OS PROBLEMAS
NÃO SE CRIAM NEM SE RESOLVEM, SÓ SE TRANSFORMAM.
Não há exagero algum em afirmar que, do ponto de vista da tecnologia, o mundo evoluiu mais nos últimos
150 anos do que nos 30 séculos anteriores.
Entre o final do século XIX e meados
dos anos 1900, os veículos com motor de combustão interna substituíram as
carroças de tração animal, os irmãos Wright e Alberto
Santos Dumont construíram os primeiros protótipos das aeronaves que, mais
adiante, levariam centenas de passageiros de um ponto a outro do planeta em
questão de horas e, nos oceanos, imensos transatlânticos movidos a
diesel ou energia nuclear tomaram o lugar das arcaicas embarcações à vela.
Foi
também nesse período que surgiram o helicóptero (idealizado originalmente por Leonardo da Vinci), o submarino atômico
(imaginado por Júlio Verne e
imortalizado em seu livro Duas Mil
Léguas Submarinas (publicado em meados do século XIX), o telégrafo, o
telefone, a televisão, o computador, a internet, os smartphones, enfim...
O televisor desembarcou
por aqui em meados dos anos 1950 e ainda é o “eletrodoméstico” mais popular
entre os brasileiros. Os imensos modelos de tubo reinaram absolutos até o final
do século passado, quando começaram a ser substituídos por versões de plasma e LCD, que propiciaram a construção de aparelhos leves e esguios,
ainda que com telas de grandes dimensões e capazes de exibir imagens com altíssima fidelidade.
Ao longo desse caminho surgiram o videoteipe, a transmissão em
cores, o sinal por satélite, o controle remoto sem fio,
o videocassete, a TV por assinatura, o DVD Player, a transmissão digital e as smart TV — estas últimas surgiram em 2011 e
têm como principal diferencial a capacidade de acessar a internet e rodar
aplicativos os mais variados, estando para as TVs convencionais como o iPhone X para um celular de 1999.
Como sói acontecer com qualquer inovação tecnológica, as smart TVs se tornaram mais
baratas com o passar do tempo, e atualmente é possível encontrar modelos de 32
polegadas por menos
de R$ 1 mil — valor que, feitas as devidas conversões,
corresponde a menos de um décimo do
que custava uma TV de tubo em meados da década de 70. Mas vivemos tempos
bicudos, com uma recessão braba e mais de 12 milhões de desempregados. Mil
reais correspondem a cerca de um salário mínimo, mas nem todo mundo pode investir esse valor num televisor, sobretudo se o modelo em uso ainda
funcionar, mesmo que esteja tecnologicamente defasado.
Por outro lado, sempre há
quem comprou uma TV novinha em folha para assistir ao fiasco da seleção
canarinho na Copa de 2018 e agora não
sabe o que fazer com a velha TV de tubo que usava até então. Uma
possibilidade é transformá-la
num aquário, mas talvez seja melhor gastar uns trocados a mais
e fazer dela uma smart TV.
Interessado? Então não deixe de ler a postagem de amanhã.