio Bolsonaro.

Incluir um link para o perfil do Instagram na seção Sobre é útil para contatos comerciais e pode ajudar na criação de uma rede de networking. Adicionar suas redes sociais ao mensageiro também é uma forma eficaz de expandir sua presença online, atraindo mais seguidores e potenciais clientes.

Outra função interessante é a possibilidade de criar enquetes em grupos — recurso que auxilia na tomada de decisões coletivas, como escolher o horário de um encontro ou definir um tema. Para isso, abra a conversa do grupo, toque no ícone do clipe (anexos), selecione Enquete e insira a pergunta e as opções de resposta. Os membros do grupo poderão votar e acompanhar os resultados em tempo real.

Para pesquisar empresas próximas diretamente no aplicativo, vá à aba de Conversas, toque no ícone dos três pontos (no canto superior da tela) e em Encontrar empresas próximas. Isso exibirá uma lista de estabelecimentos cadastrados na sua região, facilitando o contato com serviços locais — como restaurantes e mercados — de forma rápida e prática.

Se receber uma mensagem de áudio e não puder ouvi-la no momento, utilize a transcrição de mensagens de voz, que aparece logo abaixo dos áudios por cortesia da IA da Meta, evita, assim, perder informações importantes.

O WhatsApp também permite criar eventos diretamente em conversas e grupos. Para isso, abra o grupo desejado, toque no ícone do clipe (anexos), selecione Evento e preencha as informações (nome, data, horário e descrição). Os participantes receberão notificações e poderão confirmar presença, tornando a organização de compromissos muito mais prática.

Nas configurações do mensageiro, toque no ícone de QR Code ao lado do seu nome e compartilhe-o com quem quiser. Isso facilita a adição do seu contato sem a necessidade de digitar o número manualmente — uma excelente opção para cartões e apresentações profissionais, além de evitar erros ao inserir números.

Você  pode ainda criar um avatar personalizado, semelhante a um emoji, e usá-lo como foto de perfil ou figurinha. Para isso, acesse as configurações, escolha Avatar e siga as etapas de personalização. Essa opção permite se expressar de forma divertida e única, além de ajudar a criar uma identidade visual mais forte dentro do aplicativo.

Por fim, acessando o menu de configurações e tocando na opção Listas, você pode criar novas listas, editar as existentes e agrupar contatos de forma eficiente, o que facilita a comunicação. Isso é especialmente útil para quem tem muitos contatos e deseja manter a organização, tornando mais fácil encontrar as pessoas certas na hora certa.

Até a próxima.

terça-feira, 9 de setembro de 2025

A QUE PONTO CHEGAMOS!

NÃO É POSSÍVEL CONVENCER UM FANÁTICO DE COISA ALGUMA, POIS SUAS CRENÇAS NÃO SE BASEIAM EM EVIDÊNCIAS, MAS SIM NUMA PROFUNDA NECESSIDADE DE ACREDITAR.   


O saudoso Ivan Lessa ensinou que o brasileiro esquece a cada 15 anos o que aconteceu nos últimos 15 anos. Isso explica por que a récua de muares supostamente capacitada a votar repete a cada eleição o erro que Pandora cometeu uma única vez.

 

Depois de 21 anos de ditadura e 29 de jejum de urna, os brasileiros recuperaram o direito de votar para presidente. Na eleição solteira de 1989, o cardápio incluía Ulysses Guimarães, Mario Covas e Leonel Brizola, mas o esclarecidíssimo eleitor achou por bem despachar para o segundo turno um caçador de marajás demagogo e populista e um ex-metalúrgico populista e demagogo

 

Collor derrotou Lula em 1989 e Fernando Henrique, em 1994 e 1998 — ambas as vezes no primeiro turno. Mas faltaram ao tucano de plumas vistosas novos coelhos para tirar da velha cartola e assim Lula venceu José Serra em 2002 e Geraldo Alckmin em 2006 — a despeito do escândalo do mensalão. Quatro anos depois, ainda com a popularidade maior que o ego, travestiu de “gerentona” uma incompetente de quatro costados  e a incumbiu de manter aquecida a poltrona que ele pretendia disputar novamente em 2014.

 

Dilma derrotou Aécio no segundo turno, mas foi afastada do cargo em abril de 2016 e apeada em definitivo no final de agosto, quando então seu vice, Michel Temer, foi efetivado no cargo. Num primeiro momento, a troca de comando foi como uma lufada de ar fresco numa catacumba: depois de 13 anos ouvindo garranchos verbais de um ex-retirante semianalfabeto e frases desconexas de uma gerentona de araque, um presidente que sabia falar — e até usar mesóclises — foi um refrigério. 

