sexta-feira, 19 de dezembro de 2025

DE VOLTA ÀS VIAGENS NO TEMPO — 63ª PARTE

QUEM SORRI SEM PARAR NÃO É ALEGRE — É FALSO.

No que tange  à consciência humana — talvez o maior de todos os mistérios —, a pergunta que não quer calar é: como nossa mente, presumivelmente irreversível, consegue criar uma experiência tão definitivamente direcionada do tempo? 

Alguns neurocientistas sugerem que a consciência pode ser vista como um “processo de integração de informações” que opera numa direção temporal específica, e que nossa sensação de “fluxo” do tempo seria um subproduto da forma como o cérebro processa e armazena memórias. Outros especulam que ela pode ter uma relação especial com o colapso das funções de onda quântica, e que cada “momento” consciente corresponde a uma escolha quântica que define nossa realidade específica entre infinitas possibilidades paralelas.


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Nem tudo na política é bandidagem. Mas não é fácil distinguir os políticos ruins dos muito piores, já que todos os gatunos ficam pardos à medida que a política vai se tornando um outro ramo do crime organizado. Aliás, não há organizações criminosas no Brasil; o Brasil é uma organização criminosa.

A aprovação do projeto de lei que reduz as penas dos condenados por tentativa de golpe de Estado não apaga o caráter casuístico da matéria, a deslavada troca de interesses entre governo e oposição, o atropelo do regimento e a falsidade da alegação de que o gesto marcaria o início da pacificação entre as correntes radicalizadas do país.

Visando modificar decisões do Supremo — que ainda vai examinar o caso —, o Congresso alterou a lei de execuções penais para beneficiar pessoas condenadas. Salta aos olhos que a intenção atendeu a interesses de um grupo político de oposição, mas com apoio do governo — cujo cinismo promete veto.

O Senado fez uma leitura marota do conceito de emenda de redação e ignorou os alertas de senadores mais responsáveis sobre os defeitos do texto. Houve um toma lá dá cá negociado na noite anterior à votação, mediante o qual a oposição garantiria votos para o aumento de fontes de arrecadação no valor de R$20 bilhões.

Não há argumento pacificador capaz de se sustentar ante a seguinte clareza: não existe paridade de condições entre agressor e agredido. Os condenados desferiram ataques dos quais a institucionalidade se defendeu.

Nenhum sinal de arrependimento da parte dos agressores, admissão de culpa ou de compromisso de não repetirem os atos de grave desobediência civil. Ao contrário, reivindicam o perdão como prova de que nada fizeram de errado. Portanto, podem fazer de novo sem que nada de mais grave lhes aconteça, pois sempre haverá uma condescendência à espreita para perdoá-los em nome de uma paz que não virá enquanto prevalecer a lógica da guerra entre os que não têm ferramentas nem disposição para depor as armas e construir ambiente propício a diálogos baseados em preceitos de natureza republicana.

O saudoso Ulysses Guimarães, também conhecido como “Sr. Diretas”, costumava dizer: “Acha esse congresso ruim? Espere para ver o próximo". Lula, dizendo-se indignado, promete vetar, mas o veto pode ser natimorto se considerarmos que o placar foi 48 votos a 25 no Senado e de 291 a 148, na Câmara, e que derrubá-lo demanda maioria simples (41 e 257 votos, respectivamente). Resumo da ópera: ficou mais barato dar golpe graças ao Congresso

Os senadores fizeram uma mudança no texto que deveria levar a questão de volta à Câmara, mas tricotou-se nos bastidores um acordão com o Supremo, com tudo, e é difícil acreditar que Lula — que nunca sabe de nada — e o Planalto não soubessem de toda essa movimentação. 

Nem bem o país deu uma demonstração de maturidade política ao condenar um ex-presidente e generais que tentaram abolir de forma violenta o Estado democrático de direito, parlamentares gestam, parem e aprovam projeto de lei que mitiga os efeitos da decisão. Por essas e outras, a vergonha que eu tinha de ser brasileiro se transformou em nojo. Os vândalos do 8 de janeiro têm de acertar contas à Justiça, mas se tivesse que escolher entre sua anistia e a de centenas de seus seguidores, Bolsonaro daria uma banana para a massa e construiria a narrativa de que faria esse sacrifício, em nome do país.

Somado a questões de saúde, mais esse descalabro me leva a repensar se vale a pena continuar escrevendo sobre política aqui no blog.


Se essas teorias estiverem corretas, talvez estejamos “viajando no tempo” de formas sutis que ainda não compreendemos. Cada decisão consciente, cada observação quântica, cada momento de percepção pode ser uma forma de navegação temporal microscópica — não por meio de grandes saltos dramáticos, mas através de infinitas escolhas que moldam nosso caminho no espaço-tempo.

