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segunda-feira, 14 de janeiro de 2019

MODO DE LEITURA NO FIREFOX


A INJUSTIÇA QUE SE FAZ A UM É UMA AMEAÇA QUE SE FAZ A TODOS.

O Google Chrome é o navegador mais popular entre os internautas do mundo inteiro, mas o Mozilla Firefox também é muito legal. Aliás, a escolha do navegador, de uns tempos para cá, tem mais a ver com as preferências pessoais do usuário do que a diferenças entre os recursos dos principais programas.

O browser da raposinha é recheado de recursos e funções que a gente não usa por simples desconhecimento. Um deles é o modo de leitura, que remove elementos desnecessários das webpages — tais como botões, anúncios e imagens de fundo — e altera o tamanho, o contraste e a apresentação do texto para aprimorar a legibilidade.

Se uma pagina estiver disponível no modo de leitura, o ícone respectivo aparecerá na barra de endereços (oriente-se pela figura 01 que ilustra esta postagem). Clique nesse ícone, e ele ficará azul, indicando que o recurso está ativo, e repare que uma barra vertical com quatro botões será exibida no canto esquerdo da página (figura 02). O primeiro botão serve para encerrar o modo leitura, o segundo permite ajustar as fontes, e o terceiro — que eu considero a “cereja do bolo” — dá acesso ao modo narração (figura 03).

Clique no ícone do modo narração para abrir os respectivos controles, que são bastante intuitivos: o botão play faz com que o Firefox leia em voz alta o conteúdo da página, os botões avançar e voltar alternam entre os parágrafos e o botão deslizante ajusta a velocidade da leitura e dá acesso a algumas (poucas) opções de voz.

Para que esse recurso funcione, você precisa ativá-lo. Com o navegador aberto na página desejada, clique no menu Exibir (se a barra de menus estiver oculta, pressione a tecla ALT para que ela apareça) e acesse a opção Entrar no leitor (alternativamente, pressione a tecla F9, que produz o mesmo resultado). Se essa opção não for exibida, é porque a página visitada não está disponível para acesso no modo leitura. Enfim, nada é perfeito.

Observação: Claro que você pode contornar esse problema adicionando a (excelente) extensão Read Aloud — abra esta postagem no Firefox e clique aqui para incluir o plugin no seu navegador.

Era isso, pessoal. Espero ter ajudado.

terça-feira, 8 de janeiro de 2019

TEMPESTADES DE VERÃO — QUINTA PARTE (ALAGAMENTOS E PERIGOS NO TRÂNSITO)


PESSOAS QUIETAS POSSUEM MENTES BARULHENTAS.

Tempestades de verão costumam cair em “pontos isolados”. Aqui em Sampa é comum, por exemplo, a zona leste ficar literalmente submersa e não cair uma gota d’água na zona sul, e vice-versa. Mas o fato de o céu (ainda) estar claro onde você se encontra não quer dizer que não esteja chovendo a cântaros onde você tem um compromisso, mesmo que fique a poucos quilômetros dali.

Se você for pego por um temporal quando estiver a pé, e não houver onde se abrigar (loja, farmácia, supermercado, boteco, etc.), mantenha-se afastado de árvores, postes, quiosques e objetos metálicos grandes e expostos (como tratores, escadas, cercas de arame, etc.). Se estiver de moto ou bicicleta, entre num posto de combustíveis e fique lá até a chuva passar.

Dirigir sob chuva forte pode ser um problema, mas nem sempre temos alternativa (como quando estamos em trânsito e somos apanhados por uma chuvarada repentina). Na estrada, pare num posto ou, na falta de um, no acostamento — jamais pare na pista —, ligue o pisca-alerta, feche os vidros e não saia do carro, pois ele é um abrigo seguro contra raios (não por estar isolado pelos pneus, que isso é mito, mas porque as descargas são dissipadas pela superfície metálica e absorvidas pelo solo sem causar danos aos ocupantes). E torça para não cair granizo — pedras pequenas não costumam causar grandes estragos, mas as do tamanho de bolas de tênis podem facilmente quebrar o para-brisa ou amassar a lataria do veículo. Mas fique atento para o nível da água, pois, se o local for sujeito a enchentes e a água subir acima da caixa das portas, você deverá abandonar o veículo e procurar abrigo em outro local.

Na cidade, se a visibilidade ficar por demais prejudicada, entre com o carro no estacionamento (coberto) de um shopping ou supermercado e fique lá até a chuva amainar. Se estiver num local sujeito a alagamentos, suba a primeira ladeira que encontrar e só retome o trajeto original depois que o nível da água baixar.

Alagamentos são sempre perigosos, esteja você a pé, de carro, moto ou bicicleta. E não apenas devido à enxurrada (que chega a arrastar veículos de grande porte), mas também porque buracos, bueiros sem tampa e outros obstáculos afins se escondem sob a lâmina d’água. Se for preciso transpor um trecho alagado, observe como se comportam os veículos à sua frente (mas não se baseie nos ônibus e caminhões, que, por serem mais altos, atravessam com mais facilidade do que os veículos de passeio).

Como regra geral, deve-se atravessar um alagamento somente se o nível da água não ultrapassar o centro das rodas, seguir pelo meio da pista — onde o acúmulo de água tende a ser menor do que próximo ao meio-fio — e iniciar à travessia depois que o carro à frente tiver transposto o obstáculo e apenas se não vier outro veículo no sentido contrário. Engrene a primeira marcha, mantenha o giro do motor em aproximadamente 2.000 RPM (com a ajuda da embreagem) e siga adiante sem mudar de marcha. Evite ao máximo parar no meio da poça; se a água bloquear o cano de descarga, o motor pode “morrer”, e dar a partida novamente pode ser um problema, mas isso já é assunto para a próxima postagem.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2019

TEMPESTADES DE VERÃO E OS PERIGOS QUE ELAS PODEM ACARRETAR — CONTINUAÇÃO


O SOL QUE DESPONTA TEM QUE ANOITECER.

Como vimos no post anterior, o melhor a fazer quando uma tempestade elétrica se avizinha é desligar a chave geral do quadro de força (ou, no mínimo, desplugar das tomadas os aparelhos mais sensíveis). Mas nem sempre estamos em casa, e, quando estamos, nem sempre tomamos essas providências a tempo, daí ser importante dispor de um nobreak ou de um estabilizador de tensão de boa qualidade, que oferecem proteção responsável contra os famigerados distúrbios da rede elétrica (os também famigerados filtro de linha custam mais barato e podem ser encontrados em qualquer casa de ferragem ou hipermercado, mas não filtram coisa alguma e, portanto, são uma péssima péssima escolha, como veremos melhor mais adiante).

