Todo relógio precisa de uma fonte de energia para funcionar.
No final da década de 60, a maioria dos modelos de pulso continha uma mola
(para gerar energia), uma espécie de massa oscilatória (para oferecer
referência de tempo), dois (ou três) ponteiros, um mostrador enumerado e
diversas engrenagens, até que a Bulova resolveu substituir a roda
de balanço por um transistor oscilador, que, alimentado por uma bateria, mantinha
um diapasão funcionando a algumas centenas de hertz. Mais adiante, o cristal
de quartzo ― cujas propriedades já eram conhecidas e usadas para
proporcionar a frequência exata em transmissores/receptores de rádio e
computadores ― assumiria as funções desse diapasão e agregaria maior precisão
ao mecanismo.
Se você tenciona comprar um relógio, escolha algo que seja
funcional e confiável. Caixas de aço ou titânio são excelentes opções. O ouro é
mais nobre, naturalmente, mas encarece significativamente o produto e chama a
atenção dos amigos do alheio. E o mesmo vale para modelos de grife ― Patek, Rolex, Omega, Panerai, Hublot, IWC, Breitling, Tissot, Tag Heuer e
distinta companhia ―, que chegam a custar centenas de milhares de dólares.
Observação: O Grandmaster
Chime, da Patek Philippe
(confira na foto que ilustra esta postagem) tem duas faces ― dependendo do lado
usado para cima, ele exibe as horas ou o calendário perpétuo instantâneo. A
caixa redonda de 47,4mm é feita de ouro rosa 18k e adornada com cristais de
safira. O preço é de arrepiar: 2,5 milhões
de francos suíços (cerca de R$ 8 milhões).
Quanto ao mecanismo responsável pelo movimento (também
conhecido como calibre), você pode
optar por modelos a quartzo ou mecânicos. No primeiro caso, que, como
vimos, utiliza um oscilador regulado por uma peça de quartzo, a alimentação
geralmente é feita por uma bateria. Já os modelos mecânicos funcionam “à corda”, que pode ser manual ou
automática. Para os verdadeiros connoisseurs,
apenas calibres mecânicos ― e de preferência manuais ― são aceitáveis, em que
pese sua limitada reserva de marcha (em média, 24 horas). Isso significa que o
relógio deixa de trabalhar quando fica muito tempo fora do pulso (modelos
automáticos) ou quando não recebe corda (modelos manuais), e aí é
preciso ajustar a hora e o calendário antes de voltar a "vesti-lo".
Mecanismos a quartzo alimentados por bateria funcionam
ininterruptamente por anos a fio ― modelos com cronógrafo e outras papagaiadas
tendem a consumir mais energia, mas uma bateria original ou equivalente costuma
durar mais de dois anos. Existem opções alimentadas por energia solar (que
dispensam a troca da bateria) ou térmica (como o smartwatch Matrix, que usa o calor do pulso como fonte de energia).
Quanto à maneira
de mostrar as horas, os relógios podem ser analógicos
(de ponteiros), digitais (display de
cristal líquido) ou híbridos
(combinação de ambos). Via de regra, os analógicos
consomem mais energia que os digitais
― a menos que você use muito a luzinha que ilumina o display, deixe os
contadores de tempo e os alarmes e demais sinais sonoros ativados, e por aí vai.
Nos digitais, além dos tradicionais cronógrafo e calendário simples ou
duplo (com dia do mês e da semana) que os modelos de ponteiros costumam oferecer, você encontra contador de tempo regressivo, altímetro, bússola,
termômetro e uma porção de outras papagaiadas.
Por hoje chega. Amanhã a gente conclui.
Para qualquer pessoa minimamente racional, o fato de Mendes ter sido padrinho de casamento da filha de Barata com um sobrinho de sua mulher, Guiomar Mendes, que trabalha no escritório de advocacia que defende Barata ― que, por sua vez, é sócio de um cunhado do ministro numa empresa de ônibus ― já deveria bastar para o ministro se dar por impedido de atuar no caso. Mas não Gilmar, para quem “o juiz deve se afastar do caso quando é ‘amigo íntimo’ das partes, e essa qualificação não contempla padrinhos de casamento”.
É tanto compadrio misto que a chega a ser difícil de acreditar, mas o "deus-sol da magistratura" não vê aí “nenhuma suspeição”. Talvez por isso ele seja alvo de abaixo-assinados que pedem sua saída do STF ― o da Change.org já conta com quase 900.000 assinaturas. Ou também por isso, já que fedem suas relações semipresidencialistas com amigão Michel Temer e seus frequentes encontros fortuitos “nos porões do Jaburu”; a soltura de réus como José Dirceu e Eike Batista, que deixa clara sua habitualidade na concessão de habeas corpus a poderosos e põe em dúvida sua imparcialidade; o empenho na absolvição da chapa Dilma-Temer num julgamento patético, que envergonhou o país por ignorar a profusão de provas contra os réus a pretexto de “manter a governabilidade”, e por aí segue a interminável procissão.