 

Talvez a viagem no tempo não exija necessariamente máquinas impossíveis ou energia cósmica, mas sim uma compreensão mais profunda de como nossa consciência interage com a estrutura quântica da realidade — transformando-nos, não em turistas temporais, mas em arquitetos conscientes da própria trajetória através do mistério que chamamos de tempo.

 

Observação: Nos capítulos 60 e 61, selecionei quatro exemplos — entre centenas de casos estranhos — que, no mínimo, dão o que pensar. É possível que sejam meras teorias da conspiração, mas isso não muda o fato de que viajar no tempo seja uma possibilidade real — ainda inalcançável, é verdade, mas, como bem disse o poeta, "não há nada como o tempo para passar".

 

Ainda que assim não fosse, cientistas acreditam que a chave para as viagens temporais pode estar em estruturas teóricas chamadas cordas cósmicas — fios invisíveis ao olho nu, mas com a massa de milhares de estrelas. As informações são da BBC, que entrevistou o professor Ken Olum, da Tufts University, David Chernoff, da Universidade Cornell, e J. Richard Gott, da Universidade de Princeton — todas nos Estados Unidos.

 

Supõe-se que as tais cordas cósmicas sejam extremamente finas, apresentem formatos variados — longos tubos que se estendem ao infinito ou laços fechados sobre si mesmos — e percam energia gradualmente ao emitir ondas gravitacionais enquanto vibram. As do primeiro tipo, conhecidas como supercordas cósmicas, baseiam-se na Teoria das Cordas — segundo a qual as partículas fundamentais do Universo seriam, na verdade, cordas vibrantes — e poderiam estar espalhadas pelo cosmos, fornecendo pistas sobre a estrutura do Universo e, possivelmente, sobre o segredo das viagens no tempo. As do segundo tipo seriam um legado das primeiras fases do cosmos, formadas durante uma transição cósmica inicial, que teria deixado “cicatrizes” semelhantes às rachaduras que surgem quando a água congela.

 

Segundo o físico teórico J. Richard Gott, se duas cordas cósmicas se movessem próximas à velocidade da luz, poderiam criar um loop no espaço-tempo, funcionando como um buraco de minhoca e abrindo uma passagem teórica para o passado ou o futuro. A questão é que detectá-las é um desafio imenso: por serem incrivelmente densas, elas deveriam distorcer o espaço-tempo ao redor, produzindo um efeito de lente gravitacional capaz de duplicar a imagem de galáxias, mas estudos recentes sugerem que elas podem ser menos densas do que se imaginava, o que as torna ainda mais difíceis de identificar.

 

Uma abordagem alternativa para localizá-las seria observar o fenômeno de microlente gravitacional em estrelas individuais. Caso uma corda cósmica passe diante de uma estrela, poderia dobrar temporariamente seu brilho, criando pistas para sua identificação. Esse método pode vir a ser crucial para encontrar tais estruturas e, quem sabe, desvendar o segredo das viagens no tempo livres de paradoxos.

 

Se essas pistas forem confirmadas, talvez estejamos mais próximos do que imaginamos de transformar a ficção científica em ciência aplicada. Até lá, as cordas cósmicas permanecem invisíveis, mas não necessariamente ausentes — como ensinou Carl Sagan, "ausência de evidência não é evidencia de ausência — aguardando o momento certo para revelar se são apenas curiosidades teóricas ou portais silenciosos para outros pontos no tempo.  


Por último, mas não menos importante: muitos fenômenos que parecem impossíveis no mundo macroscópico tornam-se plausíveis no universo subatômico da física quântica, onde sistemas podem ser manipulados para simular a passagem do tempo de formas distintas, como demonstrado por um estudo recente da Academia Austríaca de Ciências e da Universidade de Viena. Claro que essa manipulação quântica do tempo não equivale a viagens temporais, e sim à alteração de estados quânticos que permitem a evolução de fótons para estados anteriores — um fenômeno conhecido como "translação temporal".

Ainda que tenha limitações para objetos maiores, essa técnica permite fazer um sistema envelhecer mais rapidamente em comparação aos seus pares, realocando "anos" de um grupo de sistemas para outro. Assim, mesmo que foco não seja viajar no tempo, a manipulação quântica do tempo pode vir a ser parte fundamental do desenvolvimento da computação quântica e de futuras tecnologias. 

Continua...

quinta-feira, 18 de dezembro de 2025

META AI E CHAVES DE ACESSO

O QUE CONTA NA VIDA NÃO SÃO APENAS OS FATOS, MAS TAMBÉM SUAS CONSEQUÊNCIAS.

A inclusão da Meta AI no WhatsApp, Facebook e Instagram dividiu opiniões. Alguns usuários gostaram das interações e possibilidades oferecidas pela nova ferramenta; outros ficaram ressabiados com questões de privacidade.