Chamamos subtensão transitória a uma queda de tensão inferior a 10% da tensão nominal da rede e com duração igual ou inferior a 4 ciclos. Esse fenômeno pode ocorrer tanto por culpa da concessionária de energia quanto da instalação elétrica do imóvel. Lâmpadas que “enfraquecem” momentaneamente sempre o compressor da geladeira entra em funcionamento ou quando um dispositivo elétrico é ligado em cômodo da casa, por exemplo, denunciam falta de aterramento ou fiação de bitola inadequada à demanda de energia (detalhe: ferro de passar roupas, secador de cabelos e outros utensílios vorazes não servem de parâmetro para essa avaliação).

As subtensões não transitórias (superiores a quatro ciclos e com duração de alguns minutos a muitas horas) têm basicamente as mesmas causas e sintomas das transitórias; se você notar um enfraquecimento "persistente" das lâmpadas (sobretudo em horários de pico), chame um eletricista, e caso ele não identifique problemas na fiação do imóvel, acione a concessionária de energia elétrica.

sobretensão, por sua vez, consiste na elevação (em 10% ou mais), por tempo igual ou superior a três ciclos, da tensão máxima permitida pela rede. Situação oposta às anteriores, nesta o brilho das lâmpadas aumentam de intensidade. Se a instalação estiver dentro dos padrões, especialmente o quadro de força, o problema deve ser externo e compete à concessionária de energia solucioná-lo. Mas convém checar periodicamente o estado dos fusíveis (ou disjuntores) e verificar a fixação dos cabos de energia no quadro (o afrouxamento dos parafusos é um problema comum).

Observação: Quanto às sobretensões que costumam ocorrer durante temporais com relâmpagos, vimos no post anterior que não há muito a fazer além de desligar da tomada os equipamentos mais sensíveis. Cautela e canja de galinha não fazem mal a ninguém.

Voltando aos filtros de linha, eles devem ser evitados por várias razões, a começar por não filtrarem coisa alguma. Apesar do nome, eles não passam de simples extensões (também conhecidas como "réguas"), mas é bom ter em mente que ligar dois ou mais aparelhos na mesma tomada da parede, dependendo de quanta energia cada um deles consome, é uma prática nada recomendável. A diferença entre esses "filtros" e as tais réguas está num pequeno fusível (ou um LED, conforme o modelo) que se rompe (ou funde) por efeito de um pico de energia, interrompendo a passagem da corrente elétrica. O problema é que essa interrupção nem sempre acontece com rapidez suficiente para impedir que a sobretensão alcance os aparelhos que o tal filtro deveria proteger, e aí está feita a caca.

Vale lembrar que as fontes de alimentação dos PCs operam entre 90 V e 240 V e suportam sobretensões de até 100% e subtensões de mais de 20% (quando ligadas a uma tomada de 110 V~127 V, evidentemente). Assim, a única vantagem do filtro de linha é facilitar a substituição do fusível (ou o próprio filtro), que nos varistores internos da fonte de alimentação do computador é uma tarefa mais complicada.

Continuamos na próxima postagem.

sexta-feira, 28 de dezembro de 2018

COMO EVITAR UPDATES PROBLEMÁTICOS NO WINDOWS 10 — Parte 4


PARA CADA FATO HÁ PELO MENOS TRÊS VERSÕES: A SUA, A MINHA E A VERDADEIRA.

Adicionalmente às dicas apresentadas nos capítulos anteriores, você pode evitar ser pego no contrapé por uma atualização malcomportada ou outra intercorrência que interfira na estabilidade do seu Windows pondo em prática as seguintes sugestões: 

— Desde a edição Millennium que o Windows dispõe de uma ferramenta chamada Restauração do Sistema, que você deve manter ativa e operante. Mesmo que não faça milagres (não é exatamente incomum essa ferramenta não funcionar quando mais se precisa dela), é uma opção a mais que o sistema oferece para se recuperar de uma falha decorrente da instalação malsucedida de drivers, patches malcomportados e mesmo aplicativos problemáticos (como os que embutem códigos maliciosos em seus arquivos de instalação). Ela cria backups das configurações do Registro e de outros arquivos essenciais ao funcionamento do computador tanto por demanda do usuário quanto em intervalos regulares e sempre que alguma modificação abrangente é procedida. Para saber mais sobre esse recurso e como utilizá-lo, reveja esta postagem.  

— Seu computador está rodando redondo? Então crie uma unidade de recuperação do sistema. Basta dispor de um HD externo ou pendrive com espaço livre suficiente para abrigar os arquivos de resgate, acessar as Ferramentas Administrativas do Windows, selecionar Unidade de Recuperação e seguir as instruções do assistente (mais informações e tutorial detalhado na sequência de postagens iniciada por esta aqui).

— Depois de concluir uma atualização abrangente do Windows 10, acesse o menu Iniciar, clique em Configurações > Atualização e segurança > Windows Update e em Verificar atualizações. Instale todas as atualizações disponíveis, incluindo drivers atualizados.

— Um upgrade de build pode fazer o horário ativo do computador retornar à configuração padrão. Para conferir (e reajustar o horário de modo a evitar que uma nova atualização seja instalada e o sistema, reiniciado num momento pouco oportuno), siga as instruções do post anterior.

— Use a Cortana para criar um lembrete e exibi-lo toda segunda terça-feira de cada mês (Patch Tuesday da Microsoft). Assim, você poderá checar manualmente as atualizações e, se for o caso, adiar a instalação (detalhes na postagem anterior).
Dica: Abra o menu Iniciar, clique em Microsoft Store, depois nos três pontinhos acima e à direita da janelinha, selecione a opção Downloads e atualizações e atualize os apps e games que não estiverem up-top-date.

— A Central de Ações do Windows 10 exibe um painel com notificações quando você clica no ícone da barra de tarefas que fica à direita do relógio do sistema. Para ajustar suas configurações, clique em Iniciar > Configurações > Sistema > Notificações e ações e deslize para a direita os botões correspondentes às opções que você deseja ativar como uma ação.

— Não delete a pasta Windows.old logo depois que atualizar o build do Windows 10. Embora o conteúdo dessa pasta ocupe centenas de gigabytes no HDD, são esses arquivos que lhe garantem a possibilidade de reverter uma atualização problemática ou insatisfatória. Por conter arquivos temporários, a pasta em questão tende a desaparecer sozinha 30 dias depois da atualização. Caso isso não aconteça — ou se você você precisar se livrar dela antes, para liberar espaço no disco, por exemplo — rode o utilitário Limpeza do Disco. Para acessá-lo, abra o Explorador de arquivos, clique em Este computador, dê um clique direito sobre o ícone que representa a unidade em que o sistema se encontra instalado (geralmente C:), clique em Propriedades e no botão Limpeza de Disco. Aguarde a ferramenta calcular a quantidade de espaço que pode ser recuperada e, na janela que se abrir em seguida, pressione o botão Limpar Arquivos do Sistema, aguarde o novo cálculo, marque a caixa ao lado de “Instalações anteriores do Windows”, confirme em OK, clique em Excluir arquivos e aguarde a conclusão do processo (caso novas solicitações apareçam, clique nelas para prosseguir). 