 

Temer conseguiu baixar a inflação e aprovar o Teto de Gastos e a Reforma Trabalhista, mas seu prometido "ministério de notáveis" se revelou uma notável confraria de corruptos, e sua "ponte para o futuro", uma patética pinguela. Depois que uma conversa de alcova com Joesley Batista veio a público, o emedebista pensou em renunciar, mas foi demovido pelo então deputado Carlos Marun, que se encarregou de escudá-lo das “flechadas de Janot”. 

 

Nosso folclórico “Vampiro do Jaburu” terminou seu mandato-tampão como um pato manco e transferiu a faixa ao pseudopatriota eleito em 2018 para evitar que o Brasil fosse governado por um fantoche de presidiário. Mas foi pior a emenda que o soneto: a nefasta gestão de Bolsonaro — um mau militar e parlamentar medíocre de viés golpista — levou o STF a anular as condenações de Lula, embora elas já tivessem transitado em julgado no STJ quando o ministro Fachin, relator da Lava-Jato na Suprema Corte, acolheu a tese da incompetência territorial da 13ª Vara Federal de Curitiba — que ele próprio já havia rejeitado mais de dez vezes. 

 

Assim que o plenário da Corte reverteu (por 6 votos a 5) a jurisprudência que permitia o cumprimento antecipado da pena após condenação em segunda instancia, o petista deixou a cela VIP onde ficou hospedado por míseros 580 dias e, tão logo foi “descondenado” e reabilitado politicamente (por uma sequência de decisões teratológicas), voltou ao palanque e se derrotou Bolsonaro por uma vantagem de 1,8% dos votos válidos.

 

Evitar mais quatro anos (ou sabe Deus quantos) sob a batuta do capetão-golpista era crucial, mas reconduzir o criminoso à cena do crime era opcional. Ainda assim, a quimérica “terceira via” — tanto com João Dória quanto com Henrique Mandetta, Sergio Moro e Simone Tebet — não prosperou, e Lula, que jamais desceu do palanque, segue candidatíssimo a um nada improvável quarto mandato. Mas querer nem sempre é poder.

 

É claro como o sol do meio-dia que Bolsonaro e seus cúmplices do “núcleo crucial da trama golpista” serão condenados na próxima sexta-feira, e podem "pegar" mais de 40 anos de prisão se as penas máxima previstas para os cinco crimes forem aplicadas. Sem embargo, o 7 de Setembro foi marcado por manifestações contra e a favor do perdão aos atos golpistas — na Praça da República, 8,8 mil manifestantes entoaram gritos de “sem anistia” e exaltaram a soberania nacional; na Avenida Paulista e em Copacabana, 84,9 mil bolsonaristas pediram “anistia já”, criticaram o STF e elogiaram os EUA — com direito a uma enorme bandeira americana. 

 

Tarcísio de Freitas transformou sua aparição no alto do caminhão de som num espetáculo pornográfico. Despido desavergonhadamente do que seria seu maior patrimônio político — a presunção de moderação — o governador paulista cavalgou o Kama Sutra em posições ideológicas exóticas. “Ninguém aguenta mais a tirania de Alexandre de Moraes”. Gilmar Mendes saiu em defesa do colega de toga: “o que o Brasil realmente não aguenta mais são as sucessivas tentativas de golpe”.

 

Tarcísio sabe que a condenação consolidará o expurgo do "mito" das urnas, mas, de olho no espólio, soou tão radicalmente inaceitável quanto seu padrinho político. Para criador e criatura, o cinismo é uma forma de patriotismo, mas a candidatura do governador ao Planalto apodreceu antes de amadurecer, enquanto sua reeleição em São Paulo, antes provável, vai se tornando um roliço ponto de interrogação. 


Como era de esperar, o pano de fundo das manifestações foi impregnado de 2026. O ex-presidiário prevalece sobre qualquer rival em todas as pesquisas, enquanto o futuro presidiário ora veste a fantasia de vítima, ora a alegoria de “réu dodói”. Só não troca o papel de candidato fake, embora 65% dos eleitores avaliem que devesse admitir a morte política e apressar o testamento do que lhe restou de espólio eleitoral. Sem falar que 61% dos entrevistados pelo Datafolha fizeram cara de nojo para presidenciáveis que prometem anistiar o "ex-mito" de suas culpas.