Segundo a Meta, os dados coletados são usados apenas para aprimorar sua inteligência artificial. No entanto, embora as mensagens sejam criptografadas durante a transmissão (apenas o usuário e a IA veem o conteúdo), a impossibilidade de remover o chat do WhatsApp deixou muita gente com a pulga atrás da orelha.

Se a presença da Meta AI o incomoda, toque no ícone de três pontos verticais (no canto superior direito da tela), selecione Eliminar conversa e confirme a exclusão. Isso encerrará as mensagens automáticas e removerá o chat da lista de conversas, mas a ferramenta ainda poderá ser acessada por meio da busca ou ao iniciar um novo chat.

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Sabia-se desde a semana passada que o Centrão e a facção bolsonarista enfiaram jabutis atrás da proposta da dosimetria de penas de golpistas recém-condenados. Vistos de perto no Senado, os quelônios ganharam a aparência de elefantes escondidos com o rabo de fora: além de promover a fusão de crimes contra a democracia em benefício dos condenados, o texto aprovado na Câmara amoleceu o pacote anticrime que o próprio Bolsonaro sancionar para endurecer as regras da progressão de regime prisional. 
De repente, o bolsonarismo adotou para os seus delinquentes a tese segundo a qual bandido bom é bandido solto. O problema é que, além de reduzir o castigo dos golpistas a um mínimo cenográfico, a proposta também apressa a abertura das celas para condenados por corrupção, crimes sexuais, coação no curso do processo, atentado contra meio de transporte e contra a segurança de serviços públicos, entre outros, além de anular efeitos da proposta antifacção.
Ao farejar a manada de interesses, o presidente da CCJ do Senado, Otto Alencar, declarou: “como está, não passa." O senador Alessandro Vieira, relator do PL antifacção e da CPI do crime organizado, propôs trocar o lixo por um projeto novo. 
O Senado faria melhor se interrompesse o balé de elefantes sem inaugurar um debate que pode levar ao surgimento de outros bichos. Quando mais não seja, já basta um molusco no Planalto.  

Para quem vive esquecendo senhas, a Meta anunciou recentemente um sistema de acesso sem senha. Após a configuração, a conta poderá ser acessada usando a biometria do celular (rosto ou impressão digital) ou o PIN de desbloqueio — inicialmente no Facebook, e futuramente também no Messenger e no Meta Pay.

Além de facilitar o login em novos dispositivos, as chaves de acesso são mais seguras que senhas alfanuméricas: são mais difíceis de descobrir ou roubar. Para configurá-las no Facebook, abra o menu no canto superior direito, vá em Configurações > Central de Contas > Senha e Segurança > Chave de Acesso. Após o login, sua autenticação ficará atrelada ao sistema operacional do celular.

Google, Apple e Microsoft também oferecem soluções semelhantes: o Google permite login em novos dispositivos via autorização enviada ao celular, a Apple usa chaves ligadas ao seu ecossistema, e a Microsoft adota o mesmo princípio para acessar e-mails.

quarta-feira, 17 de dezembro de 2025

DE VOLTA AO BÓSON DE HIGGS

NÃO HÁ PERGUNTA MAIS IDIOTA DO QUE AQUELA QUE NÃO É FEITA.

Nos anos 1930, Wolfgang Pauli teorizou a existência dos neutrinos — “partículas-fantasmas” que se movem a uma velocidade próxima à da luz, atravessam cada um de nós e tudo o que nos cerca e se diferenciam dos prótons e nêutrons por serem estrutura elementares.
 
O bóson de Higgs — também chamado de Partícula de Deus —, é responsável por dar massa às demais partículas e pelo físico
 Peter Higgs ter sido laureado com o Prêmio Nobel de Física em 2013, uma ano após a confirmação experimental de sua teoria pelo Grande Colisor de Hádrons do CERN. Mas o impacto do trabalho de Higgs vai além da física teórica: mesmo tendo tido apenas uma grande ideia reconhecida ao longo da carreira, ele demonstrou que uma única contribuição pode transformar nossa compreensão do mundo e deixar um legado duradouro. 


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Ao renunciar a um mandato já cassado pelo Supremo, Carla Zambelli ensinou a Hugo Motta que, em política, quem inventa pretextos para não fazer algo acaba surpreendido por quem está fazendo a coisa.

Motta ignorou a realidade ao se abster de formalizar o expurgo da colega, condenada a dez anos de prisão. Desde então, o hipotético chefe da Câmara não para de encolher.

Na quinta-feira, após anular a votação que salvou o mandato ficcional de Zambelli, o Supremo diminuiu a autoridade de Motta, intimando-o a convocar o suplente em 48 horas. No domingo, Motta buscava justificar sua omissão enquanto costurava nos bastidores a renúncia de Zambelli.