Observação: Se você seguir os passos sugeridos e o utilitário de Limpeza do Disco não listar a pasta em questão, ela provavelmente já foi apagada. Mesmo assim, experimente recorrer ao CCleaner (clique aqui para saber mais sobre essa excelente suíte de manutenção). Abra o programa, clique em Limpeza > Windows e, no campo Avançado, marque a opção Instalação Antiga do Windows e pressione o botão Analisar. Concluída a análise, você verá o item Instalação antiga do Windows, seguido do tamanho da pasta e da quantidade de arquivos. Clique em Executar Limpeza e aguarde a conclusão do processo.

Era isso, pessoal. Espero ter ajudado. 

Bom feriadão a todos, um ótimo réveillon e um feliz 2019. 

sexta-feira, 21 de dezembro de 2018

COMO EVITAR O RISCO DE INSTALAR UPDATES PROBLEMÁTICOS NO WINDOWS 10


O MAIS IMPORTANTE NA COMUNICAÇÃO É OUVIR O QUE NÃO ESTÁ SENDO DITO.

Desde que foi lançado comercialmente, na década de 1980 — a princípio como uma interface gráfica baseada no MS-DOS e mais adiante, a partir do Win 95, como um sistema operacional autônomo —, o Windows sempre foi um software proprietário, de código fonte fechado, com a utilização pelo consumidor final vinculada ao pagamento de uma licença e regulada por um contrato que estabelece o que as partes podem ou não fazer (EULA), mas que a maioria dos usuários aceita sem ler um parágrafo sequer.

O custo da licença vinha (e continua vindo) embutido no preço da mídia de instalação — no caso da cópia selada do programa (modalidade FPP) — ou do computador — no caso de o sistema vir pré-instalado (modalidade OEM, mediante a qual fabricantes de PCs pagam bem mais barato pelas licenças por comprá-las “em lote” da Microsoft; mais detalhes sobre as diversas modalidades de distribuição de software nesta postagem).

Até lançar o Windows 10 como serviço, em meados de 2015, a Microsoft liberava novas edições do sistema em intervalos de 3 a 5 anos. Assim, no caso de o computador sobreviver à versão do Windows nele instalada, o usuário que quisesse adotar a “bola da vez” sem fazer um upgrade casado (hardware e software) precisava adquirir a respectiva mídia de instalação e, consequentemente, pagar novamente pela licença (a não ser que comprasse uma cópia “Capitão Gancho”, naturalmente, mas isso é outra conversa). E assim a banda tocou até o malsinado Windows 8, que chegou ao mercado em 2012 e foi um retumbante fiasco de crítica e de público.

No final de 2014, quando todos aguardavam a chegada do Windows 9, a Microsoft revelou que a nova edição se chamaria Windows 10 (frustrando, ainda que por tabela, os cibercriminosos que ofereciam falsos links para download gratuito do Windows 9 com malware embutido em seus códigos). Segundo se comentou à época, a empresa teria “pulado” o 9 para evitar um possível problema de compatibilidade, já que os desenvolvedores de aplicativos usavam a expressão “Windows 9” para checar se a versão do sistema em que os programas eram executados era a 95 ou a 98.

Mais do que uma nova edição do Windows, o 10 foi um divisor de águas, pois inaugurou a distribuição do sistema como “serviço” — a exemplo do que já havia feito com a suíte Office —, além de oferecer o upgrade gratuitamente (pelo período de 1 ano) aos proprietários de cópias legítimas do Seven SP3 ou do Eight.1 instaladas em máquinas com hardware compatível.

Continua no próximo capítulo. Bom Natal a todos até quarta.   

segunda-feira, 17 de dezembro de 2018

NOVIDADES DO UPDATE DE OUTUBRO DO WINDOWS 10


E AQUELES QUE FORAM VISTOS DANÇANDO FORAM JULGADOS INSANOS POR AQUELES QUE NÃO ERAM CAPAZES DE OUVIR A MÚSICA.

Um ano depois de lançar o Windows 10, a Microsoft liberou uma atualização abrangente (Anniversary Update, build 1607), e desde de então vem lançando novas versões duas vezes ao ano — na primavera e no outono, pelo calendário norte-americano. A mais recente, conhecida como Update de Outubro (build 1809), começou a ser disponibilizada na semana passada, depois que a empresa corrigiu diversos bugs que infernizaram a vida dos participantes do Windows Insider e de outros pioneiros que, como tal, costumam ser reconhecidos pela flecha espetada no peito.

Como eu publiquei dias atrás, o download dos arquivos e a instalação desse update levaram quase duas horas (no meu computador), mas tudo transcorreu sem problemas. O build passou de 1803 para 1809 e a compilação, para 17763.168

Observação: Para checar essas informações no seu PC, acesse o Menu Iniciar, clique no ícone da engrenagem (configurações), depois em Sistema, em Sobre, e então role a tela até o final. Caso queira conferir o histórico de atualizações do Ten, siga este link.

O ciclo de vida de cada versão do Windows 10 é de 18 meses. Findo esse período, o suporte a novas atualizações de segurança e correções de falhas é interrompido, razão pela qual é fundamental manter o sistema sempre atualizado. Até o Windows ser promovida a “serviço” , novas versões eram lançadas em intervalos de 3 a 5 anos, e adotá-las exigia a aquisição de uma cópia selada, em mídia óptica (ou, alternativamente, comprar o produto nos melhores camelódromos do ramo). A partir do lançamento do Windows 10, porém, as atualizações passaram a ser disponibilizadas via Windows Update, e o usuário não paga nada por elas.

Além da correção de bugs, novas versões do sistema costumam incorporar recursos inovadores. Desta vez, no entanto, poucas alterações podem ser identificar de bate-pronto, razão pela qual eu resolvi abordar em rápidas pinceladas as principais novidades, começando por um atalho de teclado que é sopa no mel para quem utiliza regularmente os atalhos Ctrl+ X, Ctrl+C e Ctrl+V (recortar, copiar e colar, respectivamente).

Esses atalhos continuam funcionais, naturalmente. A novidade é que os recursos da área de transferência do sistema — onde são armazenados os itens que recortamos ou copiamos — foram ampliados. E já era tempo, porque até então uma cópia ou recorte que a gente fazia só ficava disponível até que copiássemos ou recortássemos outro item qualquer. Em outras palavras, se não utilizássemos o elemento recortado ou copiado, não teríamos como fazê-lo depois de recortar ou copiar outro conteúdo. A propósito, que acompanha este Blog deve estar lembrado que eu sugeri o CopyQ como alternativa para contornar esse inconveniente (detalhes nesta postagem).

