Mostrando postagens com marcador acidente. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador acidente. Mostrar todas as postagens

segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

WINDOWS 10 ― SOLUÇÃO DE PROBLEMAS -- MAIS SOBRE A MORTE DE TEORI ZAVASCKI E O FUTURO DA LAVA-JATO

MACROBIÓTICA É UM REGIME ALIMENTAR PARA QUEM TEM 77 ANOS E QUER CHEGAR AOS 78.

Desde que o Windows passou de interface gráfica baseada no DOS à condição de sistema operacional autônomo (com o lançamento do festejado WIN95, considerado como o “pulo do gato” da Microsoft ―, os usuários passaram a conviver com as incomodativas, mas necessárias, reinstalações periódicas. Aliás, uma anedota que correu o mundo na década de 90 dizia que, se a empresa de Bill Gates fabricasse automóveis, vez por outra o motor “morreria” sem nenhuma razão aparente, e o usuário teria simplesmente de aceitar o fato, descer do carro, trancá-lo, tornar a destrancar, entrar novamente, ligar o motor e seguir adiante.

Observação: Essa anedota, que vale a pena ser lida na íntegra nesta postagem, foi uma resposta jocosa da GM a Mr. Gates, que teria afirmado que os carros da Microsoft, se a empresa resolvesse produzi-los, custariam US$ 25 dólares e rodariam 1.000 milhas com um galão de gasolina.

Enfim, usar o Windows (ou “Ruíndows”, como diziam os defensores do software livre) exigia constantes reinicializações, além reinstalações completas, de tempos em tempo ― o que, exageros à parte, não deixava de ser verdade. Isso talvez não fosse um problema mais sério para os geeks de então, mas era um sério aborrecimento para usuários iniciantes, pouco familiarizados com o hardware e o software de seus PCs, que, no mais das vezes, precisavam recorrer a algum amigo experiente ou a um Computer Gay de confiança.

Mas o fato é que o processo de instalação/reinstalação do Windows vem se tornando mais intuitivo e automático a cada nova edição do sistema. Não que tenha se tornado algo rápido ou agradável, naturalmente, até porque demanda atualizações, reconfigurações e personalizações demoradas e trabalhosas, sem mencionar a reinstalação dos aplicativos e restauração dos backups de arquivos pessoais (backups esses que, espera-se, o usuário tenha tido o cuidado de criar com antecedência).

Por outro lado, se no do Windows 9X/ME a gente se dava por feliz caso tivesse de reinstalar o sistema a cada 6 meses, hoje é possível usar o computador por anos a fio sem ter de se dar a esse trabalho ― desde que sejam feitas manutenções preventivo-corretivas regulares, naturalmente. E boas ferramentas isso não faltam, conforme discutimos em várias oportunidades (como na sequência de postagens que eu publiquei há poucas semanas).

Segundo um velho ditado, melhor que saber fazer é ter o telefone de quem sabe. Todavia, convém ter em mente que o Windows 10 facilita sobremaneira a vida do usuário que se vê obrigado a reinstalá-lo. Em sendo o seu caso, abra o menu Iniciar e clique em Configurações > Atualizações e segurança > Recuperação. Na tela que se abre em seguida, repare que há duas opções: Restaurar o PC e Inicialização Avançada.

Observação: No caso de você ter migrado para o Windows 10 há menos de 30 dias, uma terceira opção lhe permite retornar ao Eight ou ao Seven, conforme a edição que você utilizava originalmente, mas isso já foge aos propósitos desta abordagem.

MAIS SOBRE A MORTE DE ZAVASCKI E O FUTURO DA LAVA-JATO

Certa vez, um padre recém-ordenado foi designado para pastorar as almas num vilarejo qualquer, cujo nome me foge à memória. No dia seguinte à sua chegada, o velho e impopular prefeito da cidadezinha esticou as canelas e, durante o serviço fúnebre, o sacerdote ― que nada sabia sobre a vida pregressa do finado ― convidou os presentes a exortar suas virtudes. Mas a resposta foi um silêncio constrangedor. O pároco insistiu:
― Como é, irmãos? Ninguém se habilita?
Ninguém se habilitou.
― Então, dona Maria ― insistiu o religioso, agora dirigindo-se diretamente à viúva.
Depois de alguma hesitação, a velha sentenciou:
― O pai dele era ainda pior.

