Chamar este pobre país de "banânia" é elogiar,
mas, convenhamos, seria deselegante (embora não totalmente impróprio) tratá-lo de
"país de merda". Questões semânticas à parte, fato é que nossa "Pátria
Amada, Brasil" perdeu em abril deste ano a 7ª posição
no ranking das principais economias mundiais (que vinha mantendo desde 2005) e
já nem figura mais entre as 29 nações mais ricas da lista do Business Insider. O "País do Futuro (que nunca chega)" tem os impostos, os juros, os automóveis,
os pedágios, o combustível e a energia elétrica mais caros do mundo.
Como se não bastasse, o "Gigante Adormecido" (deitado eternamente em berço esplêndido) tem os políticos mais corruptos do mundo e é presidido atualmente pelo chefe de governo mais irracional do mundo, que acontece de ser também o mais impopular entre todos os que ocuparam esse cargo desde a redemocratização do "País do Futebol". E com a recente alta do dólar, nosso povo sofrido já nem pode mais ir à Disney conhecer o Pateta. Felizmente, basta ir a Brasília ou entrar nas redes sociais para ver vários.
Como se não bastasse, o "Gigante Adormecido" (deitado eternamente em berço esplêndido) tem os políticos mais corruptos do mundo e é presidido atualmente pelo chefe de governo mais irracional do mundo, que acontece de ser também o mais impopular entre todos os que ocuparam esse cargo desde a redemocratização do "País do Futebol". E com a recente alta do dólar, nosso povo sofrido já nem pode mais ir à Disney conhecer o Pateta. Felizmente, basta ir a Brasília ou entrar nas redes sociais para ver vários.
A coisa fica ainda pior quando se foca a Justiça nesta terra de ninguém. Além de
cega, essa senhora é surda e, não raro, corrupta: sobram "causos" de
venda de sentenças envolvendo não só juízes de primeira instância, mas
desembargadores e ministros das Cortes superiores. Claro que daí até suas meritíssimas
excelências serem processadas, jugadas, condenadas e encarceradas vai uma longa
distância.
Observação: Entre uma miríade de exemplos notórios,
relembro o caso do desembargador Ivan
Athié, presidente da 1ª Turma do
TRF-2, que em março passado mandou soltar o Vampiro do Jaburu e seu comparsa, coronel Lima (para detalhes da vida pregressa do "Limão", como o policial militar reformado
gosta de ser tratado, clique aqui).
Athié ficou afastado do cargo durante sete anos,
devido a uma ação no STJ por
estelionato e formação de quadrilha (em 2004). Um inquérito contra ele, com as
mesmas acusações, foi arquivado em 2008 pelo STJ a pedido do MPF, que
alegou não ter encontrado provas de que o desembargador tivesse proferido
sentenças em conluio com advogados. O magistrado retornou às atividades em
2011, depois que o STF trancou a
ação contra ele.
Falando em patacoadas, a usina de crises de plantão no
Planalto criou mais um "mal estar internacional" ao criticar a ex-presidente
do Chile e atual comissária da ONU
para direitos humanos, Michelle Bachelet.
Em pronunciamento sobre o governo brasileiro, Bachelet afirmou que observou "uma redução do espaço cívico e democrático, caracterizado por ataques
contra defensores dos direitos humanos, restrições ao trabalho da sociedade
civil e ataques a instituições de ensino”, e que, "desde 2002, o Brasil é
um dos cinco países do mundo com o maior número de assassinatos de ativistas de
direitos humanos".
Fiel ao seu estilo "bateu, levou", Bolsonaro devolveu: “Ela está acusando que não estou punindo
policiais que estão matando muita gente no Brasil. Essa é a acusação dela. Ela
está defendendo direitos humanos de vagabundos. Ela critica dizendo que o
Brasil está perdendo seu espaço democrático. Senhora Michelle Bachelet, se não fosse o pessoal do Pinochet derrotar a esquerda em 73, entre eles seu pai, hoje o
Chile seria uma Cuba. Eu acho que não preciso falar mais nada para ela”.
Cá entre nós, eu acho que a repercussão midiática — como de
praxe — foi muito além do comentário do capitão, talvez pelo fato de ele ter
citado nominalmente o pai de Michelle, general Alberto Bachelet, que foi torturado e morto durante a ditadura de Augusto Pinochet. Mas remexer nos escaninhos
da história chilena não é bem a minha praia, e não convém ao sapateiro ir além
das chinelas.
Voltando ao cenário jurídico-político tupiniquim, os
ex-governadores do Rio, Anthony Garotinho
e Rosinha Mateus, presos dias atrás
com outros três suspeitos de participar de um esquema de superfaturamentos em contratos celebrados
entre a Prefeitura de Campos dos
Goytacazes (município fluminense do qual ambos foram prefeitos) e a
construtora Odebrecht, foram soltos depois
de passarem uma única noite na cadeia, graças à pronta intervenção do
desembargador Siro Darlan, que lhes concedeu
o habeas corpus durante o
plantão judiciário na 7ª Câmara Criminal
do TJ-RJ.
Além de ter carreira marcada por decisões controversas e de
grande repercussão, Darlan é
alvo de inquérito no STJ, que apura a venda de sentenças no fórum da capital.
Antes de ser nomeado desembargador, em 2004, ele comandou, por mais de uma
década, a 1ª Vara da Infância e da Juventude do Rio. Muitas de suas decisões
geraram polêmicas. Como desembargador, em 2013, concedeu habeas corpus a sete dos nove envolvidos
na invasão ao Hotel Intercontinental, em São Conrado, em 2010, quando o bando,
armado com fuzis, pistolas e granadas, manteve 35 reféns, entre funcionários e
hóspedes, por três horas. Na ocasião, uma pessoa morreu e seis ficaram feridas.