Depois que atualizar seu Windows 10 para o build 1809, você poderá aposentar o CopyQ, pois o atalho de teclado Win+V lhe permitirá gerenciar o conteúdo da sua área de transferência. Como seguro morreu de velho, sugiro manter o CopyQ instalado enquanto você não tiver certeza de que o novo recurso nativo corresponde a suas expectativas.

Observação: Até o momento eu descobri que os itens armazenados na área de transferência não são preservados depois que o sistema é reiniciado, a não ser que a gente clique sobre o ícone do alfinete naqueles que desejamos manter. Mas ainda não consegui saber quantos itens o recurso armazena por padrão e nem se existe uma modo de alterar essa configuração.

Enfim, para ativar o histórico e a sincronização da área de transferência, abra o Menu Iniciar, clique em Configurações > Sistema > Área de transferência > Histórico da Área de Transferência e então ative as opções desejadas.

O resto fica para o próximo post. Até lá.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2018

UPDATE DE OUTUBRO PARA WINDOWS 10 FINALMENTE LIBERADO VIA WINDOWS UPDATE


TOLOS E FANÁTICOS ESTÃO SEMPRE CHEIOS DE CONVICÇÕES; SÁBIOS ESTÃO SEMPRE CHEIOS DE DÚVIDAS.

Quando lançou o Windows 7 para suceder ao malfadado Vista, a Microsoft prometeu suportá-lo durante de 10 anos, e 14 de janeiro de 2020 é a data a partir da qual os usuários dessa ficarão por sua própria conta e risco se não migrarem para o Eight ou para o Ten (veremos mais detalhes numa das próximas postagens).

A exemplo do Vista, o Eight foi um fiasco monumental de crítica e de público, mesmo depois que a Microsoft lançou a versão 8.1. Ainda que seu suporte estendido termine somente em 2023, recomendo enfaticamente pular esse mico e migrar direto para o Windows 10 — na verdade, melhor seria tê-lo feito entre julho de 2015 e julho de 2016, quando era possível evoluir gratuitamente, mas agora é tarde, Inês é morta.

Por outro lado, convenhamos: um PC que veio com o Windows 7 instalado de fábrica já está mais que “rodado”, e talvez o fim do suporte estendido seja o empurrãozinho que falta para você fazer um upgrade casado (hardware + software). Claro que você pode comprar uma cópia licenciada do Windows 10 e instalá-la nesse brontossauro — desde que a configuração de hardware satisfaça os requisitos mínimos exigidos pelo sistema —, mas uma hora a fila vai ter que andar.

Lançado comercialmente em 29 de julho de 2015, o Windows 10 inaugurou uma nova maneira de distribuição do sistema pela Microsoft, que, a exemplo da suíte MS Office, passou à ser disponibilizado como “serviço”. Até então, a empresa lançava novas versões do Windows de tempos em tempos, mas essa política deixou se ser satisfatória num cenário em que as mudanças ocorrem muito rapidamente, exigindo novas funcionalidades e soluções de segurança mais aprimoradas.

Quando comemorou o primeiro aniversário, o Windows 10 ganhou seu primeiro update abrangente, que não por acaso foi batizado de Anniversary Update (build 1607). A partir de então, passou a receber novas atualizações a cada 6 meses, em média — não confundir com os “Patch Tuesday”, que são pacotes de correções disponibilizados através do Windows Update na segunda terça-feira de cada mês.

Observação: Ainda que os updates corrijam bugs e introduzam novos recursos e funções no Windows e seus componentes, há casos em que eles acarretam problemas de difícil solução. A prudência recomenda postergar a instalação até que essas intercorrências tenham sido resolvidas a contento, mas é mais fácil falar do que fazer, pois o Windows 10 dificultou o gerenciamento de atualizações, sobretudo na versão Home.

Na sequência, vieram o Creators Update (build 1703, lançado em meados de 2017), o Fall Creators Update (build 1709, lançado em novembro de 2017), e o April Update (build 1803, lançado em abril passado). Para saber qual a versão do seu build, clique em Iniciar > Configurações > Sistema e, na coluna à esquerda, clique em Sobre e localize no painel direito a informação em questão. O lançamento do update seguinte (build 1809) estava previsto para o início de outubro, mas uma série de problemas relatados por usuários participantes do programa Windows Insider levou a Microsoft a remover o link que dava acesso à instalação manual e a não incluir o pacote no Patch Tuesday de outubro.

Na semana passada, a empresa finalmente disponibilizou a atualização KB4469342, que implementa o build 1809 compilação 17763.168 e corrige uma penca de bugs (para ver a lista completa, clique aqui). Os arquivos de atualização estão sendo descarregados automaticamente via Windows Update, e a instalação demora um bocado. No meu PC, do início do download à conclusão do processo foram cerca de duas horas, mas não houve nenhum acidente de percurso e o sistema atualizado carregou direitinho, ainda que uma incomodativa morosidade me tenha levado a reiniciá-lo outra vez. A partir daí, foi sopa no mel.

Volto ao assunto oportunamente para tratar das principais novidades visíveis trazidas por essa atualização. Até lá. 

sexta-feira, 30 de novembro de 2018

VEÍCULOS FLEX: MELHOR USAR GASOLINA OU ÁLCOOL? (FINAL)


ALGUMAS PESSOAS PERGUNTAM: POR QUÊ? OUTRAS PERGUNTAM: POR QUE NÃO?

Você certamente já ouviu que o álcool desgasta mais as peças do motor do que a gasolina, que os carros Flex se “acostumam” quando são abastecidos sempre com o mesmo combustível, que alternar entre os combustíveis prejudica o motor, que é preciso zerar o tanque para mudar de combustível, e assim por diante. Se não ouviu, ainda vai ouvir; afinal, se todo mundo só falasse daquilo que realmente entende, o silêncio seria insuportável.

As montadoras afirmam que não há diferenças perceptíveis ou problemas gerados pelo abastecimento com qualquer proporção álcool-gasolina. Para quem usa o veículo em condições normais, o importante é abastecer em postos confiáveis — o difícil é separar o joio do trigo, pois preço elevado não garante boa qualidade, mas isso é outra história —, seguir a regrinha dos 70% e atentar para as especificações referentes à taxa de compressão do motor e às quantidades de torque e potência geradas pelo seu veículo com cada combustível (essas informações constam das especificações técnicas, no manual do proprietário, mas também podem ser obtidas no site do fabricante).

Observação: O tipo do combustível é determinante na definição da taxa de compressão, que é a base para a escolha de outros parâmetros do projeto — como calibração do sistema de injeção, gerenciamento da transmissão e controles eletrônicos e de diagnóstico de falhas, entre outros. 