Motta foi compelido a fazer por pressão o que deixou de fazer por obrigação. Ainda hesita em podar os ramos de Alexandre Ramagem, condenado a 16 anos. Tanta hesitação faz do suposto chefe de um dos Poderes da República uma pequena criatura. Hugo Motta já não precisa de cama. Encolheu tanto que passou a dormir numa caixa de fósforos.


A confirmação do bóson de Higgs consolidou o Modelo Padrão como a principal teoria para explicar as partículas fundamentais e suas interações, abriu caminho para novas investigações sobre a origem da massa e a estrutura do Universo e incentivou a busca por fenômenos além do Modelo Padrão, reforçando que a curiosidade científica continua sendo o motor do progresso na física de partículas.

terça-feira, 16 de dezembro de 2025

WHATSAPP: COMO LIBERAR ESPAÇO E CRIAR IMAGENS COM IA

O SEGREDO É A ALMA DO NEGÓCIO.

O WhatsApp nasceu como uma versão multimídia do SMS, incorporou características de rede social e hoje reúne quase 3 bilhões de usuários em mais de 100 países (170 milhões só no Brasil), sendo largamente utilizado para troca de mensagens, fotos e vídeos. 

A questão é que os dados armazenados comprometem o desempenho de aparelhos com pouco espaço interno (menos de 128 GB), não só, mas também porque os arquivos permanecem gravados na memória do dispositivo após a exclusão das mensagens. Felizmente, há maneiras eficazes de liberar espaço. 

O próprio WhatsApp permite apagar mídias antigas na seção Armazenamento e Dados, mas você pode fazer a faxina pelo gerenciador de arquivos (Google Files ou equivalente). Basta localizar a pasta WhatsApp e excluir o conteúdo das subpastas Media e Sent.

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"Semana difícil para a cidade, boa para o prefeito", escreveu o jornalista Fábio Behrend em sua coluna no Bom Dia São Paulo. Com efeito: Ricardo Nunes enfrentou uma semana desafiadora, mas articulou uma proibição velada de transporte por moto via aplicativo, lidou rapidamente com uma greve de motoristas de ônibus e aproveitou a indignação popular após vendaval para criticar a Enel pela lentidão nos reparos e confrontar o governo federal, ganhando atenção positiva. Em outras palavras, um ex-vereador inexpressivo vai marcando como prefeito um estilo que o colocará em disputas maiores.

Se seu celular estiver com pouco espaço, acesse as configurações do mensageiro, desative o download automático de mídias e configure para que somente os contatos selecionados possam enviar arquivos. Se o problema persistir — e seu aparelho suportar —, instale um cartão de memória e recorra a aplicativos de terceiros, como CCleaner e Avast Cleanup, disponíveis na Google Play Store (as versões pagas são mais eficientes e custam pouco).

Outra opção é usar serviços de armazenamento em nuvem, como o Google Drive. Mas talvez esteja mesmo na hora de aposentar o aparelho velho de guerra e investir em um modelo mais robusto — com pelo menos 8 GB de RAM e 256 GB de armazenamento. Se o orçamento permitir, melhor ainda será optar por 16 GB e 512 GB, respectivamente.

Falando em WhatsApp, a criação de imagens com inteligência artificial é uma dúvida recorrente entre os usuários. A Meta lançou sua IA no fim de 2023 e a incorporou ao WhatsApp, Facebook e Instagram. Com o recurso integrado ao app, é possível gerar imagens — e até fotos realistas — em poucos segundos, a partir de descrições de texto e sem precisar instalar softwares de terceiros. Os resultados podem ser enviados diretamente em conversas e salvos na galeria do celular para uso posterior.

O processo é simples: abra o WhatsApp, acesse um chat, toque no ícone de + (na parte inferior esquerda da tela) e selecione Imagens de IA. Você pode usar imagens em alta resolução já disponibilizadas pelo app: basta escolher uma categoria, selecionar a foto desejada e tocar em Send, no canto direito, para enviá-la ao contato.

Para criar suas próprias imagens com o recurso Imaginar, volte à seção Imagens de IA, toque em Descreva uma imagem, digite as características desejadas, pressione Enter, escolha o resultado que melhor traduz o que você imaginou e toque em Send. Para salvar, abra a imagem, toque no ícone de compartilhamento (quadrado com seta para cima) e selecione Salvar.

Divirtam-se.

segunda-feira, 15 de dezembro de 2025

DE VOLTA ÀS VIAGENS NO TEMPO — 62ª PARTE

NADA SERÁ COMO ANTES AMANHÃ.


Muitos mistérios são revelados, mas alguns jamais serão descobertos. Ainda não se sabe, por exemplo, o que é vida em si, como o Universo surgiu, ou se o tempo não passa de uma ilusão criada por nossos ancestrais para explicar padrões como o dia e a noite, as fases da Lua e as mudanças das estações.