 

A persistência com que o ódio de uma fação extremada mobiliza multidões não serve senão para aguçar a extrema angústia de brasileiros que já estão com o saco cheio de tudo o que não se pareça com um projeto consistente de futuro. E essa gente não costuma gritar no meio da multidão — ao contrário, prefere o escondidinho da cabine eleitoral.

segunda-feira, 8 de setembro de 2025

DE VOLTA ÀS VIAGENS NO TEMPO — 45ª PARTE — SETAS DO TEMPO: DA SIMETRIA QUÂNTICA À DESORDEM CÓSMICA

SE NÃO FOSSE A LUZ, NÃO EXISTIRIA SOMBRA.

Nossos antepassados começaram a contar o tempo quando perceberam padrões no amanhecer, no anoitecer, nas fases da Lua e nas mudanças sazonais. Há cerca de 5.000 anos, os egípcios criaram um calendário baseado na observação da estrela Sirius. Mais ou menos na mesma época, os sumérios dividiram o ano em 12 meses de 30 dias. Em 1582, o papa Gregório XIII substituiu o calendário solar que Júlio César implementou em 46 a.C. pelo modelo hoje adotado oficialmente por 189 dos 193 países-membros da ONU.

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Pelo andar da carruagem, Bolsonaro e outros 7 integrantes do núcleo crucial do golpe conhecerão suas penas na próxima sexta-feira. Até lá, haja antiácido, plasil e pantoprazol, pois o assunto continuará em destaque nos telejornais, assim como as manobras dos parlamentares bolsonaristas para pautar uma proposta de anistia que contemple também — e principalmente — o ex-presidente e seus asseclas de alto coturno.

Se a anistia fosse um filme, ele se chamaria "O Exterminador do Futuro". Na saga original, Schwarzenegger é enviado ao passado para matar a mãe de um líder revolucionário que incomoda o governo no presente — se o inimigo não nascer no passado, o problema deixa de existir no futuro. A proposta de anistia dos bolsonaristas segue a mesma lógica: enviar para o arquivo morto os inquéritos sobre fake news e milícias digitais, usados por Xandão como incubadoras, daria cabo de todos os problemas criminais de Bolsonaro et caterva. 

A proposta perdoaria todos aqueles que "tenham sido ou estejam sendo ou, ainda, eventualmente, possam vir a ser investigados, processados ou condenados" por crimes variados, inclui desde o complô golpista de Bolsonaro ao atentado à soberania nacional do filho Eduardo, passando pelo custeio de acampamentos de quartel e pelo quebra-quebra de 8 de janeiro.

A falta de limites do bolsonarismo ultrapassou todos os limites. Inclusive os do Centrão, pois o projeto apaga "todas as inelegibilidades já declaradas ou que venham a ser declaradas pela Justiça Eleitoral contra os anistiados. Bolsonaro, dodói e entristecido, voltaria a ser um presidenciável "imbrochável", estalando de novo. Tarcísio de Freitas, afilhado político do xamã golpista, estendeu a mão para a facção pró-anistia, mas descobriu que o bolsonarismo quer o braço, o tronco, a alma... 

A sorte é que o absurdo deve ser barrado — sob pena de todos os malfeitores se reunirem e mandarem um novo Schwarzenegger voltar 525 anos no tempo, aguardar na praia pela chegada da primeira caravela e exterminar Cabral e sua trupe.

Embora os relógios de sol e clepsidras tenham evoluído para sofisticados modelos atômicos, a ciência ainda não consegue explicar plenamente o que é o tempo. No século XVII, Isaac Newton comparou-o a uma flecha disparada de um arco, viajando em linha reta e velocidade constante. No  seu entender, a velocidade da luz podia variar, mas o tempo era constante e imutável em qualquer ponto do Universo.

Em 1905, Albert Einstein propôs que o tempo e o espaço são partes de uma única estrutura — o espaço-tempo. Segundo ele, com exceção da velocidade da luz, tudo é relativo no Universo, e a passagem do tempo varia conforme a velocidade do observador e a intensidade do campo gravitacional ao qual ele está submetido. Isso foi comprovado experimentalmente nos anos 1970, quando pesquisadores colocaram quatro relógios atômicos a bordo de aviões que deram a volta ao mundo, primeiro para o leste, depois para o oeste, e observaram um atraso de 59 nanossegundos e um avanço de 273 nanossegundos, respectivamente, em comparação com o padrão do Observatório Naval dos EUA.