Motores a gasolina costumam usar taxas de compressão entre 8:1 e 12:1, enquanto os movidos a etanol funcionam melhor com algo entre 12:1 e 14:1 (já os propulsores a Diesel trabalham com taxas ainda mais altas, entre 15:1 e 18:1, mas isso é conversa para uma outra vez). Nas versões Flex, é preciso encontrar um meio termo, mas os fabricantes sempre acabam privilegiando um combustível em detrimento do outro. 

Veículos destinados à exportação costumam apresentar taxas de compressão mais baixas, já que priorizam o uso da gasolina. Nos projetos focados no álcool, a taxa média fica em torno de 13:1. Assim, se a potência gerada for quase a mesma nos dois combustíveis — por exemplo, 144 cv com etanol e 141 com gasolina — e o consumo, bem mais elevado no álcool — 5,5 km/l (E) e 9 km/l (G), também por exemplo —, use gasolina (a menos que a diferença de preço for maior que 30%, o que raramente se verifica na prática). Já se diferença de potência for expressiva — 111 cv com álcool e 104 cv com gasolina, por exemplo — e a do consumo, irrelevante — 7,8 km/l (E) e 8,5 (G), também por exemplo —, abasteça com etanol, ainda que a diferença de preço seja menor que 30%.

Este breve resumo encerra — ou interrompe temporariamente — nossa abordagem sobre álcool, gasolina e sutilezas da mecânica automotiva. Espero que vocês tenham gostado e que minhas dicas lhes tenham sido úteis de alguma maneira. Dúvidas, curiosidades, ponderações, experiências pessoais? Deixem seus comentários.

terça-feira, 27 de novembro de 2018

VEÍCULOS FLEX: MELHOR USAR GASOLINA OU ÁLCOOL? (Parte 14) — SOBREALIMENTAÇÃO (COMPRESSOR E TURBOCOMPRESSOR — CONTINUAÇÃO)


MEDIOCRIDADE ATIVA É UMA MERDA.

Em poucas palavras, a sobrealimentação, principal responsável pelo downsizing dos motores, consiste em forçar a entrada de mais oxigênio na câmara de combustão. Esse efeito pode ser obtido através do aproveitamento dos gases expulsos da câmara no ciclo de descarga (ou seja, usando uma energia que seria desperdiçada) ou “pegando carona” na rotação do virabrequim (através de um sistema de polias e correia que rouba potência do motor para fazer o motor gerar mais potência). Tanto num caso como no outro, propulsores de capacidades cúbicas reduzidas geram mais torque e potência (conforme o ajuste da pressão do compressor, o ganho de potência pode variar de 50% à 300%), consomem menos combustível e poluem menos a atmosfera.

Observação: Ao nível do mar, 23,14% da massa do ar atmosférico é composta de oxigênio. Para conseguirmos mais massa para o mesmo volume de ar, de duas uma: ou reduzimos a temperatura, ou aumentamos a pressão. Reduzir a temperatura de admissão de forma que os ganhos sejam significativos requer um equipamento de grande porte e alto custo. Além disso, temperaturas muito baixas comprometem a vaporização e consequente a homogeneidade da mistura — é isso que acontece com nossos carros nas manhãs frias de inverno, quando o motor demora a “pegar” e engasga até a temperatura normal de funcionamento ser alcançada. Portanto, a solução mais viável é aumentar a pressão, e é aí que entram os compressores. Em linhas gerais, eles comprimem o ar que está sendo admitido e o enviam para os cilindros com maior densidade, permitindo que mais combustível seja injetado e mais potência seja gerada. 

A ideia da sobrealimentação surgiu no século XIX, mas foi somente em 1905 que o suíço Alfred Büchi descreveu o turbo, em sua patente, como “uma máquina reciprocante na qual a energia cinética dos gases de escape moveria um eixo ligado a uma turbina, que serviria como pré-compressor para o ar admitido pelos cilindros” — aliás, uma definição exata de como funcionam os turbocompressores atuais.

Inicialmente, o sistema era usado apenas em motores de grande deslocamento volumétrico, como os de navios, trens e aviões — nestes últimos, além de aumentar a potência, o turbo minimizava os efeitos da rarefação do ar em grandes altitudes. Na indústria automobilística, depois de estrear em motores a diesel de caminhões, essa inovação chegou às pistas quando a Cummins inscreveu nas 500 Milhas de Indianápolis um carro com motor turbodiesel (ele não venceu a prova, mas percorreu todas as 500 milhas sem parar nos pitstops). Nos veículos de passeio, o primeiro modelo “turbinado” foi o Chevrolet Corvair Monza Spyder, cujo flat-6 de 2.4 litros, auxiliado pelo turbocompressor, produzia 151 cv.

Se fôssemos detalhar o funcionamento do compressor mecânico e do turbo, jamais terminaremos esta sequência de postagens. Então, resumindo a história em poucas palavras, o compressor mecânico fornece torque de forma mais linear do que o turbo, além de não estar sujeito ao turbo lag — “atraso” decorrente do tempo que a turbina demora para “encher” e gerar pressão positiva no coletor de admissão, e que pode culminar com um indesejável tranco.

Observação: A última vez que eu ouvi falar em compressor mecânico em veículos nacionais foi quando a Ford lançou o Fiesta 1.0 Supercharger, em 2002, com um compressor mecânico que aumentava sua potência de 65 cv para 95 cv a 6.000 rpm, e o torque, de 8,9 kgfm a 3.650 rpm para 12,6 kgfm a 4.250 rpm. Se na versão aspirada o carrinho demorava 18,2 segundos para ir de 0 a 100 km/h e atingia 150 km/h de velocidade máxima, na Supercharger ele alcançava 100 km/h em 13 segundos e atingia respeitáveis 176 km/h de velocidade máxima. Todavia, devido ao tamanho avantajado do compressor mecânico e o estresse a que o motor era submetido pelo uso de correia e polias levaram a Ford a abandonar o Supercharger. Hoje em dia, esses compressores são usados apenas em motores grandes, como os V8 5.0 e V6 3.0 da Jaguar Land Rover, o V8 6.2 LT4 do Chevrolet Camaro e o V8 5.0 do Mustang Shelby, cujo público alvo prioriza o desempenho sem se preocupar com custo e consumo mais elevados.

Voltando ao downsizing, a combinação da injeção direta com a sobrealimentação permitiu o desenvolvimento de motores mais econômicos e capazes de entregar torque constante a partir de baixíssimas rotações. Nos modelos com turbo nativo (ou seja, instalado “de fábrica”), nem se ouve mais o tradicional “espirro” produzido pela válvula de alívio da pressão quando se tira o pé do acelerador, pois o excesso de ar é redirecionado para o coletor de admissão ou para o filtro de ar. Por outro lado, o indesejável turbo lag, continua presente, razão pela qual algumas montadoras vêm optando pelo turbo elétrico, como é o caso da Audi com o SQ7 e-turbo (foto).

