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quinta-feira, 14 de novembro de 2019

BRASIL, A ANTESSALA DO INFERNO


Tão logo foi devolvido às ruas pela facção pró-crime do STF, o picareta dos picaretas acusou Bolsonaro de governar para as milícias, chamou Sérgio Moro "canalha" e Paulo Gudes de “demolidor de sonhos”, “destruidor de empregos e de empresas públicas brasileiras”. Como se não bastasse, exortou a patuleia amestrada a espelhar o comportamento dos chilenos: "A gente tem que seguir o exemplo do povo do Chile, a gente tem que resistir. Na verdade, atacar e não apenas se defender”.

Quando zero três afirmou que bastariam um soldado e um cabo para fechar o Supremo e, referindo-se aos protestos no Chile, que "se a esquerda radicalizar a esse ponto vamos precisar dar uma resposta, e essa resposta pode ser via um novo AI-5, pode ser via uma legislação aprovada via plebiscito, como ocorreu na Itália, mas alguma resposta vai ter que ser dada", a mídia caiu de pau e oposição exigiu medidas disciplinares, de cassação a abertura de ação criminal. 

Quando é Lula quem relincha as asnices, esses imprestáveis se põem de quatro. Não fossem as iniciativas do MBL, que protocolou uma representação pedindo a prisão preventiva do rebotalho boquirroto e do guerrilheiro de araque, e de uns poucos parlamentares — como os deputados Sanderson e Carla Zambelli e o senador Major Olímpio —, o silêncio seria ensurdecedor.  Até Jair Bolsonaro, notório por seu destempero e por sua beligerância, fechou-se em copas (talvez por medo de aborrecer o presidente de fato desta republiqueta de merda, que blindou zero um das investigações do MP-RJ).

Lula deve sair do esgoto em caravana pelo país, para encantar seus quadrúpedes acéfalos de estimação. Já o capitão caverna, cuja maior vitória até agora foi a aprovação da PEC Previdenciária Previdenciária (embora jamais tenha movido uma palha para ajudar; pelo contrário, fez que pode para atrapalhar, dividindo quando deveria somar e socorrendo sua tribo numa hora em que a prioridade era suprimir privilégios), quando se imaginava que coroaria a cerimônia de promulgação da reforma com alguma presença de espírito, oferece ao Congresso sua ausência de corpo.

Alcolumbre disse que a ausência de Bolsonaro é um sinal de que Executivo e Legislativo trabalham "em harmonia, mas em independência, um respeitando o papel do outro". Bobagem. A reforma poderia ter sido promulgada há 20 dias, mas o presidente do Congresso preferiu aguardar o retorno do chefe do Executivo de seu périplo pelo oriente. O capitão retornou em 1º de novembro, mas só informou que não participaria da efeméride na última hora (talvez porque estivesse ocupado organizando sua próxima confusão: a criação de um novo partido político). O que deveria ser apenas mais um caso de falta de senso e de educação virou uma nova modalidade de arremesso de dinheiro público pela janela. Numa conta feita pelo economista Paulo Tafner, da USP, o adiamento da promulgação da reforma custou R$ 601 milhões (valor que o Tesouro teria economizado se a emenda previdenciária tivesse sido promulgada há 20 dias).

Segundo Josias de Souza, não é difícil entender por que foi preciso esperar até que a economia brasileira evoluísse da fase do fundo do poço para a etapa do poço sem fundo para que o Congresso aprovasse, finalmente, uma reforma previdenciária ampla, com a fixação de idade mínima para a aposentadoria. Deve haver nos subterrâneos da Praça dos Três Poderes uma escola superior que ofereça cursos de pós-graduação em insensatez. Não é possível que certos agentes políticos consigam fazer o pior o melhor que podem sem algum tipo de formação especial.

De acordo com José Nêumanne, enquanto não conseguir de seu títeres no STF o cancelamento do processo do triplex, o escroque de Garanhuns continuará ladrão e lavador de dinheiro condenado, o único solto político do Brasil. Moro deu resposta à altura a suas lorotas lá no lorotário sindical de volta às origens. e Janaína explicou que as leis são boas — o que não presta são ministros das altas cortes e últimas instâncias de nossa justiça, que em teoria sabem ler, mas não leem o que de fato está inscrito na Constituição, que não consagra a prisão só nas calendas.

Para continuar sendo alternativa aos políticos bandidos, Bolsonaro precisa demitir seus petistas no governo, a começar pelo advogado-geral da União, puxa-saco de Lula, e pelo brasileiro mais poderoso do momento — e que jamais foi eleito para nada — José Antônio Maquiavel Dias Toffoli, que cumpre ordens dos chefões do bando. Por enquanto, porém, o mito de pés de barro está ocupado com a criação  de seu próprio partido (como se os 32 existentes e os outros 75 em processo de formação já não fossem um escândalo). Restam-lhe cerca de 140 dias, e o tempo médio é de 3 anos e 5 meses

E depois reclamam quando a gente fala que isto aqui é um país de merda.

segunda-feira, 24 de julho de 2017

WHATSAPP ― BARBAS DE MOLHO (Continuação)

SÁBIO É O HOMEM QUE CHEGA A TER CONSCIÊNCIA DA SUA IGNORÂNCIA.