De acordo com o astrônomo britânico Arthur Eddington, a "seta do tempo" aponta para o futuro quando a entropia aumenta e para o passado quando ela diminui. Até onde se sabe, a entropia só aumenta — ou seja, estruturas ordenadas perdem sua ordem, vasos de porcelana viram cacos e, por aí vai —, exceto nos sistemas quânticos, onde ela permanece constante quando tudo é deixado ao acaso. 

ObservaçãoOutra teoria sugere que o Universo “puxa” o tempo conforme se expande, e como o tempo e o espaço formam uma estrutura única, eventual reversão da expansão cósmica faria com que o espaço se contraísse e o tempo retrocedesse.

Ainda que as leis da física clássica sejam simétricas no tempo, os fenômenos termodinâmicos que observamos no cotidiano não são. Mas essa aparente contradição é resolvida quando se considera que o Universo começou num estado de entropia extremamente baixa, mas que vem aumentando sua desordem desde então. Mais que as próprias leis da física, esse ponto de partida incomum pode ser o verdadeiro responsável por termos uma seta do tempo. E como ninguém jamais viu os cacos de um vaso quebrado se rearranjarem espontaneamente, a experiência cotidiana reforça a ideia de que essa seta aponta somente para o futuro.

Se a seta do tempo aponta sempre da entropia menor (passado) para a maior (futuro), mesmo nos sistemas quânticos inicialmente ordenados, conclui-se que a entropia cresce até atingir um estado total de desordem. No entanto, segundo o físico John von Neumanna entropia de um sistema quântico não pode mudar, e se ela permanece sempre a mesma, não é possível saber se o tempo está correndo para frente ou para trás.


Essas considerações são irrelevantes ao lidar com sistemas quânticos elementares — como o átomo de hidrogênio, com um único elétron —, mas tornam-se cruciais quando se estuda sistemas com muitas partículas. Nestes casos, é preciso conciliar a teoria quântica com a termodinâmica, o que pode ser tão complicado quanto unificar a Relatividade e a Mecânica Quântica e combinar a gravidade com as outras três forças fundamentais da natureza. Por outro lado, talvez isso também seja apenas uma questão de tempo. 


Continua...

domingo, 7 de setembro de 2025

PIZZA OU FUGAZZETA? A ESCOLHA É SUA!

EU ATÉ FARIA UMA PIADA SOBRE OS POLÍTICOS, MAS ELES ROUBARAM A GRAÇA.

Reza a lenda que a pizza foi criada pelos egípcios há cerca de 4 mil anos, como uma massa fina à base de farinha de trigo ou de arroz — algo parecido com o "pão sírio", que, aliás, rende boas minipizzas caseiras.

Mais adiante, os antigos fenícios passaram a cobrir a massa com carne e cebola, e, em 1889, o padeiro napolitano Raffaele Esposito criou a redonda como a conhecemos hoje, espalhando molho de tomate sobre a massa, cobrindo com muçarela, rodelas de tomate e folhas de manjericão — as cores da bandeira italiana — e batizando de Margherita, em homenagem à esposa do rei Umberto I

Foi também em Nápoles que surgiu a primeira pizzaria (Port'Alba), que se tornou ponto de encontro de artistas da época — como Alexandre Dumas (pai), que citou diversos tipos de pizzas em seus livros.

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Se não houve golpe no Brasil em 2022, não foi por falta de vontade. A intentona só não prosperou devido à burrice e à incompetência daqueles que não se conformaram com a derrota eleitoral, à ausência de ambiente social e político propício a uma ruptura dessa natureza e à recusa dos então chefes das FFAA em aderir a qualquer tentativa golpista.

O julgamento do “núcleo crucial do golpe” deve terminar no dia 12, e a dúvida principal reside apenas na extensão da pena, já que a condenação dos réus são favas contadas. Há quem não reconheça a legitimidade do STF para julgar o ex-presidente — como há quem acredita que a Terra é plana e que o homem jamais pisou na Lua —, mas essa desconfiança não está relacionada ao processo penal em si, mas ao papel que a Corte passou a exercer na política nacional.

A fragilidade da democracia brasileira A degradação de diversas instituições e a paralisia de um embate político extremamente polarizado, que tem impedido o enfrentamento dos gravíssimos desafios que o país enfrenta, escancaram a fragilidade da democracia brasileira — que se agrava ainda mais com o episódio em que o grupo bolsonarista recorreu à Casa Branca, em busca de apoio internacional para evitar que o líder do clã fosse preso. Internamente, a situação é ainda mais preocupante: os brasileiros sequer conseguem chegar a um acordo mínimo sobre o que são os fatos.