No turbo convencional, o movimento da turbina (caixa quente), que é acionada pelos gases provenientes do coletor de escape do motor, é transferido por um eixo a um compressor (caixa fria), o que aumenta a pressão do ar (ar limpo) que entra no coletor de admissão. O problema é que em baixas rotações o gases são insuficientes para alimentar satisfatoriamente o compressor, e assim se dá o turbo-lag.

No turbo elétrico, em vez da caixa quente acionada pelos gases, um motor elétrico faz funcionar o compressor (independentemente da rotação do motor) que trabalha em conjunto com outros dois turbocompressores convencionais, um de baixa pressão e outro de alta pressão. O primeiro fôlego é dado pelo e-turbo, que atua em regimes de giro baixos e médios. Quando os gases resultantes da explosão da mistura ar-combustível passam a acionar plenamente os turbos convencionais, o e-turbo aproveita fluxo de ar que passa por ele para gerar energia elétrica, aumentando a eficiência do motor de 15% a 20%.

Observação: O e-turbo é um voraz consumidor de energia. Em momentos de pico, ele necessita de até 7 kW (equivalente a 5 secadores de cabelo ligados ao mesmo tempo), potência que, num sistema convencional de 12 V, precisaria de 583 A para ser gerada. Assim, a Audi optou por vincular a turbina a um sistema de 48 V, que gera a mesma potência com apenas 145 A. A energia recuperada pelo e-turbo vai para uma bateria dedicada, mas pode ser aproveitada pelo sistema de 12 V que alimenta o restante do veículo com o auxílio de um conversor.

O deslocamento volumétrico do motor é apenas um dos responsáveis pelo torque e potência que ele produz, e a sobrealimentação é apenas uma das maneiras de se obter esse resultado. Outra opção que merece algumas linhas é a sobrealimentação química, como é o caso do “Nitro”, que é usado para gerar mais em provas de arrancada e de velocidade.

O processo consiste em injetar óxido nitroso (NO) na corrente de admissão — quando aquecido a aproximadamente 300°C, o “gás do riso” sofre a dissociação de suas moléculas e libera oxigênio (que representa 36% da sua massa). Somado ao combustível extra injetado, esse aumento de oxigênio faz com que a combustão da mistura comprimida pelo pistão gere mais energia. E como está liquefeito sob pressão dentro de uma garrafa, esse gás muda de estado e sofre uma queda sensível de temperatura ao passar pelo difusor e encontrar uma pressão ambiente muito mais baixa. Com isso, todo o fluxo admitido também sofre resfriamento, e o resultado é um considerável aumento de densidade. E como a densidade está diretamente ligada ao ganho de potência...

Para desespero dos puristas, os enormes V8 de antigamente deram lugar aos V6, e estes vem sendo progressivamente substituídos por propulsores de 4 ou 3 cilindros, com cilindradas de 1000 CC a 1.600 CC, mas com torque e potência de sobra, maior economia de combustível e menor emissão de poluentes.

Dúvidas? Escreva. A sessão de comentários está aí para isso mesmo.

quarta-feira, 31 de outubro de 2018

VEÍCULOS FLEX: É MELHOR USAR GASOLINA OU ÁLCOOL?


DIGA A UM ADOLESCENTE PARA NÃO FAZER, E ELE FARÁ. DIGA PARA FAZER, E ELE NÃO FARÁ. TENTE ENGANÁ-LO DIZENDO-LHE PARA FAZER O QUE VOCÊ NÃO QUER QUE ELE FAÇA, E ELE OBEDECERÁ E FARÁ. NÃO ENTENDEU? LEIA DE NOVO.

Os veículos “Flex” já representam 80% da frota nacional, mas muitos motoristas ainda têm dúvidas sobre qual combustível utilizar. De modo geral, a regra é abastecer com álcool sempre que seu preço for pelo menos 30% inferior ao da gasolina, mas isso me parece uma visão muito simplista. Então, para responder a pergunta que intitula esta postagem, comecemos voltando no tempo até a década de 70.

A possibilidade de usar o álcool da cana-de-açúcar como combustível automotivo remonta ao início do século passado, mas só passou a ser considerada mais seriamente no brasil no anos 70, já que até então o preço do barril de petróleo no mercado internacional favorecia o uso da gasolina. Mas esse cenário mudou em outubro de 1973, quando a assim chamada “crise do petróleo” reacendeu o interesse mundial por fontes alternativas de energia. O álcool, que sempre fora considerado subproduto do açúcar, passou a desempenhar papel estratégico na economia brasileira e, diante do sucesso do Programa Nacional do Álcool, deixou de ser encarado apenas como resposta a uma crise temporária. 

Em 1975, o governo brasileiro passou a intensificar a produção etanol para substituir a gasolina. Durante algum tempo, os resultados foram alvissareiros, e as montadoras passaram a priorizar a fabricação de carros a álcool (em 1991, aproximadamente 60% da frota nacional eram movidos por essa fonte energética). Mais adiante, porém, uma nova redução no preço do petróleo fez com que a diferença de preço entre os combustíveis desestimulasse o uso do etanol, devido, sobretudo, ao consumo elevado apresentado pelos veículos e a necessidade de manutenção constante (componentes como tanque de combustível, carburador e outros apresentavam sérios problemas de corrosão devido ao contato direto com o produto). Isso sem mencionar que, nos dias mais frios, trafegar com um carro a álcool era uma verdadeira provação, a começar pela dificuldade de fazer o motor “pegar” pela manhã. 

Em 2003, porém, uma nova crise do petróleo voltou a impulsionar o uso do etanol como combustível, mas aí a bola da vez eram os motores flexíveis, capazes de queimar tanto álcool quanto gasolina. O resto é história recente, mas não custa lembrar que o fim da reserva de mercado e a liberação das importações, durante o governo Collor, se não transformaram nossas jurássicas “carroças” em veículos de primeiro mundo, ao menos constituíram um avanço importante, que mais adiante nos traria airbag, freios ABS, controles de estabilidade e tração, transmissão automatizada, piloto automático e a injeção eletrônica de combustível (sem a qual não haveria como produzir motores flexíveis).

Observação: De meados da década de 70, quando os militares proibiram as importações, até o governo do caçador de marajás de araque, que reverteu a proibição, somente uns poucos automóveis de de topo de linha e preços estratosféricos dispunham de ar condicionado, direção hidráulica, transmissão automática e, em raríssimos casos, acionamento elétrico dos vidros das portas — recursos atualmente comuns até mesmo nos assim chamados “carros populares”.