Entre os beneficiados estava Rogério 157,
que assumiu o comando do tráfico na Rocinha após a prisão do traficante Nem.
Em dezembro do ano passado, O GLOBO publicou que Darlan é suspeito de soltar presos
durante plantões judiciais em troca de propina. Em dois casos
investigados, detentos teriam sido beneficiados por decisões do desembargador.
Num deles, foi anexada a colaboração premiada de um dos envolvidos, que afirmou
ter ouvido de um dos presos sobre o pagamento a um intermediário do magistrado:
R$ 50 mil para ser solto.
Inicialmente, segundo o delator, o lance foi de R$ 120 mil, mas caiu para menos da metade dividido em duas
parcelas.
Passando às boas notícias — se é que ainda as temos neste
país: A CCJ do Senado não só aprovou, por 18 votos contra 7, relatório do senador Tasso Jereissati sobre a PEC da
Previdência, como rejeitou os oito destaques
apresentados para alterar o parecer do relator. A PEC paralela também foi
aprovada em votação simbólica e por unanimidade. O texto principal segue para o
plenário do Senado e, se aprovado, será promulgado. O ganho fiscal chegará na
R$ 962 bilhões, mais R$ 350 bilhões se a PEC paralela for aprovada na Câmara e os estados e municípios aderirem à proposta que altera as regras da aposentadoria.
Bolsonaro anunciou ontem que deve acolher integralmente as sugestões de vetos do ministro da Justiça ao texto da Lei de Abuso de Autoridade, aprovada a toque de caixa, dias atrás, pelo Congresso. Segundo o portal G1, o capitão efetivamente votou 36 trechos de 19 artigos. Apesar dos esforços de Verdevaldo da Couves, da imprensa marrom (ou seria vermelha?), dos corruptos que pululam no Congresso e da banda podre da alta cúpula do Judiciário, Sérgio Moro continua muito popular, com 25 pontos de aprovação acima do presidente.
Bolsonaro anunciou ontem que deve acolher integralmente as sugestões de vetos do ministro da Justiça ao texto da Lei de Abuso de Autoridade, aprovada a toque de caixa, dias atrás, pelo Congresso. Segundo o portal G1, o capitão efetivamente votou 36 trechos de 19 artigos. Apesar dos esforços de Verdevaldo da Couves, da imprensa marrom (ou seria vermelha?), dos corruptos que pululam no Congresso e da banda podre da alta cúpula do Judiciário, Sérgio Moro continua muito popular, com 25 pontos de aprovação acima do presidente.
Por outro lado, segue envolta em brumas a nomeação do próximo
Procurador-Geral da República (o
mandato da atual termina no próximo dia 17). Há uma pressão política dos
presidentes da Câmara e do Senado para que Raquel
Dodge seja reconduzida ao cargo, o que desagradou membros da força-tarefa da
Lava-Jato que atuam no DF, onde as coisas andam muuuuuuito
mais devagar do que em Curitiba — até hoje, nenhum político com foro
privilegiado foi mandado para a cadeia pelos 11 togados supremos, sem mencionar
que a delação de Leo Pinheiro, da OAS, está parada há mais de um ano e
outros processos e delações estão embolorando nos escaninhos da PGR.
Atualização: no finalzinho da tarde de ontem, o Augusto Aras foi escolhido pelo
presidente para suceder a Raquel Dodge
no comando da PGR. O subprocurador
baiano tem 60 anos de idade e foi apadrinhado pelo ex-deputado federal Alberto Fraga, que é um dos políticos
mais próximos de Bolsonaro. Aras era bem contado, mas caiu na bolsa de apostas depois que a imprensa
divulgou que ele já defendeu o MST (em
discurso na Câmara, em 2008) e promoveu jantares para petistas. Pelo mesmo
motivo, enfrentou resistências no PSL, mas procurou
parlamentares da legenda que têm proximidade com o capitão para tentar reverter
o quadro. Funcionou. Sua indicação ainda precisa ser chancelada pelo Senado, mas o que importa mesmo é saber se foi uma boa escolha, considerando que a Lava-Jato e o combate à corrupção dependem diretamente da PGR — que o o próprio Bolsonaro comparou
recentemente à Rainha no jogo de Xadrez.
Na última quarta-feira, os procuradores Raquel
Branquinho, Maria Clara Noleto, Luana Vargas, Hebert Mesquita, Victor
Riccely e Alessandro Oliveira,
integrantes da força-tarefa da Lava-Jato
em Brasília, pediram demissão em bloco, alegando divergências de posicionamento com Raquel Dodge. Em nota, o grupo afirmou que o desligamento se deve a uma
“grave incompatibilidade de entendimento dos membros da equipe” com a
manifestação enviada pela PGR ao STF no dia anterior, quando Dodge pediu arquivamento preliminar de
trechos do acordo de colaboração de Léo
Pinheiro em que foram citados Rodrigo
Maia e Ticiano Dias Toffoli,
irmão ministro supremo Dias Toffoli.
Ao que parece, depois que a 2ª Turma do Supremo, decisão de anular a sentença do então juiz Sérgio Moro no caso do ex-presidente petista do BC e da Petrobrás, Aldemir Bendine, e devolver os autos à primeira instância, a Lava-Jato resolveu partir para a guerra. Para entender melhor esse imbróglio, convém ouvir que entende do assunto:
Ao que parece, depois que a 2ª Turma do Supremo, decisão de anular a sentença do então juiz Sérgio Moro no caso do ex-presidente petista do BC e da Petrobrás, Aldemir Bendine, e devolver os autos à primeira instância, a Lava-Jato resolveu partir para a guerra. Para entender melhor esse imbróglio, convém ouvir que entende do assunto: