Tão logo foi devolvido às ruas pela facção pró-crime do STF, o picareta dos picaretas acusou Bolsonaro de governar para as milícias, chamou Sérgio Moro "canalha" e Paulo Gudes de “demolidor de sonhos”, “destruidor de empregos
e de empresas públicas brasileiras”. Como se não bastasse, exortou a patuleia amestrada a espelhar o comportamento dos chilenos: "A gente tem que seguir o exemplo do povo do Chile, a gente tem que
resistir. Na verdade, atacar e não
apenas se defender”.
Quando zero três afirmou que bastariam um soldado e um cabo
para fechar o Supremo e, referindo-se aos protestos no Chile, que "se a esquerda radicalizar a esse ponto vamos
precisar dar uma resposta, e essa resposta pode ser via um novo AI-5, pode ser
via uma legislação aprovada via plebiscito, como ocorreu na Itália, mas alguma
resposta vai ter que ser dada", a mídia caiu de pau e oposição exigiu
medidas disciplinares, de cassação a abertura de ação criminal.
Quando é Lula quem relincha as asnices, esses imprestáveis se põem de quatro. Não fossem as iniciativas do MBL, que protocolou uma
representação pedindo a prisão preventiva do rebotalho boquirroto e do
guerrilheiro de araque, e de uns poucos parlamentares — como os deputados Sanderson e Carla Zambelli e o senador Major
Olímpio —, o silêncio seria ensurdecedor. Até Jair Bolsonaro, notório por seu
destempero e por sua beligerância, fechou-se em copas (talvez por medo de aborrecer o presidente de fato desta republiqueta de merda, que blindou zero um das investigações
do MP-RJ).
Lula deve sair do esgoto em caravana pelo país, para encantar seus quadrúpedes acéfalos de estimação. Já o capitão caverna, cuja maior vitória até
agora foi a aprovação da PEC Previdenciária Previdenciária (embora jamais tenha movido uma palha para ajudar; pelo contrário, fez que pode para atrapalhar, dividindo quando deveria somar e
socorrendo sua tribo numa hora em que a prioridade era suprimir privilégios), quando
se imaginava que coroaria a cerimônia de promulgação da reforma com alguma
presença de espírito, oferece ao Congresso sua ausência de corpo.
Alcolumbre disse que a ausência de Bolsonaro é
um sinal de que Executivo e Legislativo trabalham "em harmonia, mas em
independência, um respeitando o papel do outro". Bobagem. A reforma
poderia ter sido promulgada há 20 dias, mas o presidente do Congresso preferiu aguardar o retorno do chefe do Executivo de seu périplo pelo oriente. O capitão retornou em 1º
de novembro, mas só informou que não participaria da efeméride na última hora (talvez porque
estivesse ocupado organizando sua próxima confusão: a criação de um novo
partido político). O que deveria ser apenas mais um caso de falta de senso e de
educação virou uma nova modalidade de arremesso de dinheiro
público pela janela. Numa conta feita pelo economista Paulo Tafner, da USP, o
adiamento da promulgação da reforma custou
R$ 601 milhões (valor que o Tesouro teria economizado se a emenda
previdenciária tivesse sido promulgada há 20 dias).
Segundo Josias de
Souza, não é difícil entender por que foi preciso esperar até que a
economia brasileira evoluísse da fase do fundo do poço para a etapa do poço sem
fundo para que o Congresso aprovasse, finalmente, uma reforma previdenciária
ampla, com a fixação de idade mínima para a aposentadoria. Deve haver nos
subterrâneos da Praça dos Três Poderes uma escola superior que ofereça cursos
de pós-graduação em insensatez. Não é possível que certos agentes políticos
consigam fazer o pior o melhor que podem sem algum tipo de formação especial.
De acordo com José Nêumanne, enquanto não conseguir de seu
títeres no STF o cancelamento do
processo do triplex, o escroque de Garanhuns continuará ladrão e lavador de
dinheiro condenado, o único solto político do Brasil. Moro deu resposta à altura a suas lorotas lá no lorotário sindical
de volta às origens. e Janaína
explicou que as leis são boas — o que não presta são ministros das altas cortes
e últimas instâncias de nossa justiça, que em teoria sabem ler, mas não leem o
que de fato está inscrito na Constituição, que não consagra a prisão só nas
calendas.
Para continuar sendo alternativa aos políticos bandidos, Bolsonaro precisa demitir seus petistas
no governo, a começar pelo advogado-geral da União, puxa-saco de Lula, e pelo brasileiro mais poderoso
do momento — e que jamais foi eleito para nada — José Antônio Maquiavel Dias Toffoli, que cumpre ordens dos chefões
do bando. Por enquanto, porém, o mito de pés de barro está ocupado com a criação de seu próprio partido (como se os 32 existentes e os outros 75 em processo de formação já não fossem um escândalo). Restam-lhe cerca de 140 dias, e o tempo médio é de 3 anos e 5 meses
E depois reclamam quando a gente fala que isto aqui é um país de merda.