Achamos que o hoje é o amanhã de ontem e o ontem de amanhã, mas o tempo não flui da mesma maneira para todos. Segundo as equações relativísticas de Einstein, tudo no Universo é relativo, exceto a velocidade da luz — que é constante e absoluta porque o tempo é relativo.


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Trump empurrou o bolsonarismo para a cova quando declarou ter "uma química" com Lula, encheu a cova de terra ao suspender a supertarifação da pauta de exportações do Brasil, jogou a derradeira pá de cal ao retirar Alexandre de Moraes e sua mulher da lista de sancionados pela Lei Magnitsky e acomodou uma laje sobre o túmulo quando articulou uma parceria com o Brasil no combate ao crime organizado. 

Coveiros de Bolsonaro, Dudu Bananinha e Paulo Figueiredo atribuíram o réquiem do bolsonarismo à incapacidade da sociedade brasileira de construir unidade para enfrentar "problemas estruturais". Provável herdeiro do capital político do pai no ano, Flávio Bolsonaro disse que o governo Trump fez um gesto gigantesco pela anistia no Brasil — lembrando que dosimetria não é anistia.

Certo Natal, dois irmãos desembrulharam os presentes que haviam ganhado. Ao se deparar com uma bicicleta, o mais velho maldisse a sorte: “ou vou cair dela me machucar, ou ela me será roubada". Vendo o caçula todo feliz com um balde cheio de estrume, perguntou-lhe o motivo de tanta alegria, e o irmão respondeu: “ganhei um pônei; você viu ele por aí?” 

Descansando sob a lápide da família Bolsonaro estão os governadores Romeu Zema, Ratinho Jr. Ronaldo Caiado e Tarcísio de Freitas, que beijaram a cruz a troco de nada. Lula vai a 2026 com o trunfo de ter mantido a espinha ereta diante das ameaças da Casa Branca. Fica entendido que o imperador laranja não respeita os fracos e tampouco aprecia a associação de sua imagem com os derrotados.

 

Viajamos para o futuro desde o momento em que nascemos e vislumbramos o passado quando observamos a luz que as estrelas emitiram há milhões ou bilhões de anos. Talvez isso não seja tão emocionante quanto o antigo seriado televisivo O Túnel de Tempo, mas é real — como também é real a possibilidade de o tempo não ter uma direção preferencial no mundo microscópico, onde as partículas podem se mover livremente para frente ou para trás, como sustenta um estudo publicado na Scientific Reports por pesquisadores da Universidade de Surrey.

 

No reino quântico, as leis da física operam como uma coreografia perfeitamente reversível. Se assistíssemos de trás para frente um filme de partículas interagindo, seria impossível distinguir qual é a "versão correta". Um elétron saltando de uma órbita para outra, um fóton sendo absorvido e reemitido — todos esses processos fundamentais não distinguem entre passado e futuro. Essa simetria temporal não é apenas um curiosidade teórica: em 2019, pesquisadores da Universidade de Viena conseguiram literalmente "apagar o passado" de fótons, fazendo com que informações sobre sua trajetória prévia desaparecessem retroativamente. É como se as partículas pudessem reescrever a própria história.

 

A pergunta que se coloca é: se no nível mais fundamental a natureza não distingue entre antes e depois, por que nossa experiência cotidiana é tão implacavelmente unidirecional? Por que lembramos do passado, mas não do futuro? Por que os ovos se quebram, mas nunca se reconstituem espontaneamente? A resposta está numa conspiração cósmica chamada entropia. 

 

Quando bilhões de partículas reversíveis se juntam, o caos estatístico cria uma direção preferencial. É como um baralho de cartas sendo embaralhado — tecnicamente, existe uma chance infinitesimal de as cartas se reorganizarem perfeitamente, mas, na prática, o caos sempre prevalece. Vale lembrar que o tempo negativo é uma realidade matemática e experimental no mundo quântico, embora ainda seja visto como "desfritar um ovo". E inverter a seta do tempo é essencial quando a ideia é saborear um filé de brontossauro com Fred Flintstone na pré-histórica Bedrock.

 

A segunda lei da termodinâmica não impede que o tempo flua para trás, apenas torna essa possibilidade estatisticamente improvável — a cada segundo que passa, o universo se torna um pouco mais desorganizado, fazendo com que a seta do tempo aponte inexoravelmente para a entropia máxima. Curiosamente, isso significa que a direção do tempo não é uma propriedade fundamental da realidade, mas um fenômeno coletivo — como o conceito de "temperatura" só faz sentido quando temos muitas moléculas juntas. Uma única partícula não tem temperatura; bilhões delas, sim. Mas isso é conversa para outra hora.