Embora seja a única certeza que temos na vida, a morte constrange, intimida, atemoriza. Até porque não se sabe o que virá depois, caso a passagem não leve a um sono eterno e sem sonhos, como muitos acreditam. Para quem fica, no entanto, a vida segue seu curso e o show tem de continuar. A propósito, vale relembrar outra passagem interessante: em 1755, após o terremoto de Lisboa, o rei Dom José perguntou ao General Pedro D’Almeida o que se havia de fazer, e a resposta foi: “Sepultar os mortos, cuidar dos vivos e fechar os portos”.

Para muitos, falar mal dos mortos é blasfêmia, mas, hipocrisias à parte, o simples fato de alguém morrer não faz desse alguém um santo nem anula seus eventuais malfeitos. Mas deixemos de lado essa discussão e voltemos à morte trágica do ministro Teori Zavascki.

Aviões caem com frequência ― ou são derrubados, como costuma dizer quem é do ramo (a propósito, sugiro a leitura desta matéria). Mas as chances de alguém morrer num desastre aéreo são ínfimas, se comparadas com as de um acidente de transito, por exemplo. Até porque, com a possível exceção dos aeronautas, a maioria dos viventes passa muito mais tempo em terra do que no ar.

Observação: A título de ilustração, a probabilidade de um avião sofrer um acidente é de 1 em 1,2 milhão, sem mencionar que 95,7% dos passageiros que se envolvem nesse tipo de acidente sobrevivem ao episódio. Os momentos mais “perigosos” são os primeiros 3 minutos de voo que sucedem a decolagem e os oito minutos que precedem a aterrissagem (nesses dois intervalos é que acontecem 80% dos acidentes). Refinando o raciocínio à luz dessas variáveis, temos que a probabilidade de alguém morrer num acidente de avião é de 1 em 11 milhões ― contra 1 em 5 mil em acidentes terrestres (colisão de automóveis, atropelamentos, etc.); 1 para 6 em decorrência de doenças cardíacas, 1 para 7 por câncer e, pasmem, 1 para 3,7 milhões de morrer em decorrência de um ataque de tubarão. Em última análise, os mortais comuns têm mais chances de acertar a Mega-Sena do que de morrer num acidente de avião. 

Claro que é preciso haver exceções à regra ― sem as quais não haveria estatísticas ―, e uma delas foi o acidente que resultou na morte do ministro Teori Zavascki e demais ocupantes do Beechcraft que caiu a poucos quilômetros de Paraty, na tarde da última quinta-feira. Ou incidente, melhor dizendo, pois “acidente” nos leva a pensar em algo aleatório e inesperado, decorrente causas naturais, imprevisíveis ou inevitáveis; no caso em tela, diversos vetores convergentes dão margem a dúvidas ― e a indefectíveis teorias da conspiração, onde os nomes dos culpados variam, mas o objetivo é sempre o mesmo: melar a Lava-Jato.

Observação: Conspirações existem, e cada qual tem sua origem e seu propósito. As teorias conspiratórias, por seu turno, quando não são fruto de má-fé, são criadas porque nosso cérebro é vocacionado a dar sentido a situações que parecem carecer dele, e quando se apresentam como certezas incontestáveis, viram delírio. E a internet colabora, transformando-se numa máquina de fabricar e disseminar conspirações com uma competência ímpar. Uma vez que a suspeita começa a se espalhar, mais pessoas aderem, achando que ela não pode estar errada, e o viés da confirmação tende a ser estimado, e não verificado. O resultado pode ser um surto de delírio coletivo, que não deixa de ser um alento provisório para quem tem dificuldade em aceitar a existência do acaso e o fato de certas coisas na vida simplesmente não fazem sentido.  

As virtudes de Zavascki foram lembradas e exaltadas nos últimos dias, tanto por seus pares na Corte quanto por políticos do alto escalão do governo, amigos e familiares. Mesmo fora desse círculo, houve quem reagisse como se o ministro fosse um membro da família ou um amigo próximo ― sinal dos tempos e do engajamento dos brasileiros com questões relevantes da política; até pouco tempo atrás, contava-se nos dedos quem entre nós era capaz de citar de memória a composição do STF ou mesmo o nome do Ministro da Justiça ou do Procurador Geral de República.

