sábado, 10 de março de 2018

LULA E O ABRAÇO DO AFOGADO


É absurda a pressão que o PT vem colocando sobre os ministros do STF. Segundo o jornalista Gerson Camarotti publicou em seu Blog no G1, um ministro afirmou, sob anonimato, que “nunca o Supremo foi tão pressionado, nem durante o período do mensalão”.

Na avaliação do núcleo petista, como é mais seguro votar um caso genérico do que colocar na pauta um recurso específico, a única chance de Lula escapar da prisão é obter uma decisão favorável no STF. Daí porque Jaques Wagner, Gilberto Carvalho, José Eduardo Cardozo e Sigmaringa Seixas têm sido vistos nos corredores do Supremo. Dias atrás, conforme eu comentei na postagem anterior, a ministra Cármen Lúcia foi surpreendida com a presença de parlamentares do PT, capitaneados pela senadora vermelha Gleisi Hoffmann, que invadiram seu gabinete, acompanhados do ministro Ricardo Lewandowski, para interceder em favor do molusco. 

A derrota de Lula no STJ pode levar o Supremo a reexaminar a questão da prisão após a condenação em segunda instância, mesmo contra a vontade de sua presidente. Cármen Lúcia está coberta de razão em não querer voltar ao tema pouco mais de um ano depois de a Corte ter decidido ― ainda que pelo placar apertado de 6 votos a 5 ― retomar a jurisprudência que era seguida até 2009. Se o assunto retornar ao plenário e o entendimento for modificado, ficará nítido que a questão foi revista para favorecer Lula, que conta com amigos poderosos, inclusive no Judiciário. Sem mencionar que o retorno ao status quo ante abalaria os pilares da Lava-Jato, pois desestimularia novos acordos de colaboração.

A esperança do petralha é ganhar tempo até que o STJ julgue seu recurso especial. Nas contas de seus vassalos, isso poderia lhe render uma sobrevida de seis meses a um ano, tempo suficiente para ele eleger um “poste” e afundar a Lava-Jato. Demais disso, Dias Toffoli sucederá a Cármen Lúcia na presidência da Corte a partir de setembro. Como se sabe, esse luminar do saber jurídico foi advogado do PT e ligado a José Dirceu (dentre outras “virtudes” que abrilhantam seu currículo), e é tido e havido como "o homem de Lula no Supremo" (aliás, foi dele a ideia de mandar os criminosos para a cadeia somente após decisão do STJ). 

Mas o que é de Lula está guardado: ele é réu em outros 6 processos criminais, e seu enquadramento na Lei da Ficha-Limpa e consequente inelegibilidade por oito anos parecem ser favas contadas. É por essas e outras que seus advogados agem como se travassem um embate político, com discursos e ações de proselitismo, inclusive em bolsões de esquerda no exterior.

Em vez de se limitar a questionar aspectos específicos do texto do acórdão da 8.ª Turma do TRF-4, nos embargos de declaração, a defesa do sevandija busca confrontar a própria decisão condenatória. Isso não passa de pirotecnia, pois, como eu já disse em outras oportunidades, esse tipo de recurso não têm o condão de modificar o acordão, pois se destina apenas a esclarecer pontos conflitantes ou obscuros da decisão; Em entrevista à FOLHA, o molusco safardana se manteve no palanque e ainda desfiou teses fantasiosas com sabor de pós-guerra. Segundo ele, o juiz Sérgio Moro receberia instruções nos Estados Unidos, que passaram a conspirar contra o ainda presidente quando o Brasil avançou nas descobertas de petróleo no pré-sal.

O enredo não passa de ficção, naturalmente. Além do clima de espionagem de história em quadrinhos, existe o fato de que, na mesma época do pré-sal, os EUA já começavam a explorar o “shale gas”, que os tornaria mais uma vez produtores líderes de petróleo no mundo. Assim, a versão lulopetista recebe de vez o carimbo de farsa (assista ao vídeo a seguir).



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