Não se pode esperar que, passado este julgamento, o país “volte à normalidade”. Não há uma situação anterior que possa ser simplesmente reencontrada, como uma espécie de data-base institucional ou política. O que se tem é um país enfraquecido, vulnerável, e que, além de suas mazelas históricas, vem sendo tratado com descaso pela superpotência americana.

Para além do aspecto jurídico, esse julgamento histórico lança luz sobre quem somos, onde estamos e para onde poderemos ir.


A pizza foi trazida ao Brasil pelos imigrantes italianos. As primeiras pizzarias surgiram na década de 1910, como estabelecimentos familiares voltados principalmente à comunidade italiana, e se espalharam pelos bairros paulistanos no final dos anos 1940. A modalidade "para viagem" ganhou força nos anos 1960 e 70, acompanhando o crescimento urbano e o ritmo acelerado das grandes cidades. O "delivery" (entrega em domicílio) revolucionou o setor a partir de 1982, quando a Telepizza popularizou o conceito de "pizza por telefone".

Pedir pizza por telefone e recebê-la quentinha meia hora depois é prático — e geralmente mais econômico do que degustá-la no salão da pizzaria, não só por conta do aperitivo, do vinho, da sobremesa e da gorjeta, mas também pela taxa do valet. Já fazer a pizza em casa dá trabalho — a menos que se opte por versões de liquidificador ou de pão de forma, entre outras adaptações.

Você vai precisar de:

2 colheres (sopa) de fermento biológico seco;
2 colheres (chá) de açúcar;
2 ½ xícaras de água morna;
6 xícaras de farinha de trigo;
2 colheres (chá) de sal;
¼ de xícara de azeite extravirgem;
Farinha de trigo para polvilhar a bancada.

Misture o fermento e o açúcar numa tigela, junte a água morna, mexa até dissolver e deixe descansar em temperatura ambiente por cerca de 5 minutos. Quando começar a espumar, acrescente a farinha, o sal e o azeite, misturando com uma espátula apenas o suficiente para incorporar os ingredientes.

Use uma batedeira com gancho para sovar a massa em velocidade baixa por cerca de 5 minutos. Aumente a velocidade aos poucos e deixe bater até que a massa se solte da lateral da tigela. Amasse-a com os dedos, coloque numa tigela grande untada com azeite, cubra com plástico-filme e deixe descansar por uma hora.

Quando a massa dobrar de tamanho, polvilhe farinha sobre a bancada, abra com rolo e divida em quatro porções. Espalhe molho de tomate e a cobertura de sua preferência sobre os discos que for assar — e guarde os restantes na geladeira.

Ir a Buenos Aires para saborear uma pizza al molde — feita com a massa esticada dentro de uma assadeira, o que a deixa alta e fofa — ou uma pizza a la piedra — assada diretamente no forno a lenha, o que a torna mais parecida com as que estamos acostumados a comer — é quase um dever gastronômico. Ambos os estilos levam rios caudalosos de muçarela derretida, a exemplo da fugazzeta, que não leva molho de tomate e é coberta com cebola, muçarela, orégano e azeitonas verdes (tanto lá quanto cá, azeitonas e orégano são parte integrante de toda boa pizza).

A fugazzeta foi criada no início do século passado na pizzaria Banchero, de uma família de genoveses radicada na capital argentina. Há uma versão turbinada — a fugazzeta rellena (recheada) —, composta por dois discos de massa. O primeiro recebe o queijo, é coberto com o segundo e fechado para não vazar. Sobre tudo isso, um oceano de cebola e mais queijo.

Você vai precisar de:

200 g de farinha de trigo;
1 colher (café) de fermento biológico seco;
1 colher (café) de sal;
120 ml de água;
200 g de muçarela ralada;
2 cebolas fatiadas finas;
Azeitonas verdes sem caroço a gosto;
Orégano a gosto.

Misture os ingredientes secos, acrescente a água aos poucos e amasse com as mãos até que ela seja absorvida pela farinha. Quando obtiver uma massa lisa, cubra com um pano úmido e deixe descansar por 1 hora (ou até que ela dobre de volume). Aqueça o forno na temperatura máxima e, em fogo alto, aqueça também uma frigideira ou chapa por 5 minutos.

Divida a massa em duas bolas, uma ligeiramente maior que a outra. Numa superfície enfarinhada, abra com o rolo a bola maior até obter um disco de aproximadamente 18 cm de diâmetro. Com a outra, faça um disco um pouco menor. Coloque 2/3 do queijo sobre o disco maior, ponha o menor por cima e feche bem as bordas, como se fosse um pastelão redondo.