Rodrigo Janot, ora no apagar das luzes de sua gestão à frente da PGR, pediu ao Supremo que a quintessência do saber jurídico seja impedida de atuar no caso da máfia do transporte no RJ. Resta saber como a presidente e os demais membros do STF se posicionarão sobre a questão. A sociedade já deixou claro que repudia um membro da mais alta Corte do país que atua não como operador da justiça, mas como distribuidor de privilégios.
Na última segunda-feira, a ministra Cármen Lúcia notificou Mendes sobre o pedido de suspeição apresentado por Janot, para quem “os vínculos são atuais, ultrapassam a barreira dos laços superficiais de cordialidade e atingem a relação íntima de amizade”. Vamos ver que bicho dá.
Observação: Nenhum pedido dos 80 pedidos impedimento ou suspeição de ministros do STF foi atendido nos últimos dez anos; todos foram rejeitados pelo presidente do STF da época e não tiveram os méritos discutidos pelo colegiado.
E como hoje é sexta-feira:
Gilmar Mendes, o inefável, não foi feliz na analogia entre juízes que “insistem em desafiá-lo” e rabo do cachorro.
Explicando melhor: o juiz federal Marcelo Bretas ― tido como o “Sérgio Moro carioca” ― mandou prender Jacó Barata Filho, o “rei do ônibus”, e Mendes mandou soltar; Bretas mandou prender de novo, e o supremo ministro do Supremo, de novo, mandou soltar. E emendou: “Em geral, o rabo não abana o cachorro, é o cachorro que abana o rabo”.
A declaração ofensiva, vulgar e imprópria de um juiz da Suprema Corte foi repudiada pela sociedade em geral e pelos magistrados em particular, embora nada tenha de atípica: o magistrado sul-mato-grossense é conhecido pela arrogância, amor ao protagonismo, língua ferina e total falta de comedimento nas relações com seus pares e juízes que estão abaixo dele na hierarquia do Judiciário.
Para qualquer pessoa minimamente racional, o fato de Mendes ter sido padrinho de casamento da filha de Barata com um sobrinho de sua mulher, Guiomar Mendes, que trabalha no escritório de advocacia que defende Barata ― que, por sua vez, é sócio de um cunhado do ministro numa empresa de ônibus ― já deveria bastar para o ministro se dar por impedido de atuar no caso. Mas não Gilmar, para quem “o juiz deve se afastar do caso quando é ‘amigo íntimo’ das partes, e essa qualificação não contempla padrinhos de casamento”.
É tanto compadrio misto que a chega a ser difícil de acreditar, mas o "deus-sol da magistratura" não vê aí “nenhuma suspeição”. Talvez por isso ele seja alvo de abaixo-assinados que pedem sua saída do STF ― o da Change.org já conta com quase 900.000 assinaturas. Ou também por isso, já que fedem suas relações semipresidencialistas com amigão Michel Temer e seus frequentes encontros fortuitos “nos porões do Jaburu”; a soltura de réus como José Dirceu e Eike Batista, que deixa clara sua habitualidade na concessão de habeas corpus a poderosos e põe em dúvida sua imparcialidade; o empenho na absolvição da chapa Dilma-Temer num julgamento patético, que envergonhou o país por ignorar a profusão de provas contra os réus a pretexto de “manter a governabilidade”, e por aí segue a interminável procissão.
Rodrigo Janot, ora no apagar das luzes de sua gestão à frente da PGR, pediu ao Supremo que a quintessência do saber jurídico seja impedida de atuar no caso da máfia do transporte no RJ. Resta saber como a presidente e os demais membros do STF se posicionarão sobre a questão. A sociedade já deixou claro que repudia um membro da mais alta Corte do país que atua não como operador da justiça, mas como distribuidor de privilégios.
Na última segunda-feira, a ministra Cármen Lúcia notificou Mendes sobre o pedido de suspeição apresentado por Janot, para quem “os vínculos são atuais, ultrapassam a barreira dos laços superficiais de cordialidade e atingem a relação íntima de amizade”. Vamos ver que bicho dá.
Observação: Nenhum pedido dos 80 pedidos impedimento ou suspeição de ministros do STF foi atendido nos últimos dez anos; todos foram rejeitados pelo presidente do STF da época e não tiveram os méritos discutidos pelo colegiado.
E como hoje é sexta-feira: