Às 17h00 de ontem, quando eu estava concluindo este post, veio a notícia: a juíza substituta Gabriela Hardt condenou o sevandija de Garanhuns a 12 anos e 11 meses de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro no processo sobre o sítio de Atibaia. Mais detalhes na próxima postagem. Segue o baile.
Segundo a jornalista-cumpanhêra Monica Bergamo, Antonio Palocci afirmou em delação que a Rainha Bruxa do Castelo do Inferno "deu corda para o aprofundamento das investigações da Lava-Jato” para implicar Lula.
Segundo a jornalista-cumpanhêra Monica Bergamo, Antonio Palocci afirmou em delação que a Rainha Bruxa do Castelo do Inferno "deu corda para o aprofundamento das investigações da Lava-Jato” para implicar Lula.
Antes de prosseguir, abro um parêntese para relembrar que
Palocci, cofundador do PT, ex-ministro de Lula e de Dilma,
substituiu Celso Daniel (morto em
2002 em
circunstâncias que até hoje não foram devidamente esclarecidas) na
coordenação da campanha do molusco abjeto em 2002 e chegou a ser cogitado pelo
chefão para suceder-lhe na Presidência, mas foi exonerado devido à quebra ilegal do sigilo bancário do caseiro Francenildo
Santos Costa. Votou
à ribalta mais adiante para, a pedido de Lula, para coordenar a campanha de Dilma, de
quem se tornaria ministro-chefe da Casa Civil, mas, mais uma vez, deixou o cargo devido a suspeitas
de corrupção. Preso preventivamente desde 2016, condenado a 12 anos, 2 meses e
20 dias e excomungado da seita do inferno por revelar o “pacto
de sangue” entre Lula
e a Odebrecht e se mostrar disposto
a fornecer informações que renderiam à Lava-Jato
“pelo menos mais um ano de trabalho”, Palocci
já fechou três acordos de delação premiada com a Justiça. Fecho o parêntese.
Voltando ao artigo de Monica
Bergamo: segundo Palocci, uma cizânia
entre Lula e Dilma dividiu o PT em
dois grupos quando a anta sacripanta escolheu a amigona Graça Foster para substituir Sérgio
Gabrielli, nomeado por Lula para
presidir a Petrobras. Naquela ocasião, a criatura buscava cortar o cordão umbilical
que a ligava ao criador, cuja única preocupação, diante dos avanços da Lava-Jato, era preservar a própria
imagem. Palocci diz que chegou a
perguntar ao grão-petralha por que ele não pegava o dinheiro de uma palestra e
pagava o seu tríplex, e que Lula respondeu que um apartamento na praia não
caberia em sua biografia.
As informações estão em um dos termos de colaboração da delação fechada com a Polícia Federal de
Curitiba, e o depoimento foi anexado ao inquérito da PF sobre a Usina de Belo Monte.
Ainda sobre Dilma:
se já não bastassem as mordomias de vice-presidente — cada um dos 5
vice-presidentes brasileiros que ainda caminham entre os vivos custam aos
cofres públicos mais de R$ 1 milhão por
ano em aposentadorias e regalias como veículos oficiais com motoristas,
assessores e outros mimos —, a anta vermelha, referindo-se à ministra Damares Alves,
afirmou em nota que “uma figura do atual
ministério declarou à mídia que vai negar meu pedido de indenização porque eu
já havia recebido tal indenização dos três referidos estados”, que “este governo trata os adversários políticos
como inimigos” e que "meu direito como presa e torturada pela ditadura
militar não pode ser negado pela
história".
De acordo com a revista Época, a ministra tem em mãos dois pedidos de indenização por conta
da ditadura militar, um envolvendo Dilma
e outro envolvendo Lula, e que deve
negar as indenizações. Sobre Lula, ela
disse: "Me parece que o objeto do
processo, que o advogado citou, é ele [Lula] ter perdido o dedinho. Dedinho não
é perseguição política; sobre Dilma, que a ex-presidente "já está indenizada três vezes pela
dor e pelo sofrimento que passou".
Corta para Flávio
Bolsonaro: Um dia após receber a investigação sobre as movimentações
financeiras atípicas de Fabrício Queiroz
(que chegam a R$ 7 milhões no
intervalo de três anos), o promotor Claudio
Calo declarou-se suspeito devido a um encontro que teve com o filho do Presidente
em novembro, quando Zero Um ainda
era deputado estadual. Mas Flávio
tem mais motivos para não dormir bem à noite: um despacho assinado pelo subprocurador Juliano Baiocchi lhe imputa conduta
criminosa pela compra de imóveis e declaração à Justiça Eleitoral por valores
inferiores a seu preço real. A investigação corria em sigilo no Rio desde março
do ano passado, mas, com sua eleição para o Senado, os documentos foram
remetidos a Brasília pelo procurador regional eleitoral do Rio, Sidney Madruga, que também pediu que a PF o interrogasse. Caberá agora
à procuradora Raquel Branquinho decidir
o que fará com as investigações e submeter o material à PGR, que avaliará se
encaminha o caso ao Supremo ou o devolve à primeira instância (possibilidade
mais provável, já que envolve fatos anteriores ao mandato de senador).
As transações imobiliárias de Flávio Bolsonaro vieram à tona a partir da revelação de um
relatório do Coaf, que detectou depósitos fracionados, em espécie, no valor de
R$ 96 mil, os quais o senador justificou alegando tratar-se de parte do sinal recebido pela venda de um apartamento. Na eleição de 2018, ele declarou ao TSE um apartamento (R$ 917 mil) e uma sala comercial (R$ 150 mil) na Barra da Tijuca; em
2014, apenas um apartamento em Laranjeiras (R$ 565 mil). Houve, portanto, um aumento
patrimonial de R$ 714 mil em 2014
para R$ 1,7 milhão em 2018,
incluindo aplicações financeiras, um automóvel e participação em empresa. Em nota, Flávio disse que a denúncia, desprovida
de fundamentação, foi feita por um advogado ligado ao PT com o único intuito de provocar desgaste político a seus
adversários.
A despeito de todo esse desgaste, Zero Um deverá ser
indicado pelo PSL para assumir a Terceira-Secretaria na Mesa Diretora do
Senado. O posto não tem atribuições administrativas de grande relevância (as
tarefas são fazer a chamada dos senadores, contar os votos, auxiliar o
presidente do Senado na apuração das eleições, anotando os nomes dos votados e
organizando as listas respectivas e gerenciar os imóveis funcionais da Casa),
mas permite contratar pelo menos 13 funcionários comissionados, com salários de
até R$ 22 mil. Davi Alcolumbre, que no último sábado se elegeu presidente do Senado,
minimizou as suspeitas: “Investigados
tem tantos nomes aí no Brasil. É preciso aguardar e ter tranquilidade. Não
posso me meter nessa indicação do PSL”.
Na semana passada, o ministro supremo Marco Aurélio arquivou sem ao menos julgar o pedido de Flávio para que a investigação sobre
suas movimentações bancárias fosse transferida para a Corte e tampouco analisou
o pedido de anulação das provas obtidas até agora pelos investigadores. Com
isso as apurações serão retomadas pelo MP-RJ.