Até o final dos anos 1980, quando a injeção eletrônica era largamente utilizada nos países desenvolvidos, o Brasil insistia no obsoleto carburador. O primeiro veículo nacional a aposentar esse anacronismo foi o VW Gol GTI — uma série esportiva limitada (e cara) daquele que se tornou o carro nacional mais popular depois que o Fusca deixou de ser fabricado. Já o primeiro veículo nacional movido a etanol foi o Fiat 147, e o primeiro “bicombustível” foi o GolTotal Flex”, que a Volkswagen apresentou em 2003, durante a comemoração de seus 50 anos de operação no Brasil.

Continuamos na próxima postagem.

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terça-feira, 30 de outubro de 2018

AINDA SOBRE OS CARROS MODERNOS E A TECNOLOGIA EMBARCADA


PERGUNTAR O QUE NÃO PODE SER RESPONDIDO É PERDA DE TEMPO.

Depois de discorrer brevemente sobre as opções de transmissão (assunto das duas postagens anteriores), achei por bem alertar o leitor para o fato de que veículos com tecnologia embarcada, como os providos de injeção eletrônica, contam com um número considerável de componentes que podem ser danificados por uma simples lavagem do motor.

Antigamente, era comum o motor não “pegar” depois de lavado, devido ao acúmulo de água na tampa do distribuidor e nos conectores dos cabos das velas. Ainda que esse problema pudesse ser evitado mediante a simples proteção desses pontos com sacolinhas plásticas de supermercado, por exemplo, os funcionários dos postos e lava-rápidos achavam mais fácil secar tudo depois, com jatos de ar comprimido. Só que que o calor gerado pelo funcionamento do motor propiciava a formação de gotículas de água (condensação) no interior da tampa do distribuidor, umedecendo o carvão, o rotor, o platinado e o condensador, e impedindo o motor de religar depois do carro ficar parado por algumas horas (ou até a manhã seguinte, o que era mais comum).

Quem gosta de manter o carro sempre limpo pode se sentir incomodado em ver o motor sujo, mas é bom ter em mente que, em não havendo vazamentos de óleo e outros problemas afins, não há porque lavar o motor. Aliás, a maioria dos fabricantes não recomenda fazê-lo, pois a injeção eletrônica multiplicou o número de componentes elétricos e eletrônicos que podem ser facilmente danificados durante a lavagem, não tanto pela água em si, mas pela pressão da água. Além disso, a sujeira que se acumula no “cofre” e no bloco do motor pode ser removida com o auxílio de um pincel, um pano e ar comprimido. 

Observação: Mal comparando, o motor do carro está mais para um relógio resistente a água do que um modelo próprio para mergulho. Em outras palavras, pingos e respingos são suportados, mas o mesmo não se aplica a banhos de chuveiro nem, muito menos, de imersão — no caso do relógio, e a água em profusão e alta pressão, no caso do motor.

Caso queira mesmo lavar o motor do seu carro, leve o veículo a uma empresa especializada, que faça o serviço com vapor, e deixe o lava-rápido ou o posto para lavagens da carroceria e aspiração interna.

Se preferir fazer pessoalmente o trabalho, assegure-se, primeiro, de que o motor esteja desligado e frio; segundo, de que pontos vulneráveis (como caixa de fusíveis, alternador, bobina, módulo da injeção, bateria, enfim, tudo aquilo que estiver ligado a alguma coisa por um chicote elétrico) seja devidamente envolvido em saquinhos plásticos; terceiro, de não concentrar nesses pontos o jato da mangueira (ou da lavadora de pressão). 

Note que você pode remover a sujeira mais resiliente umedecendo-a com água e usando um pincel ou uma escovinha de cerdas duras (evite solventes ou produtos à base de querosene). Depois, é só bater água novamente (com moderação), secar, borrifar WD-40 e dar acabamento com um pano macio.

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sexta-feira, 26 de outubro de 2018

TRANSMISSÃO AUTOMÁTICA — Ó DÚVIDA CRUEL


A POLÍTICA É COMO O ESGOTO. FEDE. MAS A GENTE SÓ SENTE O MAU CHEIRO QUANDO TIRA A TAMPA.

Depois de 21 anos de ditadura militar, Tancredo Neves foi eleito indiretamente primeiro presidente civil da Nova República, mas, por uma trapaça do destino, o político mineiro baixou ao hospital horas antes de tomar posse (e foi sepultado 41 dias e 7 cirurgias depois), de modo que quem despresidiu o Brasil de 15 de março de 1985 até 15 de março de 1990 foi o oligarca maranhense José Sarney, cujo nome dispensa maiores apresentações.

Sucedeu ao macróbio literato o pseudo caçador de marajás — que entrou para a história como o primeiro presidente eleito pelo voto popular da "Nova República" e o primeiro a ser defenestrado por um processo de impeachment. Uma das poucas coisas o "Rei Sol" fez de bom durante sua funesta gestão foi pôr fim à reserva de mercado instituída pelos militares e  liberar as importações. Com isso. nossas “carroças” se beneficiaram de recursos tecnológicos que já eram largamente utilizados em países desenvolvidos, entre os quais a injeção eletrônica de combustível, que substituiu o jurássico carburador e, mais adiante, tornou possível o advento dos motores “Flex”, capazes de funcionar tanto com gasolina quanto com álcool ou a mistura desses combustíveis (em qualquer proporção).    

Foi também graças à tecnologia embarcada que a transmissão automatizada surgiu como alternativa ao câmbio automático (desenvolvido nos anos 1930, mas visto com desconfiança pelos motoristas tupiniquins até não muito tempo atrás, sobretudo pelo custo elevado de manutenção, escassez de mão de obra especializada e expressivo aumento no consumo de combustível). 

Para quem não sabe, a principal diferença entre essas duas tecnologias é que, no câmbio automático, um conversor de torque faz o papel da embreagem, e um sofisticado mecanismo de apoio produz as relações de transmissão que são repassadas às rodas motrizes. Já o câmbio automatizado  que se popularizou aqui por estas bandas a partir de 2007  utiliza os mesmos componentes da versão manual, mas desobriga o motorista de acionar a embreagem e mudar as marchas porque um sistema robotizado se encarrega dessa tarefa (para saber mais, sugiro a leitura desta matéria).

Observação: transmissão automática é preferível à automatizada que equipa os veículos de preço "intermediário" fabricados no Brasil. Como dito, ambas dispensam o pedal da embreagem e dão descanso à perna esquerda do motorista o que é uma benção quando se enfrenta o anda-e-para do trânsito caótico das nossas cidades.

Se você ainda reluta em comprar um carro automático ou automatizado, está mais que na hora de rever seus conceitos. A adaptação é rápida, e quem gosta de conforto dificilmente volta (voluntariamente) ao câmbio manual. Basicamente, tudo que o motorista precisa fazer é ligar o motor, posicionar a alavanca em “D” (drive) e acelerar, pois o sistema se encarrega de selecionar as marchas mais adequadas a cada situação.

