No início da tarde de ontem eu noticiei a prisão do ex-presidente Michel Temer, do
ex-ministro e ex-governador do Rio, Moreira
Franco (o
quinto governador do Rio a ser preso no âmbito da Lava-Jato), do célebre
coronel João Batista Lima Filho e de
outros membros da quadrilha supostamente chefiada pelo ex-presidente. Postei em edição extraordinária devido à importância do fato — a partir do
qual o Brasil passou a ter dois ex-presidentes presos — e porque este episódio é mais uma evidência de que narrativa petista de perseguição política a seu
amado líder não passa de conversa mole para boi dormir. Aliás, ainda falta prender
a dona Dilma, mas isso é conversa
para outra hora.
Como o assunto em tela ocupou boa parte dos telejornais da última quinta-feira, e considerando as
repercussões que ainda estão por vir, acrescento apenas que Temer classificou sua prisão como “uma barbaridade”, a despeito de o juiz Marcelo Bretas, responsável pela Lava-Jato no Rio, entender que a conclusão dos
procuradores que atuaram no desdobramento batizado de Operação
Radioatividade, de que o emedebista é o líder da organização
criminosa que desviou cerca de R$ 1,8 bilhão, “é convincente”. Aliás, Bretas
ordenou busca e apreensão nos endereços de Maristela
Temer, filha de Michel Temer, do
almirante Othon Luiz Pinheiro da Silva,
de Ana Cristina da Silva Toniolo e
de Nara de Deus Vieira e em empresas
vinculadas aos investigados.
Cumpre salientar dois pontos que eu reputo importantes:
o primeiro é que, a despeito do bombardeio sofrido dias atrás — tanto por parte
do STF quanto do MPF — a Lava-Jato mostra que continua viva, ativa e operante. Agora, se isso vai dar início a uma guerra entre os procurados e os ministros supremos, bem, o que eu posso dizer é que, se isso acontecer, quem tende a ser mais prejudicado é o país. Aliás, a prisão de Moreira Franco, que é sogro do presidente da Câmara, já respingou no andamento da reforma da Previdência — a indicação do relator na CCJ, que deveria acontecer nesta sexta, foi adiada para a semana que vem.
O segundo ponto é que a prisão de Temer escancara a fantasia falaciosa que da narrativa petista de que Lula está na cadeia por ser perseguido pela Justiça. Aliás, por mais lamentável que seja ver dois ex-presidentes da República nessa situação vexatória, ainda mais lamentável ainda seria vê-los se safarem impunemente, como acontecia até a Lava-Jato entrar em ação. Pena que parte do Judiciário compactue com os malfeitos dessa caterva e crie todo tipo de dificuldade para evitar que criminosos do colarinho branco respondam por seus atos. Não é à toa que, de 2015 para cá, chegaram ao Senado nada menos que 45 pedidos de impeachment de ministros do STF, 10 dos quais pedem a saída Gilmar Mendes.
O segundo ponto é que a prisão de Temer escancara a fantasia falaciosa que da narrativa petista de que Lula está na cadeia por ser perseguido pela Justiça. Aliás, por mais lamentável que seja ver dois ex-presidentes da República nessa situação vexatória, ainda mais lamentável ainda seria vê-los se safarem impunemente, como acontecia até a Lava-Jato entrar em ação. Pena que parte do Judiciário compactue com os malfeitos dessa caterva e crie todo tipo de dificuldade para evitar que criminosos do colarinho branco respondam por seus atos. Não é à toa que, de 2015 para cá, chegaram ao Senado nada menos que 45 pedidos de impeachment de ministros do STF, 10 dos quais pedem a saída Gilmar Mendes.
Também não é à toa que o juiz Bretas incluiu em sua decisão que um possível recurso de Temer ao STF não deve ser relatado por Mendes,
que já relatou outros casos da Lava-Jato
no Rio, como as operações Saqueador
e Calicute. No documento, o
magistrado afirma que a prisão do emedebista não guarda relação com as ações
penais dos dois casos da Lava-Jato
já relatados pelo ministro. "Apenas para evitar confusões a respeito da
competência para eventual impugnação desta decisão, repito que estes autos
guardam relação de conexão e continência com a ação penal derivada da
denominada operação Radioatividade e
seus vários desdobramentos", observou. Bretas entende que o encaminhamento deva ser feito ao ministro Barroso, remetente do inquérito que
leva o ex-presidente à 7ª Vara Federal do Rio, ou a qualquer outro ministro
sorteado eletronicamente. A expectativa dos membros do MPF é que o relator seja o ministro Fachin, responsável por relatar
processos decorrentes da Operação
Radioatividade, que apurou desvios na Eletronuclear.
