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segunda-feira, 11 de dezembro de 2017

AINDA SOBRE TIRIRICA...


No mesmo dia em que uma pesquisa de opinião pública revelou que 60% dos brasileiros reprovam enfaticamente o desempenho dos parlamentares tupiniquins, o palhaço Tiririca ― um dos símbolos do pior Congresso dos últimos tempos ― subiu à tribuna da Câmara para anunciar que está abandonando política ao término de seu segundo mandato.

Para quem não se lembra, o palhaço candidato pediu votos assim: “O que é que faz um deputado federal? Na realidade, eu não sei. Mas vote em mim, que eu te conto.” Agora, dizendo-se desgostoso com a política ― depois de cumprir dois mandatos testemunhando números do elenco do Legislativo e convivendo alegremente com engolidores de verbas, ilusionistas orçamentários, trapezistas morais e malabaristas ideológicos , ― o deputado palhaço assegura a seus pares: ''Jamais vou falar mal de vocês em qualquer canto que eu chegar. E não vou falar tudo o que eu vi, tudo o que eu vivi aqui. Mas eu seria hipócrita se eu saísse daqui e não falasse realmente que tô decepcionado com a política brasileira, com muitos de vocês. Muitos!

Em meio a tanta diversidade, Tiririca, que era apenas um palhaço, tornou-se um deputado amestrado, domado pelo ex-presidiário Valdemar Costa Neto, que integrou a bancada da Papuda no escândalo do mensalão. Idealizador da candidatura do “artista”, Valdemar não enxergava um palhaço na cara de sua cria. Via cifrões. Com a montanha de votos que recebeu, Tiririca arrastou para a Câmara mais três deputados, fazendo crescer a fatia do PR no rateio da verba do Fundo Partidário. E quem cuida da caixa registradora é... Valdemar.

Tiririca é um símbolo da disfunção de nosso sistema eleitoral. Sua decepção não tem a menor importância, mas revela o ponto a que chegamos. A rejeição ao trabalho dos parlamentares atingiu seu maior índice desde o início da série de pesquisas do Datafolha, em 1993. Além da desaprovação recorde de 60%, a aprovação caiu para míseros 5%, também o pior índice já registrado.

Em seu discurso, o deputado palhaço parecia estar renunciando ao mandato, dizendo-se “envergonhado”, “decepcionado” com os colegas e com a política brasileira. Mas ficará no cargo até o final do mandato, sem se recandidatar. Seus projetos focavam na sua corporação: pediu isenção de pedágio para os palhaços e bolsas de educação para os filhos dos palhaços.

Além de ser fruto da ignorância política do eleitorado e de um sistema eleitoral que passou a buscar em jogadores de futebol, artistas de todos os tipos ― inclusive palhaços ― e comunicadores de rádio e televisão os representantes que aumentariam suas bancadas e, principalmente, a participação no fundo partidário, Tiririca serviu-se alegremente desse sistema que ora critica. PRB e PR, juntos somam 60 votos na Câmara e têm em suas fileiras, respectivamente, puxadores de votos como Celso Russomano, com 1.524.286 votos, e o próprio Tiririca, em quem nada menos que 1.016.796 otários votaram. Graças a esse descalabro, o PRB elegeu 8 deputados em São Paulo ― três levados pela votação de Russomano ―, e o PR formou uma bancada de 6 deputados, também em São Paulo, onde Tiririca levou a reboque outros dois parlamentares.

Mas essas “figurinhas carimbadas” também representam a distorção da vontade do eleitor, quando seus partidos fazem coligações com outros que nada têm a ver com seus programas. O ex-presidente Lulalalu, ao terminar seu mandato de deputado constituinte ― que desempenhou tão mediocremente quanto Tiririca ora encerra o seu ―, saiu esbravejando contra a Câmara, onde, segundo ele, havia 300 picaretas em atividade parlamentar. Quando chegou à presidência da República, 15 anos depois, o Picareta dos Picaretas recorreu exatamente àqueles 300 picaretas para governar à base da fisiologia e da corrupção pura e simples.

O falecido deputado Ulysses Guimarães dizia que o próximo Congresso é sempre pior do que o anterior, numa cáustica visão sobre a falta de renovação de nossa política partidária. E os números do Datafolha comprovam que a percepção da população sobre nossos parlamentares só faz piorar. Com ou sem Tiririca, melhor não fica. 

Que Deus nos ajude!

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sábado, 9 de dezembro de 2017

SOBRE LULA E TIRIRICA


Antes de entrar para a política, Tiririca era palhaço de circo. Lula foi metalúrgico, dirigente sindical e protótipo do desempregado que deu certo.