Zavascki ascendeu ao Supremo em 2012, por indicação da anta vermelho (vade retro!), e acabou sendo o relator dos processos da Lava-Jato naquela Corte. “Sem ele, não teria havido a Lava-Jato”, disse Sergio Moro, embora, ironicamente, a primeira decisão do ministro ao assumir a relatoria do processo, em 2014, foi de encontro a uma determinação do juiz de primeira instância (Moro havia mandado prender Paulo Roberto Costa, o primeiro delator da Lava-Jato, e Teori mandou soltar). Dalí em diante, no entanto, Teori construiu a imagem de magistrado rigoroso, imparcial e célere. Autorizou a abertura de investigações contra 47 políticos de todos os matizes ideológicos, decretou a prisão do então senador Delcídio do Amaral e determinou o afastamento de Eduardo Cunha da presidência da Câmara Federal, para citar apenas algumas de suas decisões mais relevantes. Quando o PT e o PMDB ainda eram parceiros no governo, os chefes dos 3 poderes uniram forças numa ofensiva para enterrar o petrolão, arquivar o impeachment de Dilma e preservar o mandato de Cunha. A mulher sapiens se reuniu em Portugal com o então presidente do STF, Ricardo Lewandowski, e ambos chamaram Zavascki para participar da maracutaia, mas o ministro declinou do convite e, com a discrição que lhe era peculiar, salvou a Lava-Jato de um dos cercos mais ousados já tramados contra ela.

Elogios (merecido) à parte, causa estranhamento ninguém ter mencionado que Zavascki ia passar o final de semana na ilha do empresário Carlos Alberto Filgueiras ― dono da luxuosa rede de hotéis Emiliano e da malsinada aeronave. O fato de estar a bordo do avião de Filgueiras não configura crime, mas tampouco favorece o magistrado ― ou, no mínimo, coloca-o na mesma e incômoda posição de um Sérgio Cabral que voava nas asas de Cavendish ou de um Lula aninhado nos ares com a Odebrecht. Ou que, em 2015, ele tenha participado do casamento do filho de um amigo ― o advogado Eduardo Ferrão ―, onde se encontrava boa parte da elite empresarial tupiniquim enrolada na Lava-Jato. Ou ainda que, numa de suas primeiras decisões no STF, Teori tenha dado o voto de desempate que absolveu Dirceu, Genoino e Delúbio do crime de formação de quadrilha. Enfim...

Teorias de conspiração também à parte, causa estranheza o fato de a aeronave cuja queda resultou na morte do ministro ser relativamente nova e estar em perfeitas condições de operação. Ou que ela tenha caído a despeito de ser pilotada justamente pelo comandante que mais se destacava entre seus pares pela experiência em pousos no campo de Paraty, num pouso sob chuva moderada e sem registro de ventos fortes. Ou ainda o depoimento de uma testemunha ocular, segundo o qual “o avião foi baixando cada vez mais, até que de repente ele soltou um bolo de fumaça branca, parecia a esquadrilha da fumaça, passou por cima de nós, depois foi perdendo altitude, veio rodando pela direita, bateu com a asa direita na água e capotou”. Somando-se a isso o fato de que Zavascki estava prestes a homologar a “Delação do Fim do Mundo” ― na qual 77 ex-executivos da Odebrecht denunciam e detalham “práticas pouco republicanas” de mais de uma centena de políticos de diversos partidos, alguns, inclusive, do mais alto escalão do governo federal, além do molusco abjeto e de sua ignóbil sucessora ―, temos todos os ingredientes para uma robusta teoria da conspiração, mas também uma conjunção de fatores que levam a desconfiar de que a morte de Zavascki tenha sido meramente acidental

Quanto ao futuro da Lava-Jato, há muita especulação, mas já se vê luz no fim do túnel da esperança: a ministra Carmem Lucia já sinalizou que pretende avocar para si a responsabilidade de homologar a Delação do Fim do Mundo ainda durante o recesso (que termina no próximo dia 31). Se, depois disso, a relatoria será sorteada entre os demais ministros da Corte ou apenas entre os quatro que restaram na segunda turma com a morte de Zavascki, ainda não se sabe. Pelo regimento interno, ressalvadas as exceções previstas nos incisos “b” e “c” do artigo 38, vale o disposto pelo inciso “a”, que determina que: “em caso de aposentadoria ou morte, o relator é substituído pelo ministro nomeado para sua vaga”. E é aí que mora o perigo, porque o candidato à vaga será indicado por Michel Temer, sabatinado pela CCJ do Senado e chancelado pelo plenário da Casa. E, convenhamos, não pegaria bem um presidente cujo nome é suscitado por diversos delatores indicar o próximo relator da Lava-Jato e, pior, o “candidato” ser avalizado por políticos investigados e denunciados no âmbito da Operação. Felizmente, no último sábado, durante o sepultamento de Teori Zavascki em Porto Alegre, Temer afirmou que só deverá fazer a indicação depois que o STF definir o novo relator dos processos da Lava-Jato.

