O deputado federal Paulo Salim Maluf é o exemplo pronto e acabado de político em quem
o povo, se tivesse vergonha na cara, jamais deveria votar (e o mesmo vale para Lula, Juca, Sarney, Renan, Collor e ilustríssima companhia). Seu nome é associado à roubalheira desde que eu
me entendo por gente. As primeiras suspeitas surgiram há quase meio século,
quando, então prefeito de Sampa nomeado pela ditadura militar, o turco lalau resolveu
presentear cada jogador da Seleção
Canarinho (que venceu a Copa de 1970) com um fusca novinho em folha. Em
2005, quando ele e seu filho foram presos na Superintendência da PF de São Paulo, o jornal francês Le Monde chegou a publicar que, até o
advento do mensalão, Maluf
personificava a corrupção no Brasil, e malufar
era sinônimo de roubar os cofres públicos.
Maluf já foi condenado
à prisão pela justiça francesa e figura na lista de procurados da Interpol desde 2010, com ordem de prisão
em 188 países. Já defendeu Lula sempre
em várias oportunidades e votou a favor do ex-vice-da-anta-incompetenta-muito-peido-e-pouca-bosta
quando das denúncias da PGR por
corrupção, formação de quadrilha e obstrução da Justiça ― talvez por cortesia profissional ou ética entre ladrões, vai saber...
Em quase meio século de vida pública, Maluf já figurou no topo
da lista de políticos com mais processos judiciais, mas nunca passou mais que
41 dias em cana, em 2005, acusado de coagir
testemunhas no processo em que finalmente foi condenado pelo STF a 7
anos, 9 meses e 10 dias de prisão (que começará no regime fechado,
sem possibilidade de saída durante o dia para trabalho), além da perda do mandato parlamentar e de multa de
mais de R$ 1,3 milhão.
Entre o início da investigação e a decisão do Supremo,
passaram-se 17 anos. Aliás, o turco é mestre em utilizar recursos procrastinatórios
e empurrar para as calendas as decisões finais sobre seus processos. E a idade avançada já lhe concedeu o benefício da prescrição de algumas
ações judiciais ― como a obra do túnel Ayrton Senna, cujo processo o STF
mandou arquivar em 2009 porque o turco já tinha mais de 70 anos (a quem
interessar possa, ele completou 86 em setembro passado). Mas uma de suas
maiores proezas foi se livrar da Lei da Ficha-Limpa em 2010: mesmo
condenado por improbidade administrativa, ele convenceu a Justiça
eleitoral de que o delito cometido tinha caráter culposo, não doloso.
Observação: Maluf jamais admitiu ter cometido crime de corrupção; o bordão “não tenho nem
nunca tive conta no exterior” continua sendo a sua principal retórica ― qualquer
semelhança com outro ladrão cara de pau e sem vergonha, que se diz a alma
viva mais honesta da galáxia, não é mera coincidência.
“Papai Noel existe”, comemorou o promotor José Carlos Blat,
um dos responsáveis pelas investigações. Seu colega Sílvio Marques, que
também atuou no caso nos últimos 15 anos, disse que a decisão de Fachin põe
fim à fábula de que Maluf jamais seria preso por causa de sua “importância
política”. Segundo Marques, há provas contundentes de que o deputado
desviou US$ 400 milhões quando era prefeito da capital paulista.
Em outubro deste ano, por 4 votos a 1, a 1ª Turma do STF já havia rejeitado um recurso “procrastinatório” de Maluf. O voto vencido foi do ministro Marco Aurélio Mello, que se ainda não transformou em quarteto o trio assombro do Supremo (Mendes / Lewandowski / Toffoli), não perde uma chance de exibir suas credenciais. Caberá agora a um juiz de primeira instância do Distrito
Federal comunicar à Corte o início do cumprimento da pena. O ministro
determinou o envio do processo com urgência ao TJ-DF para designação do juiz de execuções penais que cuidará dos
procedimentos. Ainda na terça-feira, Fachin encaminhou ofício ao diretor-geral da Polícia Federal, Fernando Segovia, determinando o cumprimento da prisão.
E Lula lá, na
fila de espera. Por falar nisso, o molusco abjeto pretende viajar para a Etiópia assim que a 8ª Turma do TRF-4 julgar seu recurso. Não
seria o caso de a Lava-Jato confiscar seu passaporte?
APROVEITANDO O ENSEJO:
APROVEITANDO O ENSEJO:
LULA CONDENADO A
PAGAR CUSTAS PROCESSUAIS E HONORÁRIOS DO ADVOGADO DE DALLAGNOL ― MAIS UM TIRO NO
PÉ DOS RÁBULAS DO PETRALHA.
Em dezembro de 2016, Lula,
a defesa de Lula protocolou na
Justiça uma ação de reparação por danos morais no valor de R$ 1 milhão contra o
procurador Deltan Dallagnol,
coordenador da Lava-Jato.
Segundo os rábulas, a honra e a imagem do petralha teriam
sido “atacadas” durante a coletiva de imprensa convocada pelo MPF, em setembro
daquele ano, para, mediante uma prosaica apresentação em Power Point, mostrar aos míopes, petistas e outros deficientes
visuais o papel da “alma viva mais honesta da galáxia” na ORCRIM.
O tiro saiu pela culatra, para variar: ação foi julgada
improcedente ― afinal, o Power Point estava certo ― e Lula é que foi condenado a
pagar as custas processuais e a arcar com os honorários advocatícios do
defensor de Dallagnol (10% do valor da causa, ou seja, R$ 100 mil).
Não há como desonrar alguém que há muito não tem honra ― e
se algum dia realmente chegou a tê-la.
Aliás, li em algum lugar que o empresariado “aderiu em peso a Lula”. Que bom. Assim
vai todo mundo “em bloco” para a cadeia. Pelo visto, faltarão acomodações para
esse povo todo. A não ser, naturalmente, que Gilmar Mendes e distinta companhia continuem na cruzada laxante,
que vêm protagonizando há algum tempo, a pretexto de não-sei-bem-o-quê. A propósito,
não deixe de conferir aqui
o mais recente bate-boca entre ministro-deus
e seu colega Luis Roberto Barroso.
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