Coloque a fugazzeta na frigideira quente e deixe tostar até surgirem as primeiras manchas de queimado. Vire e repita a operação. Transfira para uma assadeira, cubra com o queijo restante, as cebolas, a azeitona e o orégano, e leve ao forno até tostar as cebolas, gratinar o queijo e terminar de assar a massa.

Bom proveito!

sábado, 6 de setembro de 2025

MEMÓRIA VIRTUAL — A AJUDA QUE ATRAPALHA

CONHEÇA-TE A TI MESMO, MAS NÃO FIQUE ÍNTIMO DEMAIS.

Computadores utilizam diferentes tipos de memória, e cada subsistema tem sua função. Como todos são medidos em múltiplos do byte, usuários menos familiarizados com hardware tendem a confundir memória física (RAM) com memória de massa (HDD/SSD nos PCs e armazenamento interno nos smartphones).

Por ser capaz de preservar os dados mesmo desenergizada, a memória de massa armazena o sistema, os aplicativos e os demais arquivos. A RAM é volátil — ou seja, seu conteúdo se perde quando ela deixa de ser alimentada eletricamente —, mas o acesso aleatório a torna até 100 mil vezes mais rápida que os HDDs, cerca de 40 vezes mais rápida que os SSDs e aproximadamente 50 vezes mais rápida que a memória flash dos smartphones.

 

A RAM tem importância fundamental em qualquer dispositivo computacional — de uma simples calculadora de bolso a um poderoso servidor. É nela que o sistema, os programas e os arquivos em execução são carregados — não integralmente, pois não haveria memória suficiente, mas em páginas (blocos de mesmo tamanho) ou segmentos (blocos de tamanhos diferentes). Um sistema com processador básico e abundância de RAM pode ter desempenho superior ao de outro com CPU potente e pouca RAM.


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No folclore da política, corre uma história sobre um ex-presidente a respeito do qual havia boatos acerca de um namoro com bela senhora ocupante de alta função na República. Consultado, o mandatário negou, mas aconselhou: "Espalhem, fico lisonjeado". Política e compostura não caminham de mãos dadas, mas a desfaçatez de alguns políticos ultrapassa os limites da canalhice. É o caso do governador paulista Tarcísio de Freitas, que nega a pretensão de se candidatar à Presidência, mas alimenta a versão dando sinais de que se sente envaidecido com as especulações — não por mera vaidade, mas por estratégia. Tarcísio se posiciona na rampa de lançamento, mas evita o pulo no escuro, já que a incerteza do cenário exige preparo — e, pelo visto, é o que o governador está fazendo. Talvez ele atire em 2026 mirando 2030 — ou não, dependendo de como andarão as carruagens, cujas rédeas estão nas mãos de Lula, devido à provável condenação de Bolsonaro. A julgar pela pesquisa Quaest, 55% dos entrevistados consideram justa a punição, o que reduz as chances do levante popular almejado por parte dos bolsonaristas. O ex-presidiário do mensalão Valdemar Costa Neto, presidente do PL, reconhece que "a maioria apoia Alexandre de Moraes", e vê em Donald Trump "a única salvação". Sendo como diz Valdemar, caberia à direita virar a página e sair à francesa da aba da família Bolsonaro, como de resto vêm fazendo políticos do Centrão ao cortejar Tarcísio que, penhorado, corresponde e agradece.


Como o próprio sistema e os softwares pré-instalados ocupam boa parte da RAM, a multitarefa (execução simultânea de dois ou mais aplicativos) pode ficar prejudicada em desktops e notebooks com menos de 8 GB e smartphones com menos de 6 GB — lembrando que as quantidades recomendadas, atualmente, são 16 GB e 6 GB. A maioria dos PCs permite aumentar a memória física mediante a adição de um segundo módulo (ou a substituição do módulo original por outro de maior capacidade), mas os smartphones permanecem com a configuração de fábrica durante toda sua vida útil.

 

Modelos de entrada com 4 GB de RAM custam menos que os intermediários, mas dificilmente oferecerão bom desempenho por mais de dois anos. Portanto, invista num aparelho com pelo menos 8 GB de RAM e 256 GB de armazenamento. Se seu orçamento permitir, vale a pena pagar um pouco mais por 12 ou 16 GB de RAM e 512 GB ou 1 TB de armazenamento. E não deixe de verificar quantas atualizações do Android o celular receberá, e por quantos anos o fabricante fornecerá patches de segurança para ele.