Ainda sobre a segurança no uso do WhatsApp (e aplicativos de troca de mensagens em geral), compartilhar arquivos com grupos de contatos pode envolver riscos, pois não é possível saber o que os destinatários farão com as fotos, clipes de vídeo e o que mais você lhes enviar. Se for realmente necessário enviar algo importante, recorra a canais que operam com criptografia reforçada ou a mensagens que se autodestroem (se você usa o Android, não deixe de conhecer o TELEGRAM).

Os arquivos recebidos podem conter vírus ou outras pragas digitais. Idealmente, você não deveria abrir arquivos enviados por desconhecidos, mas nada garante a confiabilidade daquilo que provem de um remetente conhecido, pois, como sabemos, os cibercriminosos utilizam estratégias as mais diversas para disseminar programinhas maliciosos e desfechar seus golpes. Precaver-se contra tudo e contra todos pode parecer paranoia, mas de nada adianta chorar sobre o leite derramado. Barbas de molho, portanto.

Links exigem cuidados redobrados, mesmo quando provêm de pessoas conhecidas (que podem compartilhar arquivos problemáticos por desconhecimento ou mesmo com a melhor das intenções). Sempre que cismar com uma mensagem recebida de um conhecido, confirme a procure saber detalhes sobre o conteúdo. Se a mensagem que lhe desperta desconfiança vier de alguém que você não conhece, NÃO ABRA.

Por mais práticas que sejam as trocas de mensagens, ligações por voz são mais seguras ― arquivos de dados podem ser facilmente falsificados, adulterados ou recheados de pragas que, por voz, é impossível disseminar, e o mesmo vale para o envio involuntário de arquivos comprometedoras (como quando você resolve compartilhar com a galera a foto de um pôr do sol fantástico e, por engano, envia o nude que tirou da namorada quando ambos estavam pra lá de Bagdá).

Resumo da ópera: Armas não matam pessoas; pessoas matam pessoas. Guardadas as devidas proporções, o mesmo vale para apps de comunicação, que se tornam perigosos quando manipulados sem os devidos cuidados. Lembre-se: se a intenção do remetente for má, piores serão as consequências para o destinatário da mensagem.

Na falta de alternativa melhor, utilize o bom senso.

LULA, O GRANDE FILHO... DO BRASIL

Sentenciado a 9 anos e 6 meses de prisão na primeira das quatro ações em que é réu (e a fila deve andar em breve, já que a denúncia envolvendo o folclórico Sítio de Atibaia dormita desde maio na mesa do juiz Sérgio Moro), Lula criticou sua condenação “sem provas” que, segundo ele, é parte de uma “perseguição política” para impedi-lo de disputar a presidência em 2018.

Observação: Ao ser intimado da sentença, Lula escrevinhou, num garrancho de meter medo (veja na imagem que ilustra este post), que pretende recorrer.

Quando soube de sua condenação, Lula discursou para uma claque de 300 “apoiadores”. Dentre outras bobagens, disse que “não analisaria a decisão do ponto de vista jurídico, pois ela é política”, que estava “indignado, mas confiante na Justiça”, e que a sentença deveria dar origem a um processo no Conselho Nacional de Justiça ― ou seja, sua insolência quer processar a sentença (só para esclarecer: o Conselho não julga sentenças, mas atos administrativos de magistrados).

Na última quinta-feira, repetiu a dose de cima de um caminhão de som estacionado defronte ao MASP: 

"Como não conseguem me derrotar na política, eles querem me derrotar no processo. É todo dia processo, é todo dia depoimento, todo dia inquéritoDerrubaram a Dilma quando ela tinha 8% [de popularidade]. Temer tem 3%, é menos que a margem de erro da Folha de S.Paulo. Se o Temer tivesse o mínimo de compromisso com o país, ele renunciaria e mandaria uma emenda ao Congresso convocando eleição direta em caráter emergencial para escolher o homem ou a mulher que vai dirigir esse país. A única prova que existe nesse processo, de não sei quantas mil páginas, é a prova da minha inocência. É a única prova, é a prova da minha inocência. Eu queria fazer um apelo à imprensa, um apelo ao povo brasileiro: se alguém tiver uma prova contra mim, por favor, diga. Mande para Justiça, mande para Suprema Corte, mande para imprensa, porque eu preciso. Eu ficaria mais feliz se eu fosse condenado com base numa prova, se eles me desmascararem: ‘está aqui ó, você realmente cometeu um ilícito, você cometeu um erro’. O que me deixa indignado, mas sem perder a ternura, é você perceber que você está sendo vítima de um grupo de pessoas que contaram a primeira mentira, que vão passar a vida inteira mentindo para poder justificar a primeira mentira que contaram de que o Lula era dono de um triplex. Não sou dono de um triplex, não tenho triplex, e ainda fui multado em R$ 700 mil, porque agora o triplex é da União. Eles tomaram o triplex, e eu tenho que pagar R$ 700 mil para Petrobras. Eles poderiam me dar o triplex, eu vendia o triplex e pagava a multa".