Observação: O habeas corpus apresentado pela defesa de Temer está nas mãos do desembargador Ivan Athié, do TRF-2, que, dizem, acredita na prisão somente depois de condenação final. Mas o magistrado pode jogar a batata quente no colo da 1ª Turma daquele regional, que costuma apoiar as decisões do juiz Bretas. Como se vê, no Brasil a Justiça está mais para um jogo de roleta do que... Bom, deixa pra lá. Passemos ao texto que eu havia preparado para hoje:
Observação: O habeas corpus apresentado pela defesa de Temer está nas mãos do desembargador Ivan Athié, do TRF-2, que, dizem, acredita na prisão somente depois de condenação final. Mas o magistrado pode jogar a batata quente no colo da 1ª Turma daquele regional, que costuma apoiar as decisões do juiz Bretas. Como se vê, no Brasil a Justiça está mais para um jogo de roleta do que... Bom, deixa pra lá. Passemos ao texto que eu havia preparado para hoje:
É pública e notória a aversão que parte da mídia nutre pelo
presidente Jair Bolsonaro (aliás, a recíproca é verdadeira), mas há quem vá mais
além, criando fake news para
desmoralizar seu governo. Os bolsomínions não ficam atrás, mas, convenhamos:
esse revanchismo irresponsável é contraproducente, sobretudo quando o capital
político do chefe do Executivo é fundamental para a aprovação da reforma da
Previdência — sem o que a economia tupiniquim entrará em colapso.
Na última quarta-feira, noticiou-se ad nauseam que a popularidade do atual governo é a pior desde a
redemocratização do país. Segundo o Ibope
— que ouviu 2002 pessoas entre 16 e 19 de março e atribui margem de
confiança de 95% a esse levantamento —, a avaliação positiva da gestão de Bolsonaro caiu de 49% para 34% em
menos de 3 meses, enquanto o percentual dos entrevistados que a consideram ruim
ou péssima subiu de 11% em janeiro para 24% em março, e a aprovação pessoal do
presidente é de 51%. Nunca é demais lembrar o Ibope, a exemplo da maioria dos principais institutos de pesquisa, dava
como líquida e certa a eleição de Dilma
para o Senado, e que a ex-presidanta ficou em quarto lugar, com 15,29% dos
votos válidos — e ainda viu seu ex-companheiro de luta armada e ex-ministro, Fernando Pimentel, ser expurgado do
segundo turno na disputa pelo governo de Minas Gerais.
Observação: Em seus tempos de guerrilheira, a Rainha
Bruxa do Castelo do Inferno integrou o grupo Colina, que executou um
oficial alemão por confundi-lo com o major boliviano Gary Prado, suposto matador de Che
Guevara. Como se vê, a incompetência está no DNA dessa calamidade em forma
de gente.
A mídia também divulgou os índices de aprovação de FHC (1995) Lula (2003) e Dilma (2011)
ao cabo dos primeiros três meses em seus primeiros mandatos, que foram
respectivamente de 41%, 51% e 56%. Mas ninguém deu um pio sequer sobre Lula ter acabado na cadeia e Dilma,
defenestrada do Planalto pela porta dos fundos. Ou essa gente tem memória
seletiva, ou age de má-fé, valendo-se de meias-verdades para manipular a
opinião pública.
Outro fato curioso é o destaque dado ao assassinato da
vereadora Marielle Franco — cujo
mandante (ou mandantes) não ter sido identificado (ou não terem sido
identificados, embora já se tenha passado mais de um ano — ser muito maior que
o do atentado contra a vida de Jair Bolsonaro. Também chama a atenção o
fato de Adélio Bispo ser considerado
um “lobo solitário”, a despeito de todas as evidências em contrário — a começar
pelo fato de ele não ter um gato para puxar pelo rabo e ser
defendido por 5 advogados renomados, pagos sabe lá Deus por quem. Como
se isso não bastasse, as investigações que visavam elucidar quem está por trás do
atentado foram suspensas por um pedido do presidente da OAB, que tem fortes laços com o PT, deferido por um desembargador nomeado por Dilma e crítico figadal da Lei
da Ficha-Limpa.
Tenta-se agora vincular Bolsonaro
ao atentado contra a vereadora carioca. Argumenta-se que o atirador, o sargento
reformado da PM Ronnie Lessa, era seu
vizinho no condomínio em que Bolsonaro
morava antes de se mudar para o Palácio do Planalto, que Bolsonaro aparece numa
foto (tirada em 2011) com o outro suspeito, o ex-policial militar Élcio Vieira de Queiroz, e que o fato
de o filho mais novo do presidente, Jair
Renan, ter namorado a filha de Lessa.
Bolsonaro argumenta que o condomínio
em questão tem 150 casas, e que ele não conhecia todos os seus vizinhos; que já
tirou fotos com milhares de policiais e que zero quatro já namorou todo mundo
naquele condomínio.
Eis aí mais uma história mal explicada a destruir a
confiança da nação em seu presidente — como se já não bastasse a interminável
novela Fabrício Queiroz /Flávio Bolsonaro, que se arrasta desde
o ano passado e parece estar longe de terminar. Agora, depois de ter faltado a
quatro convocações do MP, o
ex-assessor afirmou por escrito que abiscoitava parte do salário dos funcionários
do gabinete do então deputado, na Alerj,
para redistribuí-los entre outros servidores “informais”, sem que o chefe
tivesse conhecimento. Uma explicação tão mambembe quanto a que atribuía os
depósitos feitos em sua conta à compra e venda de veículos usados. Pelo visto,
criatividade não é o forte do ex-factótum dos Bolsonaro; afinal, tempo não lhe faltou para elaborar uma narrativa
mais convincente.
Para não estender ainda mais este texto, vou deixar as demais considerações
para uma próxima postagem.