QUANTO MAIOR O
PODER, MAIS PERIGOSO É O ABUSO.
Prosseguindo
com o que eu dizia no post anterior, sobre a importância da resolução na escolha de um televisor, monitor de vídeo ou outro aparelho que exiba imagens a partir de um
display digital, pagar caríssimo por um modelo com tecnologia Ultra HD, 4K ou 8K é apostar no futuro. E como toda aposta,
essa também envolve riscos. Vejamos isso melhor.
O conteúdo que
permite usufruir plenamente dessas altíssimas resoluções ainda é bastante
escasso, e, se for para assistir à programação convencional (TV aberta, canais
por assinatura e vídeos em DVD), não vale a pena gastar os tubos em aparelhos
de ultimíssima geração, que podem custar mais de R$ 30 mil, quando modelos HD
e Full HD de 40 ou mais polegadas ― alguns, inclusive, com tela curva ―
saem por menos de R$2 mil.
Quem se
apressou a comprar DVD players com
suporte ao Blu-Ray e televisores com
suporte ao 3D investiu pesado e, de
certo modo, acabou com um mico nas mãos, pois a “revolução” que essas
tecnologias prometiam acabou por não se cumprir. Minha irmã, por exemplo, quando trocou seu velho desktop por um note de última geração, há alguns anos,
adicionou à configuração que eu lhe havia sugerido uma leitora com capacidade
de reproduzir vídeos em Blu-Ray, o
que elevou significativamente o preço final da máquina. Por azar, o drive
óptico veio com defeito, e a Dell
levou mais de um mês para solucionar o problema. Nesse entretempo,
ela comprou um iPad, e passou a usar o notebook em raríssimas ocasiões ― e não me consta que jamais tenha
assistido um filme em Blu-Ray, com a
possível exceção da amostra enviada pela Dell,
para provar que o novo note estava em perfeitas condições.
Observação: No que concerne ao 3D, informações divulgadas pelo site coreano ET News (clique aqui para ler a matéria em inglês) dão conta de que a Samsung e LG estão abandonando a produção de TVs 3D, já que o recurso não teve grande aceitação e a quantidade de conteúdo nesse formato continua limitadíssima, sendo mais compensador, para os fabricantes, investir nas tecnologias 4K e de realidade virtual.
Observação: No que concerne ao 3D, informações divulgadas pelo site coreano ET News (clique aqui para ler a matéria em inglês) dão conta de que a Samsung e LG estão abandonando a produção de TVs 3D, já que o recurso não teve grande aceitação e a quantidade de conteúdo nesse formato continua limitadíssima, sendo mais compensador, para os fabricantes, investir nas tecnologias 4K e de realidade virtual.
Voltando ao Ultra HD, 4K e 8K, as duas
primeiras nomenclaturas são usadas indistintamente para designar a uma
tecnologia que excede o HD (sigla em
inglês de High Definition, ou alta
definição) e o Full HD. Como você deve
estar lembrado, caso tenha lido o post anterior, a resolução HD exibe os pixels em 1.280 colunas e 720 linhas, resultando em imagens formadas por quase 1 milhão de pontos, e o Full HD, em 1.920 colunas e 1.080 linhas, o que aumenta o número de pontos para
pouco mais de 2 milhões. Já o Ultra HD (ou 4K) trabalha com 3.840 colunas
e 2.160 linhas, o que equivale a quatro
vezes mais pontos do que no Full HD.
Note que,
embora a nomenclatura 4K seja usada como sinônimo de Ultra HD, o que ela designa na verdade
é apenas uma das resoluções Ultra HD
(mais exatamente a resolução mínima, também conhecida como 2160p). Tecnicamente, o 8K também é uma resolução Ultra HD, mas que tem 7680 colunas e 4320 linhas, perfazendo 4.320
pixels (daí ela ser conhecida como 4320p),
o que corresponde ao dobro do que é oferecido pela tecnologia 4K. Devido ao custo elevado de
produção, o 8K ainda não é disponibilizado em escala comercial, mas certamente
virá a sê-lo dentro de algum tempo, daí a gente dizer que comprar a “cereja do
bolo” é investir no futuro. E como o preço dos aparelhos de topo de linha tende
a cair conforme modelos com tecnologias mais sofisticados vão sendo lançados, a
conclusão é óbvia.
Por último,
mas não menos importante, vale dizer que o “p” das nomenclaturas 1080p,
2160p e 4320p vem de “progressive scan” (ou "varredura progressiva), e significa que as imagens são exibidas na tela “de uma só vez”. Para entender isso
melhor, basta lembrar que as TVs antigas, “de tubo”, desenhavam as imagens de
maneira “entrelaçada”, ou seja, primeiro as linhas ímpares e depois as linhas pares, visando economizar
largura de banda na transmissão. E como a varredura era feita em rápida
sucessão, nosso cérebro se encarregava de “juntar” as imagens parciais,
levando-nos a “enxergar” a imagem completa.
O resto fica
para a próxima, pessoal. Abraços e até lá.