Tiririca criou o bordão “vote em Tiririca; pior que tá não fica”. O ex-presidente corrupto criou o mito da “alma viva mais honesta do Brasil”.

Tiririca se elegeu deputado em 2010, com 1,3 milhão de votos. Quatro anos depois, foi reeleito com mais de um milhão votos. Agora, com apenas 14 projetos apresentados e nenhum deles aprovado, o palhaço-deputado resolve abandonar a política.

Lula foi eleito presidente em 2002 e se reeleito em 2006 (com não sei quantos milhões de votos). Agora, com o invejável currículo abrilhantado por 7 ações penais, outras tantas investigações e uma sentença condenatória (a 9 anos e 6 meses de prisão), quer voltar ao Palácio do Planalto. Na política e nos circos mambembes, o espetáculo é sempre medíocre, e sempre há mais palhaços na plateia do que no picadeiro.

Observação: Vejam neste vídeo o tanto de gente que foi ouvir Lula discursar em Cachoeiro do Itapemirim (ES):


Tiririca precisou de 2.500 dias, 330 votações em plenário e 115 reuniões de comissões para se desiludir com a política. Na última quarta-feira, em seu derradeiro discurso da tribuna da Câmara (de onde já havia discursado outras 4 vezes), disse ter vergonha do que viu durante o seu mandato, reclamou da "mecânica louca" do Congresso e se declarou decepcionado com a experiência em Brasília. Mas assegurou aos colegas deputados que jamais falará mal deles.

Em 2010, no horário eleitoral obrigatório, o palhaço-candidato perguntava: “O que é que faz um deputado federal?” E ele mesmo respondia: “Eu não sei, mas vote em mim, que eu te conto”.
Apesar do discurso moralista, Tiririca imitou velhas práticas de seus pares. No mês passado, VEJA publicou que que ele teria usado verba da Câmara para viajar e fazer show no interior de Minas Gerais (uma vez palhaço, sempre palhaço).

Lula é o político mais honesto que Lula conhece. Não pensam assim o MPF, a PF e o Judiciário, mas quem se importa? É tudo uma conspiração para impedir que o Redentor dos Miseráveis volte a presidir o país. A seu ver, nada em sua vida pública desabona a autodeclarada imagem de “alma viva mais honesta do Brasil”. E o pior é que tem trouxa que acredita, como comprova o resultado das pesquisas de opinião pública.

No processo em que já foi julgado pelo juiz Moro ― ora em grau de recurso no TRF-4 ―, o Demiurgo de Garanhuns reclama da celeridade no andamento processual, embora qualquer outro réu condenado injustamente preferiria ter sua inocência provada o quanto antes. Até nisso Lula é diferente. E patético.

Diante da impossibilidade de defender o indefensável, seus defensores vão à Comissão de Direitos Humanos da ONU alegar perseguição política contra o pobre injustiçado. Denigrem a imagem do Brasil atribuindo a suposta rapidez do TRF-4 a uma hipotética conspiração que visa frustrar a candidatura do salvador da pátria. Para os petistas, a militância vermelha e os advogados do petralha, todos são suspeitos, inclusive os desembargadores. Só Lula é imaculado. Nesse ritmo, não demora para o embuste candidato ao Palácio do Planalto acabará sendo promovido a mártir. Isso se não for canonizado em vida por seus estapafúrdios admiradores. Só no Brasil...

Observação: Como bem disse Augusto Nunes, "o presidente Juscelino Kubitschek dizia que Deus o poupou do sentimento do medo. Pelo que diz e faz, Lula foi poupado pelo diabo do sentimento da vergonha. Só alguém que demitiu o pudor, todos os valores morais, o constrangimento e o remorso se atreveria a circular pelo Rio de Janeiro, à frente da procissão dos pecadores sem salvação, berrando no sermão das missas negras da seita que foi em seu governo que o Estado hoje na antessala da falência viveu seus tempos áureos. Haja cinismo. 'Tempos áureos' viveram os saqueadores do Rio, chefiados por Sérgio Cabral, o mais guloso ladrão da história do Brasil. Nunca se roubou tanto desde a chegada do primeiro Cabral. Os dois comparsas passaram oito anos planejando assaltos e dividindo palanques. Merecem dividir a mesma cadeia. Se possível, a mesma cela. Ou o mesmo beliche.

Vale lembrar que as próximas eleições não servirão apenas para avaliar os candidatos, mas, principalmente, o eleitorado. Depois, não adianta reclamar.

Para concluir:

GILMAR MENDES, O MINISTRO MAIS SUPREMO QUE A PRÓPRIA SUPREMA CORTE, MANDOU A VERGONHA ÀS FAVAS. CONFIRA NO CLIPE ABAIXO:


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