Em tese, a vida útil do câmbio automático é superior à do manual, já que o mecanismo sofre menos com os maus hábitos do motorista. Mas é importante não descuidar da manutenção e evitar mudar a alavanca para a posição R (Ré) enquanto o veículo não estiver totalmente imobilizado. Outro mau hábito — muito comum entre os norte-americanos, que tradicionalmente preferem o câmbio automático ao manual — é colocar a alavanca em P (Park) e não acionar o freio de estacionamento. Nessa situação, o “peso” do carro fica “apoiado” na trava do câmbio, que não foi projetada para esse fim. O correto, portanto, é acionar o freio de estacionamento e só então colocar alavanca em P, garantindo a imobilização sem forçar o sistema de transmissão.

Outro erro comum é colocar a alavanca na posição N (Neutro) ao parar no semáforo, até porque a transmissão foi projetada para ser mantida em D — assim, quando o farol abrir, basta soltar o pedal do freio e acelerar. Os modelos mais modernos simulam o neutro (isto é, desconectam o motor do câmbio) depois de 5 segundos, mesmo que a alavanca fique em D. Assim, mudar de D para N e de novo para D no anda-e-para do trânsito não só descaracteriza os propósitos da transmissão automática como contribui para o desgaste dos componentes.

Continua...  

quinta-feira, 27 de setembro de 2018

COMO DEIXAR SEU SMARTPHONE MAIS SEGURO (SEXTA PARTE)


NÃO SE FIE NO QUE OS POLÍTICOS PROMETEM, MAS SIM NO QUE FIZERAM EM SUA VIDA PREGRESSA NA POLÍTICA.

Como se não bastasse o cibercrime, os índices de roubo e furto de celulares vêm crescendo escandalosamente. Supondo que você tenha seu aparelho subtraído — ou que o esqueça em local incerto e não sabido —, o Gerenciador de Dispositivos Android é uma mão na roda, pois permite não só localizar telefoninho, mas também apagar remotamente todos os dados nele armazenados.

Para se valer desse recurso, primeiro é preciso habilitá-lo no seu aparelho. Basta acessar o menu de Configurações, tocar em Google > Segurança e marcar as opções Localizar remotamente o dispositivo e Permitir bloqueio e limpeza remotos. Quando e se for preciso utilizar o Gerenciador, você só precisará acessar o site partir de um PC, tablet ou outro smartphone, logar-se com a conta do Google e fazer o bloqueio e/ou apagar os dados.

No caso de você não saber onde deixou seu smartphone e não tiver outro telefone à mão para ligar para o seu número, repita os passos anteriores para acessar o Gerenciador e clique em Reproduzir som. Seu aparelho emitirá um som, no volume máximo, por cinco minutos (mesmo que esteja no modo silencioso). Mas tenha em mente que esses recursos dependem de conexão com a internet, ou seja, se o celular estiver desligado ou com o Wi-Fi ou o 3G/4G desativado, você receberá uma mensagem dando conta de que “o aparelho está fora de alcance”.

Aplicativos infectados são os grandes responsáveis por incidentes de segurança em smartphones, embora não sejam os únicos (detalhes mais adiante). Fazer o download a partir de sites confiáveis, como a própria Play Store, minimiza os riscos, mas não garante 100% de segurança. Ainda assim, sugiro acessar o menu de Configurações, tocar em Segurança e desmarcar a opção Fontes desconhecidas. Isso limitará a instalação de aplicativos à loja oficial do Google, que, conforme já discutimos nesta sequência de postagens, são menos propensos a conter malware

Observação: Se você precisar instalar um app que não esteja disponível na Play Store, mas que possa ser baixado da Amazon, por exemplo, que é considerada segura, basta seguir os mesmos passos e reverter a configuração. 

Páginas da internet falsas — ou mesmo legítimas, mas “sequestradas” — podem disparar ataques de phishing, a exemplo de emails maliciosos e links fraudulentos. A boa notícia é que o modo de navegação segura do Google Chrome também está disponível na versão mobile do navegador. Para ativá-la, abra o browser, clique nos três pontinhos no canto superior direito da tela, acesse Configurações > Privacidade e marque a opção Navegação segura. Também nesse caso não há 100% de garantia, mas os riscos de você ser pego no contrapé por um site suspeito serão bem menores.

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segunda-feira, 24 de setembro de 2018

COMO DEIXAR SEU SMARTPHONE MAIS SEGURO (QUARTA PARTE)


QUEM É QUE QUER FLORES DEPOIS DE MORTO?

Já vimos que o EULAlyzer é uma mão na roda na hora de instalar aplicativos no computador, mas ele só roda no Windows, e como os maiores responsáveis por incidentes de segurança nos smartphones — depois dos maus hábitos dos usuários, naturalmente — são os apps maliciosos, a boa notícia é que o Google lançou o Play Protect, que monitora em tempo real a segurança dos telefoninhos baseados no sistema Android (clique aqui para mais informações) e aponta os programinhas potencialmente perigosos. 

Se o seu sistema está atualizado, você já tem o GPP. Para conferir, acesse as configurações do aparelho (tocando no ícone da engrenagem), rode a tela até encontrar a opção Google, toque nela, em seguida em Segurança e depois em Verificar apps (a opção Melhorar det. de apps nocivos vem desativada por padrão, mas eu sugiro ativá-la, de modo a contar com uma camada adicional de segurança).  

Observação: Apps confiáveis costumam ser atualizados periodicamente, a fim de corrigir possíveis falhas de segurança e erros. Se você deparar com um programinha que não é atualizado há anos, não faça o download (para conferir a data, basta, na página do app na Play Store, clicar na opção “Ler mais” e rolar a tela seguinte até o final).

Baixar aplicativos somente de fontes confiáveis é fundamental, mas não garante 100% de segurança. O Google assegura que todos os programinhas disponíveis em sua loja virtual passam por testes de segurança rigorosos, e que o Play Protect verifica bilhões de programinhas diariamente para garantir que tudo esteja em ordem. Pode até ser, mas cá entre nós, dessa enxurrada de programas que chegam à Play Store todos os dias, quantos são realmente úteis para nós? Por que, por exemplo, baixar um app de lanterna se seu telefoninho já lhe oferece esse recurso?

Crackers, cibercriminosos, estelionatários digitais e assemelhados são rápidos no gatilho, e até que o Google perceba e tome providências para inibir sua ação, uma porção de gente já terá sido prejudicada. E mais: assim que um app ou jogo faz sucesso na Play Store, logo surgem as “imitações”, que podem até ser inofensivas, mas o risco de você instalar um clone ou uma cópia “craqueada” que tenha objetivos sub-reptícios é considerável, e depois não adianta dizer que pobre não tem sorte.  

Amanhã tem mais.

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