 

Alguns celulares Android permitem ampliar o armazenamento com cartões microSD e expandir a RAM com a “mágica” da memória virtual — recurso implementado pela Intel em suas CPUs 386 para evitar as frequentes mensagens de "memória insuficiente". O procedimento consiste basicamente em criar um arquivo de troca (swap file) na memória de massa para funcionar como extensão da RAM, permitindo a execução simultânea de mais programas e dados. No entanto, ainda que a tecnologia tenha sido aprimorada nas últimas décadas, a RAM ainda é muito mais rápida que os HDDs/SSDs dos PCs e memórias flash eMMC ou UFS otimizadas para dispositivos móveis.

 

Alguns fabricantes de smartphones oferecem modelos nos quais é possível expandir a RAM virtualmente. A Motorola batizou o recurso de RAM Boost, a Samsung, de RAM Plus, a Xiaomi, de Memory Extension, e a Realme, de Dynamic RAM Expansion. Para ativá-lo, toque em Configurações > Sistema > Desempenho e procure algo como Otimização de RAM (o caminho e a nomenclatura podem variar conforme a marca/modelo do dispositivo).

 

Em tese, a memória virtual é uma boa ideia também nos celulares, mas na prática o resultado pode ficar aquém do esperado. Como mencionado anteriormente, ela utiliza parte do armazenamento interno do dispositivo para emular memória em nome de uma suposta melhora de desempenho, mas o problema é que a RAM física é milhares de vezes mais veloz.

Se seu aparelho conta com pelo menos 8 GB de RAM, a perda de performance é praticamente imperceptível no uso diário, mesmo porque a memória virtual dificilmente será utilizada. Assim, se o problema não é falta de RAM, mas de espaço livre no armazenamento interno, desativar o recurso pode ser uma boa alternativa. 

sexta-feira, 5 de setembro de 2025

DE VOLTA ÀS VIAGENS NO TEMPO — 44ª PARTE — QUANDO O FUTURO TAMBÉM APONTA PARA TRÁS

O MAIOR CASTIGO DO MENTIROSO NÃO É OS OUTROS NÃO ACREDITAREM NELE, MAS ELE NÃO PODER ACREDITAR NOS OUTROS.

A viagem no tempo sempre fascinou a humanidade, mas um dos maiores obstáculos para sua realização está na própria natureza do tempo e na manipulação da entropia — a medida da desordem de um sistema físico. 


Para compreender essa complexidade, imagine um vaso sobre uma mesa: sua entropia é baixa, mas aumentaria drasticamente se ele caísse e se quebrasse. Os cacos não se reorganizariam sozinhos, ilustrando perfeitamente a irreversibilidade que governa nosso mundo cotidiano.

 

Em escala cósmica, porém a passagem do tempo parece estar conectada à expansão contínua do universo em todas as direções — um fenômeno que nos fornece uma orientação temporal clara desde o Big Bang.


CONTINUA DEPOIS DA POLÍTICA


No segundo dia do julgamento do século, o advogado de Bolsonaro afirmou que “não há uma única prova” que ligue o ex-presidente ao 8 de janeiro, que seu cliente não atentou contra o estado democrático de direito e que a delação de Mauro Cid “não é confiável”. Para o advogado Braga Netto, Cid "mente descaradamente", e para o patrono do general Augusto Heleno "um juiz não pode se tornar protagonista do processo”.

A condenação dos réus são favas contada e as penas máximas previstas para os cinco crimes  somam mais de 40 anos de prisão. Resta saber onde Bolsonaro gozará suas  férias compulsórias. Lula  passou 580 dias hospedado numa cela VIP da Superintendência da PF em Curitiba. Na condição de oficial do Exército, o "mito" pode ficar numa cela no Comando Militar do Planalto — ou não, já que a condenação criminal resulta em perda de patente.

As próximas sessões do julgamento estão marcadas para os dias 9, 10 e 12. A previsão é que o resultado do julgamento seja conhecido na sexta-feira, 12. Além de votarem pela condenação ou absolvição de cada um deles, os ministros precisam definir a dosimetria da pena – quanto tempo eles ficarão presosCogita-se que o ex-presidente e seus cúmplices cumpram as penas no Complexo Penitenciário da Papuda, que abriga mais de 16 mil detentos, mas possui uma ala separada dos presos de maior periculosidade para abrigar os assim chamados "vulneráveis"Mas não seria surpresa se, a exemplo de Collor, o "mito" cavasse uma prisão domiciliar por "razões humanitárias". Afinal, isto aqui é Brasil. 