Por hoje é só. Continuaremos na próxima postagem. 

Confira minhas atualizações diárias sobre política em www.cenario-politico-tupiniquim.link.blog.br/

segunda-feira, 20 de junho de 2016

O QUE FAZER SE VOCÊ DERRAMAR LÍQUIDOS NO SEU GADGET (FINAL)

DEVE-SE TEMER MAIS O AMOR DE UMA MULHER DO QUE O ÓDIO DE UM HOMEM.

No post anterior, eu disse que muita gente cultiva o mau hábito de comer e beber enquanto usa o computador, e que isso pode resultar em acidentes, como o derramamento da bebida sobre o aparelho (sem falar nas migalhas de biscoitos e salgadinhos, que se acumulam no espaço entre as teclas, mas isso já é outra história). 

No entanto, a maioria das dicas que eu sugeri então tem mais a ver com o derramamento de água. No caso de café, sucos, refrigerantes ou bebidas alcoólicas ― que o açúcar torna pegajosas ―, o buraco é mais embaixo, e a solução, quase sempre, exige recorrer a um computer guy de confiança ou a uma assistência técnica competente, que tem know-how e ferramental que permitem realizar uma limpeza mais profunda e, com sorte, salvar o aparelho de um destino funesto. 

Ainda assim, dependendo do líquido derramado, você pode tentar resolver o problema ― por sua conta e risco ― usando álcool isopropílico e água deionizada ― que, ao contrário da água de torneira, evapora sem deixar resíduos minerais indesejáveis (jamais use gasolina, acetona, thinner ou qualquer outro solvente).

Vale lembrar que maioria das placas de circuito podem ser limpas com água, desde que não estejam energizadas, mas o mesmo não se aplica às ventoinhas e drives de HD e de mídia óptica. E não use mais água do que o necessário nem deixe de secar bem os componentes que você lavou. Lembre-se de que os danos não acontecem quando o notebook molha, mas sim quando a umidade provoca um curto-circuito. Portanto, assegure-se de que o aparelho esteja absolutamente seco antes de liga-lo novamente.

Se você insiste em "beliscar" enquanto opera o computador, considere a aquisição de uma capa protetora. Existem diversos tipos no mercado, mas as mais caras costumam oferecer melhor proteção. Outra providência recomendável é configurar as opções de energia para “Nada a fazer” quando você baixar a tampa do seu note. Assim, você poderá degustar seu café ― ou seja lá o que for ― sem correr grandes riscos no caso de derramamento, e tampouco precisará esperar o sistema despertar e digitar sua senha quando tornar a erguer a tampa.

Volto a salientar que você só deve desmontar seu portátil se dispuser de expertise e ferramental que lhe permitam fazê-lo. Do contrário, o melhor é procurar ajuda especializada. Até porque abrir a carcaça da maioria desses aparelhos é um trabalho delicado, que demanda a remoção de dezenas de parafusinhos minúsculos e a manipulação de frágeis encaixes plásticos (quanto mais tempo de uso tiver a máquina, mais frágeis eles se serão, devido ao ressecamento decorrente do calor). Se ainda assim você quiser arriscar, obtenha mais informações no site do fabricante, faça uma 
pesquisa no Google informando a marca e o modelo do aparelho e, antes de começar a desmontagem, desenhe o layout em papel, anote a posição de cada componente que você remover e prenda com fita adesiva cada parafuso à figura correspondente, de maneira a facilitar a posterior remontagem.

Mutatis mutandis, o que foi dito aqui em relação a notebooks se aplica também a celulares, tablets e afins, embora a maioria destes gadgets seja equipada com telas sensíveis ao toque e, portanto, não traz teclas nem espaço entre as elas por onde os líquidos possam se infiltrar. Além disso, muitos deles integram tampinhas de borracha ou silicone, destinadas a evitar a contaminação do conector de energia e da portinha USB por poeira e umidade, razão pela qual elas não devem ser descartadas.

Boa sorte a todos e até a próxima, se Deus quiser.