 

Outro termo crucial nessa equação é a decoerência quântica. No mundo microscópico, as partículas podem estar em múltiplos estados simultaneamente — como ilustra a metáfora do gato de Schrödinger, criada em 1935 por Erwin Schrödinger para explicar as peculiaridades da física quântica. Assim, um hipotético gato colocado numa caixa selada, com um mecanismo ligado a uma partícula radioativa, um contador Gêiser e um frasco de veneno, permaneceria simultaneamente vivo ou morto até que alguém abrisse a caixa para verificar se a partícula se desintegrou e o veneno matou o bichano. 


Ao transpor essa lógica para algo do cotidiano, Schrödinger mostrou como seria estranho aplicar as mesmas regras quânticas ao mundo comum. Isso levou os cientistas a proporem conceitos como o da decoerência quântica, que descreve como sistemas quânticos interagem com o ambiente e rapidamente perdem a superposição de estados, comportando-se então como objetos clássicos. Quando sistemas quânticos interagem com o ambiente, essas superposições "colapsam" rapidamente. Em outras palavras, a decoerência quântica atua como um mecanismo de "esquecimento quântico". 

 

Ainda que colocar seres vivos em superposição esteja fora do alcance da tecnologia atual, o número crescente de experiências mostra que o conceito do gato — antes visto como ridículo pelo próprio Schrödinger — tornou-se uma referência prática no avanço da tecnologia quântica, mesmo porque não foi criado para explicar como os gatos funcionam ou provar a existência de zumbis, e sim para criticar os paradoxos gerados pela interpretação de Copenhague, e destacar como os conceitos da mecânica quântica, quando aplicados ao mundo macroscópico, levam a implicações que desafiam nossa intuição.

 

À medida que informações sobre estados quânticos se dispersam no ambiente, o sistema perde a capacidade de "lembrar" certas possibilidades passadas, contribuindo para nossa percepção linear do tempo. Para entender melhor, imagine o momento presente como uma fotografia instantânea de uma dança quântica complexa. A decoerência impede que "desembaralhemos" essas fotografias para reconstruir estados anteriores, criando a ilusão de que o tempo tem uma direção única.

 

A mecânica quântica reserva surpresas ainda mais perturbadoras. Em 2017, pesquisadores demonstraram que a escolha de como medir uma partícula no futuro pode afetar retroativamente seu comportamento no passado, como se o universo operasse numa espécie de "crédito temporal", permitindo que efeitos precedam suas causas, mas desde que o balanço final seja mantido. Em outras palavras, eventos futuros podem, em determinadas circunstâncias, influenciar o passado de forma mensurável. Isso não é ficção científica, e sim um fenômeno que os cientistas chamam de "retrocausalidade quântica". 

 

A criação do par elétron-pósitron pode ser modelada matematicamente como um único eléctron a voltar e avançar no tempo, mas não resulta em implicações ontológicas. A não-localidade quântica proposta no Teorema de Bell sugere que, em alguns quadros de referência, sinais causais podem retornar no tempo, com todos os paradoxos da causalidade que isto implica.

 

Essas descobertas abrem possibilidades fascinantes para o que se pode chamar de "engenharia temporal quântica". Ainda que não tenha sido possível enviar pessoas de volta no tempo, talvez seja possível encontrar formas de transmitir informações através de entrelaçamentos quânticos que transcendam nossa noção linear de causalidade.

 

Einstein demonstrou que o impossível é apenas uma questão de tempo; Carl Sagan, que a ausência de evidências não é evidência de ausência, e Arthur C. Clarke, que desafiar limites é o único caminho para superá-los.  

Continua...

domingo, 14 de dezembro de 2025

AINDA SOBRE LINGUIÇAS

PARA FICAR RICO, NÃO BASTA GANHAR; É PRECISO TAMBÉM SABER GASTAR.  

A linguiça é encontrada em diferentes versões, sendo a calabresa e a toscana as mais populares. A calabresa — que recebeu esse nome por ter sido criada por imigrantes da Calábria — é feita de carne suína e pimenta calabresa, pode ou não ser defumada. Já a toscana é feita a partir de um mix de carnes e gordura suína, e embora seja curada, permanece crua até ser frita, assada ou cozida pelo consumidor.