Bolsonaro aposta suas fichas no Congresso, mas, mesmo se aprovada nas duas Casas, a anistia será vetada por Lula. Deputados e senadores poderiam derrubar o veto, mas nesse caso a aberração seria barrada no STF, que vê as articulações como inócuas. Nos bastidores, as togas afirmam que a proposta é inconstitucional e dificilmente passaria no plenário da Corte. Eles lembraram ainda da tentativa do próprio Bolsonaro de conceder um indulto ao ex-deputado Daniel Silveira, considerado inconstitucional por não poder ser aplicado a crimes contra o Estado Democrático de Direito. 

Mesmo considerando que o PL da anistia não teria efeitos práticos, ministros avaliam que sua aprovação no Congresso representaria uma afronta à Corte, e admitem que poderiam contra-atacar votando pelo fim das emendas impositivas — o tema já está em análise em diversas ações sob relatoria do ministro Flávio Dino. 

Em qualquer hipótese, a ressurreição extemporânea do projeto que passa uma borracha no complô do golpe favorece a estratégia política de Lula. Depois de ser presenteado por Trump com o mote da defesa da soberania, o macróbio ganha do Centrão o material para restaurar o arco democrático que lhe deu a vitória (apertada, mas enfim) em 2022.


Durante séculos, os físicos consideraram a irreversibilidade da "seta do tempo" um princípio fundamental da natureza, mas essa visão vem sendo desafiada pelas descobertas da física quântica, onde as interações são probabilísticas e, em certos contextos, reversíveis através da matéria exótica em estruturas como os buracos de minhoca — lembrando que tanto a existência da matéria exótica quanto dos buracos de minhoca ainda carecem de confirmação observacional direta.

 

Através de simulações matemáticas e experimentos com sistemas fotônicos, pesquisadores da Universidade de Surrey, no Reino Unido, descobriram evidências de que duas setas do tempo opostas podem emergir de certos sistemas quânticos — ou seja, que a reversibilidade pode coexistir com a irreversibilidade, dependendo das condições iniciais e da interação com o ambiente. Essa descoberta desafia a concepção tradicional de causalidade e evolução temporal, e uma eventual confirmação leva a crer que nosso conceito linear do tempo não passa de uma ilusão emergente da realidade macroscópica.


Um aspecto crucial dessa pesquisa é o papel da decoerência e do observador — a decoerência é o processo pelo qual um sistema quântico perde sua coerência, ou seja, deixa de exibir superposição de estados e passa a se comportar como um sistema clássico. Isso significa que o ato de medir ou observar não apenas perturba o sistema, mas pode determinar a direção temporal que ele seguirá. 


Os cientistas propõem a existência de duas setas temporais distintas: a termodinâmica, associada ao aumento da entropia, e a informacional, relacionada ao fluxo de informações nos sistemas quânticos. A questão que permanece é qual das duas experimentamos em nossa realidade cotidiana e se ambas podem coexistir — uma predominando em escalas macroscópicas e a outra restrita ao domínio quântico.

 

Alguns físicos teóricos sugerem que tanto o espaço quanto o tempo podem surgir de propriedades mais fundamentais da informação e da termodinâmica. Se isso estiver correto, o tempo seria mais uma "ilusão útil" do que um componente básico da realidade. Em ambientes extremos — como nas proximidades de buracos negros, onde as singularidades fazem com que as leis conhecidas da física não se apliquem —, ele pode literalmente "andar para trás" ou seguir direções não convencionais. 


Isso levanta questões fascinantes sobre como múltiplas setas temporais poderiam se manifestar em escalas cosmológicas, já que conceitos como "passado" e "futuro" podem ser apenas produtos de nossa percepção limitada. Nesse cenário, talvez o futuro não seja tão predefinido quanto imaginamos, e o livre-arbítrio poderia existir em um nível mais profundo, onde nossas escolhas não apenas moldam o presente, mas influenciam a própria direção temporal. 


Atribui-se ao filósofo grego Sócrates máxima "só sei que nada sei", que, a despeito da origem incerta, aplica-se perfeitamente a nosso entendimento atual do tempo: quanto mais os cientistas se aprofundam na exploração do tempo quântico, mais claro fica que eles estão apenas no início de uma jornada emocionante e complexa.

 

A possibilidade de navegar pelo tempo como um barco por um rio — avançando e retrocedendo — pode parecer ficção científica, mas os avanços da ciência sugerem que a realidade pode ser muito mais maleável e surpreendente do que nossa experiência cotidiana nos leva a crer.


Continua...