Que falta faz o João Santana, né? No tempo do marqueteiro baiano, o besteirol petista era mais criativo.

Faltou povo no ato  em defesa do petista, tanto em São Paulo quanto em outras capitais. Apenas os militantes pagos ― e mesmo assim nem tantos, já que o dinheiro anda escasso no PT ― cumpriram o dever de gritar palavras de ordem contra o juiz Sérgio Moro, contra o presidente Michel Temer, contra a imprensa, enfim, contra “eles”, o pronome que representa, para a tigrada, todos os "inimigos do povo". À primeira vista, parece estranho que o "maior líder popular da história do Brasil", como Lula é classificado pelos petistas, não tenha conseguido mobilizar mais do que algumas centenas de simpatizantes na Avenida Paulista, além de outros gatos pingados em meia dúzia de cidades. Afinal, justamente no momento em que esse grande brasileiro se diz perseguido e injustiçado pelas "elites", as massas que alegadamente o apoiam deveriam tomar as ruas do País para demonstrar sua força e constranger seus algozes, especialmente no Judiciário.

A verdade é que o fiasco da manifestação resume os limites da empulhação lulopetista. A tentativa de vincular o destino de Lula ao da democracia no País, como se o chefão da ORCRIM fosse a encarnação da própria liberdade, não enganou senão os incautos de sempre ― e mesmo esses, aparentemente, preferiram trabalhar ou ficar em casa a emprestar solidariedade a seu líder. Fica cada vez mais claro ― e talvez até mesmo os eleitores de Lula já estejam desconfiados disso ― que o ex-presidente só está mesmo interessado em evitar a cadeia, posando de perseguido político. 

A sentença de Moro finalmente materializou ao menos uma parte da responsabilidade do ex-presidente no escândalo de corrupção protagonizado por seu governo e por seu partido. Já não são mais suspeitas genéricas, e sim crimes bem qualificados. Nas 238 páginas da sentença, abundam expressões como "corrupção", "propina", "fraude", "lavagem de dinheiro" e "esquema criminoso", tudo minuciosamente relatado pelo magistrado. Não surpreende, portanto, que o povo, a quem Lula julga encarnar, tenha se ausentado da presepada na Avenida Paulista.

O fracasso é ainda mais notável quando se observa que o próprio Lula, em pessoa, esteve na manifestação. Em outros tempos, a presença do demiurgo petista atrairia uma multidão de seguidores, enfeitiçados pelo seu palavrório. Mas Lula já não é o mesmo. Não que lhe falte a caradura que o notabilizou desde que venceu a eleição de 2002 e que o mantém em campanha permanente. Mas seu carisma parece já não ser suficiente para mobilizar apoiadores além do círculo de bajuladores. Resta-lhe, com a ajuda de seus sabujos, empenhar-se em manter a imagem de vítima.

Quando Moro determinou o bloqueio de R$ 600 mil e de outros bens para o pagamento da multa, a defesa de Lula alegou que a decisão ameaçava a subsistência de seu cliente e respectiva família. Houve até quem dissesse que a intenção do juiz era "matar Lula de fome", e alguns petistas iniciaram uma “vaquinha” para ajudá-lo a repor o dinheiro bloqueado. Para a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, essa é "a diferença entre nós e a direita: nós temos uns aos outros". Um dia depois, contudo, o país ficou sabendo que sua insolência dispõe de cerca de R$ 9 milhões em aplicações, porque esses fundos foram igualmente bloqueados por ordem de Moro. A principal aplicação, de R$ 7,2 milhões, está em nome da empresa por meio da qual Lula recebe cachês por palestras, aquelas que ninguém sabe se ele efetivamente proferiu, mas que foram regiamente pagas por empreiteiras camaradas. Tais valores não condizem com a imagem franciscana que Lula cultiva com tanto zelo, em sua estratégia de se fazer de coitado. Felizmente, cada vez menos gente acredita nisso.

Só para relembrar: no discurso que fez quando se tornou réu pela primeira vez, em meados do ano passado, Lula desafiou: PROVEM UMA CORRUPÇÃO MINHA QUE IREI A PÉ PARA SER PRESO. Pois bem, parece que está na hora de providenciar um par de tênis confortáveis, pois a caminhada vai ser longa: são 433,8 km de São Bernardo do Campo, em São Paulo, a Curitiba, no Paraná.

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