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Hugo Motta transformou o final de ano da Câmara numa xepa em que as mercadorias mais vistosas são a carbonização dos valores democráticos e a autocombustão do próprio presidente da Casa. No domingo, Flávio Bolsonaro montou sua barraca. "Tenho um preço." Não levou a anistia. Mas os fregueses do centrão enfiaram na sacola de Motta a redução das penas dos golpistas, mercadoria que parecia encalhada. Para dissimular o acerto, Motta passou a apregoar as cassações Carla Zambelli, Alexandre Ramagem, Dudu Bananinha e Glauber Braga. No entanto, o que parecia rigor ético revelou-se produto falsificado.
Os mandatos de Zambelli e Ramagem já rodaram no Supremo. Em vez de emitir um ato da Mesa, Motta submeteu as condenações irrecorríveis à apreciação do plenário, que, movido pelo fisiologismo, pelo corporativismo e pelo efeito Orloff, decidiu eliminar o filho do pai por faltas, expurgar o esquerdista Glauber por agredir um militante do MBL, e manter elegível o abjeto traidor.
A xepa virou selvageria quando Motta mandou a Polícia Legislativa arrancar Glauber da cadeira da presidência na base do vai ou racha e, de quebra, tirou do ar a TV Câmara e vendou os repórteres. Meses atrás, quando ocupou a Mesa por 36 horas, a facção bolsonarista trincou a autoridade de Motta; desta vez saíram rachadas a sensatez, a liberdade de imprensa e os valores da democracia.
De tão inqualificável, a gestão de Motta tornou-se fácil de qualificar. A característica fundamental da simplificação do julgamento é o país observar a atuação de um chefe de Poder durante quase um ano para chegar à conclusão de que ele não tem nada de útil a oferecer.


Menos populares mas igualmente deliciosas são a portuguesa — feita de carne suína curada e defumada, possui formato de ferradura e sabor acentuado de alho — e o chorizo argentino, produzido com carne de porco picada e marinada em alho, pimentão e outras especiarias.


A linguiça calabresa é mais usada no recheio de pães, tortas, massas e coberturas de pizzas, mas, assim como a toscana, pode ser degustada como petisco, sanduíche e até como prato principal. Assadas a 15 centímetros do braseiro e acompanhadas de farofa e molho à campanha, ambas funcionam bem como tira-gosto no churrasco de domingo. Mas não deixe de experimentar as deliciosas linguiças de lombo de porco e cuiabana, lembrando que, por serem mais macias, devem ser assadas lentamente na grelha alta.


Ao contrário das linguiças defumadas e curadas, as frescas precisam ser mantidas sob refrigeração. Na hora de fritar ou assar na churrasqueira ou no forno, porém, devem estar em temperatura ambiente, pois só assim o cozimento será uniforme. Usar calor indireto nos primeiros minutos evita que a parte externa queime e o interior fique cru. Além disso, evitar furar o invólucro logo no início conserva a suculência. O forno deve ser pré-aquecido a 180 °C/200 °C, e os gomos devem ser assados por 25 a 35 minutos, dependendo do tamanho, e virados na metade do tempo para dourarem por igual.


Para preparar um lanche rápido e saboroso, corte pãezinhos franceses ao meio e reserve. Coloque os gomos de linguiça toscana ou calabresa numa panela com água, leve ao fogo médio, deixe cozinhar por cerca de 10 minutos, sele-os numa frigideira, acrescente fatias de muçarela e deixe derreter. Monte o lanche colocando um gomo de linguiça numa canoa (com o queijo virado para cima) e o vinagrete na outra, feche e sirva em seguida.


Bom apetite.

sábado, 13 de dezembro de 2025

DE VOLTA DE VOLTA ÀS VIAGENS NO TEMPO — 61ª PARTE

ORA (DIREIS) OUVIR ESTRELAS! CERTO PERDESTE O SENSO!

Às vezes, basta uma imagem antiga para acender o fósforo da dúvida e alimentar a chama da imaginação. O que você veria se pudesse espiar o passado por uma fresta no tempo? Um mundo estranho, silencioso e preto-e-branco? Algo que não deveria estar lá — uma figura deslocada, um gesto familiar, um artefato impossível? 


O Hipster do Passado tornou-se um dos memes mais fascinantes sobre viagens no tempo. Tudo começou em 2010, quando o Museu Virtual de Baskerville, na Colúmbia Britânica, disponibilizou online uma coleção de fotografias históricas. Numa delas — uma imagem em preto e branco datada de novembro de 1941 — vê-se um homem usando óculos escuros modernos, camiseta com estampa aparentemente contemporânea e um corte de cabelo no estilo hipster dos anos 2000.


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Alexandre de Moraes — o terror dos criminosos travestidos de políticos — decretou pela segunda vez a perda do mandato de Carla Zambelli, anulando a votação em que nossos conspícuos deputados desafiaram o veredicto do STF. Manda quem pode, obedece quem tem juízo, diz um ditado no qual conviria ao presidente da Camarilha Federal prestar atenção. 

Ante a condenação de uma parlamentar à pena de prisão, Hugo Motta deveria providenciar o ato formal de Zambelli — que está presa na Itália, aguardando a extradição. No caso de Alexandre Ramagem — que chamou Xandão de “rei do Brasil” e “descontrolado” ao comentar a decisão do ministro de anular a votação da Câmara dos Deputados que havia mantido a parlamentar no cargo.

