quinta-feira, 31 de agosto de 2017

CRONÓGRAFO COM PONTEIROS DESSINCRONIZADOS? RESOLVA VOCÊ MESMO

ESCOLHA OS AMIGOS PELA BELEZA, OS CONHECIDOS PELO CARÁTER E OS INIMIGOS PELA INTELIGÊNCIA.

Embora os onipresentes celulares substituam com vantagem os relógios de pulso, há quem não abra mão desse adereço, talvez devido ao fascínio exercido por modelos de grife, que sinalizam bom gosto e elegância (quando não ostentação, já que o preço pode chegar a centenas de milhares de dólares).

Como tudo mais nesta vida, os relógios sofrem o efeito da passagem do tempo, e como bons relojoeiros são, atualmente, tão raros quanto moscas brancas de olhos azuis, convém ficar esperto quando for trocar a bateria de um modelo a quartzo ― eu mesmo perdi um Citizen depois que uma relojoaria “lábios de suíno” instalou uma bateria de marca barbante, que vazou após três ou quatro meses de uso e causou danos irreparáveis ao módulo do relógio. Mas o problema mais comum é o “relojoeiro de araque” devolver um cronógrafo com os ponteiros desalinhados, seja por não saber sincronizá-los, seja porque simplesmente não dá a mínima.

De tanto passar esse perrengue, resolvi jamais comprar outro relógio com cronógrafo ― a não ser que fosse um modelo mecânico ―, mas desencanei depois que descobri como fazer o ajuste, e assim resolvi compartilhar o mapa da mina com meus leitores, mas não sem “enfeitar um pouco o pavão”, pois é o tempero que agrega sabor ao prato.

O relógio de sol surgiu milênios antes da Era Cristã, quando alguém se deu conta de que o tamanho da sombra variava ao longo do dia, conforme a posição do sol no céu. Depois dele vieram a clepsidra, a ampulheta (relógios “de água” e “de areia”, respectivamente) e uma série de bugigangas curiosas, até que o Papa Silvestre II criou, lá pelos anos 800 da nossa era, o que viria a ser o tetra-tetra-tetra-avô dos relógios mecânicos atuais.

Os modelos de bolso surgiram cerca de 500 anos depois, e foram muito populares até Santos Dumont pedir ao joalheiro Louis Cartier que adaptasse uma correia ao maior relógio de pulso feminino de sua coleção ― o “Pai da Aviação” queria consultar as horas sem tirar as mãos dos comandos de suas aeronaves ―, e assim o uso dos relógios-pulseira, que até então eram adereços tipicamente femininos, se disseminou também entre os homens. Ainda que uma coisa nada tenha a ver com a outra, a grife francesa Cartier se tornou uma das mais ilustres representantes da alta joalheria mundial ― além de joias finas e relógios caríssimos, ela produz perfumes, bolsas e acessórios sofisticadíssimos.  

Observação: O primeiro “relógio pulseira” foi encomendado pela irmã do imperador Napoleão Bonaparte ao relojoeiro Abraham-Louis Bréguet, embora alguns pesquisadores atribuam sua invenção a Antoni Patek e Adrien Philippe, fundadores da conceituada Patek-Phillipe. A princípio, os relógios de pulso eram usados apenas pelas mulheres; os homens portavam um cebolão, que carregavam no bolsinho do colete, preso a uma vistosa corrente ― de ouro ou de prata, grossa ou fina, conforme o gosto e as posses de cada um.

Amanhã eu conto o resto.

MICHEL TEMER - 1 ANO DE GOVERNO

Comemora-se (?!) hoje o primeiro aniversário da efetivação de Michel Temer na presidência da Banânia. Não haverá bolo nem velinha para soprar, já que sua insolência está em viagem oficial à China, de onde deve voltar na semana que vem, não sei se a tempo de participar das festividades de 7 de Setembro, data nacional tupiniquim.

Especula-se, no entanto, que o presidente seja recebido com mais uma denúncia de Rodrigo Janot, que passará o comando da PGR para Raquel Dodge em meados do mês que vem. A primeira denúncia, por corrupção passiva, foi bloqueada mediante uma vergonhosa compra de apoio parlamentar. Desta feita, a acusação será por obstrução de Justiça e associação criminosa, e deverá seguir o mesmo rito da anterior. Se Temer tem ou não cacife político (e dinheiro em caixa) para barrar também esta denúncia, isso ainda não se sabe. Mas é certo que os proxenetas do parlamento irão pressioná-lo, forçando a fazer mais concessões espúrias.

Goste-se ou não de Michel Temer ― e eu não gosto ―, é impossível negar os fatos: no governo de Dilma, a imprestável, a inflação estava em 11,48% ao ano; no atual, está em 3,48%. A taxa Selic também caiu ― de 14% para 9,25%. O dólar baixou de R$ 4,10 para R$ 3,12, e o PIB, que vinha amargando seis trimestres negativos, deve fechar o ano em torno de 0,5%. Com o PT no comando, a Petrobras amargou anos de prejuízo (e roubalheira); com Temer, teve lucro no primeiro semestre de 2017. E até os índices de desemprego começara a recuar ― timidamente, é verdade, mas até aí morreu o Neves.

Resta saber que efeito terá a delação de Lucio Funaro, cujo conteúdo está sob segredo de Justiça, mas certamente virá a público se e quando ela for homologada pelo ministro Edson Fachin. Fala-se que as informações do colaborador ― que era comparsa do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha e operador financeiro das maracutaias do PMDB na Câmara, fornecerão farta munição para embasar a nova denúncia contra Temer. A conferir.

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