Felizmente,
é possível “recuperar” esse espaço sem abrir mão dessas funcionalidades. Para
isso, dê um clique direito sobre um ponto vazio da barra, selecione Propriedades e, com a aba Barra de Tarefas em destaque, marque a
caixinha ao lado de Ocultar
automaticamente a barra de tarefas, clique em Aplicar e confirme em OK.
A partir de então, a barra permanecerá invisível, mas voltará a ser exibida
assim que você mover o cursor do mouse até a borda inferior da tela.
Curiosamente,
o ajuste em questão pode se tornar inócuo de uma hora para outra, fazendo com
que a barra deixe de se esconder. Aí você revê as configurações e vê que a
opção respectiva continua marcada; refaz os ajustes e... nada. Ela recusa
teimosamente a desaparecer.
Via de regra, basta reiniciar o computador para tudo voltar a ser como antes no Quartel de
Abrantes, mas isso exige salvar os trabalhos, fechar os programas e encerrar o
Windows, o que pode ser um problema
quando se está no meio de uma tarefa importante. A boa notícia é que há duas
maneiras simples de recuperar a "invisibilidade" da barra sem essa
trabalheira, como veremos na próxima postagem. Não deixe de conferir.
QUE JUSTIÇA É ESSA?
Numa sessão qualquer de uma dessas comissões da Câmara dos Deputados em que pouca gente
fala, pouca gente escuta e quase ninguém presta atenção, o parlamentar gaúcho Nelson Marchezan Junior revelou que a Justiça do Trabalho deu aos
trabalhadores que a ela recorreram no ano passado um total de 8 bilhões de reais em benefícios,
gastando, no mesmo período, 17 bilhões
com suas próprias despesas de funcionamento.
Com esse fato estarrecedor, J.R. Guzzo inicia sua coluna na edição #2502 de Veja, e conclui dizendo que se pode querer que nenhuma mudança seja
feita nisso aí, achar que esse sistema, tal como está, é uma conquista social,
mas não se pode querer que um negócio desses funcione. Faz sentido. Vejamos
isso melhor.
Pelo cálculo de Marchezan,
se a JT consome em um ano o dobro do
que concede em ganhos de causa aos trabalhadores que recorrem a ela, melhor
seria não existir: bastaria o poder público tirar a cada ano 8 bilhões do
Orçamento e distribuí-los diretamente aos reclamantes ― que ficariam tão
satisfeitos quanto estão, enquanto as empresas reduziriam a zero seus custos
nesse item e o Erário gastaria metade do que está gastando atualmente.
Essa “justiça especializada” foi criada em 1941, durante o
assim chamado Estado Novo, por
influência do crescimento da classe média e do operariado urbano em cidades
como São Paulo e Rio de Janeiro, para vender a ideia de
que, com ela, “os desfavorecidos deixariam de depender unicamente da boa
vontade dos mais abastados”. Enfim, uma “generosidade descompromissada” de Getúlio Vargas que o ajudaria a
prologar sua permanência no poder, que se tornaria mais adiante uma jabuticaba tupiniquim sem paradigma em
país algum do mundo, até porque não faz o menor sentido consumir duas unidades
para produzir uma. Afinal, que justiça
existe em gastar 17 bilhões de reais de dinheiro público ― não “do governo”,
mas seu, meu e de todos os contribuintes ― para gerar 8 bilhões?
Hoje, a Justiça trabalhista é acessível somente a do 40% da
população economicamente ativa (os 60% restantes não tem carteira assinada).
Ela não cria empregos, nem salários, aumentos ou promoções; antes pelo
contrário: encarece de tal forma o emprego que se tornou a principal causa de desestímulo
à contratação de funcionários. Para piora, a JT consome 90% de seu orçamento com o salário de 3.500 juízes, mais
os desembargadores das 24 Regiões, mais os ministros do TST (Tribunal Superior do Trabalho), sem falar nos carros com
motoristas e outras mordomias. Em síntese, trata-se uma das espetaculares
extravagâncias do Brasil ― e mais uma demonstração concreta, dentre tantas
outras, da facilidade extrema de conviver com os absurdos que existem na
sociedade brasileira.