Não tem sido fácil para o presidente da Câmara ser Hugo Motta e manter um mínimo de compostura. Deveria procurar uma gota de amor-próprio no fundo do poço. Se encontrar, talvez apresse também o expurgo de Dudu "Bananinha" Bolsonaro dos quadros da Câmara.


O flagrante contraste com os trajes típicos da década de 1940, usados pelas demais pessoas que aparecem na foto, suscitou hipóteses de que se tratava de um viajante temporal que voltara aos anos 1940 e fora fotografado durante o evento. Mas logo surgiram explicações mais prosaicas: os óculos escuros já existiam na época; a camiseta poderia ser apenas uma peça casual daqueles tempos; o corte de cabelo, embora incomum, não seria impossível — e assim por diante.

 

O próprio museu tentou desmistificar as teorias e contextualizar a fotografia historicamente, mas o mistério do Hipster do Passado permanece, evidenciando tanto a fascinação coletiva com a possibilidade de viajar no tempo quanto a tendência humana de buscar o extraordinário no comum.

 

Outro caso que alimentou teorias conspiratórias sobre viagens temporais é o Mistério do Celular. Em 2010, ao assistir aos extras do DVD de O Circo (1928), de Charlie Chaplin, o cineasta irlandês George Clarke reparou numa mulher caminhando com a mão no ouvido, aparentemente conversando com alguém. "Ela está claramente falando com alguém — não há outra explicação além da viagem no tempo", disse ele num vídeo que logo acumulou milhões de visualizações.

 

A cena realmente é intrigante. A mulher caminha naturalmente, com um objeto junto ao ouvido, fazendo movimentos que parecem familiares a qualquer pessoa do século XXI. Mas será que estamos vendo o que realmente está acontecendo?

 

Dez anos depois do filme de Chaplin, outro "anacronismo temporal" foi capturado num filme promocional da empresa DuPont. A certa altura, uma funcionária aparece caminhando pelo local com algo próximo ao ouvido, aparentemente falando ao telefone — como fazemos hoje com um celular. A qualidade da imagem torna o caso ainda mais desconcertante, e o gesto, ainda mais inequívoco. Mas como seria possível alguém "falar ao telefone" enquanto caminha por uma fábrica em 1938?

 

A ciência sabe muito — mas não sabe tudo. Sabe, por exemplo, que o cérebro é uma máquina de reconhecimento de padrões extremamente sofisticada — e às vezes excessivamente criativa —, mas ainda não consegue explicar satisfatoriamente as EQMs (experiências de quase morte) nem o déjà vu (a estranha sensação de já ter vivenciado uma situação pela qual a pessoa nunca passou). A dúvida gera a incerteza que move o moinho das teorias sobre experiências vividas em outra encarnação, lapsos entre planos de existência, e por aí vai.

 

Talvez a "pareidolia tecnológica" explique esses casos. Esse fenômeno — que já foi considerado sintoma de psicose — nos leva a ver animais em nuvens ou o rosto de Cristo em qualquer coisa: de manchas na parede a torradas e caranguejos. No livro "The Demon-Haunted World", o astrofísico Carl Sagan anotou que a hiperpercepção facial resulta de uma necessidade evolutiva de reconhecer rostos — mas isso é outra conversa. 

 

Nosso cérebro, condicionado por décadas de uso de telefones, tende a interpretar determinados gestos e posições como "falar ao telefone", mas talvez a mulher no filme de Chaplin estivesse usando um aparelho auditivo portátil (essa tecnologia começou a ser desenvolvida nos anos 1920), com dor de dente (o gesto de levar a mão ao ouvido é uma reação comum), ou simplesmente protegendo o ouvido do frio ou do vento. Falar sozinho ou gesticular enquanto se caminha são comportamentos banais desde que o mundo é mundo, e outras possibilidades incluem dispositivos experimentais, equipamentos de trabalho (fones de ouvido ou proteção auricular eram comuns em ambientes industriais) ou algum acessório não relacionado a telefonia. No entanto, como dizia um sargento que conheci nos anos 1970, "explica, mas não justifica."

 

Esses casos se juntam a outros "mistérios" similares, nos quais imagens antigas permitem múltiplas interpretações — levando-nos a projetar nosso mundo tecnológico onde ele não existe, ou a procurar evidências que confirmem teorias extraordinárias. Mas nada disso muda o fato de que as viagens no tempo são uma possibilidade real, embora nossa tecnologia ainda não nos permita colher o fruto mais desejado da árvore da relatividade.

 

Talvez a verdadeira magia não esteja na possibilidade de viajar no tempo, mas na capacidade infinita da mente humana de encontrar mistérios e conexões onde menos se espera. Então, na próxima vez que você vir algo “impossível” em uma foto antiga, lembre-se: às vezes, o maior mistério não está na imagem — mas no espelho.


Continua...