Outro exemplo: O STF
(Supremo Tribunal Federal), com apenas 11 ministros, tem 3.000 funcionários ― quase 300 para cada ministro! Mas não é só: o brasileiro paga mais 1 bilhão de reais por ano para ser
assistido por um “Tribunal da Cidadania” ― o STJ (Superior Tribunal de Justiça), com 33 ministros e quase 5.000
funcionários, aí incluídos os terceirizados e estagiários, e capaz de torrar
2/3 do seu orçamento com a folha de pessoal. Um órgão público de utilidade
duvidosa, mas que consome 25 milhões de reais, num ano, em alimentação para
funcionários, paga de 400 mil a 600 mil reais de remuneração mensal a seus
ministros aposentados e tem na folha de pagamento repórteres fotográficos,
auxiliares de educação infantil e até “juazeiros” ― aliás, o que seria um
juazeiro?
Em tempo de crise, toda economia racional é bem-vinda, mas
não para nossos ínclitos parlamentares: recentemente, o Senado resolveu
contratar por 12 meses, a um custo aproximado de
R$ 263 mil, uma empresa
para
prestar serviços de bufê em eventos no Congresso ou na residência
oficial do seu presidente
― ele mesmo,
Renan Calheiros, o segundo nome linha
sucessória da presidência da República (como estamos sem vice, na ausência de
Temer quem assume é o presidente da
Câmara, e no impedimento deste, o presidente do Senado).
Renan, vale lembrar,
é investigado
em pelo menos 11 inquéritos que tramitam no STF, e dias atrás se indispôs
com o Judiciário ao chamar de “
juizeco”
o magistrado
Vallisney de Souza Oliveira,
da 10ª Vara da Justiça Federal de Brasília, que autorizou a prisão de quatro
policiais legislativos.
A ministra
Cármen
Lúcia, atual presidente do Supremo, rebateu as críticas do senador alagoano
dizendo que “onde um juiz for destratado, eu também sou”, e, ato contínuo,
agendou para esta quinta-feira, 3, o julgamento de uma ação que pode vir a complicar
a vida de
Renan. Nessa sessão
plenária, a Corte analisará uma arguição de descumprimento de preceito fundamental
(ADPF), na qual o partido
Rede
Sustentabilidade argumenta que o Presidente da República não pode, no
exercício das suas funções, responder a ações penais por crimes comuns. A
ação foi ajuizada em maio deste ano, quando o então presidente da Câmara dos Deputados,
Eduardo Cunha, já era réu em ação
penal perante o Supremo ― que decidiu por unanimidade suspender seu mandato e
afastá-lo da presidência da Casa. O mérito da ação, contudo, nunca foi
analisado:
a
corte apenas referendou liminar concedida pelo ministro Teori Zavascki
diante de pedido feito pela
PGR.
Renan ainda não é
réu em nenhuma ação penal no Supremo, mas no dia 4 de outubro o ministro Edson Fachin liberou para julgamento
uma denúncia da PGR contra ele, por
suspeitas de apresentar emendas que beneficiariam a Construtora Mendes Júnior
em troca do pagamento de despesas pessoais da jornalista Monica Veloso, com quem o senador mantinha relacionamento extraconjugal.
Caso o plenário do STF aceite a
denúncia da PGR, Renan se tornará réu e responderá a uma
ação penal por peculato, falsidade ideológica e uso de documento falso.
Na ação proposta pela Rede
Sustentabilidade, o Supremo definirá se é viável que parlamentar que
responde a processo criminal perante a Corte ocupe cargo que, por especial
designação constitucional, lhe confere a atribuição de ser substituto eventual
do Presidente da República. Vamos aguardar o resultado.
(Com Estadão Conteúdo)